terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Coluna 45 - Publicada no Jornal Correio Agudense - Edição de 8DEZ2010


Só na Vila Cruzeiro e no Complexo do Alemão existem traficantes e poder intimidador?



MOTIVAÇÃO EXTRA – A operação de retomada da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão no Rio da Janeiro, promovida pelos governos carioca e federal, onde se havia instalado um comando paralelo, com regras do narcotráfico, foi uma indiscutível ação de estratégia e sintonia das corporações de segurança – polícia carioca e forças armadas.
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Vista em todo mundo, a ação do Estado para resgatar a ordem institucional naquele território entranhado na paisagem da Cidade Maravilhosa, fez brotarem questionamentos entre os brasileiros. Por que só agora esta ação, quer-se saber, também, da motivação que determinou a entrada das Forças Armadas nas ações. Em raciocínio lógico se pode afirmar: Ora, se devia acontecer, que fosse logo; se as Forças Armadas tem também a missão de assegurar o Estado de Direito e a ordem institucional no país, justificada esta sua participação. Se prejuízo já houve; se inocentes pereceram; se por muito tempo estas regiões eram guetos com leis próprias; havia que se fazer algo. E se fez! Resta torcer para que naquelas áreas seja definitiva a superação do mal pelo bem, de modo a permitir que ali haja vida normal, com trabalho, laser, família; que o governo possa governar, levar escola e saúde e que o povo tenha paz, com crianças brincando e adultos não mais sendo subjugados, expropriados de seus bens e sua dignidade.
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No entanto agora sabe-se que a operação teve desencadeamento calculado e o fator determinante foi a proximidade da inauguração do Teleférico do Complexo do Alemão. O Presidente Lula deseja entregar esta majestosa obra ainda em seu mandato. Nada fizesse, teria o Governo Federal que negociar com os traficantes uma licença para adentrar ao território e cortar a fita, o que seria, constrangedor e prova de ineficiência administrativa e derrota pessoal para Lula, Sérgio Cabral e tantos mais.
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Então, viva seja dada a mais uma articulação do governo federal. O Presidente poderá pronunciar seu bordão “nunca na história deste país” com sotaque e semblante só seus... É, nunca mesmo!
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Uma questão no entanto ainda fica no ar: só na Cruzeiro e no Complexo do Alemão existem traficantes e poder intimidador? Aguardemos para festejar mais tarde...
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A PONTE ESTÁ PRONTA – É princípio de justiça que reporte a conclusão da ponte, amplamente repercutida nesta edição do CA, fato que prendeu a atenção da região e do estado na semana passada. A contagem, iniciada em março, se encerra. Estivemos 331 dias sem a ponte sobre o Rio Jacuí, na RST-287.
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ADVENIAT ABEND - A programação do Natal de Luz já começou. Dos eventos programados para preparar o Natal de todos, o próximo será o Adveniat Abend (Noite de Advento) do ICBAA. Será às 21h00 de domingo, dia 12. quem desejar assistir com conforto deverá levar uma cadeira, como de hábito nas programações abertas de Agudo.
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UM ARCO-ÍRIS para festejar o CA todo colorido! A foto foi tirada no entardecer de quinta-feira, dia 2, em Cerro Chato.

Paz e Bem

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Coluna 44 - Publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 1.ºDEZ2010

Queremos de volta a ponte para encurtar o caminho e para aliviar o fluxo da Rodovia do Imigrante.


ADVENTO – Tempo especial. Será acaso as operações de combate ao crime a ao mal no Rio de Janeiro terem sido desencadeadas justamente no advento? Pode ser. Mas pode dizer também que o tempo de espera e preparação é pertinente para atitudes de resgate da dignidade, da liberdade e da vida e pode ter sido motivador das ações.
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ADVENIAT ABEND – A celebração do Natal de Luz de 12 de dezembro, domingo, no ICBAA tem, neste ano, foco na época de sua realização – o tempo do advento! Denominado Adveniat Abend (Noite de Advento) o acontecimento pré-natalino inova no local – será no pátio interno do ICBAA – e na programação, que será toda com talentos e personagens locais. Deslocar para o pátio interno da entidade é positivo pois libera o trânsito na Concórdia e permite que os assistentes desfrutem de ambiente sombreado desde a tardinha e vejam o palco sem a grade divisória que divide os espaços frontal e a rua. Será uma experiência positiva, espera-se. As apresentações artísticas dos talentos locais será oportunidade de dar palco e reconhecimento à quem se esforça ensaiando o ano todo. Quem ensaia, quer que seu esforço seja conhecido. Que então lhe seja dada oportunidade de mostrar. Sendo rico o tempo litúrgico do advento, os líderes religiosos, frei João Germano e Pastores Henrique Scherer e Edson Datsch apresentarão mensagens espirituais para reflexão. A cortina musical que recheará a noite será dos corais Agudo EnCanto, da III Idade e Vozes da Dickow, todos pré-confirmados. Fazendo síntese do Adveniat Abend, pode-se afirmar que será espaço para celebração de valores pessoais e espirituais – é o Cristo com espaço na festa que é Dele, mas para a qual nem sempre é convidado.
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UMA MENTE BRILHANTE – O magistrado agudense, filho e irmão de advogado, Luciano Losekann assenta nos elevados degraus da pirâmide judiciária brasileira. Como coordenador do departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Conselho Nacional de Justiça, o filho de Geraldo e Margit Losekann é responsável por comandar vistoria em presídios de todo o Brasil. Com atuação em Porto Alegre e em Brasília, Luciano anunciou que o Raio X nas prisões gaúchas será em março de 2011. No entanto já adiantou sua posição com relação ao Presídio Central de Porto Alegre – deveria ser demolido. Fala por conhecer; fala por saber que o PC é desumano e que o ambiente não regenera ninguém que lá é depositado, na espera de que recupere para o convívio.
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A PONTE – Passados 329 dias é possível afirmar que faltam mais dois para que o sistema viário gaúcho tenha de volta a travessia do Rio Jacuí, na RST-287. Desde quando a governadora Yeda Crucius twittou “acabo de marcar p/dia 3 de dezembro a inaguração da ponte do agudo, q foi levada pelas águas dia 4 de janeiro”(sic), a expectativa só aumenta. Para nós, agudenses, a espera é interminável. Queremos de volta a ponte para encurtar o caminho rumo Oeste e, também, para aliviar o intenso fluxo que castiga a recém restaurada pista da ERS-348 – Rodovia do Imigrante.
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Será um momento importante. Na inauguração será feita prestação de contas do Governo do Estado e do Município. Haverá saudosa lembrança das vidas que foram perdidas. O Prefeito Ari Alves ainda lamenta a perda do amigo e seu vice, Beto Boeck e esta sensibilidade aflorará. Representantes de segmentos políticos e empresariais expressarão, em gestos e mimos, a gratidão que sente a comunidade pela decidida ação da Governadora Yeda. Justas e merecidas manifestações. É inquestionável que o governo devia fazer a obra e logo. No entanto a decisão da chefe do executivo estadual foi vital para que a iniciativa não esbarrasse nos escaninhos da burocracia pública.
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Não testemunharei pessoalmente a solenidade, pois atendo convite da SMEC para, novamente, cooperar na avaliação do ensino do alemão nas escolas de Agudo. Honra-me poder prestar este bem para a educação de minha terra. Os jovens, o sistema educacional e, particularmente, o esforço em aprender comunicar-se em alemão fazem com que a escolha seja natural. A ponte lá estará; os atos festivos serão registrados.
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Paz e Bem

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Coluna 43 - Publicada no Jornal Correio Agudense - Edição de 24NOV2010

Dobra-se esquinas sem sinalizar; poucos motoristas e pedestres observam as fixas de segurança

VERÃO E SEGURANÇA – O trânsito é, também, uma questão de segurança pública. Os claros, quentes e longos dias de primavera/verão induzem ao aumento da velocidade em todas as vias e meios. Os motoristas aceleram; os pedestres, esbaforidos, apuram o passo na busca do abrigo de uma sobra. Observa-se, principalmente nas vias urbanas, que regras básicas de bom senso e o cumprimento da legislação vigente são neglicenciados sem cerimônia. Dobra-se esquinas sem sinalizar, poucos motoristas – e também poucos pedestres – observam as faixas de segurança, onde estas existem e são visíveis. As ultrapassagens são feitas com requinte de exibição; as curvas parecem retas. Tudo concorre para situações de risco e acidentes.
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O verão também é a estação em que a equação bebida/drogas + volante apresenta os resultados mais estúpidos. Morre-se e mata-se sob efeito de álcool ou chapado.
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A sociedade pode mudar isto com mecanismos rígidos e educação, muita educação. Educando os usuários das pistas – sejam motoristas, tratoristas, motociclistas, ciclistas ou pedestres – teremos, em médio prazo, uma nova cultura e comportamento no trânsito.
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ESCUTA O RIO – “Escuta o rio, escuta o rio; Antes da sede derradeira, escuta o rio…(...) Antes da última fronteira, escuta o rio… (…) O rio foi condenado sem defesa, desamparado vai em agonia. O rio sempre ofertou o pão na mesa. Quem foi que fez jorrar tanta sangria? A mão que lhe feriu tinha certeza, por mais que se fizesse em demasia, Por mais que mais ferisse a terra nua, o rio que já foi Deus não morreria. “ Escuta o Rio, letra, música e interpretação dos irmãos Vinícius e Tuny Brum venceu a Tertúlia Nativista de Santa Maria. Acertaram em cheio. A musicalidade suave, quase introspectiva e a voz marcante, característica da cepa Brum, convenceu o juri que lhe concedeu o (cobiçado) Troféu Minuano. Se credencia a virar música-hino para quem rema nas causas ambientais, principalmente às ligadas aos mananciais de água.. Vai ser sucesso por muito tempo.
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O MAGISTRADO COM OLHOS PARA O SOCIAL – O recém empossado Juiz titular da Comarca de Agudo, Tiago Tweedie Luiz, tem olhos para o social. Apoiado por seus auxiliares de gabinete e com a parceria do Ministério Público deseja dar um natal mais humano às crianças e adolescentes abrigados no Lar Transitório Amor-Perfeito. Para tanto buscará apoio na comunidade, convidando empresários, autoridades e cidadãos interessados a realizar o sonho de natal, expresso em bem redigidas cartas escritas por quase vinte meninas e meninos que lá moram. Na entrega fará a todos ver que o magistrado é muito gente, que se sensibiliza com o coração, o sentimento e o natural desejo de ganhar carinho e presente, inato a todas crianças e jovens, mas que para algumas é uma quimera. A Promotora Daniela tem o brilho dos olhos do filhote Pedro a inspirar; já o togado Tiago, que casou neste mês, não tendo ainda rebento, tem como referência o horizonte humano e a realidade, muitas vezes crua.
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ADVENTO – João Batista pregou na região do Jordão: “Preparai os caminhos do Senhor, tornai retas suas veredas (…) E toda carne verá a salvação de Deus”, prenunciando a chegada do messias aguardado, o Cristo, Deus feito gente, divino e humano. A Igreja cristã renova sua liturgia para anunciar este nascimento. Nela a advertência João Batista é revivida no Advento. Os caminhos do Senhor devem ser preparados com mais amor, mais respeito, mais dignidade, mais justiça e mais fraternidade.
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A PONTE – Estamos, hoje, 322 dias sem a ponte da RST-287, entre Agudo e Restinga Sêca.
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Paz e Bem

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Coluna 42 - Publicada no Jornal Correio Agudense - Edição de 17NOV2010

A sociedade toda deve cooperar, alinhando condutas que fazem bem e promovem a paz.

