quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Coluna 136 - publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 26SET2012

Se o último foi em 1992, todos os eleitores que nasceram a partir de 1977 nunca tiveram debate eleitoral.


ELEIÇÕES – Este é o assunto do setembro deste ano. O início da primavera, a Semana Farroupilha, a Semana Nacional do Trânsito, o Mês da Bíblia, o dia Nacional do Idoso e outras comemorações mal conseguem uma nesga de sol. Também eu me somo ao coro que entoa o mantra: eleições, benditas eleições.
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A eleição municipal de Agudo teve o último debate faz 20 anos. Ari Anunciação, Flávio Pavezi e Ilmar Goltz foram os últimos candidatos a conversarem frente a frente. Por que não saiu debate nesta eleição? Sem entrar no mérito, com o único propósito de esclarecer a população, apresento as nuanças da legislação que deve ser cumprida para que tal evento eleitoral possa ocorrer. A Resolução 23.370/2012, do Tribunal Superior Eleitoral, que normatiza todos os procedimentos desta eleição, também trata do debate. Lá está escrito que os candidatos devem ser notificados das regras e devem concordar com estas em manifestação que deve retornar a quem pretenda promovê-lo, pelo menos setenta e duas horas antes da data estipulada. Diz ainda aquele ato normativo que dois terços devem concordar. Assim sendo, se são dois os candidatos, ambos devem aceitar. Se um não aceita, já não se obtém os dois terços necessários e o processo é engavetado. Na hipótese de os dois candidatos concordarem, tem-se uma segunda situação – o comparecimento. Concordar não significa comparecer. Se não for superada a primeira condição, sequer se implementa a expectativa da segunda. Assim ocorreu em Agudo, onde a Rádio Agudo teve a iniciativa formal de promover tal encontro. Se, em situação diversa da verificada em Agudo, ambos os candidatos concordam, quem o promove pode marcar data e local e esperar. No horário marcado o ato se instala, independente de quantos compareçam – se mais de um, haverá o debate propriamente dito; se um só aparecer, o debate vira entrevista. Bem lembrado que tudo deve ser informado à justiça eleitoral.
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Este regramento protege a eleição de atitudes despóticas. Longe estamos (felizmente) deste tipo de comportamento. Mas imaginemos o que poderia ocorrer por este Brazilzão afora, se o talhão da lei não impusesse regras mínimas.
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No caso de Agudo façamos as contas. Se o último foi em 1992, todos os eleitores que nasceram a partir de 1977 (quantos serão?) nunca tiveram debate eleitoral. Eu acho que é um desserviço para o processo eleitoral. Os eleitores merecem esta forma de medir a consistência das candidaturas. Esta é minha única expressão de mérito, feita em desagravo a este montão de eleitores que gostaria de acompanhar um tête-à-tête.
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Quatro cidades gaúchas têm eleitores suficientes para um segundo turno na eleição deste ano: Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul e Pelotas. No entanto, a se confirmarem as tendências, em nenhuma delas haverá nova rodada de voto no último domingo de outubro. Em todas a urna dirá quem será Prefeito já no dia 7 de outubro. De fato, o povo gaúcho é decidido.
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Em Juazeiro do Norte, na Bahia, o ex-presidente Lula apareceu no horário político. Nenhuma novidade. O que chamou a atenção foi que a aparição foi no horário político do candidato de oposição ao atual prefeito, do PT, que busca reeleição. Em resumo, Lula fez campanha para derrubar o Prefeito e candidato, de seu partido. Para tentar compreender devemos entender os arranjos locais. Mas que à primeira impressão é estranho isto é.
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Contudo, isto acontece – em diferente escala é verdade – também, em um dos municípios-mãe de Agudo. Em Cachoeira do Sul o atual Prefeito, Sérgio Ghignatti, do PMDB também está no palanque de candidato opositor ao de seu partido, Luciano Figueiró. São traços da política.
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Li, ouvi ou vi...
Li, no jornal do Interlegis (estrutura do Senado Federal) que nos 5.564 municípios brasileiros 449 mil pessoas se candidataram as 57.432 vagas de vereador. Na eleição de 2008 eram 51.992 vagas, que foram disputadas por 348.793 candidatos. Os números de candidatos nesta eleição não são ainda fechados, pois muitas candidaturas se sustentam com liminares, e poderão cair.
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Paz e Bem!

