quarta-feira, 11 de julho de 2012

Coluna 125 - publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 11JUL2012


Quem tiver oportunidade de comparecer aos eventos do Icbaa estará dando significado a bons momentos de sua própria vida


Icbaa – O Instituto Cultural Brasileiro Alemão de Agudo já existe há 30 anos. Mas tem mais tempo o despertar para os usos, costumes, manifestações religiosas e culturais vividos com intensidade na maioria dos lares que compunham a Colônia Santo Ângelo de Imigração Alemã – então Cachoeira do Sul e hoje Agudo, Paraíso do Sul, Restinga Sêca, Dona Francisca, Nova Palma e Cerro Branco. O idioma do diálogo nas casas, no comércio e no banco; o jeito de comemorar as festas familiares e de comunidade, as músicas tocadas em gramofones e pelas orquestras – também conhecidas como Bandinhas ou Jazz –, as danças, a culinária, os trajes..., enfim, o ser e o agir das pessoas que predominaram nesta terra pronunciava fortemente a influência alemã herdada da bagagem dos imigrantes que para cá chegaram no século XIX.
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Sábia foi a decisão da quem traduziu em realidade o que a mente criou – uma entidade que capitalizasse e reunisse as expressões culturais deste povo. Nasceu o Instituto Cultural Brasileiro Alemão de Agudo, em 1982. Inspiração de Olivo Schirmer, assumida pelo Pastor Brauer e mais um grupo de pessoas, a maioria integrante da Legião Evangélica.
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Antes de continuar a narrativa, lembro de um fato curioso que fez mudar, de um dia para outro, a forma de se referir à entidade. Até 2005, querendo mencionar a associação, dizia-se simplesmente Instituto Cultural. No ato da reinauguração, em julho de 2005, o Cônsul da Alemanha para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Hainz Dietrich Bernhard, surpreendeu a todos quando, em seu discurso chamou o Instituto Cultural de “Icbaa”. Pronto, estava rebatizado. Precisou um estrangeiro para descobrir a sonoridade e possibilidade de pronúncia da sigla que, dado este novo contexto, deve ser grafada como Icbaa (por ter mais de três letras a primeira se escreve maiúscula e as demais minúsculas). Hoje está consagrado.
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Deixando de lado reminiscências do Icbaa passo a mencionar os eventos que a associação realizará neste mês de julho, todos inscritos na programação de Ein Volksfest in Agudo – XIX edição.
23 de Julho – segunda-feira, às 20h00, no Auditório JG, palestra do jornalista Silvio Aloysio Rockenbach (programa AHAI - A Hora Alemã Intercomunitária – domingos, Rádio Agudo e ex-assessor de Comunicação Social do Consulado Alemão gaúcho) – tema: Imigração Alemã – do Estigma à Auto-Estima”. Será mediador e debatedor da palestra o também Jornalista, escritor e colunista Romar Rudolfo Beling. Esta palestra está sendo viabilizada ao Icbaa graças à parceria da Câmara Municipal, da Rádio Agudo e do Correio Agudense. Ainda faltam cotas para fechar os custos. Mas isto não deve preocupar, pois o evento “bem cabeça” e de elevado valor cultural, despertará a generosidade de nossa gente.
25 de Julho – Dia da Imigração Alemã, Dia do Colono e Dia do Motorista – quarta-feira, às 10h00, na Esplanada do Monumento, em Cerro Chato, homenagem aos colonos imigrantes. A homenagem terá apoio do governo municipal e constará de acendimento do Lume Memorial, momento de oração ecumênica, de canto – Grupo de III Idade Alegria e Hoffnungsvoller Singekreis, de música instrumental e de memória histórica.
28 de Julho, sábado, às 11h00, no Auditório JG, recebimento do Acervo Bibliográfico pessoal da Profª. Lia Wilhelm (Cachoeira do Sul), doado à Biblioteca Alemã da entidade. Acompanhará a Professora Lia Wilhelm (bisneta de Johann Georg Wilhelm, o imigrante iniciador da linhagem) uma comitiva do Núcleo Municipal de Cultura do Município de Cachoeira do Sul, coordenada pela Professora Miriam Ritzel, Diretora do Núcleo. A mediação da doação foi feita pela Professora Márcia Strassburger Severo, que tem muitos amigos no Torrão Amigo.
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Quem tiver oportunidade de comparecer aos eventos do Icbaa estará dando significado a bons momentos de sua própria vida e prestigiando a entidade em sua tarefa de buscar um lugar ao sol, neste Agudo de tímida expressão cultural.
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Li, ouvi ou vi...
Ouvi da Professora Lia Wilhelm: “Queria a segurança de boas mãos para as coisas que me serviram de inspiração e formação cultural! Ocorreu-me da terra de meus antepassados, onde existe uma entidade devotada à cultura alemã. Decidi: vou doar meus livros – preciosidades para mim- para o Instituto Cultural Brasileiro Alemão de Agudo”.
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Cultura – é o que resta quando o resto já nos foi tirado – já se disse. Portanto, estejamos atentos ao que é rico para nossa gente! Paz e Bem!

