quarta-feira, 7 de julho de 2010

COLUNA PUBICADA NO JORNAL CORREIO AGUDENSE - EDIÇÃO DE 07JUL2010

VIOLÊNCIA – A violência é uma realidade muito próxima de todos. Sem muito pestanejar listamos uma porção de situações que denunciam violência e que ocorrem bem perto de nós. Quais fatores concorrem para o acirramento do comportamento violento? Quais mecanismos devem ser empregados para seu combate? Como podem as pessoas se defender? Seremos, todos, um dia vítimas? De qual tipo de violência? Seremos agredidos, assaltados? Haverá assassinato em nosso círculo de relações ou nós mesmos teremos nossa vida interompida por um tiro? Teremos nossos bens furtados? Algum familiar nosso será vitimado? Como saber? Se em tempos passados ficávamos sabendo de relatos de violência pela imprensa; se as barbaridades aconteciam apenas nas grandes cidades, hoje a realidade é outra; forçando-nos a uma mínima precaução pessoal, familiar e patrimonial.
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A situação é de tal forma acentuada que já nem mais nos chama a atenção. Os relatos são de uma naturalidade que espanta. Na segunda-feira soube ter ocorrido briga generalizada em um baile da Escola Municipal Santo Antônio, ao ponto de encerrar a festa duas horas antes do previsto e sob reforço policial.
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Peço permissão, estimados membros da comunidade escolar santoantoniana, para tomar este lamentável episódio como exemplo para desenvolver um raciocínio que de há muito me ocupa a mente. Trata-se da constatação de que nossas entidades estão tendo seus eventos inviabilizados, quer pela ocorrência de atos violentos – como o que aconteceu – ou pelo custo que tem uma entidade para tentar proteger seu patrimônio e os frequentadores.
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O empresário e músico Gelson Pasa, da Banda Novo Rumo, certa vez fez levantamento de quantos locais de realização de baile restam em Agudo. Afirmou, citando as entidades, pavilhões e salões que ainda os programam, serem estes apenas um quarto dos que haviam 15 anos atrás. Espantado com a constatação perguntei porque tantas entidades fecharam as portas ou, pelo menos, deixaram de programar eventos deste gênero. Respondeu-me que os promotores – donos de salão ou dirigentes de entidades – passaram a ter um custo adicional de contratação de segurança de tal monta que não mais valeu a pena correr riscos. Sem alternativa, cerraram as portas.
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O raciocínio é correto: dada a ameaça de violência, aumenta-se o custo com a contratação de um batalhão de seguranças e, pela mesma ameaça muitas pessoas que outrora varriam salões todos os finais de semana, passaram a evitá-los. Com menos gente, menos ou nenhum lucro – é melhor parar.
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Nos anos noventa a Comunidade São Bonifácio – da qual era presidente à época – viveu uma experiência que já então deu-nos sinais de que apenas boa intensão não mais é suficiente. Na véspera da festa do padroeiro, em uma sexta-feira fria de junho, realizou-se um programa de auditório da dupla Guedes e Leninho (lembram?) e, após, a Banda Meteoro animou a dança. Tudo muito bom na concepção – ora, o que de mal poderia ocorrer em um evento de igreja, no centro da cidade? Pois aconteceu. Perto da meia noite, por causas nunca sabidas fechou o tempo e quebrou o pau geral. O Centro Comunitário virou uma praça de combate; via-se garrafas e cadeiras voando para todos os lados e o sangue riscando o chão. E nós, armados apenas de boa vontade, incrédulos assistíamos a tudo. A peleja terminou quando a Rosa foi ao microfone e... bem, voz de mulher todo mundo escuta, não?! Terminou o barraco.
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Como saldo disto tudo, resultou que o Pavilhão São Bonifácio ficou estigmatizado para bailes. Eu gostaria de admitir que lá não mais se fazem bailes por falta de estrutura acústica, por causa da perturbação ao sossego, dado sua localização demasiado central, ou vedação por inadequação qualquer... mas não por ser perigoso demais. Estou exagerando? Lembram do que ocorreu recentemente quando a Escola Willy Roos realizou um Festival de Bandas? Uma briga campal de frequentadores, na Avenida Concórdia, deu como saldo a porta de vidro de acesso ao Fórum quebrada e muitos danos. E, no mês passado, até um policial foi agredido em festa junina que ali se realizou. Está perigoso ou não?! E o perigo é a comunidade ou quem frequenta?
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Terminou o espaço, não o assunto. Volto a ele.
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A PONTE – Estamos, hoje, 181 dias sem a ponte na RSC-287.
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Paz e Bem.

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