quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Coluna 149 - publicada no jornal Correio Agudense - edição de 26DEZ2012

PROCRASTINAR – Poderia simplificar escrevendo “deixar para a última hora”


PROCRASTINAR – Poderia simplificar escrevendo “deixar para a última hora”. Porém, se o propósito de uma coluna é partilhar informações, usar a expressão mais adequada ao que se quer dizer é uma forma de crescimento mútuo (quem escreve tem que pensar qual a melhor palavra e quem lê se não lembra do significado e tiver curiosidade poderá agregá-la a seu vocabulário). Dos pecados de organização que confesso um é o de, em muitas ocasiões, deixar a água bater no joelho para só então reagir. Tive toda a semana – em tempo pseudamente livre ainda alongado com a emenda do final de semana com o Natal – para escrever esta coluna. Mas às 11h30 desta quarta, 26, soube que teria até às 12h00 para entregar o texto. Negociei (já estou melhor nisso) e ganhei 90 minutos. Encurtando o almoço (ainda há reservas da comilança do natal) me atraquei.
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Como é a última coluna do ano, nela cabe o que escreveu Regina Brett, uma colunista americana. Para celebrar seu envelhecimento – seu hodômetro passou dos 90 anos – compilou lições que a vida lhe ensinou. O prisma com que uma pessoa acostumada à leitura da realidade social e do comportamento humano vê a vida merece ser conhecido. Brindo-me a mim e mais quem me honra com a leitura de algumas dessas lições; podem e certamente farão bem na inexorável avaliação do que fizemos e na assunção de propósitos para o ano ímpar que entra. 1. A vida não é justa, mas ainda é boa. 2. Quando estiver em dúvida, dê somente o próximo passo, pequeno. 3. A vida é muito curta para desperdiçá-la odiando alguém. 4. Seu trabalho não cuidará de você quando você ficar doente. Seus amigos e familiares cuidarão. Permaneça em contato. 5. Pague mensalmente seus cartões de crédito. 6. Você não tem que ganhar todas as vezes. Concorde em discordar. 7. Chore com alguém. Cura melhor do que chorar sozinho. 8. Economize para a aposentadoria começando com seu primeiro salário. 9. Quanto a chocolate, é inútil resistir. 10. Faça as pazes com seu passado, assim ele não atrapalha o presente. 11. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem ideia do que é a jornada deles. 12. Se um relacionamento tiver que ser um segredo, você não deveria entrar nele. 13. Tudo pode mudar num piscar de olhos Mas não se preocupe; Deus nunca pisca. 14. Respire fundo. Isso acalma a mente. 15. Qualquer coisa que não o matar o tornará realmente mais forte. 16. Nunca é muito tarde para ter uma infância feliz. Mas a segunda vez é por sua conta e ninguém mais. 17. Quando se trata do que você ama na vida, não aceite um não como resposta. 18. Acenda as velas, use os lençóis bonitos, use roupa fashion. Não guarde isto para uma ocasião especial. Hoje é especial. 19. Prepare-se mais do que o necessário, depois siga com o fluxo. 20. Seja excêntrico agora. Não espere pela velhice para vestir roxo. 21. Ninguém mais é responsável pela sua felicidade, somente você. 22. Enquadre todos os assim chamados "desastres" com estas palavras 'Em cinco anos, isto importará?' 23. Sempre escolha a vida. 24. O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo. 25. Não importa quão boa ou ruim é uma situação, ela mudará. 26. Não se leve muito a sério. Ninguém faz isso. 27. Acredite em milagres. 28. Deus ama você porque ele é Deus, não por causa de qualquer coisa que você fez ou não fez. 29. Não faça auditoria na vida. Destaque-se e aproveite-a ao máximo agora. 30. Envelhecer ganha da alternativa “morrer jovem”. 31. Suas crianças têm apenas uma infância. 32. Tudo que verdadeiramente importa no final é que você amou. 33. Saia de casa todos os dias. Os milagres estão esperando em todos os lugares. 34. Se todos nós colocássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos todos os outros como eles são, nós pegaríamos nossos mesmos problemas de volta. 35. A inveja é uma perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa. 36. O melhor ainda está por vir. 37. Não importa como você se sente, levante-se, vista-se bem e apareça. 38. Produza! 39. A vida não está amarrada com um laço, mas ainda é um presente.
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Ouvi, Li ou Vi –
Vi a homilia de Bento XVI na Missa do Galo. Farei uma síntese uma próxima coluna. Merece ser conhecida.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Coluna 148 - publicada no jornal Correio Agudense - edição de 19DEZ2012

Atitudes e comportamento que expressem fidelidade, confiança, amor, solidariedade, justiça e respeito (...) estão encravadas no coração e devem ser lidas no olhar.

