terça-feira, 27 de março de 2012

Coluna 111 - publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 28MAR2012

A péssima qualidade da pista em alguns trechos dificulta a remoção de um paciente em estado crítico para o hospital ou dele para outros centros de terapia, independente do meio utilizado!

Já quisemos ser conhecidos como a Cidade das Flores; há quem diga que somos o Torrão Amigo, nome popular tornado oficial pela Lei Municipal 1408/2002. Gostamos que nos reconheçam como Terra do Moranguinho ou Terra da Cuca. Tem uma placa (já bem antiga) no pórtico principal indicando que a Terra da Mulher Bonita (mais um atributo que rende frutos barbaridade) é Bi-campeã em beleza. Autoelogios não nos faltam. São alusões e batismos que Agudo ganhou ao longo do tempo. Se foi por carinhosa observação, por vaidade ou por campanhas de interesse explícito pouco importa – todas demonstram ufanismo exacerbado. O que nos deve incomodar é que de fato Agudo deve sustentar a mínima veracidade de algum dos atributos que sua gente entende estar no DNA do Município berço da Colônia Santo Ângelo de Imigração Alemã. O que nos faz orgulhosos como agudenses? O que toca nosso brio por ter Agudo como chão natal ou que nos acolhe?
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Como conselheiro da Associação Hospital Agudo perguntei ao Diretor Clínico, Dr. Ildemar Fischer, em recente reunião do colegiado: o estado de conservação da Rua Germano Hentschke, a principal via de acesso àquela casa de saúde pode prejudicar a qualidade da prestação de serviços do hospital? Evidente que sim, respondeu. A péssima qualidade da pista em alguns trechos dificulta a remoção de um paciente em estado crítico para o hospital ou dele para outros centros de terapia, independente do meio utilizado. Silêncio total! Falou quem entende e quem usa aquela rua todos os dias.
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 Ao fazer a interpelação, apostei que a resposta seria exatamente a que todo o conselho ouviu, vinda do respeitado e conceituado Dr. Fischer. Com isto pretendi chamar a atenção para uma situação que faz gritar: o amadorismo e o achismo na administração urbana faz muito mal para o Torrão Amigo, para a Cidade das Flores, a Terra do Moranguinho...
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Admiro a genialidade do Chargista Elias Ramires Monteiro, do Diário de Santa Maria. Reproduzo a ilustração do Elias da edição de final de semana daquele jornal. Nela São Pedro anuncia a ter sido dizimada toda a Chico City. Com ela presto homenagem a seu talento e, emprestando seus traços, partilho com todos os brasileiros o sentimento da morte de Chico Anysio.


Charge de Elias Ramires Monteiro - Diário de Santa Maria - edição de 24 e 24 de março de 2012
**********Li, ouvi ou vi...
Vi
- Domingo à tarde no Cemitério Municipal houve um sepultamento. Normal; não podia esperar uma quermesse. No sepultamento o Frei Adriano van Vught entoava, quase sozinho, “Com minha mãe estarei...” Nada de anormal, pois em muitos sepultamentos os católicos presentes não sabem sequer o sinal da cruz: esperar que cantem seria demais. O que chamou a atenção foi a presença de um ônibus Escolar dos novos
que o Município ganhou do Governo Federal. Este ônibus, salvo melhor juízo, destina-se ao Transporte Escolar. Fazer fretamento de velório é concorrência desleal com as empresas. Domingo à tarde, ainda dá hora extra para o motorista. Quem terá autorizado? Olha que isto dá samba, parodiando Carmem Miranda: “Um favorzinho cá, um favorzinho lá; um favorzinho prá mais votos eu  ganhá... (e com bem público)
Li - “Cristo foi julgado seis vezes, três pelos romanos e três pelos judeus. Foram julgamentos nos quais não foi respeitado o rito processual. Pôncio Pilatos, por exemplo, foi um juiz covar
de. Lavou as mãos na hora de decidir.” Jurista gaúcho Paulo Brossard, em artigo defendendo a volta dos crucifixos aos prédios judiciários.