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Coluna 135 - publicada no jornal Correio Agudense - edição de 19SET2012

O gauchismo como elemento psicológico que vincula o povo ao território, aos usos e costumes, à cultura e aos valores morais entranhados, é salutar

DIA DO GAÚCHO – Amanhã é 20 de setembro, Dia do Gaúcho, que que desperta uma quase catarse no sentimento dos nativos desta porção de Brasil, estejam onde estiverem – e, também, de alguns forasteiros aqui aquerenciados. O gauchismo como elemento psicológico que vincula o povo ao território, aos usos e costumes, à cultura e aos valores morais entranhados, é salutar. O ufanismo exacerbado, que se instala feito uma catarata à impedir visão da realidade, este é pernicioso, pois mascara, na fachada de um orgulho (muitas vezes até desprovido de causa), a incapacidade de perceber que existe mundo para além do Chui, dos Rios Uruguai e Mampituba e do Atlântico.
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Na coluna que foi publicada na Semana Farroupilha do ano passado transcrevi trechos da lendária poesia Eis o Homem, de Marco Aurélio Campos, minha poesia preferida (tivesse eu dom para declamar, ela estaria em todos os palcos onde fosse convidado, para destronar o fanfarrão Bochincho). Neste ano apresento partes do poema Gaúcho e Colono, do autor do Bochincho – Jaime Caetano Braun. Este poema ganha especial valor e significado se ouvido na voz da bela prenda agudense Diana Milena Goltz que, atendendo um pedido de última hora, decorou as onze oitavas em uma semana, para brindar ouvidos atentos com a mensagem que entrelaça os que aqui estavam com os que para cá vieram. Falta espaço para todo o poema. Seguem, por critério de achismo, aos versos onde está mais explícita a mensagem que encerra o poema do imortal pajador dos pampas, também descendente de germânicos.
GAÚCHO E COLONO
Mais de cem anos já faz / Que num arranco pujante, / Chegou da Europa distante / Um vulto cheio de entono.
Que vinha também ser dono, / Da nossa querência eterna. / E o guasca boleava a perna / Pra receber o colono.
Desde então entreverados / Dentro dos mesmos cenários / Os dois vultos legendários / Do pago continentino. / Entoaram o mesmo hino / De fulgente trajetória, / E se embretaram na história, / Traçando o mesmo destino!
E ao longo dos territórios / Que o gaúcho conquistava, Vinha o colono e plantava / Seus roçados e tapumes.
Copiou do guasca, os costumes, /As lendas e as diversões. / E até mesmo as tradições, / Guardadas cheias de ciúmes! (...)
Foi o toque generoso / Desse sangue de além-mar, / Que veio fortificar / A raça, que então nascia. / Dando a têmpera bravia / Padrão de força e virtude. / Dessa fusão semi-rude / Que despertou nossa cria!
Santo e bendito milagre. / Caldeado ao frio do Minuano, / Filho do guasca pampeano, / Filho da Itália e Alemanha, / Entremeados na Campanha. / Tão gaúcho, um como o outro, / Tamanco  e bota-de-potro, / Na valsa e na meia-canha. (...)
Qual dos dois é mais gaúcho? / Qual dos dois é mais Rio Grande? / Se o peito de ambos se expande, / No mesmo sagrado anseio? Já não é mais o que veio. / Já não é mais o que havia. / Rio Grande hoje é a sintonia, / Da lavoura e do rodeio.
Pois, se o guasca evoluiu, / Para chegar ao atual. / A velha fibra imortal, / Pelas épocas perpassa. / E o Rio Grande se entrelaça / Nesses dois tentos torcidos, / Que vieram, depois de unidos, / Formar o sovéu da raça.
Eu te bendigo colono, / Desbravador primitivo. / Não como filho adotivo / Deste chão, santo e eterno. / Mas como anseio fraterno, / Do velho pago bagual, / Que em troca de amor filial / Te deu o amor paterno!
Por isso, como patrício, / Riograndense, antes de tudo. / Querido irmão, te saúdo / Corcoveando de emoção. / Pedaço do meu rincão / Que estreito num abraço forte, / Porque és também um suporte / Da gaúcha tradição.
 
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Li, ouvi ou vi...
Vi, contrariado, que a obra do Largo Aldo Berger parou já antes da metade (previ isto em 22 de agosto, torcendo para não ter razão). Parece que algumas obras públicas emperram mesmo. Será que foi encontrado algum batráquio ali enterrado e que deitou urucubaca por cima das partes que contrataram a obra? Como cidadão assumo a condição de observador atento. Quero o melhor acabamento  para este aconchegante espaço público (se a funcionalidade não foi discutida, ao menos que fique bonito). O Largo Aldo Berger merece atenção e os munícipes respeito.
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Paz e Bem!

domingo, 16 de setembro de 2012

Coluna 135 - pubicada no jornal Correio Agudense - Edição de 12SET2012

Por acaso alguém discorda de que os dias de chuva e garoa que tivemos no início desta semana sejam o “tempo bom” que esperamos tanto, para aplacar a seca que assombra a região?