CONFIAR AINDA É POSSÍVEL? A condenação solicitada pelo Ministério Público Federal para o Vice-Prefeito de Santa Maria, José Haidar Farret, tem um pano de fundo que está passando despercebido, por não compor a peça processual e não lhe alterar o veredito – a atitude de confiar. O santamariense ex-Prefeito, ex-Deputado Estadual e agora vice-Prefeito de Cézar Schirmer, é médico e médico antigo. Sabemos como são os médicos antigos. Eles aliam conhecimento da medicina com psicologia calejada na relação médico-paciente, que facilmente extrapolada para o núcleo familiar. O Dr. Landri, por exemplo, tratou de minhas frieiras de adolescente, receitou os anticoncepcionais para a Rosa, fez o teste positivo para gravidez, acompanhou a gestação e fez o parto da filhota Iolanda, acompanhou o tempo  derradeiro de minha mãe e hoje também assiste a meu pai. Assim é com muitas famílias. Os pacientes confiam no médico e ele confia na família. Pois o Dr. Farret também confiava. Afinal ele cuidava da saúde de uma senhora desde antes de formado, em 1969 e a relação eivada de confidências e cumplicidades tinha tudo para ser inscrita na biografia do renomado seguidor de Hipócrates como mais uma de muitas relações médico-família. Mas qual não foi sua surpresa? Sua boa fé e seu espírito de sempre ajudar o fizeram vítima de uma armação e ele foi induzido a cometer um grave erro, com séria repercussão jurídica e com indelével mácula para sua vida profissional, pessoal e de homem público.
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Uma integrante dessa família – o nome não foi revelado – valendo-se da confiança irrestrita aplicou ao Dr. Farret a lábia de estar conhecida senhora acamada, impossibilitada de deslocar-se. Como necessitava de atestado para acostar ao processo de renovação do benefício previdenciário, solicitou esta prescrição ao seu médico de sempre, que a conhecia muito bem, inclusive a havia consultado ainda há pouco. Era o ano de 2006 e o Dr. Farret, mesmo sabendo que burlava um estatuto médico e agia contra a legalidade e a ética da profissão, confiou e forneceu o documento. Fê-lo sempre que necessário também nos anos de 2007, 2008 e 2009. Portanto, durante quatro anos.
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Esta correto quem pensa que ele não podia ter expedido tais atestados sem jamais ver e examinar a paciente. Se tivesse adotado o protocolo médico, teria percebido já em 2006 que sua paciente havia falecido. Sim, é isto mesmo. O Dr. Farret afirmou, durante quatro anos, que uma mulher já sepultada estava viva. Deve ser condenado? Sim. Afinal, ele cometeu ilícito ao fornecer documento falso, concorrendo para que se perpetrasse logro perante o INSS. Mas e a mulher que durante quatro anos se valeu da confiança do antigo médico da família e dele obteve Atestado de Vida para alguém que sabia morto, com o único propósito de continuar recebendo o benefício previdenciário? Esta mulher não traiu o sagrado sentimento de confiança de um homem que tinha todas as razões para confiar e que confiou sem questionar?!
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As leis que regem a conduta das pessoas na sociedade são claras. Está escrito o que se pode fazer e o que não, e também o preço em pecúnia ou liberdade pela transgressão. Não estão escritas, no entanto, as leis que regram as relações interpessoais. Atitudes e comportamento que expressem fidelidade, confiança, amor, solidariedade, justiça e respeito não estão impressas em papel ou pergaminho, nem entalhadas em tábua ou pedra. Estão encravadas no coração e devem ser lidas no olhar.
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Ouvi, Li ou Vi –
Vi a decoração natalina de Agudo. O encantamento que sentimos ao contemplar a inspiradora obra da equipe da Primeira Dama no coração da cidade, remete a um mundo que ainda guarda lugar para o Cristo Jesus. Que todos nós encontremos, nos momentos natalinos, motivos para dizer da felicidade que sentimos. Desejar Feliz Natal faz bem, mas sentir felicidade pelo Natal é ainda melhor, faz mais gente, mais sinceros ao dizer Feliz Natal! Procuremos o Cristo Jesus dentro de nós e nos alimentemos da fé em sua redenção participando de uma celebração religiosa.
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Paz e Bem.

Coluna 147 - publicada no jornal Correio Agudense - edição de 12DEZ2012

Em algum momento alguém lhe disse que viu ou que conhece alguém que lhe contou ter visto uma luz branca, muito forte

UMA LUZ BRANCA, MUITO FORTE – Você já ouviu esta frase, não?! Pessoalmente ou em programa de TV, em algum momento alguém lhe disse que viu ou que conhece alguém que lhe contou ter visto uma luz branca, muito forte. Na semana passada foi a vez de eu me deparar com tal narrativa. Um amigo em quem acredito me contou que uma mulher que reúne as faculdades para discernir com precisão manifestações sensoriais de ilações da mente lhe relatou a experiência de viver na fronteira entre a vida e a morte. Embora severamente ferida, estava consciente quando seu estado clínico declinou para um irreversível quadro que sugeria morte iminente. Percebendo o limiar da existência, já se encontrava em um lugar muito brando, imanado de luz branca, muito forte. Sua sensação era de que não mais voltaria à dimensão corporal.
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Sua reação ante esta percepção foi negociar. Com a voz da mente reagiu dizendo: eu não quero ir. Eu tenho ainda muito para fazer aqui. Permita que eu ajude ainda muita gente; que eu cumpra com meu projeto.
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Passadas 48 horas o quadro clínico se reverteu e a convalescênça evoluiu para a quase cura (ainda restam sequelas que precisam ser corrigidas). Em dois dias esta mulher saiu do coma e passou a conectar os amigos nas redes sociais.
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Desde o túnel com a forte luz branca para a racional atividade motora e mental. Um testemunho de que o transcende está dentro de cada um de nós.
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Embora contrário ao anonimato, por razões plausíveis e em respeito a individualidade, deixo de mencionar quem são as pessoas envolvidas. Quem sabe um dia – que esperamos seja em breve – esta senhora delibere contar ela mesma a experiência de ter ido até o além (ou perto) e voltado. Eu gostaria muito mesmo de ouvir.
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AGUDO PARA O MUNDO – Nos bastidores da Paleontologia são fortes os rumores, quase confirmações até, de que em março ou abril de 2013 o National Geografhic Chanell produza um documentário internacional sobre os sítios paleontológicos de Agudo e região. O pesquisador Sérgio Cabreira e sua equipe já estariam acertados. Tomara que isto se confirme. A região toda ganha projeção e os fósseis aqui encontrados terão visibilidade e definitivo reconhecimento do meio científico universal.
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OPERAÇÃO “TEIA” – Convidado pelo Delegado Eduardo Flores Machado e pelo investigador Edinardo Cardoso Rodrigues a cooperar na logística da Operação Teia, desencadeada na madrugada de quarta-feira, para desbaratar uma quadrilha que agenciava e vendia CNHs falsas na região, acompanhei a organização das equipes. Nossos polícias são muito preparados para lidar com situações não convencionais. Em menos de dois minutos foram de zero a cem. Do nada saber até os detalhamentos e à pronta ação, pouco tempo, poucas perguntas e nenhuma firula. Pegaram o envelope com os dados e foram à campo. A eficiência da ação foi provada com o ressoar das sirenes das viaturas que traziam os falsários, equipamentos e as Carteiras de Motorista “compradas”. Se isto alegrou? Sim e não. Alegrou que a investigação ocorreu e que foi exitosa a empresa de prender os suspeitos. Lamento, contudo, que esta negociata tenha existido, e que “espertos” agudenses estivessem enredados na teia, levados pela ânsia de ganhar fácil sem trabalhar. Novamente Agudo virou manchete – e não do bem!
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Ouvi, Li ou Vi
Ouvi e Li, a repercussão internacional da morte de Oscar Niemayer, a quem se pode atribuir o epíteto “O arquiteto”. Ele o foi como poucos ou como quase ninguém na era contemporânea. Com o desaparecimento natural do longevo Niemayer, com 104 anos, assevera-se a certeza de que, de fato, apenas Abraão viveu mais. Nossotros (esta palavra é tão pertinente que devia constar no português) vivemos menos.
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Paz e Bem.

