domingo, 29 de janeiro de 2012

Coluna 96 - publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 30NOVZ2011

Quero comentar sobre a descoberta deste animal que aqui estava antes mesmo do bodegueiro que vendeu víveres para os recém chegados à Colônia Santo Ângelo.


ELE JÁ ESTAVA AQUI – Quando criança ouvia a leitura do livro do Gênese e fazia interpretação literal da descrição da criação: o homem (Adão) fora moldado do barro pela mão de Deus e a mulher (Eva) surgira de tecidos de uma costela de Adão, extraída quando este dormia profundo sono. Mais tarde foi-me mostrado que o lido deve ser interpretado e contextualizado. Devia levar em conta, o tempo em que o fato foi concebido e narrado – quem o narrou, para quem, em que circunstância. Isto me ajudou muito!
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Deus é o autor da criação – sentença proferida com motivação na fé e cada vez mais fortemente fundada também em quem a proclama alçado na razão e na ciência!
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Não me ocupo, todavia, em debater sobre a origem do mundo e da máquina de debulhar milho. A intenção desta introdução é remeter para um tempo bem mais recente ao da grande explosão que fez existir o que existe. Quero comentar sobre a descoberta deste animal que aqui estava antes mesmo do bodegueiro que vendeu víveres para os recém chegados à Colônia Santo Ângelo. O dinossauro de penas encontrado em Agudo em 2004 e agora mostrado aos olhos de leigos e de cientistas – o Pampadromaeus barberenai.
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Já em março deste ano o paleontólogo e dentista Sérgio Cabreira, que participou da expedição exploratória, vibrava com a perspectiva de que a descoberta de Agudo em 2004 fosse acolhida na reunião anual de uma entidade credenciadora americana, a Society of Vertebrate Paleontology. Dizia que se tal acontecesse o feito científico estaria reconhecido. Na ocasião devia ter escrito isto. Não aproveitei a fonte, azar.
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A espera foi compensada. Recentemente houve esta recepção do feito, reconhecidos como legítimos e corretos os procedimentos de manuseio e datação. O Pampadromaeus barberenai existiu e em Agudo e há 228 milhões de anos atrás.
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Nesta edição do CA, aliás, nesta mesma página, encontra-se uma matéria bem completa. O CA e eu não queremos que passe sem registro este fato único e que, por hora, faz Agudo berço do fóssil do ser animado mais antigo do mundo. Combinado está que hajam duas imagens diferentes na página. Serão dois ângulos diferentes, para que os leitores tenham uma ideia mais clara de como foi este animal que viu este mesmo sol que nos torra na primavera com cara de verão nascer e se por muito antes de nós.


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Sem mais palavras, no meio do turbilhão da vida, lhes desejo... Paz e Bem!

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