sábado, 15 de setembro de 2012

Coluna 130 - publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 15AGO2012


O consumo de comida em quantidades acima no necessário também representa desperdício


FOME, EXCESSOS E DESPERDÍCIO – A Fiocruz – Fundação Oswaldo Cruz (www.fiocruz.br) é uma centenária fundação vinculada ao Ministério da Saúde, com sede no Rio de Janeiro, que tem como missão promover a saúde e o desenvolvimento social, gerar e difundir conhecimento científico e tecnológico, ser um agente da cidadania. Esta entidade mantém a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca que publica, desde 1982, o RADIS – Comunicação e Saúde, na forma impressa e online (www.ensp.fiocruz.br/radis). O RADIS é o veículo através do qual a Fiocruz interage com a sociedade brasileira na discussão dos temas pertinentes – saúde e conhecimento científico. Na edição de julho deste ano RADIS apresenta um cenário mundial de fome, excessos e desperdício, conforme discutido no Congresso Mundial de Nutrição, realizado no Rio de Janeiro, em abril passado, com delegações de setenta países.
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A FOME – Naquele congresso fome foi definida como uma situação de insegurança alimentar crônica, onde as populações não têm acesso físico ou econômico a uma quantidade suficiente de alimentos nutritivos, seguros e culturalmente aceitos para atingir as necessidades dietéticas. No mundo uma em cada dez crianças abaixo de cinco anos é subnutrida e quase um terço das crianças desta faixa etária, nos países pobres está com estatura abaixo da adequada para sua idade. A estatura abaixo da ideal é o principal indício de desnutrição. A África apresenta a situação mais dramática: dos 40 países onde mais de 40% das crianças tem estatura abaixo do normal, 23 são daquele continente.
A situação de equilíbrio nutricional é definida como de segurança alimentar, quando todos tem acesso ao alimento de qualidade e em quantidade ideais.
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 EXCESSOS E DESPERDÍCIO – No outro extremo estão os excessos e o desperdício de alimentos. Para a FAO – Organização para a Alimentação e Agricultura, da ONU, o consumo de comida em quantidades acima no necessário também representa desperdício. São igualmente desperdiçados os alimentos perdidos durante o transporte e o armazenamento inadequados e os jogados fora na ponta final da cadeia – final de feira.
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O que é perdido no transporte e armazenamento e o que não se aproveita no final da feira gera prejuízo econômico, com o qual o mundo precisa se preocupar. No entanto, o que é comido em excesso ou de forma errada preocupa tanto ou mais, pois desencadeia problemas de saúde – obesidade e doenças cardiovasculares são as principais.
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Se a distribuição de alimentos fosse eficaz, o aumento da população não preocuparia tanto e muitos hectares de plantação não precisariam acontecer, declarou a representante da FAO no Congresso Mundial de Nutrição, Barbara Burlingame.
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Um bom cardápio de temas implicados com a nutrição, tais como a obesidade, o consumo de sal, os alimentos ultraprocessados e o impacto da mídia nos produtos voltados à dieta das crianças, ficam em Banho Maria, para a próxima coluna.
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Li, ouvi ou vi...
Li a coluna que minha filha Iolanda Vitória escreveu na edição da semana passada. Surpreso e admirado constatei que a audáciosa empreendida, ajustada com o Diretor Sérgio, revelou um texto fluente e sustentado em argumentos concebidos na detida observação do cenário acadêmico e familiar que vive. A frase “olhe no dicionário”, repetida desde que ela podia compreender o que era e para que servia aquele livro grosso na estante, e a intenção de inspirar atitudes e ações oferecem, como recompensa, o presente que os leitores puderam partilhar. Também como pai sou muito feliz. Obrigado, filhota! 
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Paz e Bem!

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