domingo, 29 de janeiro de 2012

Coluna 97 - publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 7DEZ2011

Uma vez postado na web, um arquivo pode ser apenas visto; pode também ser copiado, armazenado e editado. Este poder multiplicador e a possibilidade de manipulação de dados é ferramenta perigosa na mão de quem nela emprega má fé.


A INTERNET tem influência avassaladora na vida das pessoas e instituições. Se usada para o bem faz terra arrasada da ignorância, pois com critério e acuidade é possível obter informações sobre praticamente tudo o que se quiser. Uma informação se multiplica pelo número de vezes que é acessada em qualquer lugar do mundo. Uma vez postado na web, um arquivo pode ser apenas visto; pode também ser copiado, armazenado e editado. Este poder multiplicador e a possibilidade de manipulação de dados é ferramenta perigosa na mão de quem nela emprega má fé. Portanto, se usada para o mal, a internet pode fazer um grande estrago. Exemplos disso a grande imprensa trás de sobra.
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O bem que faz a rede mundial de computadores é perceptível no dia a dia. O mundo é uma comunidade onde, com exceções poucas, os povos se comunicam em tempo real. Isto é positivo, sem dúvida. Esta ferramenta está entranhada na vida de tal forma que um minuto de web fora do ar no mundo causaria uma tremenda dor de cabeça.
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Preocupa o que de mal ou mau pode suceder do emprego inescrupuloso da internet. Este raciocínio ganha contorno de realidade em circunstâncias que podem parecer inofensivas e até totalmente desprovidas de intenções subjacentes. Permitir que uma imagem sua seja inserida na web, por exemplo, é uma gratuita forma de partilhar um estado de espírito ou uma situação particular e nisso não reside nenhum problema. Pode, entretanto, constranger no presente ou no futuro.
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Um flagrante resulta em uma imagem que retrata a espontaneidade do momento em que foi captada. Fora deste contexto pode ser risível ou prestar-se à chacota.
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No sábado, acompanhado de minha esposa Rosa, participei de um evento social no qual um paparrazzi dos pampas se ocupou de tirar fotos de cenas e pessoas com o objetivo de postá-las em um portal www.taletal.com.br. Por amizade fomos clicados. No domingo fui conferir (o narcisismo incomoda e a gente quer se ver na internet, não?) e lá estávamos. Tudo bem, estávamos bem compostos; não comprometemos – nada de mais. Mas, passando pelas demais fotos vi gente que foi flagrada em cena que pode não ser a mais desejada. E está na internet, onde pode ser vista e copiada por quem quiser. Imagino o estrago que poderá fazer se alguma destas fotos for utilizada em contexto diferente.
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Lembro da preocupação da diretora da Escola Prof. Willy Roos, Janete Boeck, em proteger a integridade dos adolescentes que estão sob cuidados de sua escola. Na consulta popular de 2010 ela defendeu nas duas instâncias de concepção dos investimentos do governo para a região – o Comude local e o Corede – a inscrição de recursos para a construção de muros nas escolas estaduais. Defendeu esta obra com o argumento de que pessoas de fora da escola, com manifesta intenção de se aproveitar da situação, usavam de chantagem para obter imagens de alunas e alunos, valendo-se de aparelhos celulares com câmera.
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Sabia a professora que mesmo dentro da escola circulam celulares e máquinas digitais; sabia e sabe a professora – e o sabem todos os dirigentes de escolas – que fotos são tiradas, que intimidades podem estar sendo devassadas. Isto é inevitável e também preocupa. No entanto, o que ocorre dentro da escola é possível de ser detectado e administrado com os mecanismos de abordagem e disciplina próprios do meio. Já uma ação que ocorre dentro da escola para fora, não está ao alcance da direção, se não houver barreira que impeça o iniba.
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A internet é, de fato, poderosa. Ela pode edificar, ou fazer desmoronar. É apenas uma questão de bom senso, caráter, valores e decência.
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Sem mais palavras, no meio do turbilhão da vida, lhes desejo... Paz e Bem!

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