Coluna 146 - publicada no jornal Correio Agudense - edição de 5DEZ2012

Dona Jessy, em plena colheita da abundante safra que a vida lhe permitiu plantar, continua semeando.


DONA JESSY AGE, PENSA E DIZ – Existem pessoas dotadas de magnetismo pessoal impressionante. Quando falam são ouvidas. Se suas palavras expressam coerência, sensibilidade e coragem, e se forem lastreadas em realizações, derrubam quartéis. Jessy Berger é uma pessoa assim. Genial, sensível, cordial, amável, reta, sincera e corajosa, Dona Jessy – assim a conhecemos – em plena colheita da abundante safra que a vida lhe permitiu plantar, continua semeando. Colhe em vida o reconhecimento por sua dedicação em fazer melhor a vida de tanta gente. E o faz com humildade, elegância (na ampla concepção do termo) e grandeza, sabendo exatamente o papel que desempenha: é a continuidade de sua entrega como a primeira Primeira Dama de Agudo – a terra que adotou para amar e viver. Suas ações e exemplos iluminam o caminho de pessoas e entidades, às quais se dedica com profundo amor, tendo consciência de que, como formadora de opinião e inspiradora, o que faz e diz é amplificado.
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Na semana passada mais uma vez surpreendeu. Convidada a contar a sua história, no Acontecências especial das quintas – genial produção do comunicador Sérgio Téssele, Dona Jessy desfilou fatos que nos fizeram ainda mais convictos de algo que já suspeitávamos: seu marido, Aldo Berger – o primeiro Prefeito e líder da emancipação – foi um grande líder porque Deus lhe deu como conselheira e esposa amada esta destemida jovem santacruzense que topou a parada, resignando-se ao papel coadjuvante, quando era, tanta vezes, a protagonista, fosse no campo das ideias ou até na articulação das ações. Não há nisso nenhuma surpresa. Que é muito benquista, que é generosa, que é ativa nos grupos de que participa – e que por isso é benemerente, não traduz novidade. O que então? Sua opinião e seus anseios sobre nós todos e sobre nossa comunidade.
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Perguntada sobre Agudo do futuro, era de se esperar que dissesse que esta terra tem tudo, que aqui dos cerros brotam leite e mel. Afinal, quem tanto fez, podia achar que sua obra estava acabada e perfeita. Mas que nada! Disse um sonoro: ainda falta muito para Agudo! Uma resposta que não deixa dúvidas. Uma maratonista está a nos dizer: peguem o bastão e façam algo! Eu corro junto, mas vocês se mexam, seus molóides! Escore – 1 x 0 (e alguns adversários já mostrando fadiga)
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Em Agudo algo existe que não lhe agrada? Dona Jessy poderia, em sua já provecta idade, contemporizar e dizer que tudo está bem, que o povo é ordeiro, religioso e tal e tal. Mas de novo mostrou coerência com o que é ou está bom e o que podia ser melhor e foi contundente: Eu acho que Agudo merece uma nova Estação Rodoviária. Eu me envergonho de nossa Estação Rodoviária. Toma! Todos percebem, reclamam pelos cantos, imprecam mil “elogios” para aquela estrutura concedida pelo governo, mas na hora H desaparecem os políticos, os tribunos (até os escribas), escondidos por detrás do cômodo escudo da omissão. É preciso que uma senhora que dificilmente se utiliza desse edifício, sensível e afável, assuma a voz da coletividade. Escore – 2 x 0 (já começam a aparecer câimbras nos atletas do outro lado)
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Mencione um desejo seu que gostaria que se realizasse, perguntou-lhe Sérgio Téssele. Quero muito estar viva para participar da inauguração do novo prédio da Câmara Municipal. Pasmei. Jessy Berger, uma mulher que conhece o couro e o correame, que sabe o que é relevante e o que é relativo, que sabe medir com as medidas da justiça e do coração, reconhece que o novo prédio da Câmara Municipal é, para Agudo, uma conquista a ser festejada. Sem mais palavras. Escore – 3 x 0 (e a metade do time adversário no chão, pedindo água)
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Ouvi, Li ou Vi
Vi, as manchetes da região e do Estado destacarem a crônica policial de Agudo onde mais um crime se perpetrou, chamuscando a imagem de Agudo e produzindo estatísticas que afetam o índice da qualidade de vida do Torrão Amigo.
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Paz e Bem.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Coluna 145 - publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 28NOV2012


Das oito secretarias o PMDB deverá ficar com quatro, o PDT com duas e o PSDB com uma. Falta uma (...) Esta poderá não ser cotada para nenhum partido, mantendo seu caráter técnico e apartidário