 

EINTRACHT VOLTA À AGUDO – Desde fevereiro deste ano o Instituto Cultural brasileiro Alemão de Agudo – Icbaa – tem a confirmação de que a Orquestra de Sopro do Centro Cultural Eintracht, de Campo Bom, volta à Agudo, depois da estupenda apresentação de setembro de 2007. Quem viu tem muitos motivos para ver novamente; quem não pôde comparecer, terá a oportunidade de assistir, em Agudo, um espetáculo musical de bom gosto e qualidade. O aparato técnico, o tamanho da orquestra, o cuidado na montagem e a qualidade do que será apresentado poucas vezes foi visto em Agudo, tenhamos certeza disso. O show será no Centro Desportivo Municipal (que receberá equipamentos que assegurarão a qualidade acústica e visual) no dia 20 de outubro, sábado, às 20h30minutos, e terá duração de duas horas.
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Agudo merecerá sediar a estreia do espetáculo de 2012 do projeto Música nas Comunidades – Ano IX, do Centro Cultural Eintracht. O nome do show será conhecido na próxima semana. Todavia, sabe-se que será uma comédia musical em que o brega e o erudito se misturarão. Hebe Vettel Cardoso, produtora cultural do Eintracht conta que o musical trata de tornar erudito o brega e brega o erudito, tudo com muito humor. O lado cômico da apresentação estará assegurado pela participação do ator e músico Hique Gomes, do espetáculo Tangos & Tragédias. Esta credencial por si só já garante sucesso.
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EINTRACHT em Agudo deve ser a apresentação artística mais cara apresentada em Agudo nos últimos anos, e é viabilizada pela participação da empresa Dickow & Cia. Ltda., que carreou recursos via Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), em montante que lhe permitiu trazer para Agudo uma das apresentações – justamente a de estreia da temporada 2012. Decisão sábia da empresa, inspirada pela Iza.
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É um espetáculo para encher o Centro Desportivo Municipal. O Icbaa trabalha com a possibilidade de mais de 2,5 mil pessoas comparecerem. A entrada será gratuita. Inscrevamos esta noite na agenda.
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TEMPO BOM – Tenho uma teimosa discordância com os meteorologistas. Mesmo admitindo que para a ciência meteorológica tempo bom seja a conjugação de fatores climáticos ideais para cada estação e região (sol, temperatura, umidade do ar e pressão atmosférica, entre outros mais), em determinados momentos os fatores considerados deviam variar. Por acaso alguém discorda de que os dias de chuva e garoa que tivemos no início desta semana sejam o “tempo bom” que esperamos tanto, para aplacar a seca que assombra a região? Há tempo para chover, em que se quer que chova; há tempo para o sol brilhar, quando se o quer radiante, do cantar do galo até o crepúsculo. Tempo bom é aquele que favorece, mesmo que desviando padrões.
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Li, ouvi ou vi...
Ouvi dizer que foram muito esclarecedoras as edições do Café da Manhã no Hospital, que a direção daquela entidade promoveu com os dois candidatos à Prefeito de Agudo e alguns membros das respectivas coligações. Quem participou diz terem sido, também, muito diferentes uma da outra. A diferença teria sido percebida na concepção de como o Poder Público e a entidade deverão interagir e como cada um desempenhará seu papel na prestação de serviços de saúde à população.
O Hospital, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Agudo e a Associação Bombeiros Voluntários de Agudo foram as únicas entidades e/ou associações que ouviram os candidatos Rui Valdir Milbradt e Valério Vili Trebien.
Vi a missão da Associação Hospital Agudo, concebida em seu programa de planejamento estratégico: CUIDAR COM EXCELÊNCIA. Simples. Precisa mais?
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Paz e Bem!