VERÃO E SEGURANÇA – Quem tem que cuidar da segurança pública? A sociedade e quem por ela é investido nas funções que o Estado criou com este propósito. O verão vem aí e é, por estatística, fator de aumento de atos lesivos ao sossego, ao patrimônio e à vida. Sinais já são percebidos em Agudo. Tiros trocados em propriedade particular ante iminente agressão patrimonial, um automóvel furtado de dentro do pátio, no centro da cidade, conflitos por causa do som alto na Praça da Emancipação. Não se precisa listar muito para perceber o que mais se pode esperar. Quais manchetes queremos para Agudo nesta estação? A responsabilidade maior é das polícias civil e militar, sem dúvida. E estas não fogem do compromisso. Todavia, a sociedade toda deve cooperar, alinhando condutas que fazem bem e promovem a paz. Evitar excessos de toda ordem, coibir e denunciar ilicitudes, alertar suspeitas, são atitudes que podem abortar crimes e contravenções que maculam nossa imagem e diminuem muito a qualidade de vida de quem aqui vive ou visita o Torrão Amigo.
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A instalação de câmaras de monitoramento em pontos estratégicos da cidade permitiria acompanhamento do fluxo de veículos e pessoas. Incomodaria, talvez, quem entende ser o Grosse Bruder – para manter a originalidade do estrangeirismo, mas em alemão – uma violação de privacidade, mas seria uma ferramenta capaz de fazer a polícia estar em mais de um lugar do mesmo tempo. Sei que já houveram diálogos para tal. No entanto a novidade ainda encontra resistências. No entanto virá... dia mais dia menos virá.
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VERÃO – Ante a chegada de cada estação de calor se avolumam os alertas para o uso de protetor solar. Antes um produto da cosmética de praia, o creme que filtra os raios UVB, vem sendo componente necessário para quem trabalha à sol aberto. As empresas e o poder público deverão oferecer creme com fator FPS no kit de uso recomendado ou, até obrigatório por empregados e servidores. Nos balaios onde se leva o café para a roça (ainda se faz isto?), junto com café, pão, schimier e linguiça, deverá estar um pote com o produto. O comércio deve encontrar formas de despertar para o consumo de bloqueadores solares para criar o (salutar) hábito de consumo e uso. Nas promoções de venda de final de ano ele deve ser uma vedete. Tudo isto se justifica, em nome da saúde das pessoas. Não negligenciemos deste mínimo cuidado com nosso corpo.
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PÓDIO – Assistindo a final do mundial de Vôlei, domingo, imaginei uma cena bem interessante. É agosto de 2016. Terminou a Olimpíada do Rio de Janeiro! O Brasil foi o quarto na classificação geral de medalhas, superado por Estados Unidos, Japão e China. Tudo deu certo, muito certo! A linha vermelha não foi tomada de assalto. Os locais de provas foram eficientes e em sua construção não houve superfaturamento; tudo, tudo muito bem. É sexta-feira, tardinha... 17h00. Um carro improvisado como Carro de Bombeiros, está na rótula da 287 com a Rodovia do Imigrante e nele um ouro olímpico nascido em Agudo! Na grande carreata, aplausos, show, pirotécnico, bozinaço. No Centro Desportivo Municipal cumprimentos, flashes, entrevistas, lágrimas de felicidade. Agudo tem, em seu panteão (cruzes, que palavra mais arcaica), um/a atleta ouro olímpico/a a inspirar uma geração inteira de jovens para o conceito men sana in corpore sano.
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O Carro de Bombeiros já vi desfilar mais de uma vez, e aplaudi. Todos aplaudimos.
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UMA HOMENAGEM JUSTA PARA UM ÍCONE- Em 2011 o Reverendo Pastor Richard Rudolf Brauer completaria cem anos. O centenário de nascimento do grande líder da Igreja evangélica de confissão luterana de Agudo será comemorado com a dimensão exata do homenageado. O Instituto Cultural Brasileiro Alemão de Agudo, entidade que o Pastor Brauer fez fundar e a quem dedicou muita energia e preces, obteve, da família, autorização para prestar-lhe o reconhecimento. Será em março. A data natalícia é 16. A programação será preparada com respeito e dignidade.
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A PONTE – Estamos, hoje, 315 dias sem a ponte da RST-287, entre Agudo e Restinga Sêca.
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Paz e Bem

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Coluna 41 - Publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 10NOV2010



Como homem, como mulher (…) em tudo precisamos nos reinventar. Realmente o mundo mudou!

COMO MUDOU... E FOI NECESSÁRIO – Aconteceu até o domingo passado, a Semana do Automóvel de São Paulo. O fato de ter sido a edição jubilar – completou 50 anos – despertou a mídia, que lhe destinou grandes espaços. Muita sofisticação e glamour, muitas belas modelos para sorrirem e fazerem muxoxos, fazem desta feira ser a maior da latino-américa. Confesso que nunca entendi o papel das mulheres pousando ao lado dos carros, servindo como isca visual para atrair os peixes ao volante. Depois a grita é grande...
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Chama a atenção a tecnologia empregada na montagem e nos equipamentos de bordo do item que é uma das paixões nacionais – sua majestade o automóvel. Um engenheiro mecânico, detalhando um dos lançamentos, afirmou: muitas inovações que hoje são realidade há vinte anos atrás não passavam de ficção científica. Freei; acionei o neutro (no meu imaginário estou usando um carro com câmbio automático), com uma leve pressão no volante desliguei o som para refletir e … concordei com ele. O automóvel mudou, e como. De tradicional restam que ele tem motor, caixa, quatro pneus, tração, carroceria, etc, etc.... Mas, na comparação destes componentes com seus idênticos da década de 70/80 percebemos o salto qualitativo que se deu na indústria automotiva.
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A mudança foi desenhada pelo mercado, é verdade. A concorrência, a abertura das fronteiras, a ascensão econômica dos povos e o desenvolvimento como tal foram motivações determinantes. Para fazer o comprador gostar mais de A do que de B vale quase tudo. No entanto, devemos admitir que a evolução foi fundamentada, também, na preocupação da engenharia com fatores como segurança, proteção do meio ambiente, finitude de fontes combustíveis fósseis, redução dos espaços urbanos. Logo, a evolução não se deu apenas para vender mais. Deveu-se, também, à necessária atenção para a sustentabilidade e manutenção da vida no planeta. Neste pensar o Brasil se escala no time das nações maduras e inovadoras. A descoberta do álcool – hoje batizado de metanol – nos deu lugar cativo nesta seleção. Chegará ainda o dia em que poderemos prescindir do petróleo, pela soma de duas fontes energéticas abundantes e renováveis – o metanol e a energia elétrica, de geração solar, hidráulica e eólica.
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MUDAR É NECESSÁRIO – Qual a indústria do automóvel, também a sociedade e o homem devem realinhar-se. Mantendo a essência, que deve ser imutável, devemos produzir a reengenharia das estruturas que nos dão suporte, para não cairmos no anacronismo. Quantas ações em nosso redor ainda estão equipadas com platinado, bobina e carburador? Algumas só dão arranque na manivela. Poluem, fumegam, andam só com duas marchas: uma, bem lenta, para frente e, com facilidade escapa a caixa para a ré. Ocupam grandes espaços com excessos de lataria sem serventia nenhuma, sustentada em convicções teimosas e retrógradas, vaidade e egoísmo.
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É urgente a atualização de paradigmas e a própria quebra destes. Afinal, da descoberta da máquina de debulhar milho para cá tanta coisa já mudou. É necessário e premente que admitamos que a engrenagem da vida gira com mais rapidez, e que nesta ciranda devemos dançar em novo ritmo. Os governantes precisam dialogar; quem tem mandato deve ter consciência de que recebeu uma procuração coletiva e não uma escritura de propriedade. A família deve nutrir-se material, espiritual e emocionalmente para conceber que o mundo no qual os seres que gera viverão é um novo mundo com novo tempo, que passa rápido. Como pai, como mãe, como aluno, como professor, como médico, como paciente, como advogado, como religioso, como cristão, como gremista, como colorado, como homem, como mulher; na condição de quem ama e na de quem é amado – em tudo precisamos nos reinventar. O mundo realmente mudou.
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A PONTE – Estamos, hoje, 308 dias sem a ponte da RST-287, entre Agudo e Restinga Sêca.
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Paz e Bem

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Coluna 40 - Publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 04NOV2010

Já tem um sim na praça para atravessar o Largo Aldo Berger

… E AS URNAS FALARAM – Registrar a eleição presidencial de 2010 é importante para a cronologia de publicações contínuas como é uma coluna semanal. Nesta percepção apresento a vitória de Dilma Rousseff na eleição para a Presidência da República, dia 31 de outubro passado. Favorita desde o primeiro momento, Dilma teve capacidade de manter imaculada sua imagem ao longo de toda campanha. Ganhou a eleição alavancada por fatores que não estão diretamente ligados à si própria nem à suas propostas. Foi fundamental o carisma de quem sucederá – Lula, os minuciosos processos de pesquisa eleitoral e um partido.
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Lula transferiu para Dilma todos os méritos de seu governo, sua popularidade, seu carisma pessoal, a aprovação de sua última gestão, a boa maré da economia brasileira que seu governo comandou, a inclusão no mercado de consumo de milhões de patrícios. Também a declarada e aberta campanha que, como Presidente da República, fez em favor de sua escolhida. Enfim, todos os ventos sopraram à favor.
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As pesquisas foram o termômetro dos indecisos. Apontaram, desde sempre, a aceitação ascendente da candidata Dilma. Nesta constatação muitos brasileiros que não querem perder voto – e estes se contam aos milhões – se decidiram por votar em quem virtualmente ganharia.
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O partido que cooperou com Dilma não foi o PT, grei que ela escolheu há tão somente 10 anos. Sem dúvida, o Partido dos Trabalhadores é o suporte e o organismo político por onde transita o pensamento ideológico do governo que Dilma fará. Mas a escolha do PMDB para vice foi providencial e decisiva. Em muitos rincões do país onde o PT é tímido ou sequer está ativo, peemedebistas se encarregaram de empunhar sua bandeira.
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Dilma Rousseff ganhou os brasileiros todos com seu pronunciamento da noite de domingo. Focado, sem firulas de linguagem e sem pirotecnia populista, Dilma – ou Ilma, como meu pai insiste em chamá-la, inspirou confiança e conhecimento da missão que terá pela frente. Aos que nela haviam votado, confirmou quem queriam ver eleito; aos que não lhe tributaram a urna inspirou uma sadia percepção de que o Brasil falará, nos próximos quatro anos, por alguém preparado para o poder. Ganhou a todos.
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Eu vi Dilma Rousseff em 1999, em Agudo. Convidado pelo então Presidente da Câmara, Ver. Beto Müller, acompanhei solenidade ligada à UHE Dona Francisca. Intrometido com os convidados para o acontecimento, acompanhei seu discurso bem de perto. Voz incisiva, olhar convicto e palavras de quem conhecia o assunto. Poderia alguém que a ouviu em Nova Boêmia, Agudo, há onze anos, dizer que ela viria a subir a Rampa do Planalto com a faixa Verde-Amarela? Sequer ela imaginava.
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DIÁLOGO DE CALÇADA – Dois ex-dirigentes de partido de Agudo se encontraram em uma das esquinas da Concórdia e travaram o seguinte diálogo – Pergunta: Disputarás a Prefeitura em 2012? Resposta: sim! Esta inesperada e convicta assertiva desarticulou o ex-dirigente e ainda militante. Portanto, já tem um sim na praça para atravessar o Largo Aldo Berger como mandatário, em janeiro de 2013.
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KLAVIERKONZERT IN ICBAA – Será domingo o Klavierkonzert in ICBAA. O Instituto Cultural Brasileiro Alemão de Agudo espera o apoio da comunidade para esta proposta de cultura e arte. Será às 21h00. Ainda restam convites.
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A PONTE – Estamos, hoje, 302 dias sem a ponte da RST-287, entre Agudo e Restinga Sêca.
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Paz e Bem

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Coluna 39 - Publicada no Jornal Correio Agudense - Edição de 27OUT2010