CONTORNO DO GOVERNO – Faltam trinta e quatro dias para a instalação da 14ª legislatura da Câmara Municipal e posse do novo governo municipal. Valério Trebien deixará a sala de aula para comandar o Poder Executivo. Se ainda não tirou medidas do terno que usará na solenidade – espera perder ainda alguns quilos para só então ajustar o figurino – o futuro prefeito já tem algumas certezas que levará para o dia 1º de janeiro. Seu governo já ganha cor e formato. Das oito secretarias o PMDB deverá ficar com quatro, o PDT com duas e o PSDB com uma. Falta uma sim, eu percebi. Esta poderá não ser cotada para nenhum partido, mantendo seu caráter técnico e apartidário. Da cota do PMDB é confirmada a permanência do atual Secretário da Fazenda, Bacharel Ademir Kesseler – aliás, o único secretário já anunciado. Deverá ainda indicar os titulares da Administração, onde poderá ser mantido o atual, Alan Müller, da Saúde e da Secretaria de Obras e Trânsito. Valério e Foguinho estão tendo grande cautela para com estas últimas, onde a necessidade de mudança é muito grande e o plantel de pessoas dispostas e também qualificadas para a titularidade é muito pequeno. Ao PDT caberão as pastas da Educação e Cultura e da Agricultura e Abastecimento. Comenta-se que para a Educação os trabalhistas indicarão a atual ocupante, Professora Zeni Unfer ou a também já secretária e hoje coordenadora do Polo UAB, Claudete Hoffmann. Para a Agricultura e Abastecimento – hoje com titular da cota do PMDB, os seguidores de Brizola deverão indicar o Vereador eleito Márcio Halberstadt, que também já comandou o setor. Do PSDB o Professor Valério esperava contar com a ex-Vice-Prefeita Naedy Wrasse para dirigir a Indústria, Comércio e Turismo. Contudo, ponderando questões de ordem privada, a líder tucana disse respeitoso não ao convite. Diante desta negativa, o partido deverá participar no primeiro escalão com a servidora e candidata à vereadora Rosangela Marilene Rohde Wilhelm, que buscará subsídios para comandar aquela secretaria. Maria Rosângela Ribeiro Roubuste, sem partido, deverá permanecer no leme da Assistência Social.

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Compor o primeiro escalão é tarefa de alta sensibilidade. Valério terá que buscar um vereador eleito para o Executivo, afim de que o PSDB participe da Câmara, já que um de seus candidatos – o atual vereador João de Deus – é o primeiro suplente da coligação e deseja continuar no Vox Populi. Esta pode ser uma das razões para o PDT indicar um de seus vereadores eleitos para novamente titular a Agricultura. No segundo escalão deverá ser contemplado o PRB e instaladas pessoas que o prefeito eleito quer ter próximo de si para cumprir tarefas que elegeu como prioritárias.

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Ouvi, Li ou Vi

Li,O aluno gaúcho está desanimado porque o conteúdo ensinado não dá mais conta dessa geração. Precisa estabelecer relações, compreender o mundo de outra forma. Do jeito que está vamos cair ainda mais posições no Enem. Professora Roselane Costella, da UFRGS, avaliando a 14º posição do RS no ranking nacional de escolas que ficaram abaixo da média nacional do Exame Nacional do Ensino Médio - Enem. No Rio Grande 65,8% das escolas tiveram aproveitamento inferior ao da média nacional, que foi de 519 pontos. As agudenses D. Érico Ferrari e Prof. Willy Roos deram as mãos àquelas que ficaram devendo desempenho, com, respectivamente 457,91 e 510,51 pontos. Os colégios de Dona Francisca, São João do Polêsine e Faxinal do Soturno superaram o patamar. Ainda que se possa relativizar a avaliação, uma vez que a adesão não é obrigatória e o mapeamento foi condicionado a um mínimo de participantes e de alunos concluintes do ensino médio no ano, a realidade é implacável. O próprio Secretário de Educação do Estado admite que urge uma reação.

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Paz e Bem.

Coluna 144 - publicada no jornal Correio Agudense - edição de 21NOV2012


Se quisermos ser, de novo, o que já fomos, arregacemos as mangas e nos demos as mãos.



Rio Grande do Sim – A Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil – Seção RS, quer tirar o garrão do país do ofuscamento e da sombra. Para tanto lançou, no final de outubro, uma campanha pelo desenvolvimento do estado – o Rio Grande do Sim. No manifesto da ADVB/RS fica claro que a entidade deseja ajudar para que o Rio Grande consiga superar seus conflitos e suas divergências que entravam o avanço. Na divulgação da campanha pelas redes sociais, uma pergunta é formulada – gostou da ideia? Eu gostei. E como forma de contribuir transcrevo uma síntese do manifesto lançado, bem como a logomarca da mobilização. “O Rio Grande do Sul é um dos mais importantes estados do Brasil, graças à força de nossa economia e às forças que nos orientam e fazem com que cada um de nós sinta orgulho em viver aqui. Mas indicadores consistentes tecnicamente indicam: nas últimas décadas nosso desempenho piorou em várias áreas, justamente naquelas em que nos distinguíamos. E o resultado é que estamos perdendo relevância no contexto de um país que cresce e, mais grave, estamos nos distanciando do estado que queremos e podemos ser. Todos nós sabemos disso. Mas estamos demorando demais a agir. (...) Ao longo de nossa história a cultura do conflito e a tendência à polarização fizeram com que questões fundamentais para o crescimento do RS ficassem em segundo plano. (...) Por uma disputa cotidiana nos separamos, nos isolamos, nos enfraquecemos. Esquecemos o quanto somos fortes quando temos uma causa comum a nos unir. Parar de só dizer “não” é o primeiro passo para construir mudanças significativas no RS. (...) A nossa vocação para crescer não pode ser sufocada pela falta de uma visão de longo prazo. Fiéis à história que construímos, precisamos adotar uma nova postura, que permita a construção dos consensos necessários para destravar o crescimento do Estado. (...) vamos tirar o “não” da frente do nosso futuro. O Rio Grande do Sul precisa do Rio Grande do Sim.”