Coluna 133 - Publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 4SET2012

Os brasileiros têm municípios reais, municípios possíveis e imaginam municípios felizes


MUNDO REAL, MUNDO POSSÍVEL, MUNDO FELIZ! – Participei, segunda e terça passadas, de um curso no Tribunal de Contas do Estado, onde esta estratificação foi empregada pela consultora do TCE ao apresentar aos operadores da contabilidade pública o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – o MPASP. Explico: este manual de procedimentos contábeis destinado aos entes públicos é um conjunto de regras e práticas que visam harmonizar e, na medida do possível, padronizar os procedimentos contábeis dos Municípios, dos Estados e da União, para tornar possível a obtenção de informações confiáveis e adequadas aos padrões internacionais de verificação da escrituração da receita, da despesa, do patrimônio e da gestão pública. O Brasil é signatário de um protocolo que lhe impõe mostrar estes dados à comunidade internacional. Pois para que estas planilhas mostrem verdade devem ser abastecidas por de fontes confiáveis. Esta é apenas mais uma das faces do enorme edifício de credibilidade que um país deve erguer quando pretende um lugar no horizonte onde se alinham as nações de fato soberanas e maduras e que queiram tomar assento à mesa do grande jogo mundial. As práticas do MCASP entram em vigor em 2014. Portanto já é hora de adotá-las nas Prefeituras e Câmaras, em preparação para o novo tempo que vem.
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O mundo real é, como a expressão declara – o que estamos vivendo. Nele os procedimentos contábeis são disformes e não conferem consistência. Não que estejam errados ou que haja má gestão na administração dos recursos públicos (qualquer alusão ao que está nas manchetes desta semana envolvendo, justamente, o erário público de um município vizinho é mera coincidência). Acontece que a base de dados é tão disforme que torna difícil capturar informações. Em desagravo ao Rio Grande do Sul e a mais poucos estados brasileiros, admitamos que muito já se evoluiu na área.  Mundo possível é o patamar que se alcançará no médio prazo, levando em conta os fatores limitantes das pessoas e das estruturas. Simplesmente não será possível tirar leite de pedra. Para o que se necessita não há pessoal preparado, não há equipamentos e não há cultura de gestão pública. Percebendo isto se pode, no máximo, vislumbrar um mundo possível, com avanços graduais sim, mas lentos. O mundo feliz é o que Thomas Mórus descreve em sua obra Utopia. O mundo feliz é onde tudo funciona, e onde a contabilidade pública se encadeia perfeitamente, permitindo relatórios que expressem o que há, do Oiapoque ao Chuí.
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Esta observação de mundo real, possível e feliz pode ser transplantada com pertinência para qualquer outro cenário. Qual visão real temos, o que será possível e o que faria acontecer um mundo feliz? Observação: não procuremos conceituar felicidade. Tomemo-la na definição mais plausível e perceptível a nossotros, homens comuns.
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Se amolda, também, para o momento político. Os brasileiros têm municípios reais, municípios possíveis e imaginam municípios felizes. Os políticos em campanha vivem um dilema: se se conformarem com o município real serão tidos conformados; se propuserem um município possível dir-se-á serem pouco criativos ou pouco corajosos. No entanto, se prometerem um município feliz – olha lá o demagogo!  se ouvirá. O ponto de equilíbrio exige malabarismo, que também exige equilíbrio. Terão que ser, todos os candidatos, malabaristas? Mais uma dúvida me assombra.
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Na semana que vem, ainda bem longe das eleições, entrego na redação do CA minha coluna do dia 10 de outubro. Será uma carta do Prefeito eleito. Entrego-a cedo, para não ser contaminado pelo calor da campanha.
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Li, ouvi ou vi...
Vi, ser chegada a hora de iniciar a divulgação do mais valorizado acontecimento artístico-cultural de 2012 em Agudo. Na próxima semana partilho com os leitores o que é. Porém já adianto: agendem a noite de 20 de outubro, um sábado. Três mil pessoas vibrarão no Centro Desportivo Municipal.
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Paz e Bem!

Coluna 131 - publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 22AGO2012

A campanha começou definitivamente. Candidatos e candidatas cumprem roteiros gastando a sola do sapato e fazendo calo nas mãos


