quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Coluna 41 - Publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 10NOV2010



Como homem, como mulher (…) em tudo precisamos nos reinventar. Realmente o mundo mudou!

COMO MUDOU... E FOI NECESSÁRIO – Aconteceu até o domingo passado, a Semana do Automóvel de São Paulo. O fato de ter sido a edição jubilar – completou 50 anos – despertou a mídia, que lhe destinou grandes espaços. Muita sofisticação e glamour, muitas belas modelos para sorrirem e fazerem muxoxos, fazem desta feira ser a maior da latino-américa. Confesso que nunca entendi o papel das mulheres pousando ao lado dos carros, servindo como isca visual para atrair os peixes ao volante. Depois a grita é grande...
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Chama a atenção a tecnologia empregada na montagem e nos equipamentos de bordo do item que é uma das paixões nacionais – sua majestade o automóvel. Um engenheiro mecânico, detalhando um dos lançamentos, afirmou: muitas inovações que hoje são realidade há vinte anos atrás não passavam de ficção científica. Freei; acionei o neutro (no meu imaginário estou usando um carro com câmbio automático), com uma leve pressão no volante desliguei o som para refletir e … concordei com ele. O automóvel mudou, e como. De tradicional restam que ele tem motor, caixa, quatro pneus, tração, carroceria, etc, etc.... Mas, na comparação destes componentes com seus idênticos da década de 70/80 percebemos o salto qualitativo que se deu na indústria automotiva.
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A mudança foi desenhada pelo mercado, é verdade. A concorrência, a abertura das fronteiras, a ascensão econômica dos povos e o desenvolvimento como tal foram motivações determinantes. Para fazer o comprador gostar mais de A do que de B vale quase tudo. No entanto, devemos admitir que a evolução foi fundamentada, também, na preocupação da engenharia com fatores como segurança, proteção do meio ambiente, finitude de fontes combustíveis fósseis, redução dos espaços urbanos. Logo, a evolução não se deu apenas para vender mais. Deveu-se, também, à necessária atenção para a sustentabilidade e manutenção da vida no planeta. Neste pensar o Brasil se escala no time das nações maduras e inovadoras. A descoberta do álcool – hoje batizado de metanol – nos deu lugar cativo nesta seleção. Chegará ainda o dia em que poderemos prescindir do petróleo, pela soma de duas fontes energéticas abundantes e renováveis – o metanol e a energia elétrica, de geração solar, hidráulica e eólica.
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MUDAR É NECESSÁRIO – Qual a indústria do automóvel, também a sociedade e o homem devem realinhar-se. Mantendo a essência, que deve ser imutável, devemos produzir a reengenharia das estruturas que nos dão suporte, para não cairmos no anacronismo. Quantas ações em nosso redor ainda estão equipadas com platinado, bobina e carburador? Algumas só dão arranque na manivela. Poluem, fumegam, andam só com duas marchas: uma, bem lenta, para frente e, com facilidade escapa a caixa para a ré. Ocupam grandes espaços com excessos de lataria sem serventia nenhuma, sustentada em convicções teimosas e retrógradas, vaidade e egoísmo.
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É urgente a atualização de paradigmas e a própria quebra destes. Afinal, da descoberta da máquina de debulhar milho para cá tanta coisa já mudou. É necessário e premente que admitamos que a engrenagem da vida gira com mais rapidez, e que nesta ciranda devemos dançar em novo ritmo. Os governantes precisam dialogar; quem tem mandato deve ter consciência de que recebeu uma procuração coletiva e não uma escritura de propriedade. A família deve nutrir-se material, espiritual e emocionalmente para conceber que o mundo no qual os seres que gera viverão é um novo mundo com novo tempo, que passa rápido. Como pai, como mãe, como aluno, como professor, como médico, como paciente, como advogado, como religioso, como cristão, como gremista, como colorado, como homem, como mulher; na condição de quem ama e na de quem é amado – em tudo precisamos nos reinventar. O mundo realmente mudou.
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A PONTE – Estamos, hoje, 308 dias sem a ponte da RST-287, entre Agudo e Restinga Sêca.
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Paz e Bem

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