Sem mais, enquanto nos preparamos para a Semana Santa, lhes desejo... Paz e Bem!


terça-feira, 20 de março de 2012

Coluna 110 - publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 21MAR2011

A reportagem do Fantástico foi muito importante e serviu para soprar a cinza que cobre a brasa acesa da devassidão com o dinheiro público

A corrupção é uma das espécies de cupim que corroem o esteio da gestão pública, mas não é a única. É ignóbil saber que existe; é chocante quando é mostrada, com cara (imagens) e sotaque (diálogos). O programa Fantástico, da Rede Globo, de domingo passado, escancarou um esquema de corrupção e suborno no curso de três processos de licitação no Hospital de Pediatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O Brasil inteiro ficou sabendo. Absurdo! Ignóbil! (adjetivo que eu usei antes) Vergonhoso! Estas expressões foram e estão sendo usadas a rodo nas redações de jornais e revistas, nos noticiários e nas tribunas do Congresso Nacional, das Assembleias e Câmaras pais á fora. Sim. É absurdo; mancha nossa reputação de Estado emergente com pretensões de subir para o andar de cima (onde assentam as nações desenvolvidas); tem reflexo direto na saúde da população, pois no caso apresentado o dinheiro tentado de ser desviado é da saúde; deve ser combatido! Tem que botar na cadeia! Tudo isto é correto. Qualquer cidadão decente pensa assim e nesta semana está com vontade de chacoalhar pulhas desta espécie, que tentam locupletar-se do tesouro de todos: o orçamento público.
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Mas péraí!! Por que o repórter da Globo pôde se instalar no setor de compras daquela casa de saúde? Quem do hospital imaginava (ou sabia) que ali grassava uma farra com dinheiro público? Como o jornalista ficara sabendo de que naquela unidade pública ocorriam tentativas de negociata? E, quando empossado como pseudo gestor de compras, passou a chamar os empresários corruptos que foram mostrados? Eles nunca tinham negociado com aquele hospital antes? Olha, a sabedoria do interior ensina que raposa não assalta um galinheiro apenas uma vez. Faz o trilho e vai se saciando de penosas noite sim e noite também, até ser pego! Lá já se instituíra uma avenida larga, onde transitavam corruptos e corruptores! E quantos negócios terão sido fechados nas condições propostas? Todos os anteriores gestores de compras daquele hospital, como faziam?
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A reportagem do Fantástico foi importante, servindo para soprar a cinza que cobre a brasa acesa da devassidão com o dinheiro público (onde muitas mãos se queimam), bem como deu munição aos mecanismos de controle e fiscalização do Estado. O Ministério Público Federal, a Controladoria Geral da União, o TCU, Senadores, Deputados, OAB entre outros órgãos já se manifestaram, admitindo que um repórter investigativo foi capaz de fazer mais do que auditores, programas de computador e mandatos eletivos ou outorgados somados. Palmas para a imprensa (desde que livre)!
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Queria receber o outono com o pátio arrumado, mas não deu. Como é complicado ver o que deve ser feito e não poder fazer! O gramado mais parece um potreiro sem gado. O barranco da testada da rodovia está um capoeirão. É igual a não aparar o cabelo e a barba – a cara fica uma Schweinerei (porcaria). Impedido (mas só por mais algum tempo) de maior expansão física me limito a olhar e, mentalmente, improvisar: Ai, se eu te pego; ai, ai, se eu te pego! 
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Li, ouvi ou vi...
- “Colocar minhoca no anzol a gente aprende rápido!” Senador Marcelo Crivella, ao ser empossado como Ministro da Pesca, não por seus méritos, mas para acomodar o Partido Republicano Brasileiro (PRB) na base aliada do Governo Dilma.

- “Uma das coisas que eu passo para os meus filhos e que eu aprendi: eu protejo meu contratante, meu contratante me protege”. David Gomes, Presidente da Toesa – uma das três empresas do escândalo de corrupção e suborno denunciadas pelo Fantástico, dando garantia de sua cínica ética na negociação fraudulenta.

