sexta-feira, 26 de março de 2010

COLUNA PUBLICADA NO JORNAL CORREIO AGUDENSE - EDIÇÃO DE 24MAR2010

QUARESMA – Decorre o tempo quaresmal, já quase no final. Domingo já inicia a Semana Santa com a celebração de ramos, lembrando a aclamação de Jesus, em sua entrada triunfal em Jerusalém [Hosana, o Filho de Davi!]. Desde a quarta-feira de cinzas a igreja nos convida à conversão, orientando-nos a orar – relação de cada um com Deus Criador, jejuar – relação de cada um consigo mesmo, e dar esmola – relação de cada um com os irmãos e suas necessidades.
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Tempo quaresmal é, também, tempo de conversão e de perdão. Em um dos evangelhos refletidos nos é apresentado o episódio em que Jesus salva a mulher adúltera condenada à morte. Jesus, conhecendo o que está no coração dos homens, quer condenar o pecado, mas quer salvar o pecador, e desmascarar a hipocrisia (Bento XVI, oração do Angelus – 21MAR). Jesus, o Legislador, dá a sentença [quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra!] Como não sobrasse acusador, disse à mulher [Eu também não te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais]. A menção desta passagem do evangelho de João na quaresma nos incomoda. Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra!, E aí?! Somos perfeitos? Somos os únicos perfeitos? Nossa versão do mundo é absoluta e a única aceitável? Ora, ora, não sejamos hipócritas! Pecamos, e muito. Mas, contudo, Deus deseja para nós apenas o bem e a vida! Ele condena nosso pecado e nos perdoa, enquanto pecadores, sempre.
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CAMPANHA DA FRATERNIDADE ECUMÊNICA – Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro! Com este lema igrejas brasileiras reunidas no CONIC quiseram despertar a consciência de que devemos escolher entre os valores do plano de Deus e a rendição diante do dinheiro, visto como valor absoluto, dirigindo a vida. Neste propósito o texto-base da CF 2010 alerta [O problema não é o dinheiro em si, mas o uso que dele se faz. É útil como instrumento destinado ao serviço e intercâmbio, mas não pode ser o supremo comandante dos nossos atos, o critério absoluto das decisões dos homens e dos governos.] Viver em uma sociedade materialista com motivações por demais monetaristas – isto não dá certo. É um modo de existir que sacrifica a essência da felicidade que é, sobretudo, ser alguém, e não somente em ter bens.
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A PONTE – Estamos, hoje, 78 dias ou 1822 horas sem a ponte na RSC-287.
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Paz e Bem.

quinta-feira, 18 de março de 2010

COLUNA PUBLICADA NO JORNAL CORREIO AGUDENSE - EDIÇÃO DE 17MAR2010 (7)

