domingo, 4 de março de 2012

Coluna 106- publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 23FEV2012

Que a saúde se difunda sobre a terra (Eclo 38,8)

QUARESMA – Ontem foi Quarta-feira de Cinzas, terminou o Carnaval e se iniciou, para os cristãos, a Quaresma. A quaresma é o caminho que leva os cristãos ao encontro do Crucificado-ressuscitado. Caminho, porque processo existencial, mudança de vida, transformação da pessoa que recebeu a graça de ser discípulo-missionário. A oração, o jejum e a esmola indicam o processo de abertura necessária para os Filhos de Deus serem tocados pela grandeza da vida nova que nasce da cruz e da ressurreição. Atingidos por Ele e transformados n’Ele, os cristãos percebem que todas as realidades devem ser transformadas, para que todas as pessoas possam ter a vida plena do Reino.
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Neste tempo ideal de 40 dias, que antecede a Páscoa, Igreja Católica convida as pessoas de boa vontade para refletir sobre questões relevantes da vida e oferece subsídios para a abordagem madura, eficaz e responsável do tema proposto a cada ano. É a Campanha da Fraternidade. É precioso meio para a evangeliza­ção, retomando a pregação dos profetas, confirmada por Cristo, segundo a qual, a verdadeira penitência que agrada a Deus é repartir o pão com quem tem fome, dar de vestir ao maltrapilho, libertar os oprimidos, promover a todos. Em 2012 a reflexão se dá sobre a “Fraternidade e a Saúde Pública”, com o lema “Que a saúde se difunda sobre a terra (Eclo 38,8).
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Desejando contribuir para uma tomada de consciência e atitude e por também me sentir desconfortável com a situação e da saúde pública no país e desejar melhorias, apresento trechos extraídos do documento elaborado pela CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, para embasar a abordagem. Ao partilhar estes extratos do Texto Base da CF2012 abro mão da reflexão pessoal e original, na certeza de ganho para a coluna e quem a lê.
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(22) Se é dever do Estado promover a saúde por meio de ações preventivas e oferecer um sistema de tratamento eficaz e digno a toda população, especialmente aos mais desprovidos de recursos, é, também, responsabilidade de cada família e cidadão assumir um estilo de viver que, por meio de hábitos saudáveis e de exames pre­ventivos, contribua para evitar as doenças. Se cabe ao Estado providenciar toda a assistência médica aos enfermos, cabe à fa­mília o acompanhamento dedicado e carinhoso aos seus que adoecem. A família, o Estado e a Igreja têm funções distintas, mas complementares no processo de tratamento de seus mem­bros adoecidos.
(14) ... saúde é afirmação da vida, em suas múltiplas incidências, e um direito fundamental que os Estados devem garantir. (...) “saú­de é um processo harmonioso de bem-estar físico, psíquico, social e espiritual, e não apenas a ausência de doença, processo que capacita o ser humano a cumprir a missão que Deus lhe destinou, de acordo com a etapa e a condição de vida em que se encontre”
(65) ... é possível extrair 5 temas pre­ocupantes para a saúde atualmente: doenças crônicas não trans­missíveis (doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, cân­ceres, doenças renais crônicas e outras); doenças transmissíveis (AIDS, tuberculose, hanseníase, influenzae ou gripe, dengue e ou­tras); fatores comportamentais de risco modificáveis (tabagismo, dislipidemias por consumo excessivo de gorduras saturadas de origem animal, obesidade, ingestão insuficiente de frutas e hor­taliças, inatividade física e sedentarismo); dependência química e uso crescente e disseminado de drogas lícitas e ilícitas (álcool, crack, oxi e outras); causas externas (acidentes e violências).
(134)... as recentes avaliações do Ministério da Saúde e das Secretarias de Saúde mostram que, apesar de problemas na qualidade do aten­dimento, mais da metade das pessoas atendidas pelo SUS ficam satisfeitas. As respostas negativas estão relacionadas ao tempo de espera nas filas, à ansiedade ou à tensão para ser atendido. É o conhecido problema da dificuldade de acesso aos serviços de saúde, de acolhimento e de atendimento no tempo adequado.
(135) Melhorar o atendimento no Sistema Público de Saúde Brasi­leiro e diminuir as reclamações em relação ao desrespeito e à dignidade humana, frente à vulnerabilidade do sofrimento e da doença, é um grande desafio ainda a ser enfrentado pelas au­toridades sanitárias brasileiras.
(137) Toda pessoa tem direito ao atendimento humanizado e acolhedor, realizado por profissionais qualificados, em ambiente limpo confortável e acessível a todos.
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A Quaresma (e nela a Campanha da Fraternidade) é tempo de recolhimento e reflexão. O texto básico pode ser obtido na Internet. Sua leitura é recomendável, sobretudo para quem tiver responsabilidades na Saúde Pública.
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Sem mais, em meio ao turbilhão da vida, lhes desejo... Paz e Bem!

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