quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Coluna 85 - publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 14SET2011

Eu sou gaúcho e me chega, prá ser feliz no universo!!

A DATA MAGNA DO GAÚCHO – O legislador brasileiro concedeu a cada Estado da federação esculpir em lei uma data que sintetizasse sua história. O Rio Grande do Sul, onde nasceu a idéia deste ato institucional, fez sua data magna o 20 de setembro, designando-o como Dia do Gaúcho. A data tem significado pela deflagração da Guerra dos Farrapos, em 1835.
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É fértil de motivos o Dia do Gaúcho. Para a ele se referir existem muitas vertentes que jorram sentimentos e brios. É tão rica a tradição desta terra que não se pode festejá-la em um dia; é necessária uma semana e com grife própria – a Semana Farroupilha.
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 Atenho-me a fonte cultural e dela represo o córrego da poesia. Represo-o para que, no remanso que forma, apartar uma composição rimada das tantas e tão belas que proclamam as virtudes, a beleza, a fé e o jeito de ser e viver do gaúcho – a poesia Eis o Homem, de Marco Aurélio Campos. Obra prima que reina absoluta no repositório literário poético gauchesco.
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Eis o Homem é um poema extenso. No entanto, pode ser fragmentado sem perder a essência. Com licença do autor, me valho de sua inspiração para homenagear todos os que fazem da Semana Farroupilha um período para se abastecer lúdica, cultural e espiritualmente (sei, sei, também de muito churrasco, chimarrão, música e boa prosa).
Brotei do ventre da Pampa, que é Pátria na minha Terra. / Sou resumo de uma guerra, que ainda tem importância. / Diante de tal circunstância, segui os clarins farroupilhas e, / devorando coxilhas, me transformei em distância. / (...) Sou o ruído que o couro faz ao roçar no capim. / Sou tim-rrim-tim-tim da espora em aço templado./ Trago o silêncio guardado, do pago dentro de mim. / Fazendo vez de oratório, sou cacimba destampada, de boca aberta, calada, como à espera do ofertório; / como vigília em velório, nesse jeito que é tão seu: / tem muito de terra... É céu que a gente sente ajoelhando e, / de mãos postas, levantando / o pago inteiro para Deus. (...)
Sou o Sepé Tiarajú, o Uruguai, rio-mar azul. / Sou o Cruzeiro do Sul, luz e guia do índio cru. / Sou galpão, charla, e chirú de magalhanicas viagens. / Andejei por mil paisagens, sem jamais sofrer sogaço. Cresci juntando pedaços de brasileiras coragens. / Sou, enfim, o sabiá que canta, alegre embora sozinho. / Sou gemido de moinho num tom tristonho que encanta. / Sou o pó que se levanta, / Sou terra, sangue, sou verso. / Sou maior que a história grega. / Eu sou Gaúcho, e me chega / prá ser feliz no universo.
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Semana Farroupilha remete, também, a conquistas. Agudo, por sua Câmara Municipal, botou os pingos nos is com relação ao atendimento do Cartório Eleitoral. O programa Justiça Eleitoral Presente, que o TRE fez ser criado em Agudo e Paraíso do Sul para compensar a perda da sede do Cartório Eleitoral para a Comarca de Faxinal do Soturno, previa que esta presença seria semanal, online e o dia inteiro. No entanto nos últimos meses Agudo estava com atendimento de 6 horas mês, em semanas alternadas e somente à tarde. A Câmara protestou e a juíza eleitoral demandou que o cartório atendesse ao pedido. Com tal decisão a partir desta semana o atendimento eleitoral em Agudo acontecerá todas as quartas-feiras – manhã e tarde.
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A população de Agudo merece ser respeitada e isto implica em que tenha à sua disposição serviços públicos diligentes, não importando se forem municipais, estaduais ou federais; se o prestador é o Poder Executivo, Legislativo, Judiciário ou o Ministério Público. O que interessa é que seja eficiente, eficaz e tenha continuidade, de modo a se estabelecer como rotina na conturbada e apressada forma de viver.
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Nem todas as homenagens feitas á pessoas vivas alcançaram tanto prestigio quanto o ato de votação do Projeto de Lei que denomina Rua Eduardo Gehrke, uma rua da cidade de Agudo, na sessão da Câmara da última segunda-feira. Homenagem post mortem a um líder de Agudo do tempo de Vila de Cachoeira do Sul, a sessão foi prestigiada por, dentre outros, Norberto Gehrke, um dos cinco netos remanescentes do imigrante Gehrke. Norberto veio de Porto Alegre especialmente para estar na Câmara. Mostrando que os 85 anos lhe deram muita bagagem, lustrou o ato legislativo com surpreendente exposição na Tribuna Livre. Muito, aliás, de tudo, valeu o entusiasmo da bisneta Elia Luther Unfer. A Elia põe o coração em tudo o que faz. Neste ato, lembrando de sua mãe, viveu a emoção da aprovação unânime da proposta que havia sugerido ao Ver. Geis.  
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Paz e Bem.

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