domingo, 29 de janeiro de 2012

Coluna 101 - publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 18JAN2012

Esta situação climática (...) fará retirantes da colônia, com certeza. Haverá situações em que o desespero com o presente e a desesperança com o futuro afetarão a condição emocional das pessoas e acenderão o farol de alerta para a solidez dos laços de muitas famílias

O calendário começou a despetalar 2012. Já avançamos na terceira das cinquenta e duas semanas do ano. Pela sensação térmica e climática do início e pelo que está agendado para frente, por certo viveremos uma sucessão de fatos que manterão o ano acelerado, sem lugar e tempo para a monotonia.
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Enfileiro alguns fatos que darão a tônica da opinião pública, ocuparão as prosas à sombra e preencherão pautas da imprensa na recém iniciada fração de século.
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A inclemente seca torra a terra, seca a planta, evapora a água do açude, esgota a vertente, faz cessar o fio d’água da sanga que brotava do ventre da terra, madura precocemente o fumo, aniquila a grama, estorrica a roça e (quem há de dizer em contrário) começa a atingir o metabolismo humano. Esta situação climática, prenunciada pelo menos desde setembro do ano passado para durar todo o verão e invadir o outono, fará retirantes da colônia, com certeza. Haverá situações em que o desespero com o presente e a desesperança com o futuro afetarão a condição emocional das pessoas e acenderão o farol de alerta para a solidez dos laços de muitas famílias, sinalizando ser chegada a hora de procurar novo horizonte, onde realizar a vida sonhada e tida por merecida (como pais para si e para seus filhos e como filhos para si mesmos e para seu futuro). Esta migração se dará, com muita probabilidade, para a cidade. A cidade receberá o grupo que morará onde? Uma vez instalada no teto/chão possível e disponível a família viverá com qual renda? Quem puder trabalhará no quê?
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A seca tem efeito também na cidade. Ainda não há (como até agora não me lembro de já ter havido) racionamento de água. No entanto, os reservatórios são sangrados dia a dia e, se não houver reposição hídrica, poderão secar. Antes de isso acontecer será prudente contingenciar o que resta, instalando rodízio, e incentivar a economia de água – poupar enquanto tem para ter por mais tempo.
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A cidade – criação humana para autodefesa e melhor estrutura social – tem sua existência e crescimento regrados de modo a viabilizar o viver e assegurar o bem-estar. Em seu primeiro meio século a cidade de Agudo absorveu sua expansão no traçado urbano concebido lá no crepúsculo. Foi um tempo de rédeas bastante frouxas. Nas barbas do governo foram surgindo núcleos, quadras inteiras – regulares ou nem tanto. Instalada a realidade, correu-se atrás de adequar esta ao que a lei ditava. Algumas vezes mudando a realidade, outras, aliás, na maioria das situações, mudando a lei.
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Mas as coisas mudaram e essa onda de migração que poderá grassar sobre Agudo encontrará a sociedade disciplinada pela Lei Complementar 10/2011 – o novo Plano Diretor, que atualizou o regramento de ocupação e a destinação dada aos dos espaços, tanto urbanos como rurais. Por enquanto ainda um compêndio desconhecido até pelo governo – que se familiariza à medida em que as demandas se apresentam – o Plano Diretor está em pleno vigor, para o bem, se assim entendermos que seja algo que proposto para harmonizar a vida entre as pessoas e destas para com seu ecossistema.
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A política e os temas periféricos nela atrelados ficam para a próxima semana.
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Sem mais, no meio do turbilhão da vida, lhes desejo... Paz e Bem!

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CARPE DIEM!!!