O BEM E O MAL – Circula na Internet um texto com o título – Quem alimenta o lobo, sacrifica a ovelha! Diz dos direitos humanos garantidos, na ótica do autor, ao bandido e negados ao policial. Apresenta argumentos que convidam, de fato, à reflexão. Todavia, não é nesta seara aonde quero adentrar. Quem alimenta o lobo, sacrifica a ovelha é uma excelente chave para exercitar o raciocínio das situações em que a dicotomia bem e mal, ou bom e mau pode ser contraposta e percebidos os efeitos na sobreposição de um sobre o outro.
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Pois quero partilhar com os amigos uma saudável tarefa. Faço o convite a que deixem suas mentes iluminar situações do gênero. Dou alguns exemplos: alimenta o mal (o lobo) e sacrifica o bem (a ovelha): 1 - quem vota pensando no lucro pessoal em detrimento do bem comum; 2 – o motorista que dobra a esquina sem sinalizar, confundindo e colocando em risco os demais usuários, motoristas e pedestres; 3 – quem se permite aventuras (quaisquer que sejam), sem respeitar seus limites, possibilidades e condições; 4 – quem gasta egoistamente sua renda, sem atentar às necessidades da família e suas próprias prioridades. E por aí vai.
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Penso ser uma responsável forma de trazer à luz comportamentos e vícios que, se alimentados, acabam por sufocar o bem, o bom e a virtude. Aceitam a provocação? Descrevam situações que perceberem, remetam-nas e serão publicadas, permitindo a que todos tenhamos o privilégio da partilha e do aprendizado.
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A SAFRA DAS ENCHENTES – Estão sendo colhidas as lavouras de arroz que foram atingidas pelas muitas enchentes deste verão. Os produtores, o IRGA e a EMATER terão, em pouco, o resultado da produção, da produtividade e da qualidade do grão. Saberemos, então, se ficam confirmadas as perdas prenunciadas e se o produto colhido terá a qualidade desejada. Parece-me que as previsões foram um tanto pessimistas e, felizmente, a colheita não será tão ruim. Soube de uma lavoura duramente lavada por diversas cheias que apresentou redução de 10%, bem menor do que os 40, 50% que haviam sido vaticinados. Compreendo que os 10% representam, em muitos casos, o lucro ou sobra da safra. Mas, havemos de convir que houveram prenúncios catastróficos.
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EXPODIRETO – Visitar a EXPODIRETO, que está acontecendo, em Não Me Toque, nesta semana, é permitir-se vivenciar competência, qualidade, excelência e capacidade. Em poucas palavras e sem superlativos, é isto mesmo. A COTRIJAL é uma cooperativa que orgulha ao Rio Grande e toda a cadeia do agronegócio de alimentos. Na primeira visita, em 2004, pasmei com o que vi. Em 2007 convidei a Rosa e, juntos, investimos dois dias de nossas férias para conhecer melhor a feira e todo o entorno. A surpresa e o entusiasmo aumentaram. Visitar a EXPODIRETO é prestar uma homenagem à competência de uma organização cooperativa que dinamiza os cooperados e suas famílias. É, também, reconhecer a liderança e a proatividade de Nei Mânica, que preside a cooperativa desde 1995 e idealizou a exposição, em 1999. Quem vai à EXPODIRETO sente, nos detalhes, a preocupação e o respeito para com o visitante, que encontra de tudo na grande cidade-parque (menos bebida de álcool, que não entra). Vale a pena! Não Me Toque – fruto da colonização holandesa, é reconhecida, oficialmente, como a capital nacional da agricultura de precisão. Vale a pena, repito! Se quero ir de novo? Claro! Viver uma experiência destas, quem não haverá de querer.
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MINHA CIDADE – No centro de minha cidade tem uma ferida; tem uma ferida no centro de minha cidade . Em seguida revelarei a que me refiro e que acho ser uma pústula urbana.
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MINHA CIDADE – No centro de minha cidade tem uma bela árvore; tem uma bela árvore no centro de minha cidade.
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A PONTE – Estamos, hoje, 71 dias ou 1704 horas sem a ponte na RST-287. Instigante a manchete de capa da edição passada do Correio Agudense [6 meses. Dá para acreditar?] Quando redigida esta coluna (noite de segunda-feira) não havia, ainda, ocorrido o ato de assinatura da ordem de início da obra, pela Governadora Yeda Crucius. Com certeza nesta edição está estampada a foto e relatado o fato. Aguardemos. Aliás, o Rio Grande aguarda. A contagem será concluída quando for liberado o fluxo de tráfego.
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Paz e Bem.

COLUNA PUBLICADA NO JORNAL CORREIO AGUDENSE - EDIÇÃO DE 10MAR2010 (6)