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Sem mais, enquanto nos preparamos para a Semana Santa, lhes desejo... Paz e Bem!

segunda-feira, 12 de março de 2012

Coluna 109 - publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 14MAR2012

Os filhos não são propriedade que podemos controlar como o manipulador às suas marionetes, ou treinar, como o domador aos seus leões


SOMOS ANFITRIÕES DE NOSSOS FILHOS – A relação pais e filhos – a primeira, a mais próxima e indelével relação entre as pessoas – é de tamanha riqueza e sensibilidade, que rende cada vez mais estudos a lhe revelar nuanças. Com exceção dos celibatários, o caminho natural de todos é ser pai ou ser mãe, cumprindo o papel de preservação e continuação da vida. Esta condição instala na vida uma realidade com a qual se deve lidar com maturidade e percepção de mundo (embora nem sempre isto seja assim).
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Por indisfarçável preferência, conduzo minhas leituras para a área da psicologia, do comportamento e promoção humana. Apreciei muito a linha de raciocínio do Padre holandês Henri Nouwen, apresentado em seu livro Crescer – os Três Movimentos da Vida Espiritual (Ed. Paulinas-1975). No movimento em que o homem passa da hostilidade à hospitalidade, o autor enfoca a relação pais e filhos sob um ângulo que merece ser partilhado. Transcrevo: “Pode parecer estranho falar da relação entre pais e filhos em termos de hospitalidade. Mas é questão central na mensagem cristã que os filhos não são propriedades para se ter e dominar, mas dons para se dar carinho e cuidados. Nossos filhos são nossos mais importantes hóspedes; entram em nossa casa, pedem atenção, ficam algum tempo e depois saem para seguir seu próprio caminho. Os filhos são estranhos que devemos conhecer; possuem seu próprio estilo, seu próprio ritmo e suas próprias capacidades para o bem e para o mal. Não podem ser explicados a partir dos pais. (...) As crianças carregam consigo uma promessa, um tesouro oculto que precisa ser trazido à luz através da educação em um lar hospitaleiro. É necessário tempo e paciência para fazer o pequeno estranho sentir-se em casa, e é realista dizer que os pais precisam aprender a amar seus filhos. O que os pais podem oferecer é um lar, um lugar receptivo, mas que também possui as fronteiras de segurança, dentro das quais as crianças podem desenvolver-se e descobrir o que é útil e o que é danoso. Ali a criança pode fazer perguntas sem medo e pode experimentar com a vida sem risco de rejeição. Ali pode ser incentivada a ouvir seu eu interior e a desenvolver a liberdade que lhe dá coragem para sair de casa e prosseguir a jornada.
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Em outro trecho acrescenta: “A consciência de que os filhos são hóspedes pode ser libertadora, pois muitos pais sofrem de profundo sentimento de culpa em relação a seus filhos, pensando que são os responsáveis por tudo o que eles fazem.  (...) Os filhos não são propriedade que podemos controlar como o manipulador às suas marionetes, ou treinar, como o domador aos seus leões. São hóspedes aos quais temos que responder, não posses pelas quais somos responsáveis.”
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Nesta análise, muito lúcida, cita ainda o prelado: “A tarefa difícil da paternidade é ajudar a criança a crescer para a liberdade que lhe permite ficar de pé física, mental e espiritualmente, e permitir-lhe afastar-se em sua própria direção. (...) Não há dúvida de que é difícil ver nossos filhos afastarem-se depois de tantos amor de amor e trabalho para conduzi-los à maturidade; mas quando nos lembramos de que são apenas hóspedes que têm seu próprio destino, que não conhecemos nem ditamos, somos capazes de deixá-los ir em paz com nossas bênçãos. Um bom anfitrião é capaz não apenas de receber seus convidados com honra e oferecer-lhes todos os cuidados que precisam, mas também de deixá-los ir quando chegar o tempo.
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Penso nada restar para acrescentar, senão o convite a reflexão e, quem sabe, uma releitura, devagar e com ânimo de perceber-se pai/mãe anfitrião de seus filhos!
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Sem mais, em meio ao turbilhão da vida, lhes desejo... Paz e Bem!

Coluna 108 - publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 7MAR2012

Escola Professor Willy Roos – há cinquenta anos despertando em cada cidadão que por ela passa o papel que tem na construção de uma comunidade e um mundo melhor!