sábado, 7 de julho de 2012

Coluna 125 - publicada no jornal Correio Agudense - edição de 4JUL2012


Sua Majestade o eleitor (...) em seu íntimo juízo de valores e expectativas definirá quem subirá o passo municipal e quem ficará na calçada, quem sabe aguardando a vez.

ELEIÇÕES – “Até parece que as eleições são no sábado” ouvia-se na semana passada em meio à sucessão de fatos, boatos, consultas, visitas, reuniões, afagos, elogios, reticências. Quem estava dentro do picadeiro perdeu peso, fez olheiras, dormiu menos, comeu mais; em resumo, desregulou o metabolismo orgânico e emocional.

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Os chegados mais tarde nem sabiam do que se tratava e custavam a interpretar o que as entrelinhas diziam vigorar no momento exato e algumas horas depois já não mais.

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Esta dinâmica política não foi privilégio do Torrão Amigo. É de se crer que na maioria dos mais de cinco mil municípios brasileiros o mês de junho teve o ritmo de um mesmo diapasão: as articulações e as negociações políticas, com tudo o que aquece e implica os bastidores e o tão pouco que é dado à opinião pública.

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No sábado, dia 30, as chaminés começaram a fazer fumaça branca: habemus candidato(!) proclamou-se com ar de vitória e com incontida vontade de anunciar – habemus Prefeito!

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Quem são e d’onde vêm os candidatos à Prefeito e vice de Agudo? A capa desta edição do CA estampou (penso) em foto posada de propósito, as duas duplas que querem dizer sim, não, talvez,  nos próximos quatro anos, administrando um orçamento que exige cuidados mas que dá fôlego à ações efetivas. Seguindo uma orientação mais ou menos lógica na política, os quatro são ou já foram vereadores. Rui Valdir Milbradt (PP), 42 anos (31MAR) e Valério Vili Trebien (PMDB), 44 anos (29DEZ) – ambos vereadores desta legislatura – querem, concorrem a Prefeito; Lauro Reinoldo Reetz (DEM), 72 anos (10JUN) e Moisés Carlos Kilian (PMDB), 51 anos (18JUL) o primeiro Vereador e duas vezes Prefeito e o segundo Vereador de 3 legislaturas são os candidatos a vice.

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Em alguns dias Agudo conhecerá as propostas que fizeram os partidos e coligações acreditar que estes cidadãos têm dotes políticos ou de gestão para governar. Uma proposta anuncia um “Agudo Transparente”; a outra diz que “Agudo pode ainda mais”.  Sua Majestade o eleitor assistirá, de seu trono, o desfilar de argumentos e, em seu íntimo juízo de valores e expectativas definirá quem subirá o passo municipal e quem ficará na calçada, quem sabe aguardando a vez.

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ICBAA – Faltou espaço nesta coluna para listar as boas notícias que o ICBAA tem para anunciar. Menciono apenas que três (ou até quatro) eventos estão inscritos na Volksfest deste ano. Dias 23, 25, 28 e 29 de julho. Na semana que vem dedico a coluna inteira a divulgar o que de bom e belo acontecerá de julho até novembro, por iniciativa do Instituto Cultural Brasileiro Alemão de Agudo – ICBAA e parceiros.