CARDÁPIO – A população está sendo apresentada ao banquete eleitoral. A campanha começou definitivamente. Candidatos e candidatas cumprem roteiros gastando a sola do sapato e fazendo calo nas mãos (a melhor forma de buscar o voto, na opinião do ex-vereador agudense Hasso Harras Bräunig). Ontem a campanha ganhou um novo adereço; aos baneres, adesivos e santinhos se juntou o horário eleitoral gratuito no rádio e TV. Os programas de rádio disseminarão as propostas e mostrarão potencialidades e limitações para todos os eleitores. O ajuste dos programas é, hoje, milimétrico, tanto no tempo quanto no conteúdo. O eleitor é exigente e informado. Conversa bonita, frases de efeito e montagens espetaculares são esteticamente interessantes, mas se no fundo não se perceber credibilidade e seriedade, entrarão por um ouvido e sairão pelo outro. Se os primeiros programas políticos não forem bons, os eleitores optarão por (clic) desligar o rádio. Os jovens ouvirão música no celular, os demais se ocuparão de algo que entenderem ser mais útil. Em alguns dias iniciarão, também, os comícios – uma festa para quem gosta da política-espetáculo.
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O espaço gratuito no rádio e na TV é a mass media eleitoral mais eficiente. Privilégio de eleições em municípios que têm rádio, Agudo, Restinga Sêca e Faxinal do Soturno já contam com esta forma de campanha pelo menos, nas últimas sete eleições municipais. Com a abertura de rádios comunitárias em praticamente todos os municípios da região, também os franciscanos, paraisenses, ibaramenses, novapalmenses e polesinenses terão, nesta eleição, como ouvir seus candidatos. As comunidades evoluem e este crescimento trás na garupa novos mecanismos de interação. Salve a democracia! Que se elejam os melhores.
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ALIMENTAÇÃO – Na coluna da semana passada escrevi sobre fome, excesso e desperdício alimentar e o fiz a partir das conclusões do Congresso Mundial de Nutrição, realizado no Rio de Janeiro, em abril deste ano. Amplio o horizonte da observação, citando o que se discutiu sobre os excessos e o mal que faz para a população. Nos Estados Unidos dois terços das calorias ingeridas vêm de alimentos ultraprocessados, isto é, produzidos a partir de extratos de alimentos, que recebem, no fabrico, aditivos que os tornam mais palatáveis, saborosos e os conservam. Carlos Augusto Monteiro, da Universidade de São Paulo foi taxativo: estamos consumindo menos arroz, feijão, carne e leite e mais alimentos ultraprocessados como pães industrializados, biscoitos, refrigerantes, doces, salsichas e refeições prontas, pobres em fibras e com reduzido valor nutricional.
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O Brasil é considerado um país em transição nutricional, onda ainda vale a pena intervir. A obesidade e o sobrepeso vêm crescendo regularmente um ponto percentual/ano, desde 2006. Se nada acontecer em 13 anos nossa qualidade alimentar será igual à dos americanos. O consumo exagerado de alimentos industrializados, gordurosos, com dosagem de açúcar, carboidratos ou sal acima do recomendado – e do necessário- para o organismo, e a ingestão de aditivos sintéticos, já são hoje e serão muito mais em seguida, fatores de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão e todas as patologias que a estas se associam.
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Menos guloseimas, menos gorduras, menos bebidas gaseificadas, menos álcool, menos fast foods, menos sal, menos açúcar. Se quisermos viver mais e melhor, devemos comer menos e melhor.
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Li, ouvi ou vi...
Vi, que a a reforma do Largo Aldo Berger começou. Tomara que não pare no meio do caminho. Além de engenheiros do Município e da empresa contratada com pranchetas e trena na mão, já se percebe movimentação de material. Ainda que o projeto não seja o ideal será melhor do que o que tínhamos.  O Largo Aldo Berger nasceu, com o espaço público, em 1991, sobre um gramado, quase capoeirão – antigamente até um açude havia. Passados mais de vinte anos, merece ser verschönert (embelezado). A propósito: a placa de denominação permanecerá relegada a um segundo plano ou ganhará canteiro próprio e será alinhada.

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Paz e Bem!

sábado, 15 de setembro de 2012

Coluna 132 - Publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 29AGO2012

Tem gente que adora furar a fila de assuntos que estão em curso e, em poucos instantes, assumir a palavra (...), fazendo dos outros meros ouvintes