QUARESMA – O tempo de especial da Quaresma pode ser, para os cristãos, um oásis em meio ao caos. Melhor dos tempos para sentir se estamos vivendo ou sobrevivendo. Como batizados nos importa lembrar que Jesus Cristo derramou seu sangue para estabelecer uma nova aliança de amor pleno. Leonardo, cantor nativista recentemente falecido, foi artista com invulgar sensibilidade. Dele são os versos da bela canção O Homem do pala branco, que traduz, em linguagem poética gaúcha, o recado do Evangelho, e que pode nos ajudar a pensar a quarentena deste ano de 2010.[O homem do pala branco está chegando, olhando pro seu rebanho, estendendo a mão. Juntando ovelhas perdidas pelas estradas; e está pedindo morada em seu coração. Não é preciso ninguém lhe dizer quem é; É só ter no coração muito amor e fé. Sua mãe chama Maria, seu simbolismo uma cruz, e o pala branco que usa é uma cascata de luz. (…) Eu não sou um pregador, não sou padre, nem pastor. Sou apenas um autor, que canta a sua verdade. (…) Ele vai voltar de novo, para o seio do seu povo, como fez tempos atrás, não para cobrar seu amor, mas para curar nossa dor, e devolver nossa paz.]
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Referi ao cantor Leonardo como poeta sensível. Agora digo de seus versos como elo de atávicas lembranças. De 1979 até 1981 Céu, Sol, Sul, Terra e Cor foi cortina musical do Aurora Pampeana, que entrou no ar antes mesmo de a Rádio Agudo ser inaugurada, e continua até hoje sendo companhia no despertar da região. Otelo Correia era seu apresentador e eu madrugava como operador de mesa. A música recém havia sido lançada e não imaginava que um dia viesse a se constituir em um hino que é a melhor mídia do Rio Grande que amamos. [Eu quero andar nas coxilhas sentindo as flechilhas das ervas do chão. (…) Fazer versos, cantando as belezas desta natureza sem par e mostrar para quem quiser ver um lugar para viver sem chorar. É o meu Rio Grande do Sul, Céu, Sol, Sul, Terra e Cor, onde tudo que se planta cresce e o que mais floresce é o amor.] Morreu o cantor; ficaram suas canções.
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Percebo que existem cada vez mais situações de primeira vez. Em gerações passadas eram restritas ao primeiro beijo, o primeiro salário, o primeiro namoro e mais algumas poucas estréias. Hoje, além destas, tem a primeira consulta ao urologista ou ao ginecologista, o primeiro (para muitos) casamento, a primeira (para tantos) separação, e... o batizado no ambiente virtual. Pois nesta semana tive mais uma primeira vez em minha vida: debutei no mundo virtual, criando meu blog na Internet. Uau, eu que até dias atrás pronunciava iogurte para designar Orkut tenho, agora, meu blog. Está bem, sei que já estou superado, pois blog todo mundo já tem, Mas eu não tinha ainda, e agora tenho (grande coisa).
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Tudo passou. Agora sim existo, também, no mundo cibernético. Graças ao estimado o William Werlang que me incentivou e me deu o be-a-ba, foi cadastrado pauloaugustowilhelm.blogspot.com., onde estão postadas as colunas que publico no Correio Agudense e, na medida em que amadureço o ideário, ganharão lugar outras publicações.
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Sensacional ferramenta de interação pessoal, o blog propicia que aquele que se sentir motivado, possa emendar, contrapor ou complementar os temas aqui propostos.
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MINHA CIDADE – No centro de minha cidade tem uma ferida; tem uma ferida no centro de minha cidade cidade.
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MINHA CIDADE – No centro de minha cidade tem uma bela árvore; tem uma bela árvore no centro de minha cidade.
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A PONTE – Estamos, hoje, 64 dias ou 1536 horas sem a ponte na RST-287.
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Terei grande prazer em publicar opiniões de qualquer quilate. Os endereços constam na assinatura.
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Paz e Bem.

COLUNA PUBLICADA NO JORNAL CORREIO AGUDENSE - EDIÇÃO DE 3MAR2010 (5)