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A campanha pode vingar, basta que os gaúchos, tão garbosos das epopeias e valores que tremulam nos lenços e são cantadas em prosa e verso, tomem atitude de desarmar ânimos e todos – povo, governos e instituições, olhem juntos para o futuro. De orgulho do passado só vive a tradição. Se quisermos ser, de novo, o que já fomos, arregacemos as mangas e nos demos as mãos.

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Amanhã, quinta-feira, será o Dia Nacional de Ação de Graças. Instituído por Lei Federal em 1949 e regulamentado em 1965, este dia de invocação ganhou data para ser comemorado – a quarta quinta-feira do mês de novembro – com a promulgação da Lei Federal 5.110, de 1966. É bom que agradeçamos o que de bom temos e o que de bom Deus nos inspira fazer. Agradecer é renovar-se a si próprio. Às 20h00 de amanhã, na Igreja Matriz de São Bonifácio, somos todos convidados a este momento de prece e de bendizer.



Ouvi, Li ou Vi

Li,A História tem início e fim. Nada conhecemos de como começou, perdido nas brumas do passado, e nada sabemos como termina, num insondável futuro. Mas temos certeza de que existe o início e o fim e, pela fé, vemos ali a presença de Deus, do qual tudo provém e para o qual tudo converge. Nós vivemos no presente, entre o passado e o futuro, quanto tempo dura este presente? Um segundo? Uma hora? Um dia? Um século? Tempo é número de movimento: hoje 2012.” Dom Dadeus Grings, Arcebispo Metropolitano, refletindo a liturgia da Igreja Católica do final de semana passado.

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Paz e Bem.




terça-feira, 13 de novembro de 2012

Coluna 143 - pubicada no jornal Correio Agudense - edição de 14NOV2012

Será que nada temos a acrescentar ao caldo cultural e comportamental do meio em que vivemos? Não poderá ser causa de arrependimento omitir-se quando se é chamado?


CONTADOR DE HISTÓRIAS – Não sou contador de histórias. Falta-me a criatividade para emendar argumentos que levem a imaginar a cena que queira narrar. Não que lamente; não que isto me faça confessar derrotado no divã de um psicanalista, mas isto atrapalha, faz falta. Admiro muito quem consegue prender a atenção e, só com voz e olhar, conduzir grupos ou massas, sugerindo credibilidade.
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Mas o não contador de histórias vai contar histórias. Dará certo? Terá que dar, ora bolas! Faz dias que meu rational Geist (traduzo como espírito racional) ri de mim ao tempo em que dá o recado: vivente, se Deus te aquinhoou com algum talento, se desenvolveste algum dom, treina, estuda e trata de te colocar a serviço da messe dele! Pois assim estou fazendo. Estudo e me transponho para a realidade dos jovens e adolescentes da geração de hoje para conversar com os alunos do 5º ao 9º ano da Escola Santo Antônio, de Linha dos Pomeranos, sobre a importância de dar atenção a valores perenes da comunidade, da família e da pessoa. Quem sejam eles valores materiais ou imateriais. A direção daquela escola me concede experimentar algo novo e me carrega de uma grande responsabilidade.
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Se de cada ato de nossa vida podemos extrair uma pedagogia, convites assim também se prestam a um ensinamento. Dizer não é tão simples. Negando-se a contribuir, mantemo-nos na zona de conforto e ficamos livres para criticar e atribuir aos outros a responsabilidade por tudo. Mas e aí. O que ganhamos com isso? O que a comunidade ganha com nossa presença? Passamos por aqui e deixamos o quê? Será que nada temos a acrescentar ao caldo cultural e comportamental do meio em que vivemos? Não poderá ser causa de arrependimento omitir-se quando se é chamado? Por via da dúvida meu rational Geist venceu! Não quero ser vomitado por Deus por morno, por insípido, insosso, por inodoro. Lá estarei. Para minha alegria, na terra do Romar Beling, a quem admiro como profissional, como caminhada de vida e como gente.
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Ouvi, Li ou Vi
Vi, envergonhado, o que deixou de ser feito no Cemitério Municipal. Este espaço público vem clamando por atenção desde muitos anos. Os sucessivos governos municipais vêm negligenciando sua responsabilidade. A situação presente chega a ser um desrespeito. Na contramão do aumento da visitação se percebe a diminuição dos investimentos. Sequer cogita-se de uma área coberta para abrigar da chuva ou do calor; nem se pensa em estrutura de sanitários dignamente instalados e em funcionamento; não se quer pisar em pavimento regular na via principal. Tais itens, se plausíveis, possíveis e desejáveis para Agudo, se constituem luxos quase supérfluos perto da realidade. O grande gargalo é a entrada a partir da Estrada Municipal Armando Goltz. Já fazem mais de noventa dias que ali foi feito um arremedo de obra pública deixada pela metade e em situação crítica. Automóveis e pedestres têm problema de convívio – é um de cada vez, senão cai no buraco. Cascalho de bitola e espécie pouco adequada amontodado, coletores de água pluvial (bocas de lobo) não acabados, montes de terra sobrados da abertura de covas, lixeiras insuficientes, ridícula sinalização de quem seria o zelador ou responsável. Tudo isto atenta para o nível de desenvolvimento que dizemos ter. A isto se soma a desfaçatez de moradores das redondezas que fazem do campo santo pista de teste de motos com descarga aberta. Onde carece de ordem se instala o desmando.  A memória dos agudenses ali sepultados e os contribuintes merecem mais respeito. Quem lá esteve em Finados faz cânone ao que relatei.
Ouvi, ainda no mês farroupilha, o Prefeito AAA determinar providências mínimas para humanizar um pouco aquele ambiente. No entanto nada aconteceu. Cemitério Municipal – mais um espaço público que demandará forte choque de gestão. O contribuinte paga seus tributos e espera contrapartidas como, por exemplo, ter um digno lugar para o resguardo de seus entes queridos.
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Paz e Bem.