COMO TEM CHATOS! JÁ SEREI UM DELES? – Ordinariamente o CA publica a coluna do Psicólogo agudense Lucas Lüdtke (também pode-se chamá-lo Jung, denominação com que homenageia Carl Gustag Jung, o patrono dos estudos da mente). Elaboradas a partir de alicerces da psicologia suas reflexões são dosadas para provocar efeito imediato – desconfio perceber nisso nuanças genéticas do pai, o Doutor Landri. Dotado de mente inteligente ele contribui para a elevação do parâmetro de formatação do pensamento da sociedade. Na velocidade como os fatos da vida se empilham, uma comunidade pequena tem que ter gente que propõe a elevação das RPM’s das pessoas e instituições. O tempo em que vive(u) sua juventude, a quantidade de informações que recolheu no meio acadêmico e o estímulo recebido do lar, lhe fizeram mais racional do que passional. Pensa e opina – concorda quem quiser. Todavia, para aplainar a aspereza que mostra ao contato – pessoal ou com o texto – seu coração carrega um tanto de sua mãe, a Tia Laurinha – e isto dispensa comentários.
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Não têm estas palavras a intenção de incensar este agudense, até porque ele não se deixaria empavonar. Quero sim aplaudir o que Lucas Lüdtke escreveu na semana passada. Quem leu a coluna Respeite o meu direito de não querer te ouvir ou ver decerto pensou: tem muita gente que devia saber disso. Eu tive a mesma reação. Aliás, eu me preocupei em identificar em mim mesmo atitudes que selam o rótulo de chato na minha testa. Como tem chatos que se arvoram arautos do certo e portadores da última boa nova. Tem gente que adora furar a fila de assuntos que estão em curso e, em poucos instantes, assumir a palavra e deitar verborragia, fazendo dos outros meros ouvintes do que eles acham ser realmente importante, do que viram (como se sua experiência fosse única e mais excitante) ou do que (pretensamente) sabem.
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Como ser gregário, estabeleço convívio em grupos diversos. Tem alguns nos quais não é preciso falar, basta ter a disposição de ouvir. É dose. Dias atrás, em aprazível conversa entre A, B e C, não tardou em D chegar e, “provando” conhecer mais do que nos todos sobre o que dominava nossa despretensiosa conversa devaneios de amigos, fazendo da prosa um monologo. Alguém havia convidado D para a roda? Alguém havia solicitado que opinasse? Todos estavam dispostos a só ouvir e concordar? A descrição não é retórica. Mas, em respeito aos envolvidos (sim, alguns o merecem), preservo a data, o lugar e as pessoas.
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Estas situações se multiplicam em tempos eleitorais. Deflagrada a campanha Agudo teria, agora, por baixo uns quarenta candidatos à Prefeito e uns duzentos para vereador; e todos muito melhores do que os que se dispuseram às urnas. É só atentar para o que ilustres figuras “sabem” fazer e “fariam” se eleitas. Mas, caros chatos, porque não se propuseram ao rito de filiação partidária, convenção, e então, em campanha por voto, dizer o que é certo e o que é errado?
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Tenho que lustrar a lente de observação de minha própria maneira de agir e me expressar; corro o risco ficar chato em casa, no trabalho, nos grupos sociais, com meus amigos e, também com quem me dá o crédito da leitura. Ou já serei um? Oh, dúvida cruel, que nenhum espelho revela a tempo de evitar o estrago.
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Lucas, permita a metáfora: você acertou no queixo. Parabéns!
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Li, ouvi ou vi...
Vi, que a todas as sextas-feiras o governo municipal se reúne em primeiro escalão. Sobre a mesa a chave do cofre, só acionada em casos essenciais. Não há novidade nisso. O pessoal da fazenda municipal já acionou o botão amarelo faz tempo. A receita municipal não tem o volume esperado. Destra vez Dona Dilma está levando a culpa. Por conta das tantas isenções e reduções de IPI, quem paga a conta são os municípios que veem sua principal receita, o Fundo de Participação dos Municípios minguar.
Ouvi a campanha pelo voto veiculada pelo TSE, onde é enaltecida a Lei da Ficha Limpa. Reconhecendo a oportunidade e o bem que produz a vigência dessa lei, entendo que a decência na política – que deve vir das pessoas, passar pelos partidos e desembocar nos processos eleitorais – não deveria prescindir de uma lei. Ela deve ser intrínseca do sistema de escolha democrática de um país que se quer em franco desenvolvimento.
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Paz e Bem!

Coluna 130 - publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 15AGO2012


O consumo de comida em quantidades acima no necessário também representa desperdício


