terça-feira, 13 de novembro de 2012

Coluna 142 - publicada no jornal Correio Agudense - edição de 7NOV2012

A história se constitui de atos que superam o tempo


IBERÊ CAMARGO – O destino, seguindo os trilhos do trem, arranjou que em 1914 ganhasse a luz do mundo, em Restinga Sêca, aquele que um dia viria a ser de seus filhos nativos o mais luminoso em virtuosidade e representatividade – Iberê Camargo. Formidável circunstância para o simpático município vizinho. Tremendo orgulho sentem os restinguenses em mostrar ao mundo o ícone que identifica sua terra como a Terra de Iberê Camargo. E, se os irmãos do lado de lá do Jacuí sentem orgulho por isso, pelo mesmo motivo nós, agudenses, nos sentimos felizes. Ora, há coisa melhor do que um povo ter referências positivas sobre si mesmo? Trata-se de um poderoso anabolizante a alavancar a auto estima e um totem de inspiração.
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O Museu de Arte de Santa Maria apresenta, até o dia 23 deste mês a exposição No Tempo, com 49 obras do restinguense. Visitar esta exposição é programa radicalmente necessário para quem for à terra da Medianeira neste mês. Pena que é somente de segunda à sexta, das 08h às 16h. O patrocínio é do sistema Fecomércio/Sesc, da Fundação Iberê Camargo e do Município de Santa Maria.
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Quando soube deste fato na Cidade Cultura, veio-me à memória o ano de 1992, quando Agudo também sediou uma exposição de Iberê Camargo. O Governo Pedro Müller – com nítido e delineado viés cultural, promoveu, na Semana do Município comemorativa dos 33 anos de Agudo, uma exposição com mais de trinta obras deste, entre originais e reproduções. Foi um sucesso. Na tardinha daquele 16 de fevereiro foi inaugurado o Pórtico no trevo de acesso e, à noite, um jantar comemorativo do aniversário de Agudo marcou a abertura da Exposição, instalada no Centro Comunitário Luterano e na hoje extinta Sala de Eventos do Centro Administrativo Municipal.
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Como Secretário da Administração daquele Governo, coube-me a tarefa de organizar parte dos festejos natalícios de Agudo. Entendi que trazer Iberê Camargo para os agudenses seria um acontecimento histórico. Como o artista autor do que se expunha ainda era vivo e era restinguense, se fez com que aquela programação fosse uma homenagem à terra do Vacacaí e das Tunas. O Prefeito (também hoje no governo) Tarcísio Bolzan e dona Sônia, acompanhados do staff de governo, foram recebidos pelos anfitriões Pedro e Ivette Müller. Em Março, quando o Iberê recebeu de seus conterrâneos a justa homenagem como Filho Ilustre, o governo de Agudo retribuiu a visita, enchendo uma Kombi com todo o primeiro escalão de Agudo a aplaudir Iberê Camargo.
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A história se constitui de atos que superam o tempo. Se Iberê Camargo é hoje incensado como das maiores personagens das artes da terra brasilis, sua inspiração transposta à tela com pincel e vibrantes cores já foi vista em Agudo, quando Agudo era ainda apenas uma centelha que prometia e vislumbrava progresso. Hoje muito mais é possível.
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Acessando o acervo do Município, encontrei o registro fotográfico daquele acontecimento. Por fidelidade ao verdadeiro, reproduzo a foto nesta edição.
Exposição Iberê Camargo em Agudo - FEV1992


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Ouvi, Li ou Vi
Vi, envergonhado, o que deixou de ser feito no Cemitério Municipal. Por falta de espaço, comento na semana que vem.
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Paz e Bem.

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