SOS! Help! Socorro! Hilfe! Pedido que ecoa, a partir do Morro Agudo, para retumbar em ouvidos atentos de pessoas que, de qualquer forma, tenham a ver com a questão. Viabilizem o aumento da velocidade da conexão de Internet em Agudo! Chega de paliativos e promessas. Chega de pirataria! Ninguém mais aguenta a baixa velocidade da Internet em Agudo! Qualquer discurso de excelência, qualquer ufanismo da ordem do “Das Beste” que se verbere por Agudo cai por terra com a constatação de que somos ou estamos limitados em tantos aspectos – e também na velocidade da Internet. Todas as empresas que oferecem o serviço, sejam as que locam o sinal e o repassam, sejam as operadoras de telefonia que detêm a estrutura logística instalada, todas blefam quando afirmam ter produtos que garantem conexão rápida e segura! A velocidade real é uma merreca, esta é a verdade! E paga-se por este compasso de tartaruga, quando funciona! Alguém deve bater na mesa e fazer chegar à Anatel o reclamo dos usuários da World Wide Web de Agudo. Já não mais se aceita desculpas! Agudo está sendo preterido, está sem interlocutores não está sabendo se fazer ouvir!
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É março: Iniciou o último ano da Décima Terceira Legislatura da Câmara Municipal de Agudo. Tomou ritmo a colheita do arroz.  Começou o ano letivo nas escolas Estaduais e Municipais. Março é, também, o mês da comemoração jubilar de Ouro da Escola Estadual de Educação Básica Professor Willy Roos! A programação deve estar sendo pensada de modo a que Agudo todo possa festejar a data. A propósito: qual o percentual de agudenses que passaram pelos bancos escolas da Willy Roos? Seja ao tempo em que era o Ginásio Estadual de Agudo, depois Escola Estadual Duque de Caxias; ou quando foi a Escola Técnica de Comércio Centenário e depois Escola Estadual de 2º Grau de Agudo e, já desde 1989, quando adotou a denominação patronímica do grande educador de Agudo e Paraíso do Sul, o Professor Willy Roos, se contam em gerações e aos milhares! Escola Professor Willy Roos – há cinqüenta anos despertando em cada cidadão que por ela passa o papel que tem na construção de uma comunidade e um mundo melhor! Parabéns para todos nós!
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De jeito nenhum deixo de observar um fenômeno da natureza que me encanta e que começa a aparecer em março – a cerração das manhãs do Torrão Amigo! A natureza se envolve em um véu suave e brinca de esconde-esconde. Uma manhã de cerração... como é bela e inspiradora!
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 No Tempo dos homens (Chronos, para os gregos) – período da existência de cada um e dos povos, pessoas e povos vivem Tempos de Deus (Kairós, na língua dos atenienses). Este Kairós pode ser (e na maioria dos casos é) de êxtase pela demonstração da magnanimidade divina pelas realizações que o homem é capaz de orquestrar. Pode, no entanto, também ser traduzido em experiências pessoais reveladoras de que a criatura é limitada e suscetível. Ora de êxtase, ora de angústia: assim se vão sucedendo os balanços do pêndulo da vida. Sobre o Kairós que Ele me reservou nesta Quaresma escrevo um dia. E o farei com propósito pedagógico.
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O Dia Internacional da Mulher, amanhã, oito de março, é um dia todo ternura! Com certeza nesta edição do CA matérias e homenagens invocam a grandeza e o valor absoluto da Mulher! Homenageio todas as mulheres com a foto de uma mulher arrozeira, escolhida por Deus para me trazer à vida e me ensinar que ser é mais do que ter; e que ter pode ser uma conquista, sem se deixar de ser.



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Sem mais, em meio ao turbilhão da vida, lhes desejo... Paz e Bem!

domingo, 4 de março de 2012

Coluna 107- publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 29FEV2012

Para vós, serei um pastor; Com vós, serei um irmão! (Dom Remídio José Bohn)