Coluna 142 - publicada no jornal Correio Agudense - edição de 7NOV2012

A história se constitui de atos que superam o tempo


IBERÊ CAMARGO – O destino, seguindo os trilhos do trem, arranjou que em 1914 ganhasse a luz do mundo, em Restinga Sêca, aquele que um dia viria a ser de seus filhos nativos o mais luminoso em virtuosidade e representatividade – Iberê Camargo. Formidável circunstância para o simpático município vizinho. Tremendo orgulho sentem os restinguenses em mostrar ao mundo o ícone que identifica sua terra como a Terra de Iberê Camargo. E, se os irmãos do lado de lá do Jacuí sentem orgulho por isso, pelo mesmo motivo nós, agudenses, nos sentimos felizes. Ora, há coisa melhor do que um povo ter referências positivas sobre si mesmo? Trata-se de um poderoso anabolizante a alavancar a auto estima e um totem de inspiração.
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O Museu de Arte de Santa Maria apresenta, até o dia 23 deste mês a exposição No Tempo, com 49 obras do restinguense. Visitar esta exposição é programa radicalmente necessário para quem for à terra da Medianeira neste mês. Pena que é somente de segunda à sexta, das 08h às 16h. O patrocínio é do sistema Fecomércio/Sesc, da Fundação Iberê Camargo e do Município de Santa Maria.
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Quando soube deste fato na Cidade Cultura, veio-me à memória o ano de 1992, quando Agudo também sediou uma exposição de Iberê Camargo. O Governo Pedro Müller – com nítido e delineado viés cultural, promoveu, na Semana do Município comemorativa dos 33 anos de Agudo, uma exposição com mais de trinta obras deste, entre originais e reproduções. Foi um sucesso. Na tardinha daquele 16 de fevereiro foi inaugurado o Pórtico no trevo de acesso e, à noite, um jantar comemorativo do aniversário de Agudo marcou a abertura da Exposição, instalada no Centro Comunitário Luterano e na hoje extinta Sala de Eventos do Centro Administrativo Municipal.
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Como Secretário da Administração daquele Governo, coube-me a tarefa de organizar parte dos festejos natalícios de Agudo. Entendi que trazer Iberê Camargo para os agudenses seria um acontecimento histórico. Como o artista autor do que se expunha ainda era vivo e era restinguense, se fez com que aquela programação fosse uma homenagem à terra do Vacacaí e das Tunas. O Prefeito (também hoje no governo) Tarcísio Bolzan e dona Sônia, acompanhados do staff de governo, foram recebidos pelos anfitriões Pedro e Ivette Müller. Em Março, quando o Iberê recebeu de seus conterrâneos a justa homenagem como Filho Ilustre, o governo de Agudo retribuiu a visita, enchendo uma Kombi com todo o primeiro escalão de Agudo a aplaudir Iberê Camargo.
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A história se constitui de atos que superam o tempo. Se Iberê Camargo é hoje incensado como das maiores personagens das artes da terra brasilis, sua inspiração transposta à tela com pincel e vibrantes cores já foi vista em Agudo, quando Agudo era ainda apenas uma centelha que prometia e vislumbrava progresso. Hoje muito mais é possível.
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Acessando o acervo do Município, encontrei o registro fotográfico daquele acontecimento. Por fidelidade ao verdadeiro, reproduzo a foto nesta edição.
Exposição Iberê Camargo em Agudo - FEV1992


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Ouvi, Li ou Vi
Vi, envergonhado, o que deixou de ser feito no Cemitério Municipal. Por falta de espaço, comento na semana que vem.
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Paz e Bem.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Coluna 141 - publicada no jornal Correio Agudense - edição de 31OUT2012