Não há mais, em Agudo, lugar para ufanismo irrefletido
Agudo – nº 39 – 27OUT2010
FESTA DO MORANGO E DA CUCA! Aconteceu a 13ª edição da apetitosa festa. Já que impliquei com o nome da Ein Volksfest in Agudo (aliás, estou devendo este debate), vou meter o bedelho no nome da festa deste final de semana também. Só para manter a forma. Há quem afirme ser da estética literária ou gramatical que, havendo dois substantivos de gêneros diferentes, o feminino deve preceder. E, concordo, fica mais palatável (já que a festa é de produtos de comer) ao ouvido e mais fácil de pronunciar: Festa da Cuca e do Morango! Feito. Oh, pessoal da organização, mudem este nome, fica mais bonito, soa melhor e enrola menos a língua.
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Além de mais bonito fica mais justo, citar a cuca antes, pois que cuca nossas Urgrossmutters (bisavós e trisavós) já faziam. É, portanto, um produto com tradição; sua massa e recheios impregnaram aventais de muitas gerações, que se esmeraram para bem fazer este confeito, base na mesa de café de aniversários, casamentos e festas de igreja. Já o morango, embora dele houvessem canteiros nas hortas, não merecia distinção. Está bem, concordo que o morango agrega valor à economia, mais do que a cuca. Mas taco a taco, as cucas nos projetam mais na memória coletiva. Lembrou Agudo, lembrou das cucas de Agudo. Quantas vezes, ao nos identificarmos como agudenses somos interpelados: e não trouxeste nenhuma cuca? E tem mais: nesta festa, as cucas são todas made in Agudo. Já os morangos?
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Pergunto: por que não se faz concurso de fazer e de comer cuca?
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Sendo uma vocação desta terra fazer festa, quem delas cuida deve atentar para o crescimento dos eventos e deve zelar para que o incremento quantitativo seja acompanhado do cuidado com o qualitativo. Não há mais, em Agudo, lugar para ufanismo irrefletido.
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UMA PERGUNTA – Tenho gosto por ler entrevistas com pessoas e personalidades. Tem cada pergunta... e cada resposta... que ajudam a entender como funcionam as coisas. À pergunta “Como vai a cultura em sua cidade(?) uma peça rara respondeu: Vai muito bem, se planta, arroz, soja, fumo, feijão e hortas. Mas não é de chacota que me ocupo. Em uma das entrevistas lidas recentemente constou uma pergunta que me pôs a pensar. Sério que achei difícil responder. Depois de discorrer currículo, citar pessoas, gostos, preferências, dizer o que faria se fosse Deus por um dia, deu de cara com a fatídica, que traduzindo para nós aqui repasso: O QUE SÓ AGUDO TEM?
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MÉRITO, RESPONSABILIDADE E DISTINÇÃO – Aplaudo com entusiasmo a eleição do agudense Nestor Paulo Friedrich, Pastor da IECLB, como Pastor Presidente da estimada Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. A responsabilidade do cargo é fardo leve para a capacidade intelectual, a afabilidade, o senso de organização e a sabedoria baseada na vida e no evangelho do Reverendo Nestor Paulo, filho da querida Helmira e do inesquecível balconista ex-Vereador Lebrecht Téo (Bubi) Friedrich. Pode estar sendo este o mais elevado cargo na hierarquia de uma estrutura organizada, ocupado por um agudense. Que Deus lhe abençoe e lhe inspire neste caminho! Calce as sandálias e siga a luz guia que é Cristo!
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OUTUBRO ROSA – O Brasil está cuidando melhor de suas mulheres. O Outubro Rosa é tempo referencial para as políticas e ações de prevenção do câncer de mama. Em Agudo, sábado, dia 30, de tarde, a Escola Professor Willy Roos pretende encher a praça da Emancipação, caminhar pela Concórdia e encerrar no Auditório João Gerdau, do ICBAA, a programação de conscientização para esta doença que, em muitos casos mutila o corpo, derruba a auto-estima e, no extremo, mata a santa criatura de Deus.
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A maternidade é bênção e dom que encanta. No agito da Festa do Morango e da Cuca, 22h00, uma jovem mãe, com a naturalidade que só a condição de mãe lhe dá, atendeu ao apelo do filhote de 26 meses, que, de pé, sorveu o néctar que lhe dá vigor e amor. Esta mãe, penso, tem reduzida probabilidade de contrair a maldita neoplasia que motiva o Outubro Rosa.
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KLAVIERKONZERT IN ICBAA – Em 07 de novembro, depois da Boate do Ridículo, um oásis de som acionado em teclas de ébano e marfim farão bela a noite no Concerto de Piano promovido pelo ICBAA, no Auditório JG. Será às 21h00. Ainda restam convites.
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A PONTE – Estamos, hoje, 295 dias sem a ponte da RST-287, entre Agudo e Restinga Sêca.
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Paz e Bem

sábado, 23 de outubro de 2010

Coluna 38 - Publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 20OUT2010

Agudo – nº 38 – 20OUT2010

Escolhas fazemos a vida toda. Talvez as poucas coisas que não escolhamos seja nascer e morrer.

ESCOLHAS – A disputa eleitoral do segundo turno remete invariavelmente para uma escolha entre Dilma ou Serra. O Brasil escolherá a partir da escolha que fará cada um dos 135,8 milhões de brasileiros. Cada eleitor decidirá seu voto levando em conta questões que ele julga serem relevantes – uma nova escolha, não?! Optará por manter seu voto do primeiro turno ou mudá-lo. Caso tenha votado em Marina, Plínio ou outro candidato derrotado no dia 03, decidirá seu voto entre a continuidade do projeto de governo ou a mudança. Atentará para a propaganda eleitoral, assistirá aos debates e decidirá.
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Pode, também, fazer-se de avestruz e, nada vendo, nada ouvindo, nada dizendo, deixar que escolham por ele. Quando? Como? Embarcando na carona do efeito manada, influenciado pelas pesquisas. Terá delegado a uns poucos escolher por ele.
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Levado pelo clima da eleição abri o tema escolhas nesse cenário, que não é o único no qual estas acontecem. Apenas o escolhi para ser o primeiro. Escolhas fazemos a vida toda. Talvez as poucas coisas que não escolhamos seja nascer e morrer – desideratos que nos fogem ao domínio. No demais, em algum momento houve o arbítrio de optar.
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As opções repercutem diretamente em quem as faz e implicam, também, nas outras pessoas, pois o ser/agir de cada um influi no meio. Neste ponto reside a responsabilidade de, uma vez tomada a decisão dentre as muitas possibilidades, assumir com firmeza os atos e as consequências desta escolha.
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Escolhe-se calar ou falar; despotizar ou dialogar; café doce ou amargo; vinho tinto ou branco, doce ou seco. Opta-se por atrair ou rechaçar; olhar e ver ou olhar sem ver. Decide-se pela fidelidade ou pelo desrespeito; por merecer fidelidade ou causar infelicidade. Escolhe-se profissão, formação, time para torcer, companhia para o lazer, a hora de dormir e de levantar. Escolhe-se entre sorrir ou emburrar; acarinhar ou desprezar; pela ação ou pela omissão; abre-se a janela ou fecha-se a cortina; abre-se a porta ou se lhe passa o ferrolho. Escolhe-se... escolhe-se. Escolhe-se e é indefectível que se pague o preço das escolhas.
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ESPREGUIÇAR-SE É BOM – Dias atrás li que espreguiçar-se trás benefícios para a saúde do corpo e da mente. Das sete vantagens listadas lembro que faz bem para a memória, pois produz grande troca de oxigênio no cérebro, lubrifica as articulações, dá mobilidade muscular, libera hormônios e substâncias benéficas na corrente sanguínea. Bem, se é assim, então o horário de verão tem lá sua vantagem, pois que, com o encurtamento da noite, uma boooaa e grraaannddeee espreguiçada é santa solução para levantar com pique nesta nova madrugada.
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POESIA – Há quem não veja sentido na poesia... Pior: há quem não veja poesia na vida. Pobres infelizes... Esta citação, feita por Daniela Damaris Neu – uma aprendiz da arte de fazer poesia (definição que faz de si mesma) gravou fortemente o lançamento de Lótus, seu primeiro livro de poesias, acontecida no início desta primavera, no Auditório JG, do ICBAA. Sensual de capa à contra-capa, Lótus sinaliza a vereda que Daniela Damaris percorrerá... para o encantamento dos que buscam, nas palavras, amores e sentidos.
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LUSTIGER TISCH – Será domingo, dia 24, dia da Festa do Morango e da Cuca, e 31, Dia da Reforma, a Edição I do torneio de Devagar Lustiger Tisch, no ICBAA. Ainda restam vagas para participar.
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A PONTE – A espera deve estar chegando ao fim. Os que irrito com a citação, dou de consolo que deverei citar a contagem dos dias apenas mais uma ou duas vezes. Estamos, hoje, 288 dias sem a ponte da RST-287, entre Agudo e Restinga Sêca. O Rio Grande aguarda, ansioso, o dia em que as cancelas forem arrancadas e o sinal verde indicar pista livre para passar.
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Paz e Bem

domingo, 17 de outubro de 2010

Coluna N.º 37 - publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 13OUT2010

Agudo – nº 37 – 14OUT2010

12 de outubro será, também o Dia dos Aparecidos do Atacama

APARECIDOS DO ATACAMA – Trata-se de uma data coroada, o 12 de outubro. Tem-se que neste dia, em 1717, foi “pescada” a imagem de Nossa Senhora Aparecida, nas águas do Rio Paraíba. Para os 33 mineiros confinados, desde agosto, dentro de uma mina no Chile, para suas famílias, para o povo e o governo chilenos o 12 de outubro de 2010 será considerado, também, o dia dos Aparecidos do Atacama – nome do deserto onde se localiza a mina que ruiu. Aparecidos, pois que neste dia foi desencadeada a operação de resgate, fazendo os mineiros aparecerem das entranhas da terra, pescados de volta. O mundo todo acompanhou com tensa expectativa, torcendo pelo sucesso da espetacular e perita manobra técnica. Aplausos para as mentes que conceberam e os braços que trabalharam neste heroico ato.

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A PROLE DE TRÊS GERAÇÕES – O censo do IBGE vai refletir como realidade populacional principalmente nas regiões onde houve colonização europeia, no século XIX, a situação cujo relato testemunhei, em evento recente, em Agudo. Na ocasião dois líderes, um de Agudo e outro de São João do Polêsine trocavam amenidades e perceberam a seguinte coincidência: o avô paterno de ambos teve 15 filhos, dentre estes o respectivo pai de cada; este teve sete filhos, dentre os quais os interlocutores. Desta geração a maior prole é de três descendentes. Quinze – sete – , três. Uma regressão quase geométrica. Ah, eles não são irmãos, sequer parentes.
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Certamente se deve a este fator a percepção de que há cada vez mais propriedades rurais taperas ou sub-aproveitadas.
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O que você fez às 10h10min do dia 10/10/10? Somando 10h10min de 10/10/2010 teremos 7 – o número da perfeição, diz a Bíblia. Teremos estas coincidências apenas nos próximos dois anos, depois não mais.
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SÃO FRANCISCO – Outubro é o mês de São Francisco, patrono da Ecologia. Referência da busca da Paz e do Bem, São Francisco é fonte d'onde se abastecem os que buscam humildade e benquerença universal. Perenizada no Mirante da Cascata Raddatz, uma estrofe da prece Louvores das Criaturas é um convite a reflexão sobre a generosidade da natureza para conosco: “Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã água, que é mui útil e humilde e preciosa e casta.”“Gelobt seist du, mein Herr, durch Schwester Wasser, gar nützlich ist es und demütig und kostbar und keusch.”
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Dai-nos a bênção, oh mãe querida, Nossa Senhora Aparecida!
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Escrevi errado o nome da balsa (ou barca para os mais atávicos) que faz a travessia do Rio Jacuí, entre Agudo e Restinga Sêca, na ausência da ponte que caiu há 282 dias. O correto é Deusa do Jacuí. Corrigi apenas para resgatar o correto. A propósito: muita gente ainda se lembra da barca – sim, barca mesmo – que fazia esta travessia antes de existir a ponte? Era de propriedade da família Hineraski, não?! Eu lembro de poucas cenas – tinha três anos à época, mas lembro. Diz-se que o barqueiro reclamava cada vez que conduzia um veículo “chapa branca”. Explico: chapa branca eram viaturas públicas, isentas do pagamento. Em sua contabilidade, carro público era prejuízo no bolso.
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Já estão à venda os ingressos para o recital de piano Klavierkonzert in ICBAA, do dia 07 de novembro, às 20h00, no ICBAA. O valor é de R$ 8,00.
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Paz e Bem

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Coluna publicada no jornal Corrreio Agudense - edição de 06OUT2010