Hoje é 29 de fevereiro, dia acrescido ao calendário por 2012 ser Ano Bissexto. Esperar mais quatro anos para escrever sobre este dia não é prudente, pois vai saber o que se passará até 2016, além da Jornada Mundial da Juventude, no Rio, em 2013, e a Copa do Mundo (no Beira-Rio??), em 2014. E se tudo terminar em 21 de dezembro de 2012?!
Na internet encontrei uma explicação para o fato de ser tido como “Bissexto” o ano em que fevereiro tem este 29º dia. Já lhe chamou a atenção à razão desta designação, se nada tem a ver com bi, nem com sexta parte? Na internet obtive uma resposta que me parece plausível. Consta, em pesquisa postada por um professor chamado Cardy, ter sido o Imperador Júlio César, em 46 a.C. quem determinou qual dia devia ser repetido – o 24 de fevereiro, por ser o sexto dia antes das calendas de março. O dia era chamado, em latim, ante diem bis sextum Kalendas Martias, o que, abreviado, resultou em bissextum, em português Bissexto. Em alemão – Schaltjahr.    
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Para vós, serei um pastor; Com vós, serei um irmão! Esta frase foi pronunciada por Dom Remídio José Bohn, quando axcendeu à se sua posse como terceiro Bispo da Diocese de Cachoeira do Sul, domingo, dia 26, na Catedral Nossa Senhora da Conceição, a Igreja-mãe da Diocese. A solene missa lotou a Catedral de fiéis católicos das treze paróquias da jurisdição eclesiástica, muitos sacerdotes, autoridades, amigos e familiares do novo Bispo. Presidida pelo Arcebispo Dom Hélio Adelar Rubert, da Arquidiocese de Santa Maria, a posse teve momento singular quando o Padre Sílvio Rockenbach (muitos devem lembrar-se dele quando Pároco de São Bonifácio nos anos 70) proclamou a Bula Pontífica de nomeação, em latim.
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A Diocese de Cachoeira do Sul, instalada em setembro de 1991, teve dois Bispos oriundos da Cátedra, não da Pastoral. O Primeiro, Dom Ângelo Domingos Salvador (já, agora, de cabelos brancos) é religioso da ordem dos Capuchinhos, intelectual, erudito e Professor. Em 2000 o Báculo foi confiado à Dom Irineu Silvio Wilges, também religioso, Franciscano, da Ordem dos Frades Menores (a mesma dos freis da Paróquia São Bonifácio). Foi elevado à Bispo com curta experiência paroquial. Antes sempre fora Professor, Reitor ou assessor para assuntos da formação. A partir deste domingo Dom Remídio José Bohn, 61 anos, assume a missão de “Mostrar a todos o Rosto de Cristo!” cumprindo o lema da Diocese. Ele é secular, isto é, tem formação religiosa a partir de uma Diocese. Sua formação e, também, a atividade pastoral foi toda realizada em Porto Alegre. É, qual seus antecessores, operário da messe da formação, pouco tendo atuado em missão. Agora, como pastor do rebanho católico da Terra Santa de Cachoeira do Sul, calçará as sandálias para caminhar com o povo. Seja Bem-vindo!

Dom Remidio recebendo o Báculo de Dom Irineu, na presença de Dom Adelar Ruberti (Foto: Gentileza do Fotógrafo Eduardo, de JE Mídia Visual - Cachoeira do Sul)
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Quando criei meu blog pensei comigo mesmo: Consumatum Est! Agora estou ao bordo da nau que me levará por todos os mares das redes sociais. Ingenuidade pura. Quem ainda dá importância para blog? Pois bem, lá vou eu na superação de mais uma barreira. Apoiado pelo amigo e consultor técnico da primeira e toda hora, Mauro Baptista Marques, mergulhei no Facebook. No perfil escrevi: Amigos, estou no Facebook, mesmo não sabendo muito bem o que isto significa. Entrei para me atualizar nas mídias sociais, pois um dia ainda quero poder me comunicar com os netos!! Pura verdade – quero netos (está bem, sem pressa) e quero poder falar de A para B com eles. Um avô careca, sim; careta, tomara que não!
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Sem mais, em meio ao turbilhão da vida, lhes desejo... Paz e Bem!

Coluna 106- publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 23FEV2012

Que a saúde se difunda sobre a terra (Eclo 38,8)

