Quem tiver oportunidade de
comparecer aos eventos do Icbaa estará dando significado a bons
momentos de sua própria vida
Icbaa – O Instituto Cultural
Brasileiro Alemão de Agudo já existe há 30 anos. Mas tem mais
tempo o despertar para os usos, costumes, manifestações religiosas
e culturais vividos com intensidade na maioria dos lares que
compunham a Colônia Santo Ângelo de Imigração Alemã – então
Cachoeira do Sul e hoje Agudo, Paraíso do Sul, Restinga Sêca, Dona
Francisca, Nova Palma e Cerro Branco. O idioma do diálogo nas casas,
no comércio e no banco; o jeito de comemorar as festas familiares e
de comunidade, as músicas tocadas em gramofones e pelas orquestras –
também conhecidas como Bandinhas ou Jazz –, as danças, a
culinária, os trajes..., enfim, o ser e o agir das pessoas que
predominaram nesta terra pronunciava fortemente a influência alemã
herdada da bagagem dos imigrantes que para cá chegaram no século
XIX.
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Sábia foi a decisão da quem
traduziu em realidade o que a mente criou – uma entidade que
capitalizasse e reunisse as expressões culturais deste povo. Nasceu
o Instituto Cultural Brasileiro Alemão de Agudo, em 1982. Inspiração
de Olivo Schirmer, assumida pelo Pastor Brauer e mais um grupo de
pessoas, a maioria integrante da Legião Evangélica.
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Antes de continuar a narrativa,
lembro de um fato curioso que fez mudar, de um dia para outro, a
forma de se referir à entidade. Até 2005, querendo mencionar a
associação, dizia-se simplesmente Instituto Cultural. No ato da
reinauguração, em julho de 2005, o Cônsul da Alemanha para o Rio
Grande do Sul e Santa Catarina, Hainz Dietrich Bernhard, surpreendeu
a todos quando, em seu discurso chamou o Instituto Cultural de
“Icbaa”. Pronto, estava rebatizado. Precisou um estrangeiro para
descobrir a sonoridade e possibilidade de pronúncia da sigla que,
dado este novo contexto, deve ser grafada como Icbaa (por ter mais de
três letras a primeira se escreve maiúscula e as demais
minúsculas). Hoje está consagrado.
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Deixando
de lado reminiscências do Icbaa passo a mencionar os eventos que a
associação realizará neste mês de julho, todos inscritos na
programação de Ein Volksfest in Agudo – XIX edição.
23 de Julho –
segunda-feira, às 20h00, no Auditório JG, palestra do jornalista
Silvio Aloysio Rockenbach (programa AHAI - A Hora Alemã
Intercomunitária – domingos, Rádio Agudo e ex-assessor de
Comunicação Social do Consulado Alemão gaúcho) – tema:
Imigração Alemã – do Estigma à Auto-Estima”. Será mediador e
debatedor da palestra o também Jornalista, escritor e colunista
Romar Rudolfo Beling. Esta palestra está sendo viabilizada ao Icbaa
graças à parceria da Câmara Municipal, da Rádio Agudo e do
Correio Agudense. Ainda faltam cotas para fechar os custos. Mas isto
não deve preocupar, pois o evento “bem cabeça” e de elevado
valor cultural, despertará a generosidade de nossa gente.
25 de Julho – Dia da
Imigração Alemã, Dia do Colono e Dia do Motorista –
quarta-feira, às 10h00, na Esplanada do Monumento, em Cerro Chato,
homenagem aos colonos imigrantes. A homenagem terá apoio do governo
municipal e constará de acendimento do Lume Memorial, momento de
oração ecumênica, de canto – Grupo de III Idade Alegria e
Hoffnungsvoller Singekreis, de música instrumental e de
memória histórica.
28 de Julho, sábado, às
11h00, no Auditório JG, recebimento do Acervo Bibliográfico pessoal
da Profª. Lia Wilhelm (Cachoeira do Sul), doado à Biblioteca Alemã
da entidade. Acompanhará a Professora Lia Wilhelm (bisneta de Johann
Georg Wilhelm, o imigrante iniciador da linhagem) uma comitiva do
Núcleo Municipal de Cultura do Município de Cachoeira do Sul,
coordenada pela Professora Miriam Ritzel, Diretora do Núcleo. A
mediação da doação foi feita pela Professora Márcia Strassburger
Severo, que tem muitos amigos no Torrão Amigo.
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Quem tiver oportunidade de
comparecer aos eventos do Icbaa estará dando significado a bons
momentos de sua própria vida e prestigiando a entidade em sua tarefa
de buscar um lugar ao sol, neste Agudo de tímida expressão
cultural.
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Li, ouvi ou vi...
Ouvi da Professora Lia
Wilhelm: “Queria a segurança de boas mãos para as coisas que
me serviram de inspiração e formação cultural! Ocorreu-me da
terra de meus antepassados, onde existe uma entidade devotada à
cultura alemã. Decidi: vou doar meus livros – preciosidades para
mim- para o Instituto Cultural Brasileiro Alemão de Agudo”.
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Cultura – é o que resta quando
o resto já nos foi tirado – já se disse. Portanto, estejamos
atentos ao que é rico para nossa gente! Paz e Bem!
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CARPE DIEM!!!