ELEIÇÕES – As urnas eletrônicas desta eleição tiveram uma peculiaridade: foi a primeira vez que, em uma eleição para Presidente da República, Lula não foi candidato. Sim, em todas anteriores sua foto foi inserida no programa. Desta vez não. Imagino um hipotético diálogo entre os Bits da máquina: – Hei, Ebits, você viu os arquivos que nos mandaram processar? Faltou um. – Pois eu também percebi, ABits. Lembro que à cada quatro anos tínhamos que compor a foto de um candidato de barba, que à cada quatro anos ficava mais bonito, mas apessoado. Você lembra do sorriso tratado dele na última vez? – Sim, este mesmo. Aliás, ouvi que dele se dizia: Este é o cara! Será que desapareceu? A primeira vez que os votantes não puderam dar sinal verde à sua foto ou fazer desaparecer sua imagem com o laranja.
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Quando ouvi o trililili da urna eletrônica pensei: fiz minha parte, dei meu voto para vocês, políticos. Apenas não lembrei da recomendação severa que o pai na Família Brasil – personagem de Luiz Fernando Veríssimo – proferiu: Vejam o que vocês vão fazer com ele!
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Como é que foi? O novo sistema de abastecimento de água da Corsan em Agudo, a partir do Rio Jacuí foi conquista de... – eu ouvi! A ponte sobre o Rio Jacuí na RTS-287 foi viabilizada graças à intervenção de … – eu li! Isto foi propalado como incensação de candidaturas à Deputado Estadual. Menos, gente, menos. Sabe-se argumentos são arma de convencimento e isto é ainda mais assertivo na política. Todavia, estes devem ser verdadeiros, senão vira embuste e ilusão e maucaratismo.
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Havia uma expectativa de que no RS haveria disputa em dois turnos e que Dilma Rousseff venceria a eleição para a Presidência já no primeiro tempo. Deu invertido. Tarso Genro, que concorria ao Piratini pela terceira vez, levantou a penca na primeira largada e Dilma dançará um mano a mano no dia 31, com Serra, no segundo tempo do jogo das urnas.
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Retirados os penduricalhos, representados pelos candidatos ao Senado, à Câmara e às Assembleias e estando fora da disputa os demais candidatos ao Planalto, a campanha para o segundo turno deverá ser mais direta e objetiva. Dilma Rousseff e José Serra terão que convencer-nos com propostas e certezas. Não mais bastará sentar-se na vitrine do governo Lula e do Estado de São Paulo. É chegado o momento de dizer, de fato, como pretendem conduzir a nau Brasil no mar revolto e de águas instáveis na economia global – onde o livre comércio dita novas conduta ao mercado, das desigualdades, dos baixos índices educacionais, dos sofríveis avanços tecnológicos.
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Na campanha para o segundo turno os brasileiros querem saber como os projetos de governo de cada um desenham o futuro de bem-estar e felicidade para todos. Como farão para assegurar o respeito aos direitos e a responsabilização pelos deveres de cada um para consigo, com a família, a comunidade e a humanidade? Como produzirão um Estado que seja um fato real de prosperidade e enquadramento no cenário das nações que conduzem o pensamento e a geração de riquezas no mundo.
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Será necessário valer-se dos mais antigos para responder: como é que se termina com a Tiririca? Na roça, antigamente com enxadões que cavavam fundo, catando os tubérculos e as raízes e hoje (frut, frut) dê-lhe veneno. E na política? E no Congresso Nacional? Como é que se faz? Enéias, Clodovil, Tiririca... que elenco. E milhares, milhões de alguéns os votou! E eles votaram leis importantes. Com que base de conhecimento?
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O mês de outubro deve render para que a ponte da RST-287, que ruiu à 274 dias, fique pronta. Está prometido, todos pudemos ver. De minha parte, já me despedi da Deus do Jacuí no domingo, sem filas, sem atropelos.
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Paz e Bem.

Coluna publicada no jornal Correio Agudense - edição de 29SET2010

ICBAA – SUPORTE CULTURAL – Na coluna da semana passada escrevi sobre o recital de piano que acontecerá no Auditório João Gerdau, dia 08 de novembro, às 20h30min, promovido pelo ICBAA e comemorativo dos 153 anos da Imigração Alemã na Colônia Santo Ângelo. Será um momento cultural e artístico de não perder. O nome do recital será Klavierkonzert in ICBAA (concerto de piano no ICBAA). E o Klavierkozertist (pianista) será Mateus Costamilan Costa.
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Melhor oportunidade esta querida entidade não poderia ter – sua agenda publicada na página dois do Correio Agudense.
São próximos eventos do ICBAA – a Casa de Cultura de Agudo:
8OUT – 20h00 – Lançamento, com seção de autógrafos, da primeira obra literária da professora, tradutora, poeta e escritora agudense Daniela Damaris Neu. Lótus, é este o nome do livro, estreia sua proposta de regar a literatura com poemas de sua inspiração. Depois ela lança Lótus Casa de Cultura Mário Quintana e na Feira do Livro de POA, em novembro. Agudo terá o Avant Première. O Auditório João Gerdau é o lugar ideal para tal.
24 e 30OUT – 14h00 – Primeira disputa do jogo lúdico de tabuleiro Devagar. O I Torneio de Devagar Lustiger Tisch (Mesa Alegre) do ICBAA, pretende reunir os apreciadores deste jogo divertido e agregador, praticado à gerações. Hoje os jovens talvez nem o conheçam. No dia 24 começa, com 16 participantes que disputarão as duas primeiras fases. No domingo seguinte os classificados disputam as fases finais. Dona Jessy Berger patrocinou a premiação. Será necessário que haja 16 jogadores no início do torneio. Inscrições abertas, na secretaria.
Advento e Natal – O ICBAA deverá participar da programação do Natal de Luz, dentro da programação oficial do Município. Poderão haver novidades!
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É SEGURO? NÃO VAI CAIR? Imagine a cena: você contrata a construção de uma casa nova. Seu cônjuge, cético e desconfiado, lhe azucrina até que você vai ao engenheiro e pergunta: Escuta aqui, a casa será segura? Poderemos morar nela? Poderemos instalar a cozinha? abrir as janelas? Ela não vai cair? Não mesmo? Com que segurança você receberá esta obra? Qual será a reação do engenheiro, que calculou as estruturas, o vigamento, as resistências, enfim, que cuidou dos detalhes? Ele concluirá que vocês dois estão pirando.
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Quem pensa que propus um exercício absurdo, recapitulem as manchetes dos jornais da região na semana passada. Lembram? “DAER diz que nova ponte do Jacuí não tem risco de cair!” Ora, ora. Seria crível imaginar que o DAER admitisse estar fazendo uma ponte que teria conhecido risco de cair? Seria imaginável que encomendasse um projeto que contivesse sequer um ponto de fragilidade, capaz de derrubá-la em condições normais? Mas, vamos adiante. A manchete reportou à uma matéria de meia página, onde o jornal apresentou as respostas da autarquia à um questionário elaborado com dúvidas que teriam sido apresentadas por moradores e entidades de Agudo e Restinga Sêca. Perguntas risíveis, primárias, que causaram rubor à direção do DAER. Pronto: fez os agudenses e os restinguenses de idiotas. Botou na boca de nossa gente perguntas como: 1) A nova ponte tem período específico de duração? 2)Apesar do reforço da estrutura, há algum risco de essa ponte ser levada pela força do Rio Jacuí, como pode ter ocorrido com a anterior? 3)A nova ponte será mais extensa que a anterior. Como isto será possível? 4)Foi dito que a nova ponte oferece mais segurança em relação à estrutura anterior. Que fatores garantem isto? E assim por diante... Qual resposta esperavam do DAER.
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A propósito, a ponte anterior não constava com insegura, nem se imaginava que viesse a ruir, o que ocorreu a precisos 267 dias.
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Paz e Bem.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Coluna publicada no jornal Correio Agudense - edição de 22SET2010

PRIMAVERA – Começa amanhã, à 00h09min, bem de madrugada, a Primavera Austral, a estação das flores que antecede o verão no hemisfério Sul – a do hemisfério Norte é a Primavera Boreal e acontece durante nosso outono. O dia de seu início é assinalado pelo equinócio de setembro e seu término pelo solstício de dezembro.
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Um amigo fraterno confessou, certa vez, preferir os tempos de equinócio aos de solstício, pois que no período em que aqueles ocorrem a temperatura é mais amena. Explica-se. No dia 23 de setembro – dia do equinócio – é para nós, sulistas, o dia em que as horas com sol e sem sol se equivalem. Em astronomia de afirma ter o dia e a noite idêntica duração. Daí para frente o dia vai se alongando e a noite encurtando, até o dia mais longo, em 21 de dezembro, no solstício de verão. Nos dias em que as horas de sol são metade do período, este fator, somado à posição do hemisfério para com relação ao sol com ainda boa inclinação, de fato, se experimenta sensação térmica muito aprazível. Concordo com ele.
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Onde tem ipês a primavera é anunciada com verdadeiro alvoroço visual. O Ipê Roxo, árvore símbolo do Município – Decreto 2/1998 – é mais sóbrio. Seu porte, de copa alta, e as flores mais discretas, o fazem ser notado ao longe, elegante. Já o Ipê Amarelo não faz questão de mostrar-se. Provoca uma gritaria de cor. Não passa desapercebido. Pena que sua florescência dura tão pouco.
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UM JARDIM INCOMUM – O Jardim das Esculturas, em São João dos Mellos, Júlio de Castilhos, é um lugar para ser conhecido, apreciado e contemplado. Acompanhado de um casal de amigos a Rosa e eu o visitamos neste Dia do Gaúcho. É verdadeiramente incomum. O talento do Rogério Bertoldo faz acreditar que em nossa região viva um novo Miguelangelo.
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No passeio fomos vítimas de informação distorcida sobre a rota. Informaram-nos que para lá chegar devíamos tomar um caminho tal que, comparando com nossas estradas seria o mesmo que vir de Paraíso à Agudo desprezando a ERS-348 e usar a estrada do Cerro da Figueira, entre o Pinhal e a Estrada Armando Goltz, no Despraiado. Em compensação da judiação no carro e dos sacolejões uma deslumbrante paisagem.
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O Jardim das Esculturas fica no Município de Júlio de Castilhos, mas bem perto da divisa com Nova Palma. Como referência citam como se em Nova Palma fosse. Da cidade de Pe. Luiz Sponchiado são 9 km – pela estrada certa. Vale a pena.
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ACORDES DE ÉBANO E MARFIM NO ICBAA – O pianista Mateus Costamilan Costa, de Arroio do Tigre, fará recital no Auditório João Gerdau, do ICBAA, na noite de 7 de novembro, em acontecimento comemorativo dos 153 anos da Imigração Alemã na Colônia Santo Ângelo. Será um experimento da capacidade daquele espaço para eventos do gênero. Espera-se poder acomodar 140 convidados, a capacidade máxima do auditório.
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Mateus Costamilan Costa é filho de agudense, graduado em piano na UFRGS, com maestria em Mozart. Seu recital será eclético, com mescla de música clássica, sacra, instrumental e popular, nos mais de cem minutos da audição. Os convites estarão à venda em seguida.
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A PONTE – Estamos, hoje, 260 dias sem a ponte na RSC-287. Sexta-feira, dia 24, termina o contrato de operação da balsa Deusa do Jacuí. O Governo do Estado haverá de encontrar fórmula jurídica para prorrogar o serviço até a conclusão da ponte. A propósito da ponte sobre o Rio Jacuí, na RSC-287, já está em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa, o Projeto de Lei 223/2010, denominando aquela obra de arte rodoviária como Travessia Hilberto Boeck. É autor da proposição o Deputado Gilberto Capoani.
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Paz e Bem.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Coluna publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 15SET2010

SER GENTE – É lugar comum falar em ser gente, em ser decente? É redundante dizer que as relações humanas estão com vírus? Que hackers invadiram os espaços da cortesia, da educação e da misericórdia, disseminando desamor, egoismo, dessensibilizando as pessoas e as relações? É superado imaginar que o bem precisa ser anunciado e defendido?
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Situações de que se tem notícia dão conta de que a sociedade está ameaçada. O crescimento de denúncias de agressão doméstica, feita por mulheres contra seus próprios maridos ou conviventes, é uma realidade. E é uma realidade positiva. Se a agressão é repudiável, porquanto se dá entre pessoas que convivem motivadas por uma atração em princípio amorosa, mas que descambou, a denúncia é demonstração de que existe uma reação, encorajada pela vigência da Lei Maria da Penha. Ainda bem.
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A Lei Maria da Penha desconserta machões. Homens que julgavam dominar pelo instinto e pela simples condição de serem fisicamente mais providos e, em muitas situações, por serem os provedores econômicos do grupo familiar, se viram pequenos, diante do talhão desta lei que protege e ampara a vítima de agressão física, psíquica ou emocional.
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É pena que a sociedade tenha que editar leis para disciplinar uma relação como a matrimonial – ou que a tal se equipare, que devia ser, por essência e natureza, respeitosa, fiel e amorosa. Sintomas de doença social.
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Embora desagradável de abordar, é igual sinal de doença social o incesto e a pedofilia. Difícil de admitir, as evidências mostram que tais práticas, ignóbeis e irracionais, são realidade a mutilar crianças e jovens, perpetradas, em muitos casos, por aqueles à quem confiariam sua defesa.
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O que fazer? Promover e apoiar iniciativas que sejam do bem! Proclamar que a sociedade não aceita isto! Deixar de alimentar o lobo, para não sacrificar a ovelha! Mostrar bom exemplo! Inspirar o bom, o bem e o belo! E... valorizar atitudes cristãs!
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Hoje, 15 de setembro, é um dia especial! “Esto no puede ser no mas que una cancion; Quisiera fuera una declaracion de amor. Romantica sin reparar en formas tales. Que ponga freno a lo que siento ahora a raudales. Te amo” - escreveu, com poética inspiração, Pablo Milanes. Na figura humana, presente em minha vida, que tem esta poesia musicada como homenagem e inspiração, os versos e o ser se confundem – fortes, com personalidade e caráter próprios. E a declaração de amor é paterna. Parabéns!
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Hoje é, também dia de Nossa Senhora das Dores. O talentoso Michelangelo, com só 28 anos de idade, esculpiu, em mármore polido – Pietá, uma das formas de apresentar Maria, Nossa Senhora, com o Filho Jesus no colo – demonstrando piedade e dor. Esta obra prima, de 1498, uma das mais belas esculturas conhecidas, se encontra à visitação na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Para a arte, uma obra como poucas; para tantos, um ícone referência da perfeita intercessora. Para quem lhe devota admiração, uma fonte de inspiração do bem. Por isso, contemplemo-la estampada nesta coluna.


