sábado, 14 de janeiro de 2012

Coluna 80 - publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 10AGO2011

Avante brasileiros de pé / Unidos pela liberdade / Marchemos todos juntos com a bandeira / Que prega a lealdade


CAMPANHA DA LEGALIDADE – Cinquenta anos se passaram desde quando Leonel Brizola comandou, dos porões do Palácio Piratini, o movimento de resistência às articulações do Exército e de grupos de interesse do planalto central, de negar a João Goulart, Vice-Presidente da República, substituto legal e constitucional, o direito de assumir o cargo de Presidente da República, após ter sido declarada vaga a chefia da nação, pela renúncia do Presidente, Jânio Quadros.
Temendo a implantação do comunismo no país, o Ministro da Guerra, Marechal Denys, não aceitava que Goulart assumisse o cargo, posto que era opositor do Presidente que havia renunciado e sobre ele pesavam, também, suas relações com Cuba e a União Soviética. Jânio fora eleito pelo PTN e PDC, com apoio da UDN; João Goulart pertencia ao PTB, partido pelo qual já havia sido eleito Vice-Presidente de Jucelino Kubitschek, com mais votos do que o próprio JK. Naquela época o processo eleitoral era diferente – o Vice-Presidente era, também, votado.
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Leonel de Moura Brizola, Governador do Estado do Rio Grande se aquartelou no fortificado Palácio Piratini, a partir d’onde comandou a Cadeia da Legalidade, uma ação sem precedentes, denunciando as manobras de quem pretendia quebrar a ordem constitucional, que previa a ordem natural da linha sucessória – o Vice assumiria em caso de impedimento do titular ou vacância do cargo.
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Este acontecimento da história contemporânea de nosso país – e no qual o Rio Grande teve decisiva importância – ocorreu entre 25 de agosto e 7 de setembro de 1961. Completa, portanto, 50 anos neste mês.
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As datas jubilares servem para lançar nova luz sobre personagens e acontecimentos. Documentários, reportagens, livros e filmes são produzidos para que os brasileiros de hoje conheçam um melhor e com isenção e fidelidade, o que sucedeu nesta terra de Santa Cruz, Brasilis. A Campanha da Legalidade terá esta mesma projeção. Ainda bem, pois até bem pouco este fato era relatado apenas de tradição verbal e os registros documentais, se não eram restritos, ficavam ao alcance apenas de estudiosos. Em meu tempo de ensino fundamental e médio não ouvi, nem li e também não falei nenhuma palavra, nenhuma sílaba, onde este episódio – que nos deve orgulhar a todos – fosse citado.
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 O PDT está imbuído da tarefa de levar a Legalidade como fato histórico para as pequenas comunidades. Seu líder midiático e protagonista daquele feito, é o inspirador da cruzada patriótica que trabalhistas fazem pelos pagos e campinas deste Rio Grande de Deus.
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Também, o Governo do Estado, de modo a honrar a história gaúcha, desenvolve seminários, atos oficiais e homenagens para lustrar este cinquentenário. O programa iniciou em São Borja, terra onde repousam os restos mortais dos dois personagens centrais da Legalidade – João Belchior Marques Goulart e Leonel de Moura Brizola, juntamente com o Presidente dos Presidentes - Getúlio Dornelles Vargas. Lá também está o Memorial de João Goulart, na casa onde morou e para onde retornava quando possível. São Borja é, também, a terra natal do Governador Tarso Genro.
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Nas comemorações ouve-se, por certo, o Hino da Legalidade, como o compuseram Lara de Lemos, Demóstenes Gonsalez, Paulo César Pereio: “Avante brasileiros de pé / Unidos pela liberdade / Marchemos todos juntos com a bandeira / Que prega a lealdade / Protesta contra o tirano / Se recusa à traição / Que um povo só é bem grande / Se for livre sua Nação.”
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Paz e Bem.

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