O ato de ler é afiar o machado do lenhador


A FEIRA –Vai-se à feira para conhecer e também para comprar. Se a feira é de alimentos, compra-se batata, repolho, beterraba, raiz forte, mel, pão caseiro, etc. Se é agropecuária se encontra expostos e à venda animais de linhagens e espécies diversas, máquinas e equipamentos com tecnologia e capacidade de produção que surpreendem a mais fértil imaginação. Artesanato, automóveis, calçados... É sem fim a lista. Até feira onde se vende milagre parece existir (vide no vídeo alguns programas de novos deuses encarnados). Suprimo-nos, abastecemo-nos, não só, mas também em feiras. Livros, os compramos nas livrarias e, também, em feiras.
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À sombra dos centenários Jacarandás da atávica Praça da Alfândega de nossa capital está instalada a 58ª Feira do Livro de Porto Alegre. A propósito, Feiras de Livros se multiplicam em todos os cenários (ainda nesta semana teremos a edição/2012 desta na Escola Santos Dumont, da Vila Caiçara). Charmosas, acanhadas, disfarçadas em meio a atrações lúdicas e artísticas ou puristas – só livro e leitor, as feiras do livro são uma festa para os olhos de quem gosta de ler.
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Não conheço muitas Feiras do Livro. Mas conheço a maior das gaúchas – a de Porto Alegre. Se bem que dizer que a conheço é demasia. Circulo, vez por outra, por algum de seus corredores e me demoro em frente a algumas das muitas estantes. Entre tantos livros, já mais de uma vez a indecisão me fez sair de mãos vazias. Curando-me desta síndrome, não mais quero sair de nenhuma feira de livro sem carregar comigo alguma pepita impressa. Comprar um livro na Feira do Livro de Porto Alegre é, para um gaúcho provinciano, o ápice do chique.
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Luiz Coronel é o patrono de edição de 2012. O poeta e escritor bajeense merece esta homenagem. A Câmara Rio-Grandense do Livro – órgão a quem incumbe organizar a feira e definir o seu patrono – escolhendo Luiz Coronel para tocar o sino na praça, sinaliza que a via da leitura tem seta de direção apontada para uma apreciação mais poética, pessoal, voltada à valorização dos lugares comuns das pessoas
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O ato de ler é, com a licenciosidade da metáfora, afiar o machado do lenhador. Na inauguração desta mostra de objetos compráveis impressos, o maestro da caneta (ou será do teclado) Luiz Coronel declarou: “Os livros são os pássaros e com eles aprendi a voar. Uma biblioteca é o espelho em que me vi refletido”.
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Dele é a poesia gaúcha musicada que mais me encanta – Cordas de Espinho. Originalmente cantada por Ivo Fraga, por mérito poético mereceu também a ser gravada pela majestosa Fafá de Belém, entre outras vozes do meio artístico (ficaria muito bem na interpretação sem par de Fagner. Todavia, não sei que ele a tenha produzido) Com este poema faço minha mui acanhada homenagem ao grande literato gaúcho, no ano em que ele toca o sino que dobra por ele à sombra dos Jacarandás da Alfândega de Porto Alegre. “CORDAS DE ESPINHO – Geada vestiu de noiva, os galhos da pitangueira. / Ainda caso com Rosa, caso ela queira ou não queira. / Acordoei minha viola, com seis cordas de espinho. / Meu canto em cor de sangue, teu beijo gosto de vinho. / Pra domar o meu destino, comprei um buçal de prata. / Nenhum pesar me derruba, qualquer paixão me arrebata. / Fui aprender minha milonga na água clara da fonte. / O canto do quero-quero mais que um aviso é uma ponte.
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Ouvi, Li ou Vi
Ouvi que o tamanho da fonte desta coluna esta pequena demais. O remédio é usar menos palavras. Acatando a sugestão hoje escrevo 620 verbetes.
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Paz e Bem.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Coluna 140 - Publicada no jornal Correio Agudense - edição de 24OUT2012

Plantar fumo será passado para os netos das gerações que hoje habitam os cantões do Torrão Amigo que o têm como atividade basilar da economia familiar.


FUMO – PLANTAR ATÉ QUANDO? Planta-se fumo no Brasil a, no mínimo, cento e cinquenta anos. A cultura teve já tamanha importância a ponto de merecer integrar um dos símbolos nacionais: no Brasão Nacional uma planta de fumo faz harmonia com um ramo de café. É, assim, uma secular atividade agrícola de sustento e geração de riqueza. Em Agudo isto se percebe com muita clareza. Nenhuma atividade agrícola de escala comercial rende por hectare tanto quanto plantar Nicotiana tabacum. A importância se dilata ainda para o orçamento público – o fumo é a cultura que agrega mais valor adicionado ao ICMS do município e sua lavoura sustenta o maior número de pessoas.
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Tal situação nos põe deitados em berço esplêndido – interpretando literalmente o termo. Todavia, isto tende a mudar. Os séculos de plantio de fumo não se dobrarão. Sequer as décadas – quiçá mais uma ou duas, não três! Plantar fumo será passado para os netos das gerações que hoje habitam os cantões do Torrão Amigo e dos demais municípios que o têm como atividade basilar da economia familiar. Esta peremptória afirmação é sustentada pela adesão do Brasil, em 2006, ao tratado internacional sobre saúde pública, denominado Convenção Quadro para o Controle do Tabaco - CQCT. Objetiva a CQCT “Proteger as gerações presentes e futuras das devastadoras consequências sanitárias, sociais, ambientais e econômicas geradas pelo consumo e pela exposição à fumaça do tabaco, proporcionando uma referência para as medidas de controle do tabaco a serem implementadas pelas Partes nos níveis nacional, regional e internacional, a fim de reduzir de maneira contínua e substancial a prevalência do consumo e a exposição à fumaça do tabaco.” Se o governo brasileiro ratificou propósito desta consistência e se este cânon está sendo entoado por mais de uma centena de nações, pergunto: é confortável assistir o pavio queimar cada vez mais perto do barril?
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No ano que já vai para o final, muito pouco se fez para melhor conhecer a situação. Nos anteriores idem. De ação ou reação proativa nada foi visto. Tímidas manifestações de alguns políticos (poucos deputados e alguns vereadores de municípios implicados na atividade) foram percebidas. E, o que é lamentável, na contramão do processo. Querem derrubar o tratado. É uma batalha de Davi contra Golias. De nada adianta espernear; os governos que assinaram a CQCT não vão recuar. Quemo  assinou sabia o que estava fazendo e calculou as consequências (ou nem se importa com essas). No Brasil a proposta tramitou por mais de sete anos no Congresso, onde decerto foi amplamente discutida. Está-se perdendo tempo para alinhar ações que minimizem o impacto de uma abrupta mudança de rumo na propriedade onde por gerações se planta tabaco.
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Tivemos a campanha política recentemente. Foi um tempo fértil em propostas. No caso agudense as duas forças concorrentes foram pródigas em elencar o que ainda falta para Agudo. O tema agricultura foi feito do avesso. A população se encheu de ouvir praticamente todos os concorrentes (tanto para Prefeito quanto para Vereador) dizer que conheciam as dificuldades de quem vive na roça. Ora, é mesmo um desterro trabalhar na agricultura? E, para ajudar se propunham a “aumentar a Patrulha Agrícola”. O apanágio da agricultura de Agudo estaria na Patrulha Agrícola! Tudo se resolveria com mais máquinas e mais horas de trabalho... da Patrulha Agrícola!
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De fato, a prestação de serviços na propriedade rural é uma boa prática. Mas ela nunca será em quantidade suficiente e nunca atingirá todas as propriedades. Sempre haverá reclamações e sempre haverá quem diga que nunca na história desta terra se fez tanto!
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Mas pensar apenas em Patrulha Agrícola é reduzir a tão pouco o muito que se tem pela frente, em um município que tem ao menos uma perna de sua economia apoiada em cima de um documento denominado Convenção Quadro para o Controle do Tabaco! Espera-se mais!
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Li, ouvi ou vi...
Vi um grande show em muitos sentidos. Sons do Coração, da Orquestra de Sopro Eintracht, de Campo Bom, foi um espetáculo de técnica e beleza cênica e musical; também de público (apesar da chuva) e de solidariedade (o Abrigo Transitório Amor Perfeito recebeu mais de 700 quilos de alimentos e demais produtos). O agudense, aliás, muito exigente em termos de espetáculo, teve em casa uma oportunidade de ver Hique Gomes afinado com os trinta músicos e os locutores da Rádio Eintracht! Uma grande noite. Ao Icbaa cabe agradecer a quem apoiou! Ganhamos todos! Ganhou Agudo!
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Paz e Bem!