PONTE SOBRE O RIO JACUÍ – A CONTAGEM - A repercussão, em Agudo, da queda da ponte sobre o Rio Jacuí, na RST-287, precisa mencionar? Claro que não. Os agudenses terão, por gerações, a memória do dia em que a ponte caiu. Compreendidos os desdobramentos econômicos, pessoais e emocionais deste acidente, e respeitando-os, tomo esta questão por um ângulo diferente. Parece óbvio, mas pergunto: para que servia a ponte? Para dar fluxo ao tráfego nesta região; a RST 287 é a mais eficaz rota Santa Maria-Porto Alegre. Isto é consenso? Pois bem. O que conta então é que haja ponte! Os gaúchos esperam o dia em que possam, novamente, trafegar por aquela via sem desvio e sem balsa. Este será o dia D, correto? Pois neste espaço estabelecerei uma contagem progressiva, tendo como marco zero 09h00 do dia 05 de janeiro de 2010. Informarei, semanalmente, os dias e as horas sem ponte. Estamos, hoje, 57 dias ou 1.368 horas sem a ponte na RST-287.
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A VERDADE – William Polard, em sua obra Reflexões sobre a fé e o lucro (Ed. Larousse - 2006) escreve – Verdade é realidade: uma declaração tem a ver com revelação completa – ser honesto - , e por essa razão é a antítese da fraude ou da ocultação de informações relevantes. Pois bem. Desde meados de janeiro governantes vem à público proferir declarações das ações dos governos para com relação à ponte na RST-287, à balsa sobre o Rio Jacuí e sobre a recuperação das cabeceiras das pontes, na ERS-348. Passados já tantos dias, e vendo-se tão tímidas ações, fica a pergunta: Estas declarações são a expressão da verdade? São honestas? Estão sendo ocultadas informações relevantes? Verdade é realidade; as declarações não batem com o real que vemos.
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ANO LEGISLATIVO – Muitas Câmaras Municipais, entre as quais a de Agudo, começaram as atividades legislativas na última segunda-feira, dia 1º de março. É ano de eleições para Presidente, Governador, Senador, Deputado Federal e Estadual. Quem acompanha a dinâmica da vida parlamentar sabe que em ano de eleição uma Câmara, com algumas excessões, se torna caixa de ressonância das propostas e plataformas dos partidos e candidatos. Em muitos municípios as coligações municipais podem não corresponder às junções estaduais ou federais, e curiosas situações se haverão de configurar. Aguardemos: Yeda, Tarso, Fogaça, Volpato, Beto Albuquerque... Ciro Gomes, Serra, Dilma... Farta munição para a verborragia e, também, para argumentos sustentáveis. No início da Câmara de Agudo predominaram as abordagens sobre o 05 de janeiro. Compreensível para os vereadores que só agora tiveram tribuna para suas expressões.
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BOA EDUCAÇÃO – Como é deselegante quando o interlocutor insiste em permanecer com óculos escuros na conversação. Acho isto uma atitude de muita mal educação. Usando expressão bem cunhada pelo humorista Paulinho Mixaria, para conversar é preciso poder olhar no grão dos olhos. Tem-se visto, inclusive, entrevistados na TV escondendo o olhar sob tais óculos. Nesta segunda-feira, alunas do ensino médio de escolas de Santa Maria falaram à TV e não tiraram os óculos. Não lhes foi ensinado ou será desdém para com o espectador. Óculos de sombra é para proteger os olhos, não para esconder o olhar. O tema pode não ter maior importância, mas boa educação é o princípio para uma consciente cidadania.
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UM CANDIDATO NÃO SÉRIO – É dose para os gaúchos admitir antes mesmo das convenções que um candidato à vice-Governador é tido, dentro da coligação, como alguém um tanto folclórico e pouco sério. E, se tal impressão vazou para a opinião pública, muito mais deve estar sendo dito nos bastidores. Sob alguns aspectos a razão assiste: a PEC do número de Vereadores, de sua autoria é, de fato, um exemplo de que lhe falta um pouco de bom senso. Mas...
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MINHA CIDADE - No centro de minha cidade tem uma ferida; tem uma ferida no centro de minha cidade.
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Terei grande prazer em publicar opiniões de qualquer quilate, preservada a urbanidade. Meu e-mail consta na assinatura.
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Paz e Bem.

COLUNA PUBLICADA NO JORNAL CORREIO AGUDENSE - EDIÇÃO DE 24FEV2010 (4)

O Governador José Roberto Arruda, do Distrito Federal, esta preso já há mais de uma semana, por decisão da justiça, sustentada pelo Supremo Tribunal Federal. É um fato notório que nos pode servir como ponto de reflexão.
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Ao saber da prisão do governador Arruda , o Presidente Lula declarou-se entristecido. Pronto: bastou dizer isto e os incendiários de plantão logo se puseram a interpretar a tristeza do Presidente.
Pergunto: você não ficou triste? Não é lamentável que em nosso país assistamos um Governador de Estado ser preso(?); que políticos sejam flagrados escondendo dinheiro desviado (se não assim fosse não precisava esconder)(?); Que minta descaradamente (o Arruda mentiu, no episódio da burla do sigilo do painel de votação do Senado, e no caso dos panetones)? Não é lamentável suficiente que a imagem de nossa pátria Brasil seja chafurdada com notícias deste gênero? Eu me entristeço, por mim mesmo, como brasileiro, pela minha terra e pelas gerações que estamos inspirando.
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Tenho o mesmo sentimento de tristeza quando lembro de barbaridades praticadas por pessoas em quem os agudenses confiaram, e que mereceram manchete estadual. Machucou minha estima ver Agudo desfilar na imprensa com fatos menores: lembro dos passeios no Nordeste, montados em Equus asinos, do descaminho de gado vacum o ziguezague edílico, no trânsito, sob efeito alcoolêmico. Estes fatos, noticiados à lo largo, fizeram bem para Agudo?
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Por isso me faz triste saber existirem Arruda's, Kassab's e tantos outros.
Me alegra, por outro lado perceber que a impunidade não é mais é tolerada. A prisão de um Governador do Estado é prova disto.
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Estamos na Quaresma, tempo de (re)conversão. A trilogia “oração, jejum e esmola” são atitudes que enriquecem e ajudam a transformar a vida efêmera, centrada em nós mesmos, para uma vida mais plena.
A oração alimenta o ser espiritual, ligando o homem com o ser criador [eu e a atenção e relação com Deus];
o jejum concita o homem a olhar-se a si próprio, em sua dimensão corporal, mental, social, afetiva [eu e a atenção e o respeito comigo mesmo];
a esmola convida o homem a olhar seu semelhante [eu e a atenção à realidade e a pessoa de quem esta próximo de mim]
É sábio, também, fazer deste período especial, tempo de desenvolver as atitudes da escuta e do silêncio. Precisamos ouvir tudo o que o mundo quer nos transmitir? Precisamos falar tudo o que temos vontade?
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Somos, às 08h40min desta terça, dia 23FEV, 192.534.740 brasileiros. Acesse www.ibge.gov.br e acompanhe no POPCLOCK.

