quinta-feira, 18 de março de 2010

COLUNA PUBLICADA NO JORNAL CORREIO AGUDENSE - EDIÇÃO DE 1ºFEV2010 (1)

Edição inaugural do Correio Agudense. Esta haverá de ser guardada, junto com aqueles objetos que fazem época. O Sérgio e a Simone mostram empreendedorismo. Um meio de comunicação é como um pulmão: oxigena a sociedade! Convidado a participar desta epopeia percebi que, de fato, escrever é muito menos inspiração do que transpiração. Ou esta será por causa do calor?!
Parabéns Agudo por ganhar o seu Correio Agudense!
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Se alguém guarda publicações com conteúdo que julga possam ser importantes para a memória da comunidade, o início de 2010 rendeu, e como. Decerto não serão as mais belas imagens da coleção; serão, todavia, as mais impactantes. A imprensa retratou com a crueza que a realidade descortina, as imagens da enchente do Rio Jacuí e do Rio Soturno. Muita chuva mesmo, em um anunciado verão chuvoso, com os efeitos do fenômeno climático El Niño (melhor seria El Diablo)– entenda-se aquecimento da água do Oceano Pacífico.
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Aquecimento da água do Pacífico. Por que acontece? Será, tudo, causa do aquecimento global (?), ou são ciclos que a natureza cumpre com a inexorabilidade das horas, dos dias... dos séculos. A água ocupou espaços onde o homem interferiu na natureza. E a natureza, com esta aguaceira, interferiu nos espaços organizados pelo homem. Homem e natureza – nós devemos nos entender.
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Uma pergunta: a enchente de 2010 desbancou a lendária cheia de 1941, embora a dificuldade de comparação, pela alteração do que poderia servir como parâmetro? Simplesmente olhando o derramamento do Jacuí, qual foi maior. Da de 41 se faz memória do volume de água; da de 2010, além do volume de água, contabiliza-se grande devastação.
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Quando o engenheiro mediu o alicerce de minha casa, achou exagerado. Pois foi por um triz: faltaram 6 cm para o Jacuí invadir. Mas em nenhum momento tive como propósito proteger-me … do Jacuí. Tomara que a grande cheia de minha geração tenha sido a de 2010. Mais uma destas, nem pensar!
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Quantas lições sobram de tudo o que aconteceu entre o Natal de 2009 e a metade de janeiro deste ano. Com o tempo, suplantados os impactos emocionais mais latentes (para quem isto será possível), sobrará uma avaliação mais racional e o encontro com as razões e as circunstâncias.

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Mais uma ponte sobre o Arroio Hermes é uma questão de tempo. Quem e quando pensar nisto deverá ter em mente uma solução que não confina a água das enxurradas, sob esta ponte, às suas cabeceiras. Será necessário projetar vãos livres para além do estrito limite do barranco, quem sabe. Uma ponte que vier a ser projetada sem considerar a fúria do Arroio Hermes nas duas últimas vazantes será estupidez.
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Onde será esta ponte? Na Tiradentes? Na José Bonifácio ou na Euclides Kliemann? Alguns fatores determinarão: a vontade do governo, o diálogo, a pressão dos grupos de interesse, a visão de futuro, um bom Plano Diretor. Arrisco a inferir: a favor da Tiradentes – a ocupação urbana na região atingida; a favor das Avenidas José Bonifácio e Euclides Kliemann – ambas concorrem em igualdade de condições: uma perspectiva de melhor locação urbana para o futuro. O estrangulamento da principal entrada da cidade seria desafogada com a projeção de uma perimetral (e aí a Euclides Kliemann leva vantagem, pois liga a Rua Rolf Pachaly (ao Leste) à Rua Hugo Karl Bräunig, ao Oeste) que abasteceria a região central a partir de múltiplas vias de acesso. Sem mencionar, aí, a expansão da área urbana. Se perguntado responderia: toda vida faria uma ponte na Euclides Kliemann. Bem logo poder-se-ia sentir o crescimento qualitativo da cidade e a salutar expansão urbana.
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Nosso encontro será semanal. Que responsabilidade...e que alegria.

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