sábado, 14 de janeiro de 2012

Coluna 81 - publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 17AGO2011

A casa da família deveria ser um porto seguro, onde as pessoas teriam um lugar para sempre ficar um pouco

FAMÍLIA – Por mais que se escreva, desenhe, converse, reflita ou cante, abordar o tema família sempre será parcial, sempre restará algo mais a acrescentar. Portanto, mais uma vez escreverei uma coluna incompleta, pois abordarei este tema, que não se esgota.
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Domingo foi o Dia dos Pais. Na Igreja Católica que, por intermédio da CNBB, elegeu o mês de agosto como o Mês Vocacional, este domingo serviu para rezar, abençoar e pensar esta estrutura social primeira e inspiradora, lançando a Semana Nacional da Família, que dura até o próximo sábado.
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O material que guiará os encontros aborda o tema sob três dimensões: I – Família, lugar sagrado de comunhão; II – Pessoa, um ser sagrado e III – Sociedade feliz, com família feliz.
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No primeiro prisma uma pergunta é lançada: é importante ter um lugar sagrado para ficar? Respondemos sim, pois a mente logo trata de identificar em nosso conjunto de emoções um sentimento de prazer em alguma coisa ou lugar que faça com que nos sintamos bem. Este lugar deveria ser a casa da família, onde se reúnem aqueles que decidiram conviver por entrega mútua, compondo, com as gerações que lhes sucedem e, por vezes incluindo ainda as que lhes antecederam, um nicho casa onde coexistem pais e filhos e avós e gatos e cachorros e papagaios e peixes e ...  A casa da família deveria ser um porto seguro, onde as pessoas teriam um lugar interior e exterior para sempre retornar, para sempre ficar um pouco, recarregando o ser de afeto, de carinho e acolhimento.
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Quem faz a casa? A família. Onde quer que se esteja, é a casa, por causa da família, o lugar insubstituível. É na casa da família que são aprendidas as mais definitivas lições; onde a cumplicidade faz naturais e despidas de julgamento as primeiras emoções; onde ombros e colos acolhem sem contrapartida. É na família que os sins e os nãos adquirem significado formador. Quem puder dizer do efeito dos conselhos, das permissões e das limitações aprendidas e negociadas em família, dirá ter sido a maior escola.
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Na família se forma a pessoa – um ser sagrado, que faz parte do universo de Deus e deve contribuir para a construção deste universo, graças a sua capacidade de amar e a vontade e inteligência de se relacionar. A vivência e as razões dos sins e dos nãos dão estrutura emocional à criança, que terá estabilidade para ser um jovem e um adulto sagrados, capazes de repetir o aprendido no ciclo de sucessão da vida.
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A sociedade em que somos inclusos, que é o somatório de seres formados em estruturas que são ou deveriam ser células familiares, tem a qualidade de vida e convivências estreitamente identificadas pela formação de quem a integra. Uma sociedade feliz deriva de pessoas felizes, que derivam de famílias felizes.
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É utópico desejar que pessoas, famílias e sociedade vivam e inspirem felicidade e sacralidade? Parece ser. Muitos acontecimentos depõem em contrário, parecendo desmentir a capacidade de que haja ainda ninhos criatórios de felicidade.
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Em quase todo o texto conjuguei o verbo no futuro do pretérito. Não me atrevi afirmar, por saber que o conjunto humano sofre influências nem sempre são boas e positivas, e que são capazes de submeter pessoas e comunidades. Todavia, alimento que devemos nos esforçar para que as perdas sejam mínimas, e que ninguém descreia do valor da família.
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Que nesta convicção nos ajude e inspire trecho da Oração pela Família, de João Paulo II: “(...) Faze com que o amor reafirmado pela graça do sacramento do matrimônio, se revele mais forte que qualquer debilidade e qualquer crise, pelas quais, às vezes, passam nossas famílias. Amém!”
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Paz e Bem.

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