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A PONTE – Estamos, hoje, 253 dias sem a ponte na RSC-287.
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Paz e Bem.

sábado, 11 de setembro de 2010

Coluna publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 08SET2010

AS AUTORIDADES NO MUNICÍPIO: As autoridades constituídas em um município dependem dos órgãos e estruturas de poder instalados. Em Agudo é assim: na esfera municipal são o Prefeito Ari Alves e o Presidente da Câmara, Ver. Paulo Unfer. Na esfera estadual Agudo tem Comarca; sem juíz titular; tem Ministério Público – este órgão originalmente vinculado ao Poder Executivo Estadual mas que a partir da Constituição Estadual de 89 alcançou status de poder ou quase-poder tem como agente titular Daniela Raiser, ainda que esteja em licença privada. Agudo tem Brigada Militar com duas estruturas, um Esquadrão, com jurisdição regional, comandado pelo Capitão Noé, e um Pelotão – com jurisdição municipal – que seria, por hierarquia, comandado por um Tenente. Não estando provido este escalão, é comandado, interinamente, pelo Sargento Pauze. A Defensoria Pública é titulada por Rafael da Fonseca. A Delegacia de Política tem o comando do Delegado Eduardo Flores Machado. Agudo tem, ainda, as seguintes estruturas: Inspetoria Veterinária – chefiada por Leomar Flávio Alves, Ipergs – provido por Danier Leopoldo Müller, NATE do IRGA – dirigido por Guilherme Thom, subseção da OAB – presidida pelo advogado Ricardo Schutz Araújo, Escritório da EMATER, chefiado pelo Engenheiro Florestal Marciano Loureiro. O CRC tem Delegacia Regional no torrão – é Delegado o Contabilista Bráulio Kesseler. Um único órgão da estrutura federal funciona em nosso município. É a agência dos Correios, gerenciada por Jones Rorato. Posso ter omitido algum órgão – não foi intencional e posso copmplementar.
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Não entro no detalhamento de serviços concedidos, entidades, associações e órgãos municipais, o que elevaria esta listagem para mais de cem citações.
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Sem dúvida é um consistente staf de autoridades e dirigentes em quem Agudo confia e de quem espera que façam, em suas competências e juridições, o máximo para promover o desenvolvimento desta terra.
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A propósito da Comarca: está marcada para o dia 27 próximo a posse de novo grupo de magistrados. Consta que uma das juízas a serem empossadas mora e trabalha em Agudo. Tem mais: poderia escolher esta Comarca para atuar como togada. Se assim for, o judiciário poderá ver diminuir a pilha de processos que tamitam na Comarca, e que se contam aos milhares. Isto significará alívio para as partes, para os servidores, para os advogados e para a sociedade. Já aqueles que sentirão o talhão da Lei na sentença proferida... bem para estes a caneta de juíz tem peso extra.
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É ENCHENTE? – Para quem desconhece estágio da orizicultura praticada em muitas lavouras de arroz da várzea do Jacuí, a lâmina de água vista pode confundir. As lavouras cobertas de água já à espera da semente pré germinada – podem levar ao passante a pensar: ué – enchente de novo?
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O DEFILE DE SETE DE SETEMBRO – Aplausos para o desfile de terça-feira, na Concórdia. Do que ví ressalto: 1 – o esforço da SMEC para fazer mais de 3,5 mil jovens passarem pela avenida; 2 – a diferença que fez a Escola Santos Dumont, com a Banda ampliada por músicos e regente do Maneco, de Santa Maria, e pelas coreografias das balisas, diferentes e dinâmicas; 3 – Os pelotões do ensino médio da Willy Roos, com as mensagens inteligentes. Parabéns! Para repensar: o desfile de tarde seria mais bonito e daria um ar mais festivo ao feriado e o tempo de duração deve ser encurtado.
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A PONTE – Estamos, hoje, 247 dias sem a ponte na RSC-287. No dia 24 deste mês expira o contrato da empresa proprietária da balsa Deusa do Jacuí, que faz a travessia sobre o Rio Jacuí, entre Agudo e Restinga Sêca, com o Governo do Estado. Este fato já repercute na grande imprensa. O DAER já deve estar cuidando da situação. A travessia continuará até a ponte ser concluída? Será, doravante, serviço pago pelo usuário? Será abandonado, uma vez que existe a alternativa das ERSs 348 e 149? Até agora apenas especulações.
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Paz e Bem.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Coluna publicada no jornal CorreioAgudense - edição de 01SET2010

LONGE VÁ... TEMOR SERVIL – Em 1992 recebi do Prefeito Pedro Müller uma honrosa missão: como Secretário da Administração de seu governo me credenciou para fazer o discurso da Semana da Pátria, na solenidade oficial da Praça da Emancipação. Lembro nitidamente da cena. Me senti um piá ao lado de Pedro Müller, Aldo Berger e outros personagens da vida pública de Agudo e diante da população que acompanhou o desfile cívico. O senso de responsabilidade me fez pequeno; a confiança e o momento me fizeram grande. Trajando à caráter gaúcho, com pala de seda emprestado pelo Cidadão Agudense Jaime Brum Carlos – pois o desfile foi na Semana Farroupilha, já que havia chovido no dia 7, dissertei inspirado em texto de Confucio: “Os antigos, querendo fazer refulgir no mundo a virtude luminosa, começaram por estabelecer um bom governo em seus Estados; querendo que seus Estados tivessem um bom governo, começaram colocando em ordem suas próprias famílias; querendo que houvesse ordem em seus lares, começaram por disciplinar-se a si mesmos; como desejavam autodisciplinar-se, começaram retificando seus corações; e, como queriam retificar seus corações, tornaram sinceros seus pensamentos; querendo tornar sinceros seus pensamentos, começaram por ampliar ao máximo seus conhecimentos (...)” Bons governos, ordem na família, autodisciplina, retidão no sentir, pensamentos sinceros, conhecimento: estes foram, no século IV a.c., foram em 1992, são hoje e serão sempre uma linha mestra para que tenhamos uma pátria sadia. “Brava gente brasileira! Longe vá... temor servil: Ou ficar a pátria livre Ou morrer pelo Brasil.”
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QUEM SERÁ? A campanha política deste ano já faz alçarem-se os prognósticos para o pleito municipal de 2012. E surge uma pergunta que não vai mais calar: Quem, depois de jurar cumprimento à Lei Orgânica, receberá a chave do paço municipal, no Novo Ano de 2013?
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FUTEBOL – Não comentei a façanha colorada, para não cair na tentação do ufanismo. Dela cuidaram os profissionais de esportes e, neste jornal, também o periodista, Dr. Daniel Berthold. Não abordei a chegada do Portaluppi ao Grêmio, em quem acredito pelo que sabe e pelo que motivará no tricolor gaúcho, ainda que os resultados estejam aquém do que ele mesmo espera. O que me chama a atenção no momento é a derrocada do Juventude, que já foi a terceira força do futebol gaúcho no cenário nacional, superando, por vezes, até a dupla Gre-Nal. O alviverde da serra foi rebaixado da séria A para a B em 2008; rebaixado para a série C em 2009 e agora, em 2010, está na lanterna, prestes a cair para a série D. Dentro em pouco estará disputando campeonato com a garotada do Avenida. Como explicar? Como recuperar o conceito e a estima do time e da torcida? Que tarefa... e que sina!
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HOMENAGEM PESPETUADA EM CONCRETO E AÇO – Começa a tramitar nesta semana na Assembleia Legislativa do Estado o Projeto de Lei Estadual que denominará a nova ponte sobre o Rio Jacuí, na RST-287, como Travessia Hilberto Boeck. A proposição tem a essência da justificativa com a qual os vereadores agudenses apresentaram o pedido, em março. A tramitação pode ser acompanhada no portal do parlamento gaúcho.
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MÃO DE OBRA E CONHECIMENTO AGUDENSES FOR EXPORT – De Agudo para Sandino, na Nicarágua. Leandro Adair Gonçalves, Michel Germino Serafin e Valdenir Nied, todos agudenses, foram convidados a trabalhar na implantação de uma planta industrial de calçados na Nicarágua. Empregados da indústria Schmidt Irmãos Calçados Ltda., unidade de Agudo, foram trabalhar na unidade fabril do mesmo grupo e ramo, já em funcionamento naquele país centro-americano. A fábrica de Agudo tem duas linhas (esteiras) de produção; a de Sandino tem 14.
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A PONTE – Estamos, hoje, 239 dias sem a ponte na RSC-287.
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Paz e Bem.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Coluna publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 25AGO2010

PESQUISAS ELEITORAIS – Ainda precisa eleição? Se as pesquisas indicam quem deverá vencer, então, lancem-se os candidatos e, passados 14 dias, faça-se uma pesquisa e deu. O melhor classificado é declarado vencedor. O país poupa tempo e dinheiro.
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Está bem, não estou sendo coerente. A proposta é esquisita sob o ponto de vista da institucionalidade do processo eleitoral, que deve ser preservado, sempre. Acontece que tomei coragem de abordar este tema que me inquieta de há muito. Em conversa doméstica, dias atrás, concluímos que as pesquisas estão tirando a espontaneidade das campanhas eleitorais. Mas... um casal conversa um monte de coisas – até bobagem sai. No entanto, para minha surpresa, a enxurrada de pesquisas e de projeções chamou a atenção de mais gente e até cacifados cronistas da grande imprensa foram despertados. Opa! O assunto vale a pena.
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Flávio Tavares escreveu em sua crônica semanal em ZH, que a profusão das pesquisas leva a eleição a ser indireta. Aponta ainda uma desvantagem sobre o processo oficial de eleições indiretas, que vigorou até 1985: naquele tempo, quando o Congresso elegia o Presidente, sabíamos que os “eleitores” seriam os Deputados e Senadores que os brasileiros haviam eleito. Hoje, com o instituto das pesquisas, quem são os entrevistados? Quem são estes que assumem a titularidade do veredito – tamanha é a relevância dos levantamentos estatísticos? Tavares diz, desconsolado: nem sequer sabemos quem nos representa. Gente desconhecida que vota antecipadamente por nós, que nos representa sem nos representar. E, assim, nos comanda.
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Na semana passada foi divulgado um levantamento para o Governo do Estado: 35%, 24% e 10%, para os três melhor situados. Somando dá 69%. Em raciocínio matemático ainda 31% não saberiam em quem votar. Quantos foram entrevistados? Apenas 800 pessoas. Destarte, somente 552 declararam em quem votarão. Convenhamos, é um universo muito pequeno este. Mas e quem liga para esta informação? O que está valendo é o gráfico. E, com certeza, uma boa parcela dos eleitores se agarram na linha ascendente das projeções.
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Pergunto: Quem ganhará a eleição? Opção 1 – O candidato; Opção 2 – O partido; Opção 3 – A plataforma de governo; Opção 4 – O marqueteiro; Opção 5 – O padrinho. Opção 6 – nenhuma das anteriores; Opção 7 – Não sabe. Viram? Até eu já estou propondo uma pesquisa.
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OPORTUNO E NECESSÁRIO: Assisto às sessões da Câmara Municipal, por circunstâncias funcionais. Assim, ouço o que dizem Suas Senhorias (percebam que não se usa mais Excelência, a não ser para Chefe de Poder). Dois temas repercutiram e, por bater com o que pretendia abordar, não me faço ventríloquo e vou a eles. A oportunidade de o Município renovar o pavimento asfáltico na Rua Voluntários da Pátria, entre a rótula da Euclides Kliemann e a Avenida Concórdia é de não perder. O Município devia fazer um esforço para viabilizar isto. Penso que todos os usuários da via assim pensam. Coincidência: nas duas vezes em que o trabalho da empresa que está fazendo a recuperação da 348 chegou junto à rótula, o Prefeito Municipal em exercício é o Presidente da Câmara, Paulo Unfer. Assim foi em março – assim é agora!
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Sabe-se de papel passado que o DAER não reconhece jurisdição sobre aquele trecho da via urbana. Cabe, portanto, à Prefeitura articular. A oportunidade está aí. Quando a empresa retirar as máquinas será tarde, ou muito mais caro. Este é um dos assuntos
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O segundo: a Praça Padre Francisco Schuster (ao lado da Mariz de São Bonifácio) clama por investimento. A situação de miséria rendeu até Tribuna Livre na sessão da segunda última. A defasagem deste espaço público de lazer e entretenimento familiar e infantil, que sabemos ser histórica e notória, chegou ao limite, com o lixo se acumulando os brinquedos quebrados que mais são arapucas do que aparelhos de brincar e, para piorar, os sanitários públicos em petição de miséria.
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Risível uma posição ouvida: quem sabe o governo investe uns 10 mil para dar uma tapeada na praça. Que baita boa vontade, não?!
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A PONTE – Estamos, hoje, 230 dias sem a ponte na RSC-287.
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Paz e Bem.

