quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Coluna 126 - publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 18JUL2012


Estamos perdendo tempo olhando a germanidade de nossa terra no retrovisor, balizando-nos apenas no resgate das manifestações culturais

Icbaa – A abordagem da expressão cultural de um povo adquire a amplitude que se lhe quiser dar. Se à primeira leitura a citação parece óbvia, explico a razão de abrir a coluna desta semana com esta, então, obviedade. Quem tem por função ou eventual encargo arregimentar aspectos da cultura do lugar onde vive, assume o compromisso de dar visão, realce, promoção e importância àquilo que lhe é atribuição. Um bom contador, um bom médico, um pintor que faz mais bonitas as superfícies que pinta, um comerciante que vende bem e o melhor produto, um professor zeloso, todos estes se esmeram para aperfeiçoar sua perícia e dá-la a conhecer ao público, à quem desejam e querem servir. Não é assim?! Nesta mesma interpretação se alinha a necessidade de quem dirige uma entidade: promover da melhor forma que as circunstâncias lhe permitirem, as ações que esta tem como missão. Esta é a razão de eu dedicar mais uma coluna para promover a programação do Icbaa nesta edição de Ein Volksfest in Agudo.
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Segunda-feira próxima, dia 23, a entidade torce por casa cheia para acompanhar a palestra-debate de dois jornalistas de destaque, ambos com raiz aqui em Agudo – Colônia Santo Ângelo: Silvio Aloysio Rockenbach, filho de agudense, e Romar Rudolfo Beling, este agudense de sangue e chão. Estes dois estudiosos da cultura alemã abordarão aspectos que adquirem importância na medida em que se olhar para o mundo de hoje, onde Brasil e Alemanha lideram processos de crescimento, de desenvolvimento, de estabilidade e onde se debate bem a sustentabilidade.
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Imigração Alemã – do Estigma à Auto-Estima. Este é o argumento em torno do qual se dará a troca de ideias entre os dois estudiosos homens das letras. Quem assistir perceberá que estamos perdendo tempo olhando a germanidade de nossa terra no retrovisor, balizando-nos apenas no resgate das manifestações culturais – algumas até já desusadas no país d’onde vieram, embaladas na bagagem e na mente dos imigrantes. Devemos despertar para as possibilidades que se abrem à comunidade de tão consistente (quase hegemônica) presença de traços de ser e agir herdados da formação do povo alemão, de quem se afirma a capacidade de trabalho, de organização, de empreender e a quem se conceitua como estoico, regrado e outros muitos atributos valorativos. Os laços que foram atados no passado têm tentos fortes e podem ainda hoje valer para irmanar ações presentes. Os agudenses e todos os que descendem da Colônia Santo Ângelo de Imigração Alemã têm um vínculo que se amarra no umbigo, onde remanescem células tronco capazes de multiplicar exponencialmente o grande salto de crescimento que esta terra teve na segunda metade do século XIX, quando os imigrantes aqui foram instalados. Basta acordar, abrir os olhos e ver.
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O Icbaa percebe que dentre as muitas facetas de sua atuação está também o papel promover o presente e ser instrumento de visão futura para que o povo da região perceba que sua história é a história de quem foi e é vitorioso, e que ela merece ser preservada, por muito mais razões do que apenas poder mostrar aos netos como os avós aravam a terra; que bíblia liam; quais utensílios usavam. A história ganha importância quando se vê importância no presente e se vislumbra valor no futuro. Só se vê com atenção o que desperta significado. É isto que o Icbaa quer trazer para a comunidade agudense, ao motivar que Silvio Aloysio Rockenbach e Romar Rudolfo Beling, estejam em Agudo nesta segunda-feira, dia 23, às 20h00, no Auditório João Gerdau.
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Mesmo não havendo cobrança de ingresso, ao final da palestra será motivada uma coleta espontânea, para reforçar o caixa da entidade.
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Li, ouvi ou vi...
Ouvi manifestações de incredulidade e espanto sobre o hediondo crime cometido na semana passada na Vila Caiçara, vitimando Valdemar Kelling. Também ouvi de alguém que atua na Segurança Pública em Agudo que a ocorrência de um crime em Agudo era previsível, sendo apenas uma questão de tempo. Por sua experiência identificava, em muitos redutos urbanos (e também rurais) componentes que acendem o estopim da violência. Em Agudo se vive uma doença social grave, que precisa ser tratada para não gangrenar tecidos ou virar epidemia. Preservada está a fonte, embora não goste desta não menção. Glup (engoli em seco)
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Cultura – é o que resta quando o resto já nos foi tirado – já se disse. Portanto, estejamos atentos ao que é rico para nossa gente! Paz e Bem!


 

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