QUARESMA – Ontem foi Quarta-feira de Cinzas, terminou o Carnaval e se iniciou, para os cristãos, a Quaresma. A quaresma é o caminho que leva os cristãos ao encontro do Crucificado-ressuscitado. Caminho, porque processo existencial, mudança de vida, transformação da pessoa que recebeu a graça de ser discípulo-missionário. A oração, o jejum e a esmola indicam o processo de abertura necessária para os Filhos de Deus serem tocados pela grandeza da vida nova que nasce da cruz e da ressurreição. Atingidos por Ele e transformados n’Ele, os cristãos percebem que todas as realidades devem ser transformadas, para que todas as pessoas possam ter a vida plena do Reino.
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Neste tempo ideal de 40 dias, que antecede a Páscoa, Igreja Católica convida as pessoas de boa vontade para refletir sobre questões relevantes da vida e oferece subsídios para a abordagem madura, eficaz e responsável do tema proposto a cada ano. É a Campanha da Fraternidade. É precioso meio para a evangeliza­ção, retomando a pregação dos profetas, confirmada por Cristo, segundo a qual, a verdadeira penitência que agrada a Deus é repartir o pão com quem tem fome, dar de vestir ao maltrapilho, libertar os oprimidos, promover a todos. Em 2012 a reflexão se dá sobre a “Fraternidade e a Saúde Pública”, com o lema “Que a saúde se difunda sobre a terra (Eclo 38,8).
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Desejando contribuir para uma tomada de consciência e atitude e por também me sentir desconfortável com a situação e da saúde pública no país e desejar melhorias, apresento trechos extraídos do documento elaborado pela CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, para embasar a abordagem. Ao partilhar estes extratos do Texto Base da CF2012 abro mão da reflexão pessoal e original, na certeza de ganho para a coluna e quem a lê.
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(22) Se é dever do Estado promover a saúde por meio de ações preventivas e oferecer um sistema de tratamento eficaz e digno a toda população, especialmente aos mais desprovidos de recursos, é, também, responsabilidade de cada família e cidadão assumir um estilo de viver que, por meio de hábitos saudáveis e de exames pre­ventivos, contribua para evitar as doenças. Se cabe ao Estado providenciar toda a assistência médica aos enfermos, cabe à fa­mília o acompanhamento dedicado e carinhoso aos seus que adoecem. A família, o Estado e a Igreja têm funções distintas, mas complementares no processo de tratamento de seus mem­bros adoecidos.
(14) ... saúde é afirmação da vida, em suas múltiplas incidências, e um direito fundamental que os Estados devem garantir. (...) “saú­de é um processo harmonioso de bem-estar físico, psíquico, social e espiritual, e não apenas a ausência de doença, processo que capacita o ser humano a cumprir a missão que Deus lhe destinou, de acordo com a etapa e a condição de vida em que se encontre”
(65) ... é possível extrair 5 temas pre­ocupantes para a saúde atualmente: doenças crônicas não trans­missíveis (doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, cân­ceres, doenças renais crônicas e outras); doenças transmissíveis (AIDS, tuberculose, hanseníase, influenzae ou gripe, dengue e ou­tras); fatores comportamentais de risco modificáveis (tabagismo, dislipidemias por consumo excessivo de gorduras saturadas de origem animal, obesidade, ingestão insuficiente de frutas e hor­taliças, inatividade física e sedentarismo); dependência química e uso crescente e disseminado de drogas lícitas e ilícitas (álcool, crack, oxi e outras); causas externas (acidentes e violências).
(134)... as recentes avaliações do Ministério da Saúde e das Secretarias de Saúde mostram que, apesar de problemas na qualidade do aten­dimento, mais da metade das pessoas atendidas pelo SUS ficam satisfeitas. As respostas negativas estão relacionadas ao tempo de espera nas filas, à ansiedade ou à tensão para ser atendido. É o conhecido problema da dificuldade de acesso aos serviços de saúde, de acolhimento e de atendimento no tempo adequado.
(135) Melhorar o atendimento no Sistema Público de Saúde Brasi­leiro e diminuir as reclamações em relação ao desrespeito e à dignidade humana, frente à vulnerabilidade do sofrimento e da doença, é um grande desafio ainda a ser enfrentado pelas au­toridades sanitárias brasileiras.
(137) Toda pessoa tem direito ao atendimento humanizado e acolhedor, realizado por profissionais qualificados, em ambiente limpo confortável e acessível a todos.
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A Quaresma (e nela a Campanha da Fraternidade) é tempo de recolhimento e reflexão. O texto básico pode ser obtido na Internet. Sua leitura é recomendável, sobretudo para quem tiver responsabilidades na Saúde Pública.
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Sem mais, em meio ao turbilhão da vida, lhes desejo... Paz e Bem!