Coluna 140 - Publicada no jornal Correio Agudense - edição de 24OUT2012

Plantar fumo será passado para os netos das gerações que hoje habitam os cantões do Torrão Amigo que o têm como atividade basilar da economia familiar.


FUMO – PLANTAR ATÉ QUANDO? Planta-se fumo no Brasil a, no mínimo, cento e cinquenta anos. A cultura teve já tamanha importância a ponto de merecer integrar um dos símbolos nacionais: no Brasão Nacional uma planta de fumo faz harmonia com um ramo de café. É, assim, uma secular atividade agrícola de sustento e geração de riqueza. Em Agudo isto se percebe com muita clareza. Nenhuma atividade agrícola de escala comercial rende por hectare tanto quanto plantar Nicotiana tabacum. A importância se dilata ainda para o orçamento público – o fumo é a cultura que agrega mais valor adicionado ao ICMS do município e sua lavoura sustenta o maior número de pessoas.
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Tal situação nos põe deitados em berço esplêndido – interpretando literalmente o termo. Todavia, isto tende a mudar. Os séculos de plantio de fumo não se dobrarão. Sequer as décadas – quiçá mais uma ou duas, não três! Plantar fumo será passado para os netos das gerações que hoje habitam os cantões do Torrão Amigo e dos demais municípios que o têm como atividade basilar da economia familiar. Esta peremptória afirmação é sustentada pela adesão do Brasil, em 2006, ao tratado internacional sobre saúde pública, denominado Convenção Quadro para o Controle do Tabaco - CQCT. Objetiva a CQCT “Proteger as gerações presentes e futuras das devastadoras consequências sanitárias, sociais, ambientais e econômicas geradas pelo consumo e pela exposição à fumaça do tabaco, proporcionando uma referência para as medidas de controle do tabaco a serem implementadas pelas Partes nos níveis nacional, regional e internacional, a fim de reduzir de maneira contínua e substancial a prevalência do consumo e a exposição à fumaça do tabaco.” Se o governo brasileiro ratificou propósito desta consistência e se este cânon está sendo entoado por mais de uma centena de nações, pergunto: é confortável assistir o pavio queimar cada vez mais perto do barril?
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No ano que já vai para o final, muito pouco se fez para melhor conhecer a situação. Nos anteriores idem. De ação ou reação proativa nada foi visto. Tímidas manifestações de alguns políticos (poucos deputados e alguns vereadores de municípios implicados na atividade) foram percebidas. E, o que é lamentável, na contramão do processo. Querem derrubar o tratado. É uma batalha de Davi contra Golias. De nada adianta espernear; os governos que assinaram a CQCT não vão recuar. Quemo  assinou sabia o que estava fazendo e calculou as consequências (ou nem se importa com essas). No Brasil a proposta tramitou por mais de sete anos no Congresso, onde decerto foi amplamente discutida. Está-se perdendo tempo para alinhar ações que minimizem o impacto de uma abrupta mudança de rumo na propriedade onde por gerações se planta tabaco.
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Tivemos a campanha política recentemente. Foi um tempo fértil em propostas. No caso agudense as duas forças concorrentes foram pródigas em elencar o que ainda falta para Agudo. O tema agricultura foi feito do avesso. A população se encheu de ouvir praticamente todos os concorrentes (tanto para Prefeito quanto para Vereador) dizer que conheciam as dificuldades de quem vive na roça. Ora, é mesmo um desterro trabalhar na agricultura? E, para ajudar se propunham a “aumentar a Patrulha Agrícola”. O apanágio da agricultura de Agudo estaria na Patrulha Agrícola! Tudo se resolveria com mais máquinas e mais horas de trabalho... da Patrulha Agrícola!
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De fato, a prestação de serviços na propriedade rural é uma boa prática. Mas ela nunca será em quantidade suficiente e nunca atingirá todas as propriedades. Sempre haverá reclamações e sempre haverá quem diga que nunca na história desta terra se fez tanto!
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Mas pensar apenas em Patrulha Agrícola é reduzir a tão pouco o muito que se tem pela frente, em um município que tem ao menos uma perna de sua economia apoiada em cima de um documento denominado Convenção Quadro para o Controle do Tabaco! Espera-se mais!
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Li, ouvi ou vi...
Vi um grande show em muitos sentidos. Sons do Coração, da Orquestra de Sopro Eintracht, de Campo Bom, foi um espetáculo de técnica e beleza cênica e musical; também de público (apesar da chuva) e de solidariedade (o Abrigo Transitório Amor Perfeito recebeu mais de 700 quilos de alimentos e demais produtos). O agudense, aliás, muito exigente em termos de espetáculo, teve em casa uma oportunidade de ver Hique Gomes afinado com os trinta músicos e os locutores da Rádio Eintracht! Uma grande noite. Ao Icbaa cabe agradecer a quem apoiou! Ganhamos todos! Ganhou Agudo!
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Paz e Bem!