Coluna publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 18AGO2010

AÇÃO PREVENTIVA – No início desta semana o Presidente da Câmara retribuiu a vista do Delegado de Polícia, Eduardo Flores Machado, e convidou-me à acompanhá-lo. Amável, o Delegado Eduardo reúne peculiar experiência policial. Agudo pode contar com este digno servidor que, com justeza e perfeição, fará a Polícia Civil ser presença no dia a dia da comunidade. Mostrou-nos uma extensa pauta de ações que serão implementadas, todas elas de caráter preventivo e com o propósito de assegurar, ao menos no que for da alçada da Civil, que tenhamos um verão com tranquilidade e uma comunidade organizada e com disciplina – fatores de bem-estar, segurança e desenvolvimento.
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O Chefe da Polícia Civil de Agudo proclamou ser meta de sua gestão a implacável observância da lei no que tange a comercialização e consumo de bebidas alcoólicas por menores. Sabemos que o consumo de bebidas com álcool pode, com facilidade descambar para o consumo de drogas, para a prática de crimes ou contravenções; que é um dos grandes responsáveis pelo flagelo no trânsito; que destrói caráteres, adoece as pessoas, a família e a sociedade inteira.
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Manifestamos, na audiência, a preocupação com a violência em eventos – fato que por mais de uma vez já abordei nesta coluna. Como dirigente de uma entidade associativa, me custa muito admitir que em Agudo seja arriscado programar evento de lazer e entretenimento, por receio de arruaça e ameaça à integridade das pessoas e do patrimônio. Demonstrando sensibilidade, o Delegado disse ser esta também uma situação que deverá merecer atenção. No entanto, a Polícia Civil só age se devidamente acionada. Se ninguém denunciar, disse, pouco ou nada podemos fazer. Com a palavra as pessoas que querem Agudo em paz e harmonia.
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De parte da BM, não tenho tido contato com o Capitão Noé. Todavia, é perceptível a presença ostensiva da polícia militar, ainda melhor agora com o reforço de novos policiais que assumiram durante este ano. Agudo está melhor no quesito segurança... e é preciso!
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UM BRASILEIRO, DOIS BRASILEIROS, TRÊS BRASILEIROS ... – Recém iniciado, o censo já permite ao IBGE concluir que o padrão familiar mudou no Brasil e mudará o Brasil. Segundo declarou o Presidente do IBGE, Eduardo Nunes (ag. Reuters) não será necessário chegar a 31 de outubro para afirmar que o número médio de moradores por domicílio já está diminuindo de 4 moradores por domicílio em 2000, para algo em torno de 3,2 neste ano. Esta constatação demonstra que a população do país está envelhecendo e que o crescimento é quase vegetativo, o que deverá apresentar considerável reflexo no orçamento dos 5.565 municípios do Brasil, pois o Tribunal de Contas da União – órgão que receberá as informações totalizadas pelo órgão de pesquisa, definirá novos parâmetros de distribuição dos recursos federais.
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A previdência também será afetada. Esperemos. Sim, digo esperemos, pois todos poderemos sentir os reflexos de mais uma reforma previdenciária, que terá seu desencadeamento apurado, caso a tendência do comportamento etário e de ocupação da população brasileira se confirme nos patamares que o censo está mostrando.
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UMA HOMENAGEM DE FOGO – A Chama Crioula da Semana Farroupilha deverá ser acesa junto à obra de construção da nova ponte sobre o Rio Jacuí, na ERS-348, em Cerro Chato. Será uma forma de homenagear as cinco vítimas da tragédia de janeiro. Uma pungente homenagem... de tirar o chapéu, literalmente.
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O DECANO DA DIOCESE – A Diocese de Santa Maria, à qual Agudo pertenceu até 1993, completou cem anos no domingo. O decano de seu clero é o agudense Padre Nélson Friedrich, de 91 anos. Empossado como Pároco de Jaguari em 1957 de lá nunca mais saiu, mesmo depois de passar ao missão paroquial à seu sucessor, em 2005. Nascido em Rincão do Pinhal, o Pe. Friedrich esteve em Agudo em agosto de 1996, quando presidiu a Missa de São Bonifácio, com muita emoção e alegria. Que Deus o acompanhe e lhe dê saúde e energia para, quem sabe, voltar ao pago natal mais uma vez. O convite poderá ser feito.
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A PONTE – Estamos, hoje, 223 dias sem a ponte na RSC-287.
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Paz e Bem.

Coluna Publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 11AGO2010

PLANO DIRETOR – Agudo terá, ainda neste ano, um novo Plano Diretor. Digo ser novo, pois Aldo Berger já pretendeu definir como deveria se dar a ocupação dos espaços urbanos, isto há praticamente cinquenta anos atrás. Remanesce daquele planejamento o esquadrinhamento das quadras, a largura das ruas, a definição da área que viria a abrigar os espaços públicos, a disposição da Praça Getúlio Vargas, a denominação impessoal da via principal – a Avenida Concórdia – entre outras diretrizes. Podemos concluir que os primeiros Prefeitos e as primeiras legislaturas da Câmara pensaram um Agudo com uma cidade organizada. Maturidade na época, orgulho ainda hoje.
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A proposta do novo Plano Diretor contempla o desenvolvimento urbano em todas suas matizes. Define o que é considerado área central, o que nela será permitido e o que será vetado. Propõe as áreas de ocupação mista, os espaços residenciais, define a altura máxima para os arranha-céus, e assim vai.
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Determinar a que as cidades brasileiras devam ter a evolução espacial, a infra-estrutura mínima, e os padrões de convivência humana regulados é demonstração inequívoca de que o Brasil se alinha, neste aspecto, às nações desenvolvidas.
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A nova estrutura urbana de Agudo será traduzida em um Projeto de Lei, que tramitará, ao que tudo indica, ainda neste ano, na Câmara Municipal. Os edis deverão realizar tantas audiências públicas quantas forem necessárias para que a sociedade conheça o que se está propondo e possa interferir no aperfeiçoamento do projeto. Ninguém é melhor do que todos juntos! Sem afastar os princípios técnicos e científicos e sem inibir os freios necessários, os agudenses tem o direito de intervir na construção de um Plano Diretor tanto quanto ideal para Agudo presente e futuro.
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Definir o fluxo, tráfego e trânsito na cidade é um dos aspectos a ser estudado e observado neste estudo. Escrevi na coluna de 1º de fevereiro, que haverá uma nova ponte sobre o Arroio Hermes. A definição sobre onde será também deve passar pela concepção do crescimento urbano de Agudo. Volto ao tema por entender que Agudo deva atentar para a abertura da Avenida Euclides Kliemann, no trecho compreendido entre a Marechal Floriano e a Germano Hentschke, ligando o Hospital com a rótula da Rodovia do Imigrante, passando pelo Arroio Hermes. Assim a nova ponte deveria ser ali construída. Racionalmente ter-se-ia mais uma via de abastecimento urbano, como alternativa à Concórdia, por onde hoje se transita para o centro. Com a Euclides Kliemann aberta de Leste a Oeste, Agudo teria uma nova configuração urbana, expandindo a cidade para o Sul, justamente na parte central.
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Também entendo que o Poder Público deva cuidar de preservar um espaço de uso comum na região Sudoeste, entre as Ruas Hugo Karl Bräunig, Duque de Caxias e as Avenidas Concórdia e Euclides Kliemann. Em pouco tempo aquela região estará densamente povoada e se perceberá que não sobrou lugar para uma praça, um espaço verde, nada. Ainda há tempo. Ainda. Qualidade de vida compreende espaços para a socialização das pessoas.
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VIOLÊNCIA – Mais um evento social acabou em pancadaria, no sábado. Desta vez foi na Sociedade General Osório. Ouvi lamentos de ser este praticamente o último reduto que foi seguro para frequentar bailes. Foi, não é mais! Onde vamos parar?
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TURISMO COM DINHEIRO PÚBLICO – O tema da semana na imprensa gaúcha é a farra de alguns vereadores, de algumas câmaras, que fizeram turismo com dinheiro público. O assunto não se esgota em poucas linhas. Como servidor de uma Câmara Municipal sinto vergonha de que tal aconteça e torço para haja, de fato, condenações. O portal da Câmara de Agudo – www.camaraagudo.rs.gov.br mostra, no link Transparência, quanto gasta o Legislativo agudense em diárias. Vale a pena conferir.
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ASSEMBLEIA DO ICBAA – Nesta quinta-feira, dia 12, às 20h00 quem tem ou já teve vínculo social com o ICBAA - Instituto Cultural Brasileiro Alemão de Agudo é esperado na Assembleia Geral Extraordinária, que terá como Ordem do Dia a definição de seu quadro associativo. Um apelo adicional. Quem for é convidado a levar Notas Fiscais para o ICBAA cadastrar no programa da Nota Solidária, do Governo do Estado, já que esta está sendo, praticamente, a única fonte de renda própria da entidade.
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A PONTE – Estamos, hoje, 216 dias sem a ponte na RSC-287.
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Paz e Bem.

Coluna pubicada no jornal Correio Agudense - Edição de 04AGO2010

UM AGUDENSE, DOIS AGUDENSES, TRÊS AGUDENSES ... – Começou o Censo Demográfico 2010, do IBGE. Seremos todos contados. Um país que conhece a si mesmo só tem a ganhar, diz o IBGE em notícia divulgada na segunda-feira. O Brasil está mais escolarizado; o mundo digital é uma realidade para cada vez mais brasileiros; a população está envelhecendo, vivendo melhor e ganhando mais; a estrutura familiar está mudada e a mulher está ainda mais inserida no mercado de trabalho. Estas constatações são latentes, esperando a confirmação que virá da resposta aos questionários aplicados pelos 191.972 recenseadores treinados para a tarefa, que deverá estar concluída em 31 de outubro.
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Qual será o retrato de Agudo a partir do censo? Qual terá sido o impacto do êxodo rural na última década? A população rural será, ainda, majoritária em quanto? E, dentre os moradores do interior, qual será o contingente de gente que tem atividades diversas da agrícola, como, no caso, comércio, indústria, serviços; e os que apenas moram no interior? Somando, esta população chegará a 5% da população rural? Como se deve computar estas pessoas – são rurais por domicílio, mas sua atividade não é ligada à terra. Como será a composição etária dos agudenses? Também aqui há mais mulheres do que homens? Noves fora, teremos mais habitantes do que Restinga Sêca, com quem rivalizamos pelo número de almas – ora eles estão à frente, ora a estatística aponta mais agudenses do que conterrâneos de Iberê Camargo.
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O resultado do censo é esperado, também, pela fazenda municipal, pois a composição do Fundo de Participação dos Municípios – FPM, leva em conta este dado. Agudo já sentiu o reflexo disto em 2008. Naquele ano a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística apontou redução da população, com o que houve o rebaixamento do índice. A diminuição foi menos sentida no orçamento pois houveram aportes de recursos alavancados em Brasília. No curso natural da receita municipal, Agudo teria se ressentido, sim. Torçamos pois, que nossa população tenha crescido, e que tenham melhorado, também, os índices de escolaridade, a renda per capita, a infraestrutura urbana e rural e que os domicílios estejam mais bem equipados quanto a qualidade da habitação e abastecimento básico. Tudo isto resulta em qualidade de vida. E.. qualidade de vida trás felicidade! Queremos ser agudenses e felizes, estou certo?
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Se o IBGE disponibilizar dados por região dos municípios, os agudenses poderão, finalmente, tirar a teima sobre a disposição da população em seu território, seus fluxos de migração interna e o crescimento desta nas diversas regiões. Tenho peculiar expectativa sobre o comportamento do gráfico da população do Sul de Agudo, uma vez que lá está projetado um majestoso investimento em educação, com a construção do novo complexo da escola Alberto Pasqualini, em Rincão do Pinhal. Por estar localizada bem próxima à uma escola estadual que mantém ensino básico completo, e às custas do tesouro do Estado, este investimento estará plenamente justificado se a população naquela região indicar crescimento presente e projeção futura maior ainda. No Conselho Municipal de Educação, já mais de uma vez abordei este tema. Veremos agora.
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O SEMINÁRIO FICA – Esta decidido. A Província Franciscana do Rio Grande do Sul, dos freis da Ordem Franciscana Menor, vai manter sua propriedade no Canto Católico, aqui em Agudo. O Seminário, que integra a paisagem daquele bucólico recanto, será reativado, agora como residência e centro de retiro da equipe missionária franciscana. Depois de temporada de trabalho Brasil afora, os freis missionários se recolherão ao Canto Católico para reposição das energias e renovação. É uma boníssima notícia para Agudo. O lugar já aguçava a curiosidade e a ganância, o Frei João Ignácio Müller, Ministro Provincial, que o diga. O Seminário fica, como referência de um tempo que existiu, e que deve ficar vivo na memória.
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A PONTE – Estamos, hoje, 209 dias sem a ponte na RSC-287.
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Paz e Bem.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

