terça-feira, 13 de novembro de 2012

Coluna 143 - pubicada no jornal Correio Agudense - edição de 14NOV2012

Será que nada temos a acrescentar ao caldo cultural e comportamental do meio em que vivemos? Não poderá ser causa de arrependimento omitir-se quando se é chamado?


CONTADOR DE HISTÓRIAS – Não sou contador de histórias. Falta-me a criatividade para emendar argumentos que levem a imaginar a cena que queira narrar. Não que lamente; não que isto me faça confessar derrotado no divã de um psicanalista, mas isto atrapalha, faz falta. Admiro muito quem consegue prender a atenção e, só com voz e olhar, conduzir grupos ou massas, sugerindo credibilidade.
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Mas o não contador de histórias vai contar histórias. Dará certo? Terá que dar, ora bolas! Faz dias que meu rational Geist (traduzo como espírito racional) ri de mim ao tempo em que dá o recado: vivente, se Deus te aquinhoou com algum talento, se desenvolveste algum dom, treina, estuda e trata de te colocar a serviço da messe dele! Pois assim estou fazendo. Estudo e me transponho para a realidade dos jovens e adolescentes da geração de hoje para conversar com os alunos do 5º ao 9º ano da Escola Santo Antônio, de Linha dos Pomeranos, sobre a importância de dar atenção a valores perenes da comunidade, da família e da pessoa. Quem sejam eles valores materiais ou imateriais. A direção daquela escola me concede experimentar algo novo e me carrega de uma grande responsabilidade.
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Se de cada ato de nossa vida podemos extrair uma pedagogia, convites assim também se prestam a um ensinamento. Dizer não é tão simples. Negando-se a contribuir, mantemo-nos na zona de conforto e ficamos livres para criticar e atribuir aos outros a responsabilidade por tudo. Mas e aí. O que ganhamos com isso? O que a comunidade ganha com nossa presença? Passamos por aqui e deixamos o quê? Será que nada temos a acrescentar ao caldo cultural e comportamental do meio em que vivemos? Não poderá ser causa de arrependimento omitir-se quando se é chamado? Por via da dúvida meu rational Geist venceu! Não quero ser vomitado por Deus por morno, por insípido, insosso, por inodoro. Lá estarei. Para minha alegria, na terra do Romar Beling, a quem admiro como profissional, como caminhada de vida e como gente.
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Ouvi, Li ou Vi
Vi, envergonhado, o que deixou de ser feito no Cemitério Municipal. Este espaço público vem clamando por atenção desde muitos anos. Os sucessivos governos municipais vêm negligenciando sua responsabilidade. A situação presente chega a ser um desrespeito. Na contramão do aumento da visitação se percebe a diminuição dos investimentos. Sequer cogita-se de uma área coberta para abrigar da chuva ou do calor; nem se pensa em estrutura de sanitários dignamente instalados e em funcionamento; não se quer pisar em pavimento regular na via principal. Tais itens, se plausíveis, possíveis e desejáveis para Agudo, se constituem luxos quase supérfluos perto da realidade. O grande gargalo é a entrada a partir da Estrada Municipal Armando Goltz. Já fazem mais de noventa dias que ali foi feito um arremedo de obra pública deixada pela metade e em situação crítica. Automóveis e pedestres têm problema de convívio – é um de cada vez, senão cai no buraco. Cascalho de bitola e espécie pouco adequada amontodado, coletores de água pluvial (bocas de lobo) não acabados, montes de terra sobrados da abertura de covas, lixeiras insuficientes, ridícula sinalização de quem seria o zelador ou responsável. Tudo isto atenta para o nível de desenvolvimento que dizemos ter. A isto se soma a desfaçatez de moradores das redondezas que fazem do campo santo pista de teste de motos com descarga aberta. Onde carece de ordem se instala o desmando.  A memória dos agudenses ali sepultados e os contribuintes merecem mais respeito. Quem lá esteve em Finados faz cânone ao que relatei.
Ouvi, ainda no mês farroupilha, o Prefeito AAA determinar providências mínimas para humanizar um pouco aquele ambiente. No entanto nada aconteceu. Cemitério Municipal – mais um espaço público que demandará forte choque de gestão. O contribuinte paga seus tributos e espera contrapartidas como, por exemplo, ter um digno lugar para o resguardo de seus entes queridos.
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Paz e Bem.


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