quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Coluna 87 - publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 28SET2011

Para o Município não há perdão, as contas tem que fechar!

CONTO UM CONTO – Tendo a companhia do escritor Romar Beling Caminhando (este é o nome de sua coluna) conosco, na página 11 de edições alternadas, tomo coragem de assumir um estilo literário. Sei que se apuros sentir ele me atira a bóia salvadora, resgatando-me de qualquer repuxo na maré de letras, palavras e frases. Prometo que isto não é definitivo, mas não garanto que não se vá repetir vez em quando.
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Havia uma cidade; nela uma escola. Na escola ... alunos – diversas procedências, meninos e meninas, múltiplas realidades. Algumas turmas gostavam muito de futebol, outras faziam hortas – muitos canteiros, onde aplicavam (diziam) as mais modernas técnicas agrícolas. Uma existia, aquela que tinha a sala perto da sala dos professores, onde era preponderante o gosto pelos três Pês – prosa, política e polêmica.  Na escola tudo arrumadinho. Era o orgulho da comunidade. Classes limpinhas, chão lustrado, merenda gostosa (até moranguinho já aparecera no cardápio da gurizada). Na escola uma grande festa anual era o sucesso, que projetava a escola na região toda. Nesta ocasião vinham alunos de outras escolas que, admirados, exclamavam: como é que vocês conseguem fazer uma festa assim?! Os alunos... cada tipo de gente! Um havia metido à tagarela – não era o único, mas diziam ser o mais falante; outro se destacava na turma por sempre ter algo de novo e de inusitado para contar ou para mostrar. Este era o João; aquele o José Maria. Houve um dia e uma aula. Nesta o João, inovando (de novo), bagunçou sua classe e foi embora. Ele nunca havia feito isto (se bem que...), estranharam os colegas. O tagarela, que gostava de ver a classe e a escola arrumadas na média do lugar, achou aquilo chato. Argumentou que esta classe desarrumada não condizia com o conceito que a própria escola fazia de si mesma, e que aquilo era feio. O João devia limpar a porquice que aprontara. Pronto! Quem disse que limpava. Quem disse que concordava. Pouco fez caso e foi se queixar do tagarela para a direção. Juntaram a turma e os dois – o José Maria e o João – em pé, diante do diretor, depois de assinar o livro preto ouviram-no dizer que reclamar de classe desarrumada podia, mas não da do João! Para que nenhum trauma ficasse (o bulling já era conhecido e aventado como causa de qualquer dedo destroncado) o tagarela devia escrever, bem grande, no quadro de vidro da sala (sim, o quadro era uma lâmina de vidro, onde se escrevia com caneta ou se projetava imagens) – Não devo me meter se alguém suja a classe, enfeia a sala e a escola. Isto não é problema meu! Aluno malvado este José Maria, hein?
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Não é segredo, os números foram mostrados em audiência pública, pelo Secretário da Fazenda. O cenário dos oito meses passados de 2011pedem cautela na condução das finanças municipais nos quatro meses que faltam para fechar o exercício. O cenário é bem diferente de 2010. Tanto a União como o Estado estão fazendo caixa à custa dos Municípios. Simplesmente retiveram verbas que ordinariamente repassavam para estes.
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Ainda em 2010 já houve uma primeira queda da receita, quando o censo do IBGE diagnosticou que a população de Agudo diminuíra. Este dado impactou diretamente no retorno do Fundo de Participação dos Municípios – FPM, uma das grandes fontes de recursos municipais. Agora é a vez do retorno do ICMS retratar uma nova realidade. Nossa safra agrícola de 2010 não foi completa e tampouco foi já toda (e bem) comercializada. Esta combinação de fatores fez o índice de repasse do ICMS diminuir de 0,144642 (2010) para 0,141089 (previsão para 2011).
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O governo municipal, consciente de que qualquer alerta deve ser levado a sério, tem que se virar entre o cravo e o martelo. De um lado a demanda da comunidade por obras e serviços e de outro a realidade financeira e a consciência de que para o ente Município não há perdão, as contas tem que fechar!
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Paz e Bem.


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