COLUNA PUBLICADA NO JORNAL CORREIO AGUDENSE - EDIÇÃO DE 28JUL2010

DUAS VAGAS PARA DOIS (OU UM) VOTO – Nas eleições deste ano haverá a renovação de duas das três vagas que cabem a cada Estado, no Senado Federal. Com isso, os eleitores deverão votar em dois candidatos. No entanto, no Rio Grande, ainda que a regra seja esta, não será bem assim. As principais coligações estão trabalhando abertamente que os eleitores votem em apenas um senador, anulando ou fazendo ser branco o segundo voto. Esta atitude dá bem a medida do nível da disputa nas eleições de outubro.
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Os caciques da campanha defendem esta anormal proposta alegando que o segundo voto pode alavancar a campanha da candidatura de outra coligação. Sob o ponto de vista estritamente eleitoral – e é esta a análise dos partidos – esta estratégia pode ser justificada. Imagine-se todos os eleitores da coligação Fogaça-Pompeu votando em Rigotto e, também, em Ana Amélia. Esta, que receberá, logicamente, o primeiro voto dos eleitores da coligação Yeda-Berfran, somaria para si todos os segundos votos de quem votou Rigotto. Em assim sendo virtualmente faria mais votos do que o gringo de Caxias. Quem estaria eleito? A jornalista Ana Amélia. A recíproca é igualmente verdadeira. Com Paim, da candidatura Tarso-Beto Grill, pode dar-se a mesma coisa. O eleitor votará Paim e só. Caso contrário, o segundo voto estaria somando para Rigotto ou para Ana Amélia.
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O que afirmo ouvi de candidatos de suas das três principais coligações – fiz conjectura apenas do candidato Paim.
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Mas o eleitor é soberano. É dele a indelegável prerrogativa de votar a renovação do senado em dois terços. Será que ele vai abrir mão de votar quais dois Senadores deseja ver em Brasília, representando o Rio Grande nos próximos oito anos, quatro deles em companhia de Pedro Simon? Aguardemos.
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Ainda as eleições: está anunciado que a partir das eleições de 2018 os brasileiros votarão em urnas com leitura biométrica. A partir daquela eleição o sistema registrará, além do número do Título Eleitoral, também a leitura da digital de um dedo da mão previamente cadastrado. Tudo para aumentar a segurança. Este sistema já foi testado nas eleições de 2008, será ampliado em 2010 e deverá ser universalizado em 2018.
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ELEVARTE – A I Coletiva de Arte de Agudo, do Grupo ElevArte, foi um espaço oásis dentro da Expovolks, na Volksfest 2010. As telas das pintoras Alda Schultz, Ivette Maria Müller, Marilene Altmayer e Sirlei Pozzer, surpreenderam. Admiração, encantamento e emoção foram as reações mais percebidas, tanto pela qualidade do Chimarrão poético que abriu a mostra como à contemplação dos quadros e poesias. Fórmula de envolvimento muito acertada. Ao ver e ler se fazia uma salutar viagem no plano da quimera. Espaço e local muito apropriados. A Mostra se afirmou e está confirmada na programação. Embora meu nome conste como membro do Grupo ElevArte, minha produção literária ainda é mental (será uma forma de justificar uma ponta de procrastinação?)
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DESTA VEZ NÃO FOI NA CURVA – A Curva do Cotovelo não contribuiu com a estatística de acidentes de visitantes da Volksfest, como ocorreu em anos passados. A nova sinalização surtiu efeito. Mas ainda assim lamentamos que Diogo Paul tenha tido sua vida abreviada, morrendo tragicamente na BR-158, em Júlio de Castilho. Choraram os pais Dori e Darci e o mano; lamentou toda a comunidade. A chacina no trânsito... até quando?
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A PONTE – Estamos, hoje, 202 dias sem a ponte na RSC-287.
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Paz e Bem.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

COLUNA PUBLICADA NO JORNAL CORREIO AGUDENSE - EDIÇÃO DE 28JUL2010

DUAS VAGAS PARA DOIS (OU UM) VOTO – Nas eleições deste ano haverá a renovação de duas das três vagas que cabem a cada Estado, no Senado Federal. Com isso, os eleitores deverão votar em dois candidatos. No entanto, no Rio Grande, ainda que a regra seja esta, não será bem assim. As principais coligações estão trabalhando abertamente que os eleitores votem em apenas um senador, anulando ou fazendo ser branco o segundo voto. Esta atitude dá bem a medida do nível da disputa nas eleições de outubro.
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Os caciques da campanha defendem esta anormal proposta alegando que o segundo voto pode alavancar a campanha da candidatura de outra coligação. Sob o ponto de vista estritamente eleitoral – e é esta a análise dos partidos – esta estratégia pode ser justificada. Imagine-se todos os eleitores da coligação Fogaça-Pompeu votando em Rigotto e, também, em Ana Amélia. Esta, que receberá, logicamente, o primeiro voto dos eleitores da coligação Yeda-Berfran, somaria para si todos os segundos votos de quem votou Rigotto. Em assim sendo virtualmente faria mais votos do que o gringo de Caxias. Quem estaria eleito? A jornalista Ana Amélia. A recíproca é igualmente verdadeira. Com Paim, da candidatura Tarso-Beto Grill, pode dar-se a mesma coisa. O eleitor votará Paim e só. Caso contrário, o segundo voto estaria somando para Rigotto ou para Ana Amélia.
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O que afirmo ouvi de candidatos de suas das três principais coligações – fiz conjectura apenas do candidato Paim.
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Mas o eleitor é soberano. É dele a indelegável prerrogativa de votar a renovação do senado em dois terços. Será que ele vai abrir mão de votar quais dois Senadores deseja ver em Brasília, representando o Rio Grande nos próximos oito anos, quatro deles em companhia de Pedro Simon? Aguardemos.
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Ainda as eleições: está anunciado que a partir das eleições de 2018 os brasileiros votarão em urnas com leitura biométrica. A partir daquela eleição o sistema registrará, além do número do Título Eleitoral, também a leitura da digital de um dedo da mão previamente cadastrado. Tudo para aumentar a segurança. Este sistema já foi testado nas eleições de 2008, será ampliado em 2010 e deverá ser universalizado em 2018.
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ELEVARTE – A I Coletiva de Arte de Agudo, do Grupo ElevArte, foi um espaço oásis dentro da Expovolks, na Volksfest 2010. As telas das pintoras Alda Schultz, Ivette Maria Müller, Marilene Altmayer e Sirlei Pozzer, surpreenderam. Admiração, encantamento e emoção foram as reações mais percebidas, tanto pela qualidade do Chimarrão poético que abriu a mostra como à contemplação dos quadros e poesias. Fórmula de envolvimento muito acertada. Ao ver e ler se fazia uma salutar viagem no plano da quimera. Espaço e local muito apropriados. A Mostra se afirmou e está confirmada na programação. Embora meu nome conste como membro do Grupo ElevArte, minha produção literária ainda é mental (será uma forma de justificar uma ponta de procrastinação?)
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DESTA VEZ NÃO FOI NA CURVA – A Curva do Cotovelo não contribuiu com a estatística de acidentes de visitantes da Volksfest, como ocorreu em anos passados. A nova sinalização surtiu efeito. Mas ainda assim lamentamos que Diogo Paul tenha tido sua vida abreviada, morrendo tragicamente na BR-158, em Júlio de Castilho. Choraram os pais Dori e Darci e o mano; lamentou toda a comunidade. A chacina no trânsito... até quando?
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A PONTE – Estamos, hoje, 202 dias sem a ponte na RSC-287.
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Paz e Bem.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

COLUNA PUBLICADA NO JORNAL CORREIO AGUDENSE - EDIÇÃO DE 21JUL2010

25 DE JULHO – É mais do que um dia no calendário, muito mais. Para Agudo, Paraíso do Sul e um par de municípios o 25 de julho tem valor histórico e cultural. A mídia e o costume nos fizeram parciais e passamos a lembrar a data como sendo apenas em homenagem aos colonos e motoristas.
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Em Agudo o 25 de julho é o feriado municipal em torno do qual acontece Ein Volksfest in Agudo. A concepção esta correta. Agudo soube aproveitar a festa e desenvolveu uma opção de turismo de evento, que atrai grande público da região que visita Agudo para participar de promoções diversas que ocorrem nos oito ou dez dias de duração. É uma lucrativa fonte de renda para a quem nela empreender.
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Acusei antes que ficamos parciais atribuindo a data apenas a homenagear colonos e motoristas. De fato o dia lhes é consagrado. É Dia do Colono desde 1924, em comemoração do centenário da chegada dos primeiros imigrantes alemães, à Vila Cânhamo, hoje São Leopoldo, em 1824. Se a data comemora a chegada dos imigrantes alemães ao Brasil, então é legítimo dizer que o dia 25 de julho é o Dia da Imigração Alemã. É comemorado em Agudo pelo fato de ser aqui também uma colônia de imigração alemã, ainda que fundada em 1º de novembro. Já o motorista tem este dia em sua honra, pois o 25 de julho é devotado a São Cristóvão – o padroeiro dos motoristas e dos viajantes. Os protegidos, motoristas – que Deus os defenda sempre – tiveram este dia em alusão a seu protetor. Juntando as comemorações teremos o Dia do Colono, Dia do Motorista, Dia da Imigração Alemã no Brasil e Dia de São Cristóvão.
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A IMAGEM MOSTRA – Entendi oportuno incluir uma foto na coluna desta edição que vai circular durante a comemoração do 25 de Julho – Dia do Colono. Defini-me por publicar a foto de uma calha, das muitas – e grandes – que compunham a paisagem nas lavouras de arroz até o final dos anos 70, do século passado. As calhas – para os mais jovens é necessário que se diga, eram canais artificiais, construídos com tábuas de pinho, sustentadas por varas de eucalíptus, dispostas em desnível, para fazer a água escorrer, irrigando as lavouras, ou alimentando outros “levantes” como eram chamados os sistemas de recalque d'água para as áreas mais elevadas. Cerro Chato, minha terra natal, teve grandes calhas. Meu pai e seu irmão Armando – um mais prósperos orizicultores em seu tempo – foram sócios em empreendimento de monumentais calhas. Dá saudade do banho de valeta, aproveitando a força da água no desponte da calha para aprender a nadar.

As calhas foram substituídas por dutos superficiais (valetas) ou subterrâneos (encanamentos). Não mais seriam concebíveis pelo alto custo de construção e manutenção e, principalmente, pelo fato de que para sua construção ser necessário o emprego de madeiras nobres, sem nós e defeitos, por onde vazasse água, algo raro e caro hoje em dia. Foram, no entanto, absolutamente vitais para o desenvolvimento da orizicultura, e, por extensão, para o crescimento do setor primário de Agudo. São, então, um monumento ao trabalho e a produção.
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A PONTE – Estamos, hoje, 195 dias sem a ponte na RSC-287.
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Paz e Bem.

