domingo, 1 de julho de 2012

Coluna 124 - publicada no jornal Correio Agudense - edição de 27JUN2012

Metaforicamente pode-se afirmar que a floresta da sociedade é reprisada nos parlamentos. Em ambos existem árvores de copa grande e madeira nobre

POVO SEM PARLAMENTO É POVO ESCRAVO – Onde você já leu esta frase? Acertou se disse tê-la visto em um dos acessos ao Palácio Farroupilha – sede do parlamento gaúcho. Lá está, gravada em indelével metal, para dizer que nenhum povo deve prescindir da existência de seu parlamento – principal espaço do debate político, da divergência e convergência de ideias e da afirmação da cidadania.
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Da estrutura de governo que conhecemos, com a divisão das funções em Poderes distintos, concebidos por Montesquieu, o Legislativo é o mais antigo. Deriva do Colégio de Magistrados, mais tarde Colégio de Homens Livres e Assembleia Pública de Vizinhos. No sistema brasileiro antecede, sempre ao Executivo – é ele quem legitima o governante, dando-lhe posse.
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Sendo um extrato do povo, espelha em sua práxis o pensamento e a reação da média da sociedade. Sem maquilagem ou reparos, o Congresso, as Assembleias e as Câmaras Municipais reproduzem as convicções do eleitor, que dá o voto àquele que conclui ter ótica de vida e experiências semelhantes a sua. Metaforicamente pode-se afirmar que a floresta da sociedade é reprisada nos parlamentos. Em ambos existem árvores de copa grande e madeira nobre; existe a mata mediana, com árvores e arbustos a lutar por um lugar ao sol; têm também trepadeiras e parasitas que para viver não medem esforços em sugar da seiva alheia. Tudo rigorosamente parecido – comunidade e parlamento. As exceções ficam no desvio padrão – ora mais para a copa alta, ora mais para o rasteiro inço.
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E a Câmara de Agudo? Sempre foi, é hoje e será aquela que os agudenses elegerem. Se acertar, regozije-se o êxito da escolha. Se provado que o eleitor se enganou, resta engolir e esperar quatro anos para trocar corrigir.
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Em cinquenta e três anos de história, a Câmara agudense empossou cento e quatro pessoas, que cumpriram cento e quinze mandatos em treze legislaturas – doze com nove vereadores e a primeira com sete. Nestes números deve-se levar em conta que houve pessoas que cumpriram mais de um mandato e que em uma mesma legislatura houve suplentes. Dos vereadores agudenses os Vereadores Arlindo Cassel e Vilson Dias são os que participaram de mais legislaturas: entre mandatos como titular e suplente, estiveram presentes em cinco períodos. Em mandatos consecutivos nenhum cidadão vereou por tanto tempo quanto Vilson Dias, que está na Câmara desde a décima legislatura. No final deste ano somará 16 anos consecutivos de representação outorgada pelo povo. Segue-lhe o Ex-Vereador Hasso Harras Bräunig, com 14 anos de Câmara, em três mandatos emendados.
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Dos cento e quatro vereadores, vinte e nove já faleceram. Os nomes mais encontrados são Aldo (três) e Arlindo (também três). Foram eleitos dois Pedros, dois Joãos e só um Paulo.
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Mulher não vota em mulher. Esta assertiva tem-se mostrado verdadeira. Do universo parlamentar, só seis Vereadoras foram empossadas em Agudo – cinco como titulares e uma como suplente. E o eleitorado sempre foi perto de metade/metade.
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Sobre a legislatura que vai ser eleita em outubro pode-se afirmar: pelo menos dois vereadores (ou serão três) não se reelegerão, pois provavelmente não concorram. Também se pode dizer que inaugurarão ao menos parte do edifício-sede da Câmara, lá terminando o mandato, com as sessões funcionando no plenarinho que existirá no novo prédio, enquanto o novo Plenário Vox Populi não ficar pronto.
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Aos partidos cabe a tarefa de selecionar os candidatos que levarão a bandeira da democracia e da expectativa de representação, oferecendo aos 13 mil eleitores opções que enobreçam a vida pública.
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Li, ouvi ou vi...
Ouvi de boas fontes que as muitas reuniões partidárias já fizeram ventos soprar daqui prá lá; de lá prá cá; de enviesado por cima dos morros; correntes de ar indo e voltando (segundo definições do meteorologista de campanha Beto Jordani). Até redemoinhos já teriam sido sentidos. Tamanha é a dinâmica (e o desespero) na composição do quadro majoritário. Só falta ventar de baixo prá cima, levantando o tapete e fazendo aparecer ... opa (!) nada!
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Aguardando, como Título de Eleitor na mão, lhes desejo Paz e Bem!

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