Paz e Bem.

COLUNA PUBLICADA NO JORNAL CORREIO AGUDENSE - EDIÇÃO DE 18FEV2010 (3)

Ontem, 17 de fevereiro, foi Quarta-feira de cinzas. Terminou, formalmente, o Carnaval. No entanto, mais do que isto, marcou o início do tempo quaresmal.
Quaresma – quarenta dias. Tempo especial de reflexão, de oração e de penitência, em preparação espiritual para a Páscoa.
Embora as Igrejas a celebrem com intensidades diferentes – a Católica, por exemplo, institui o jejum e a abstinência na quarta-feira de cinzas e na sexta-feira e a imposição das cinzas – é verdade que para todos os cristãos a quaresma é tempo singular.
No Brasil foi lançada a 47ª Campanha da Fraternidade com o tema Economia e Vida.
A Campanha da Fraternidade, instituída pela Igreja Católica brasileira em 1964, destina-se a orientar um olhar especial sobre a realidade social, econômica, política e cultural brasileira.
Buscando maior abrangência, a CF deste ano é, novamente, ecumênica, como já o foram as de 2000 (tema: Dignidade Humana e paz) e 2005 (Tema: Solidariedade e Paz).
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Retirado do Evangelho (Mt 6,24), o lema da campanha deste ano – Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro é citada pelo evangelista Mateus na introdução do Capítulo no qual Jesus Cristo cuida de alertar sobre as preocupações exageradas, dentro da magnifica pedagogia do Sermão da Montanha.
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É objetivo geral da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010 “Colaborar na promoção de uma economia a serviço da vida, fundamentada no ideal da cultura da paz, a partir do esforço conjunto das Igrejas Cristãs e de pessoas de boa vontade, para que todos contribuam na construção do bem comum em vista de uma sociedade sem exclusão”. Com ela o CONIC – Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, apresenta ao Brasil e aos brasileiros o desafio de encontrar respostas às perguntas: 1 – Como a fé cristã pode inspirar uma economia que seja dirigida para a satisfação das necessidades humanas e para a construção do Bem Comum? 2 – Em que medida existe responsabilidade das pessoas em relação à economia e como isso afeta a vida das pessoas e do meio ambiente? 3 – Que aspectos de conversão pessoal e de mudança estrutural poderiam ser considerados para que, de fato, a economia esteja a serviço da vida, promovendo o bem comum? e 4 – Como fazer para que essas preocupações não sejam transitórias, mas se tornem, de fato, balizamento moral permanente?
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Em Agudo as principais Igrejas cristãs (Católica, Luterana e Congregacional) tem procurado caminhar juntas estes quarenta dias. As celebrações que acontecem – não são muitas, é verdade – são a expressão do esforço dos líderes espirituais e dos rebanhos de fieis, em comungar ideais.
Ontem à noite os cristãos que se sentiram motivados se reuniram na Matriz de São Bonifácio, onde Pároco Católico, frei João Germano Sulzbach, o Pastor Henrique Scherer, da Igreja Evangélica Luterana e o Pastor Edson Datsch, da Igreja Evangélica Congregacional, refletiram, oraram e, juntos, mostraram o sinal da humildade marcando com cinza a cabeça dos presentes, enquanto convidavam a uma nova conversão [Convertei-vos e crede no Evangelho].
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Quaresma – tempo necessário
Campanha da Fraternidade – Momento para comprometimento
Economia e Vida - Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro – é o ponto de toque que somos convidados a atentar.
É possível que alguém pense que o próximo feriado será, apenas, na sexta-feira santa. Mas até lá a oportunidade de aprofundamento pessoal e na fé é real. Uma tomada de consciência sobre Economia e Vida poderá fazer melhor a vida de todos.
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Volto ao tema.
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Paz e Bem.