COLUNA PUBLICADA NO JORNAL CORREIO AGUDENSE - EDIÇÃO DE 14JUL2010

VIOLÊNCIA (2) – A violência é uma realidade muito próxima de todos. Abordei o tema na semana passada, motivado por fato que ocorrera dias antes. Houve manifestações de apoio, vindas de estimadas pessoas de Linha dos Pomeranos, antigas e sólidas lideranças comunitárias, que veem seus locais de entretenimento e reunião sendo transformados em locais de tensão e disputa.
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Este deve ser o mesmo sentimento de dirigentes de todas as entidades e, também, de moradores do interior e cidade, saudosos dos tempos em que podiam ir a um baile em sua comunidade, divertir-se, colaborar com as entidades locais sem medo de briga e sem a – necessária mas desagradável – presença dos “homens de preto”. Isto foi naquele tempo...
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Mas não é somente o que pode acontecer em um evento que preocupa. Causa insegurança igual a exposição do patrimônio. Se os moradores de uma linha inteira saem para se reunir à noite, as propriedades ficam mais vulneráveis. Recentemente uma família de Rincão do Pinhal teve o dissabor de encontrar sua casa revirada, tendo sido vítima de vultuoso furto de bens, tudo por que teve a ousadia de aceitar a um convite de casamento em Paraíso do Sul. É uma barbaridade, mas é verdade! O que tudo pode acontecer mais?
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Ainda neste tema podemos constatar que também os torneios de futebol estão desaparecendo e por que? Duas vertentes são plausíveis: a primeira, constantemente aventada, é o mercenarismo de muitos atletas. Quem me paga? Quanto ganho? Só jogo se me buscam em casa e, depois, banho tomado, quero ser levado pra casa, com dinheiro no bolso! Outra linha de raciocínio que determinou o fim de torneios é a violência gratuita! Quantos torneios terminaram antes do apito do juiz? O jogo foi, em muitos casos, menos pelo esporte e mais pela disputa à qualquer preço. Houve torneios lamentáveis, que desestimularam as agremiações de promovê-los ou deles participar.
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Admito que o declínio dos torneios de futebol em Agudo tenha ainda outras causas, das quais não cuido por não ser do meio. Arbitragens incompetentes ou caras demais (quem quer botar a cara à preço por quase nada?), desestímulo, fracas lideranças, ausência do Poder Público (será que tem que haver participação pública em tudo?), desinteresse pelo surgimento de novas opções de entretenimento, precocidade da juventude que cedo sai em busca de horizonte próprio, desalojando-se da comunidade nativa. Estas são algumas das causas. Uma boa tese de sociologia, não?! Por que não se faz mais torneios de futebol?
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Ai vem a XVIII Ein Volksfest in Agudo. A grafia deste nome ainda me levará a propor uma reunião entre a autora do nome, ex-primeira dama Mariane Jaeger, com conhecedores de português e os que dominam a gramática do alemão. Será necessário encontrar uma saída para a situação que fere o ouvido e atenta as regras de gramática, pois o artigo indefinido feminino alemão “Ein”, não concorda com o artigo definido “a” do português, que lhe segue, na citação em português. Em tradução literal fica meio esquisito dizer: “Ai vem a (artigo definido feminino, em referência a festa) XVII uma (artigo indefinido feminino “Ein”, incluído na denominação) festa popular em Agudo!” Tem-se encontrado a saída acrescentando a expressão edição (consta, inclusive, no folder deste ano). É uma questão a ser resolvida; de relativa relevância, mas é uma questão, como diria Rui Carlos Ostermann.
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A programação da Volksfest deste ano está boa. Aos poucos são vencidas as resistências de que a programação deva privilegiar somente a Expovolks. A frase – tem que botar público na frente dos estandes” ouvida à exaustão ao longo dos anos, não deixa de ser verdadeira. Sem Expovolks a Volksfest perde seu apelo de massa, sem dúvida. No entanto, me arrisco a afirmar que sem Volksfest sequer haveria a Expovolks. A relação dos dois acontecimentos pode ser concebida como a relação da criação com sua criatura.
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Observando a programação percebe-se que foram inscritos eventos diferentes dos que rezam a fórmula: povo + produto + preço = lucro. Lamento que ainda não tenha sido possível mudar o horário do desfile das 10h0 para as 14h00. Normalmente é a hora mais aquecida do dia de inverno, daria mais colorido e alegria ao desfile e permitiria elaborar melhor as alegorias. Mas... por enquanto, nem se fale no assunto. Um dia isto muda, com certeza!
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A PONTE – Estamos, hoje, 188 dias sem a ponte na RSC-287.
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Paz e Bem.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

COLUNA PUBICADA NO JORNAL CORREIO AGUDENSE - EDIÇÃO DE 07JUL2010

VIOLÊNCIA – A violência é uma realidade muito próxima de todos. Sem muito pestanejar listamos uma porção de situações que denunciam violência e que ocorrem bem perto de nós. Quais fatores concorrem para o acirramento do comportamento violento? Quais mecanismos devem ser empregados para seu combate? Como podem as pessoas se defender? Seremos, todos, um dia vítimas? De qual tipo de violência? Seremos agredidos, assaltados? Haverá assassinato em nosso círculo de relações ou nós mesmos teremos nossa vida interompida por um tiro? Teremos nossos bens furtados? Algum familiar nosso será vitimado? Como saber? Se em tempos passados ficávamos sabendo de relatos de violência pela imprensa; se as barbaridades aconteciam apenas nas grandes cidades, hoje a realidade é outra; forçando-nos a uma mínima precaução pessoal, familiar e patrimonial.
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A situação é de tal forma acentuada que já nem mais nos chama a atenção. Os relatos são de uma naturalidade que espanta. Na segunda-feira soube ter ocorrido briga generalizada em um baile da Escola Municipal Santo Antônio, ao ponto de encerrar a festa duas horas antes do previsto e sob reforço policial.
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Peço permissão, estimados membros da comunidade escolar santoantoniana, para tomar este lamentável episódio como exemplo para desenvolver um raciocínio que de há muito me ocupa a mente. Trata-se da constatação de que nossas entidades estão tendo seus eventos inviabilizados, quer pela ocorrência de atos violentos – como o que aconteceu – ou pelo custo que tem uma entidade para tentar proteger seu patrimônio e os frequentadores.
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O empresário e músico Gelson Pasa, da Banda Novo Rumo, certa vez fez levantamento de quantos locais de realização de baile restam em Agudo. Afirmou, citando as entidades, pavilhões e salões que ainda os programam, serem estes apenas um quarto dos que haviam 15 anos atrás. Espantado com a constatação perguntei porque tantas entidades fecharam as portas ou, pelo menos, deixaram de programar eventos deste gênero. Respondeu-me que os promotores – donos de salão ou dirigentes de entidades – passaram a ter um custo adicional de contratação de segurança de tal monta que não mais valeu a pena correr riscos. Sem alternativa, cerraram as portas.
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O raciocínio é correto: dada a ameaça de violência, aumenta-se o custo com a contratação de um batalhão de seguranças e, pela mesma ameaça muitas pessoas que outrora varriam salões todos os finais de semana, passaram a evitá-los. Com menos gente, menos ou nenhum lucro – é melhor parar.
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Nos anos noventa a Comunidade São Bonifácio – da qual era presidente à época – viveu uma experiência que já então deu-nos sinais de que apenas boa intensão não mais é suficiente. Na véspera da festa do padroeiro, em uma sexta-feira fria de junho, realizou-se um programa de auditório da dupla Guedes e Leninho (lembram?) e, após, a Banda Meteoro animou a dança. Tudo muito bom na concepção – ora, o que de mal poderia ocorrer em um evento de igreja, no centro da cidade? Pois aconteceu. Perto da meia noite, por causas nunca sabidas fechou o tempo e quebrou o pau geral. O Centro Comunitário virou uma praça de combate; via-se garrafas e cadeiras voando para todos os lados e o sangue riscando o chão. E nós, armados apenas de boa vontade, incrédulos assistíamos a tudo. A peleja terminou quando a Rosa foi ao microfone e... bem, voz de mulher todo mundo escuta, não?! Terminou o barraco.
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Como saldo disto tudo, resultou que o Pavilhão São Bonifácio ficou estigmatizado para bailes. Eu gostaria de admitir que lá não mais se fazem bailes por falta de estrutura acústica, por causa da perturbação ao sossego, dado sua localização demasiado central, ou vedação por inadequação qualquer... mas não por ser perigoso demais. Estou exagerando? Lembram do que ocorreu recentemente quando a Escola Willy Roos realizou um Festival de Bandas? Uma briga campal de frequentadores, na Avenida Concórdia, deu como saldo a porta de vidro de acesso ao Fórum quebrada e muitos danos. E, no mês passado, até um policial foi agredido em festa junina que ali se realizou. Está perigoso ou não?! E o perigo é a comunidade ou quem frequenta?
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Terminou o espaço, não o assunto. Volto a ele.
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A PONTE – Estamos, hoje, 181 dias sem a ponte na RSC-287.
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Paz e Bem.

terça-feira, 29 de junho de 2010

COLUNA PUBLICADA NO JORNAL CORREIO AGUDENSE - EDIÇÃO DE 30JUN2010

ELEIÇÕES – Hoje termina o prazo para os partidos realizarem as convenções que definirão as candidaturas no pleito de outubro. Saberemos, enfim, quem serão os candidatos e como se comporão os partidos nos pleitos para a Presidência da República e para os Governos dos Estados.
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Levando em conta que apenas uma reduzida parcela de eleitores decida o voto por princípio partidário – sequer alguns dirigentes partidários se balizam por este critério, é permitido concluir que o brasileiro está suscetível à pesquisas, aos Planos de Governo, às propostas de trabalho, à abordagem corpo a corpo. Influirão, também, a propaganda, o tempo de rádio e TV, a internet, entre outras ferramentas de convencimento. Também tem peso considerável a tendência do Prefeito, dos Vereadores bem como daqueles que foram candidatos nas últimas eleições municipais.
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Lanço hoje, ainda nem começada a campanha, um raciocínio sobre a possível inclinação dos políticos agudenses. Faço-o enquadrando-os no partido a que pertencem e como este partido se posiciona na eleição. Considero, também a posição em eleições passadas e manifestações públicas feitas em favor de uma, outra ou outra proposta.
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Antes porém, penso ser necessário considerar os dois cenários eleitorais – o nacional e o estadual. No pleito nacional levo em conta as candidaturas do PT (Dilma Rousseff e seu provável vice Michel Temer, do PMDB) e do PSDB (José Serra com o vice sendo decidido somente hoje, podendo ser chocado no próprio ninho tucano ou repetir a dobradinha com o DEM). No pleito estadual meço três candidaturas: Yeda Crucius com o vice Berfran Rosado (PSDB-PPS) e Ana Amélia Lemos (PP) para o Senado; Tarso Genro com o vice Beto Grill (PT-PSB) e Paulo Paim (PT) ao Senado; e Fogaça com o vice Pompeu de Mattos (PMDB-PDT) com Rigotto (PMDB) para o Senado. Nas três candidaturas deverão haver ainda concorrentes para a segunda cadeira ao Senado, mas sem peso para influir os resultados.
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A serem confirmadas estas candidaturas, é possível observar a seguinte tendência dos políticos agudenses para o primeiro turno. O Prefeito Ari Anunciação deverá apoiar Dilma, pois votou em Lula na última eleição e seu PMDB deverá ser vice. No estado terá difícil escolha: apoia Fogaça do PMDB ou retribui a Yeda o apoio que seu governo vem tendo. Para o Senado deverá votar Rigotto e Paim. O Presidente da Câmara, Paulo Unfer, do PDT, pende para Dilma, pois em campanhas anteriores votou Lula e o trabalhismo puxa esta linha de atuação de governo. Para o Governo do Estado será fiel ao partido – traço dos trabalhistas, e apoiará Fogaça que tem Pompeu, de seu partido, na chapa. Para o Senado penso que votará em Paim, pois se identifica com muitas das causas do senador que busca a reeleição e em Rigotto. Dos Vereadores do PMDB, Alan Müller, Itamar Puntel, Moisés Kilian e Stefhan Stopp e Valério Trebien é possível esperar que alguns acompanhem a tendência do prefeito; já outros, dada sua característica, deverão votar Serra. Para o Piratini acredito que, mesmo reconhecendo méritos em Yeda, manter-se-ão fiéis ao partido, votando, todos, em Fogaça. Para o Senado cravarão 15 de Rigotto e, agradando Yeda, poderão votar Ana Amélia no segundo voto. Os dois vereadores do PP, Rui Milbradt e Vilson Dias deverão votar Serra, pela identificação ideológica (isto ainda existe?) e por que seu partido deverá embarcar na campanha tucana. Para o Rio Grande ambos já rasgaram voto em favor de Yeda, atribuindo-lhe méritos especiais e, considerando, também, que Ana Amélia Lemos é a candidata da coligação para o Senado. O segundo voto deverá ser de Rigotto. João de Deus é puro sangue ou, melhor ainda, puro tucano. Sendo neo-político com mandato, não tem compromissos anteriores e demonstra fidelidade figadal. Vota Serra e Yeda e quem mais ela indicar. Para o Senado votará Rigotto, pois transita bem com o Prefeito Ari e Paim, por afinidade de parte de seu eleitorado com as realizações e as causas defendidas pelo senador gaúcho. Dário Geis, do DEM, tende a votar em Serra, confirmando este voto se seu partido conseguir ser vice, situação que deverá definir-se apenas na última hora. Para o Estado deverá fazer escolha de caráter pessoal, pois seu DEM teve difícil relação com o PSDB de Yeda e não está formalmente alinhado com nenhuma candidatura. Voto indefinido entre Fogaça e Yeda, podendo pender para o PMDB, pois seu cunhado, vice-prefeito de Cachoeira do Sul será candidato a Deputado Estadual pelo partido. Para o Senado Vota Ana Amélia e Rigotto. Lauro Reetz, Prefeito duas vezes e candidato na última eleição, vota em Serra, em Yeda, em Ana Amélia e Rigotto. Estes votos tem base em sua história política.
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No segundo turno, que sabidamente terá o PT nas duas eleições, este receberá alguns votos na eleição nacional; já no Rio Grande ninguém deverá apoiá-lo.
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A PONTE – Estamos, hoje, 174 dias sem a ponte na RSC-287.
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Paz e Bem.