quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Coluna 88 - publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 05OUT2011



PAZ E BEM! Onde há caridade e sabedoria, não há temor nem ignorância. / Onde há paciência e humildade, não há ira nem perturbação. / Onde a pobreza se une à alegria, não há cobiça nem avareza. / Onde há paz e meditação, não há nervosismo nem dissipação. / Onde o temor de Deus está guardando a casa, o inimigo não encontra porta para entrar. / Onde há misericórdia e prudência, não há superfluidade nem dureza de coração. (São Francisco de Assis)
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Ontem foi 4 de outubro, dia consagrado a São Francisco de Assis – o protetor dos animais, o santo da paz, o criador do presépio natalino; inspiração e guia de quem deseja e alimenta que um mundo de harmonia e não-violência é possível.
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Declino dos temas cotidianos para dar eco a mensagens, preces e admoestações de São Francisco. É dele a frase de estímulo que perpassa o tempo como mantra de quem acredita em si mesmo: Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível. Também se lhe atribui a assertiva que diz serem equivalentes as pessoas ainda que dotadas de talento e saber diversos - Ninguém é suficientemente perfeito que não possa aprender com o outro e ninguém é totalmente destituído de valores que não possa ensinar algo ao seu irmão.
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O jovem de Assis que abdicou da riqueza e nobreza de seu berço familiar e, ante a Cruz de São Damião escutou, em espírito, a mensagem divina de reformar a Igreja de Cristo, tem sua vida e obra associada a promoção da paz, pela qual rezou: Senhor! Fazei de mim um instrumento da tua paz! Onde houver ódio - faze que eu leve o amor. Onde houver ofensa que eu leve o perdão. Onde houver discórdia - que eu leve a união. (...) Ó Mestre! Fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado; compreender que ser compreendido; amar que ser amado....
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Estudos e reflexões do Conselho Internacional de Justiça, Paz e Integridade da Criação, da Ordem, dos Frades Menores, sistematizados no livreto Os Franciscanos e a Não-Violência (2004) mostram que seus seguidores estão hoje – como estiveram sempre – preocupados com a violência no mundo e com o crescente potencial da humanidade para destruir a vida do planeta. Denunciam o grande paradoxo do homem: as raízes da violência estão dentro de cada um de nós, assim como as soluções para superá-la e construir um mundo mais justo e pacífico.
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Como construtores da paz, arautos da reconciliação plena, os franciscanos apresentam a fórmula que torna possível estabelecer relações justas, baseadas no respeito, na igualdade e na busca da harmonia – acreditar que Deus é um Deus da não-violência criativa, abundante e plena (!) que anseia de nós que todos tomemos lugar no grande banquete, regozijando as diferenças, sem recorrer à violência. Este mesmo Deus deseja que seja respeitada a integridade da pessoa, das culturas e do cosmos.
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São Francisco e Santa Clara de Assis cumprimentavam as pessoas de sua época com a expressão Pace e Bene, ou Paz e Bem! Com este voto exprimiam: que gozes de boa saúde, que estejas tranquilo e feliz, que não sofras necessidades, que seja respeitada tua dignidade, que tua bondade interior floresça, que o mundo em que vivemos conheça esta profunda paz!
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Sem mais palavras, no meio do turbilhão da vida, lhes desejo, mais uma vez e sempre Paz e Bem!

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