COLUNA PUBLICADA NO JORNAL CORREIO AGUDENSE - EDIÇÃO DE 8FEV2010 (2)

SAUDAÇÕES. Esta edição alcançará o aniversário do Município, dia 16. Empresas e entidades fazem da edição 02 do Correio Agudense, veículo de seu regozijo pelos 51 anos de Agudo. É uma expressão de amor pelo chão nativo. Faço coro àqueles que dizem bem de Agudo em seu aniversário. E, para tanto, tomo como base trechos da coluna Cousas do Torrão, que escrevi no Jornal do Povo, em 16 de fevereiro de 1986.
“(…) Passaram-se (51) anos e Agudo segue sua trajetória... e muitos do que passaram ou passam por Agudo, deixam pedaços de si e de seu trabalho estrada à fora. Teu povo, Agudo, é o que de mais valioso possuis. Paciente, compreensivo, ordeiro e hospitaleiro, o agudense é o responsável direto por aquilo que tu és, hoje. Nos momento de ira, apazígua, nos momentos de descrença, acredita. E, quando chamado ao trabalho, seu suor goteja de progresso o Norte e o Sul, o Leste e o Oeste. (…)
Agudo, tua epopeia foi traçada por muitos homens! Alguns reverenciados com honras e outros no passivo anonimato.
Aos que já tantas vezes receberam distinções, neste dia, mais uma vez nosso agradecimento. E aos que, embora tivessem se entregado por inteiro, até hoje ninguém ousou lembrar, nosso enternecido reconhecimento, e o pedido de perdão pela omissão em que tantos incorreram.”
Fiquei fiel ao escrito de 24 anos atrás. Hoje a elaboração do texto talvez fosse diferente. Todavia, a mensagem, esta não carece de reparos. Concordam?
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Se alguém tem guardados os folderes de Semanas do Município, desde sua instituição, no governo Schorn/Uebel, (1977-82), se surpreende com alguns eventos que já houveram. Em 1986, por exemplo, houve show com Leonardo (Céu, Sol, Sul, Terra e Cor) e, promovido pelo CTG Sentinela do Jacuí, baile com Os Serranos, no Clube Centenário. E, neste mesmo nível, dá para citar ainda muitos mais eventos nestes quase trinta anos de Semana do Município.
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Tenho certeza de que lá tudo estará limpo. Mas hoje parece perigoso acender o Lume Memorial na Esplanda do Monumento, no dia 16 de Fevereiro (a Lei Municipal 1681/2007 assim o prevê). Pode atear fogo na macega e gerar um incêndio de proporções. Aliás, este espaço memorial, de alta significação para a imigração alemã na Colônia Santo Ângelo, e que tão relevante incremento recebeu em 2007, merece mais atenção. Não deverá cair, de novo, no ostracismo. Nossa história não condiz com tais páginas.
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Carnaval. Esta bela e antiga festa pode ser, também, uma festa sadia. Percebo um refreamento do ímpeto apelativo. Será uma tomada de consciência somada ao senso de auto-preservação? Tomara. Todavia,tTem algo que me incomoda nesta semana. A incisiva campanha “olha a camisinha aí, gente!!. Ora, carnaval é sexo? Sim, claro, entendo... os limites são extrapolados, a libido sobe e... bem, pode acontecer. Mas daí a fazer barreira na rua ou na porta dos salões, distribuindo o minienvelope à granel é aduzir que todo folião seja, por esta condição, também um fornicador burlesco. Grande exagero. Fica até patético: a Rosa e eu, certa vez, recebemos, também, um envelope, na porta do Clube Centenário. O que iriamos fazer no Clube? Ao menos anunciava-se um baile de carnaval. Felizmente foi.
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Muito juízo gente querida. Façamos todos, deste carnaval, o mais sadio, com só alegria, com só, descontração, com só descanso.
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Elogiar a recuperação da RS-348? Quesperança! Nós contribuintes, merecemos estradas em boas condições. Oferecer ao cidadão uma prestação de serviço de qualidade nada mais do que o dever do Estado. E, atentemos - foi dito à autoridades agudenses que haverá, ainda, uma segunda camada de asfalto cobrindo toda a pista de rolamento. Depois as pinturas de sinalização. Fiquemos atentos. A situação em que se encontrava o trecho Agudo-RST-287 era um caso de polícia e de MP!
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Paz e Bem.

