segunda-feira, 26 de julho de 2010

COLUNA PUBLICADA NO JORNAL CORREIO AGUDENSE - EDIÇÃO DE 14JUL2010

VIOLÊNCIA (2) – A violência é uma realidade muito próxima de todos. Abordei o tema na semana passada, motivado por fato que ocorrera dias antes. Houve manifestações de apoio, vindas de estimadas pessoas de Linha dos Pomeranos, antigas e sólidas lideranças comunitárias, que veem seus locais de entretenimento e reunião sendo transformados em locais de tensão e disputa.
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Este deve ser o mesmo sentimento de dirigentes de todas as entidades e, também, de moradores do interior e cidade, saudosos dos tempos em que podiam ir a um baile em sua comunidade, divertir-se, colaborar com as entidades locais sem medo de briga e sem a – necessária mas desagradável – presença dos “homens de preto”. Isto foi naquele tempo...
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Mas não é somente o que pode acontecer em um evento que preocupa. Causa insegurança igual a exposição do patrimônio. Se os moradores de uma linha inteira saem para se reunir à noite, as propriedades ficam mais vulneráveis. Recentemente uma família de Rincão do Pinhal teve o dissabor de encontrar sua casa revirada, tendo sido vítima de vultuoso furto de bens, tudo por que teve a ousadia de aceitar a um convite de casamento em Paraíso do Sul. É uma barbaridade, mas é verdade! O que tudo pode acontecer mais?
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Ainda neste tema podemos constatar que também os torneios de futebol estão desaparecendo e por que? Duas vertentes são plausíveis: a primeira, constantemente aventada, é o mercenarismo de muitos atletas. Quem me paga? Quanto ganho? Só jogo se me buscam em casa e, depois, banho tomado, quero ser levado pra casa, com dinheiro no bolso! Outra linha de raciocínio que determinou o fim de torneios é a violência gratuita! Quantos torneios terminaram antes do apito do juiz? O jogo foi, em muitos casos, menos pelo esporte e mais pela disputa à qualquer preço. Houve torneios lamentáveis, que desestimularam as agremiações de promovê-los ou deles participar.
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Admito que o declínio dos torneios de futebol em Agudo tenha ainda outras causas, das quais não cuido por não ser do meio. Arbitragens incompetentes ou caras demais (quem quer botar a cara à preço por quase nada?), desestímulo, fracas lideranças, ausência do Poder Público (será que tem que haver participação pública em tudo?), desinteresse pelo surgimento de novas opções de entretenimento, precocidade da juventude que cedo sai em busca de horizonte próprio, desalojando-se da comunidade nativa. Estas são algumas das causas. Uma boa tese de sociologia, não?! Por que não se faz mais torneios de futebol?
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Ai vem a XVIII Ein Volksfest in Agudo. A grafia deste nome ainda me levará a propor uma reunião entre a autora do nome, ex-primeira dama Mariane Jaeger, com conhecedores de português e os que dominam a gramática do alemão. Será necessário encontrar uma saída para a situação que fere o ouvido e atenta as regras de gramática, pois o artigo indefinido feminino alemão “Ein”, não concorda com o artigo definido “a” do português, que lhe segue, na citação em português. Em tradução literal fica meio esquisito dizer: “Ai vem a (artigo definido feminino, em referência a festa) XVII uma (artigo indefinido feminino “Ein”, incluído na denominação) festa popular em Agudo!” Tem-se encontrado a saída acrescentando a expressão edição (consta, inclusive, no folder deste ano). É uma questão a ser resolvida; de relativa relevância, mas é uma questão, como diria Rui Carlos Ostermann.
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A programação da Volksfest deste ano está boa. Aos poucos são vencidas as resistências de que a programação deva privilegiar somente a Expovolks. A frase – tem que botar público na frente dos estandes” ouvida à exaustão ao longo dos anos, não deixa de ser verdadeira. Sem Expovolks a Volksfest perde seu apelo de massa, sem dúvida. No entanto, me arrisco a afirmar que sem Volksfest sequer haveria a Expovolks. A relação dos dois acontecimentos pode ser concebida como a relação da criação com sua criatura.
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Observando a programação percebe-se que foram inscritos eventos diferentes dos que rezam a fórmula: povo + produto + preço = lucro. Lamento que ainda não tenha sido possível mudar o horário do desfile das 10h0 para as 14h00. Normalmente é a hora mais aquecida do dia de inverno, daria mais colorido e alegria ao desfile e permitiria elaborar melhor as alegorias. Mas... por enquanto, nem se fale no assunto. Um dia isto muda, com certeza!
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A PONTE – Estamos, hoje, 188 dias sem a ponte na RSC-287.
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Paz e Bem.

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