FOME, EXCESSOS E DESPERDÍCIO – A Fiocruz – Fundação Oswaldo Cruz (www.fiocruz.br) é uma centenária fundação vinculada ao Ministério da Saúde, com sede no Rio de Janeiro, que tem como missão promover a saúde e o desenvolvimento social, gerar e difundir conhecimento científico e tecnológico, ser um agente da cidadania. Esta entidade mantém a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca que publica, desde 1982, o RADIS – Comunicação e Saúde, na forma impressa e online (www.ensp.fiocruz.br/radis). O RADIS é o veículo através do qual a Fiocruz interage com a sociedade brasileira na discussão dos temas pertinentes – saúde e conhecimento científico. Na edição de julho deste ano RADIS apresenta um cenário mundial de fome, excessos e desperdício, conforme discutido no Congresso Mundial de Nutrição, realizado no Rio de Janeiro, em abril passado, com delegações de setenta países.
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A FOME – Naquele congresso fome foi definida como uma situação de insegurança alimentar crônica, onde as populações não têm acesso físico ou econômico a uma quantidade suficiente de alimentos nutritivos, seguros e culturalmente aceitos para atingir as necessidades dietéticas. No mundo uma em cada dez crianças abaixo de cinco anos é subnutrida e quase um terço das crianças desta faixa etária, nos países pobres está com estatura abaixo da adequada para sua idade. A estatura abaixo da ideal é o principal indício de desnutrição. A África apresenta a situação mais dramática: dos 40 países onde mais de 40% das crianças tem estatura abaixo do normal, 23 são daquele continente.
A situação de equilíbrio nutricional é definida como de segurança alimentar, quando todos tem acesso ao alimento de qualidade e em quantidade ideais.
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 EXCESSOS E DESPERDÍCIO – No outro extremo estão os excessos e o desperdício de alimentos. Para a FAO – Organização para a Alimentação e Agricultura, da ONU, o consumo de comida em quantidades acima no necessário também representa desperdício. São igualmente desperdiçados os alimentos perdidos durante o transporte e o armazenamento inadequados e os jogados fora na ponta final da cadeia – final de feira.
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O que é perdido no transporte e armazenamento e o que não se aproveita no final da feira gera prejuízo econômico, com o qual o mundo precisa se preocupar. No entanto, o que é comido em excesso ou de forma errada preocupa tanto ou mais, pois desencadeia problemas de saúde – obesidade e doenças cardiovasculares são as principais.
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Se a distribuição de alimentos fosse eficaz, o aumento da população não preocuparia tanto e muitos hectares de plantação não precisariam acontecer, declarou a representante da FAO no Congresso Mundial de Nutrição, Barbara Burlingame.
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Um bom cardápio de temas implicados com a nutrição, tais como a obesidade, o consumo de sal, os alimentos ultraprocessados e o impacto da mídia nos produtos voltados à dieta das crianças, ficam em Banho Maria, para a próxima coluna.
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Li, ouvi ou vi...
Li a coluna que minha filha Iolanda Vitória escreveu na edição da semana passada. Surpreso e admirado constatei que a audáciosa empreendida, ajustada com o Diretor Sérgio, revelou um texto fluente e sustentado em argumentos concebidos na detida observação do cenário acadêmico e familiar que vive. A frase “olhe no dicionário”, repetida desde que ela podia compreender o que era e para que servia aquele livro grosso na estante, e a intenção de inspirar atitudes e ações oferecem, como recompensa, o presente que os leitores puderam partilhar. Também como pai sou muito feliz. Obrigado, filhota! 
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Paz e Bem!

Coluna 129 - Publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 8AGO2012

DE FILHA PARA PAI


Inicialmente peço licença ao colunista deste espaço para escrever algumas palavras. Sei que é atrevimento meu ocupar um espaço sem pedir permissão, mas explicarei a intenção mais adiante. Uma questão que pode pesar é o fato de ser uma tremenda responsabilidade tentar compor algo nos mesmos moldes como vem sendo escrita esta coluna nas outras edições do CA.
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Aproveito o ensejo dos acontecimentos em nosso Município para provocar reflexão sobre a legislação penal brasileira que deveria servir para organizar e proteger os cidadãos.
Algumas pessoas da comunidade ficaram estarrecidas ao serem informadas de que, o principal suspeito pelo desaparecimento da menina Daniela Ferreira, tratava-se de um preso no regime semiaberto que usufruía do benefício de saída temporária. A indignação vinha de o preso estar livre, antítese esta que a nossa legislação permite e defende, claro que são necessários alguns requisitos para a concessão do benefício, mas sabe-se que ele existe e que seu deferimento é cuidadosamente analisado pelos agentes do Poder Judiciário.
No mesmo sentido, vale lembrar que aos membros da OAB, Defensoria Pública, Ministério Público e Juízes cabe cumprir e zelar pela Lei que lhes é apresentada por nós. Sim, por nós! Somos nós que elegemos os legisladores e o executivo. Digo isto, pois estes dois Poderes é que, basicamente, têm competência para inovar ou alterar as Leis mediante projetos elaborados, votados e, após, sancionados ou vetados. Portanto, nós temos “a faca e o queijo nas mãos”.
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Esta coluna foi escrita para ser publicada exatamente nesta semana, visto que se aproxima o dia dos pais. Por conseguinte, pensei em dar uma folga ao meu pai nesta semana, mas, propositadamente, não o comuniquei. Não vou “rasgar seda” para homenageá-lo, até porque ele não permitiria, vou apenas mostrar como este personagem (pai) é importante na vida de uma família. Tanto é que, segundo crêem algumas religiões, inclusive a de minha família, o criador de tudo e todos é denominado como Pai.
A figura do pai é imprescindível no seio familiar. Primeiro, pelo auxílio na concepção em razão de sua contribuição genética. Segundo, pela bela capacidade de ser homem forte, carinhoso e tolerante ao mesmo tempo. Terceiro, por ser o que, muitas vezes, é incumbido de dizer não ao(s) filho(s) e filha(s), resposta que inicialmente não é compreendida, e sim entendida anos após ter sido proferida, quando aparecem as recompensas por ela deixadas. Quarto... (não terei espaço para citar todas as importantes benesses dos pais)
Esta forma de assimilar a relação entre pai e filho(a) é percebida e aplicada, inclusive, nas decisões das ações judiciais onde se observa que, quando em uma família está ausente a figura do pai e o filho busca o ressarcimento financeiro por esta ausência, a jurisprudência pende pelo não arbitramento de valor para esta questão, com a alegação de que a falta de um pai para o filho não tem preço. Concordo com esta visão, até porque não pretendo discordar dos estudiosos Desembargadores que proferiram os acórdãos, mas penso que nesta oportunidade possa existir uma tentativa de harmonizar a convivência com carinho por parte do pai ao(à) filho(a) e receptividade por parte do filho(a) ao pai.
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Ouso em não cumprir com a palavra perante inúmeros leitores, mas não posso deixar passar in albis esta oportunidade de explanar o carinho que sinto pelo meu pai que, apesar do extenso trabalho desenvolvido em várias entidades, não deixa de cumprir com competência o seu papel de pai. Obrigada e parabéns PAI!!
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Li, ouvi ou vi ...
O que está em evidência na mídia nacional é o início da votação da “ação penal 470” (modo como querem que a mídia chame o “mensalão”), fato que deve ser atentado por todos, afinal foram desviados mais de R$ 140.000.000,00 dos cofres públicos. Quem quer que sejam os culpados, queiramos que eles sejam devidamente condenados.
A censura atribuída ao termo “mensalão”, segundo quem a solicitou, objetiva evitar juízo de valor pejorativo. Penso que isto não vá influenciar em nada a compreensão da população, até porque não somos ingênuos.
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Paz e bem!