COLUNA PUBLICADA NO JORNAL CORREIO AGUDENSE - EDIÇÃO DE 1ºFEV2010 (1)

Edição inaugural do Correio Agudense. Esta haverá de ser guardada, junto com aqueles objetos que fazem época. O Sérgio e a Simone mostram empreendedorismo. Um meio de comunicação é como um pulmão: oxigena a sociedade! Convidado a participar desta epopeia percebi que, de fato, escrever é muito menos inspiração do que transpiração. Ou esta será por causa do calor?!
Parabéns Agudo por ganhar o seu Correio Agudense!
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Se alguém guarda publicações com conteúdo que julga possam ser importantes para a memória da comunidade, o início de 2010 rendeu, e como. Decerto não serão as mais belas imagens da coleção; serão, todavia, as mais impactantes. A imprensa retratou com a crueza que a realidade descortina, as imagens da enchente do Rio Jacuí e do Rio Soturno. Muita chuva mesmo, em um anunciado verão chuvoso, com os efeitos do fenômeno climático El Niño (melhor seria El Diablo)– entenda-se aquecimento da água do Oceano Pacífico.
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Aquecimento da água do Pacífico. Por que acontece? Será, tudo, causa do aquecimento global (?), ou são ciclos que a natureza cumpre com a inexorabilidade das horas, dos dias... dos séculos. A água ocupou espaços onde o homem interferiu na natureza. E a natureza, com esta aguaceira, interferiu nos espaços organizados pelo homem. Homem e natureza – nós devemos nos entender.
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Uma pergunta: a enchente de 2010 desbancou a lendária cheia de 1941, embora a dificuldade de comparação, pela alteração do que poderia servir como parâmetro? Simplesmente olhando o derramamento do Jacuí, qual foi maior. Da de 41 se faz memória do volume de água; da de 2010, além do volume de água, contabiliza-se grande devastação.
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Quando o engenheiro mediu o alicerce de minha casa, achou exagerado. Pois foi por um triz: faltaram 6 cm para o Jacuí invadir. Mas em nenhum momento tive como propósito proteger-me … do Jacuí. Tomara que a grande cheia de minha geração tenha sido a de 2010. Mais uma destas, nem pensar!
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Quantas lições sobram de tudo o que aconteceu entre o Natal de 2009 e a metade de janeiro deste ano. Com o tempo, suplantados os impactos emocionais mais latentes (para quem isto será possível), sobrará uma avaliação mais racional e o encontro com as razões e as circunstâncias.

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Mais uma ponte sobre o Arroio Hermes é uma questão de tempo. Quem e quando pensar nisto deverá ter em mente uma solução que não confina a água das enxurradas, sob esta ponte, às suas cabeceiras. Será necessário projetar vãos livres para além do estrito limite do barranco, quem sabe. Uma ponte que vier a ser projetada sem considerar a fúria do Arroio Hermes nas duas últimas vazantes será estupidez.
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Onde será esta ponte? Na Tiradentes? Na José Bonifácio ou na Euclides Kliemann? Alguns fatores determinarão: a vontade do governo, o diálogo, a pressão dos grupos de interesse, a visão de futuro, um bom Plano Diretor. Arrisco a inferir: a favor da Tiradentes – a ocupação urbana na região atingida; a favor das Avenidas José Bonifácio e Euclides Kliemann – ambas concorrem em igualdade de condições: uma perspectiva de melhor locação urbana para o futuro. O estrangulamento da principal entrada da cidade seria desafogada com a projeção de uma perimetral (e aí a Euclides Kliemann leva vantagem, pois liga a Rua Rolf Pachaly (ao Leste) à Rua Hugo Karl Bräunig, ao Oeste) que abasteceria a região central a partir de múltiplas vias de acesso. Sem mencionar, aí, a expansão da área urbana. Se perguntado responderia: toda vida faria uma ponte na Euclides Kliemann. Bem logo poder-se-ia sentir o crescimento qualitativo da cidade e a salutar expansão urbana.
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Nosso encontro será semanal. Que responsabilidade...e que alegria.