Coluna 128 - publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 1º de agosto de 2012.-

OS PREFEITOS DE AGUDO


OS PREFEITOS DE AGUDO – Inteligente a iniciativa da SMEC e a Coordenação de eventos da SMICTUR de motivar as entidades participantes do desfile do Dia do Colono a apresentar temas específicos e diferentes. O conjunto fez obra completa, de interessante efeito visual e valor informativo e pedagógico. Acertado, também, o horário de realizá-lo – à tarde. Ao Instituto Cultural Brasileiro Alemão de Agudo – Icbaa – coube mostrar quem foram os prefeitos desta terra.
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Devendo ser original, já que desfilar os sete homens que Agudo elegeu para o comando do executivo era impossível, a entidade valeu-se do talento artístico do cartunista e desenhista Byrata, de Santa Maria.
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Os desenhos de Byrata se resultaram verdadeiras obras de arte e arte precisa ser mostrada. Assim ganha esta edição do CA com a reprodução de sete das nove representações “à nanquim” que desfilaram levadas por dançarinos do Freundschaft, do Grupo de Danças do CTG Sentinela do Jacuí e voluntários. Para acrescentar caráter didático, é informado, junto da foto, o período de mandato.

Aldo Luiz Germano Berger
1º mandato - 06JUN1959 – 31DEZ1963

Hildor Max Losekann
2º mandato - 31DEZ1963 – 31JAN1969



Pedro Álvaro Müller
3º mandato - 31JAN1969 – 30JAN1973
7º mandato – 1ºJAN1989 – 31DEZ1992


Ari Alves da Anunciação
4º mandato – 31JAN1973 – 30JAN1977
6º mandato – 1ºFEV1983 – 31DEZ1988
8º mandato – 1ºJAN1993 – 30ABR1994
12º mandato – 1ºJAN2005 – 31DEZ2008
13º mandato – 1ºJAN2009 – 31DEZ2012


Pedro Osório de Oliveira Schorn
5º mandato – 1ºFEV1977 – 31JAN1983


Ari Carlinhos Jaeger
9º mandato – 30ABR2004 – 31DEZ2006
Lauro Reinoldo Reetz
10º mandato – 1ºJAN1997 – 31DEZ2000
11º mandato – 1ºJAN2001 – 31DEZ2004

Passado o desfile, o Icbaa oferecerá os originais às famílias dos retratados, para que deem a estes a guarda afetiva que merecem.
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Li, ouvi ou vi...
Vi e ouvi de que tem Know-How de realizar festas. A prova foi a XIX edição de Ein Volksfest in Agudo.
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Paz e Bem!