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Li, ouvi ou vi...

Li no Jornal do Comércio de segunda-feira (coluna do Fernando Albrecht) ser politicamente correto chamar quem é pobre e está endividado de “pessoa com hipo-suficiência econômica”. Bem, se o gerente do banco ou outro credor se contentarem com a erudição do conceito de quem está ferrado financeiramente, tudo bem. Do contrário o pobre e endividado tem mais é que “laborar” do sol nascente ao poente, para fazer juz ao estipêndio que lhe oportunizará repassar ao confiante as cédulas emitidas pela Casa da Moeda em quantum suficiente para solver a pendência em caráter definitivo. Traduzindo: tem que suar de sol a sol, arranjar a grana para pagar as contas e pronto!

Vi uma emocionante homenagem ao professor Elgo Vilson Pfeifer, lá na escola que teve dele dedicação e amorosa entrega por muitos anos – a D. Érico Ferrari! O Elgo Vilson mereceu ser patrono da legítima instância de representação daqueles a quem se dedicou de coração – o Grêmio Estudantil, que passa a ter o seu nome. O pastor Varno Senger sintetizou o sentimento que unia a todos dizendo: como é bom sentir saudade, pois saudade só se sente de quem fez diferença em nossas vidas! Dona Dila, parabéns por ele!

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De olhos bem abertos e ouvidos bem atentos, serei, como cidadão, guardião do que quero para minha comunidade! Façamos juntos esta vigília. Paz e Bem!

domingo, 1 de julho de 2012

Coluna 124 - publicada no jornal Correio Agudense - edição de 27JUN2012

Metaforicamente pode-se afirmar que a floresta da sociedade é reprisada nos parlamentos. Em ambos existem árvores de copa grande e madeira nobre

POVO SEM PARLAMENTO É POVO ESCRAVO – Onde você já leu esta frase? Acertou se disse tê-la visto em um dos acessos ao Palácio Farroupilha – sede do parlamento gaúcho. Lá está, gravada em indelével metal, para dizer que nenhum povo deve prescindir da existência de seu parlamento – principal espaço do debate político, da divergência e convergência de ideias e da afirmação da cidadania.
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Da estrutura de governo que conhecemos, com a divisão das funções em Poderes distintos, concebidos por Montesquieu, o Legislativo é o mais antigo. Deriva do Colégio de Magistrados, mais tarde Colégio de Homens Livres e Assembleia Pública de Vizinhos. No sistema brasileiro antecede, sempre ao Executivo – é ele quem legitima o governante, dando-lhe posse.
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Sendo um extrato do povo, espelha em sua práxis o pensamento e a reação da média da sociedade. Sem maquilagem ou reparos, o Congresso, as Assembleias e as Câmaras Municipais reproduzem as convicções do eleitor, que dá o voto àquele que conclui ter ótica de vida e experiências semelhantes a sua. Metaforicamente pode-se afirmar que a floresta da sociedade é reprisada nos parlamentos. Em ambos existem árvores de copa grande e madeira nobre; existe a mata mediana, com árvores e arbustos a lutar por um lugar ao sol; têm também trepadeiras e parasitas que para viver não medem esforços em sugar da seiva alheia. Tudo rigorosamente parecido – comunidade e parlamento. As exceções ficam no desvio padrão – ora mais para a copa alta, ora mais para o rasteiro inço.
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E a Câmara de Agudo? Sempre foi, é hoje e será aquela que os agudenses elegerem. Se acertar, regozije-se o êxito da escolha. Se provado que o eleitor se enganou, resta engolir e esperar quatro anos para trocar corrigir.
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Em cinquenta e três anos de história, a Câmara agudense empossou cento e quatro pessoas, que cumpriram cento e quinze mandatos em treze legislaturas – doze com nove vereadores e a primeira com sete. Nestes números deve-se levar em conta que houve pessoas que cumpriram mais de um mandato e que em uma mesma legislatura houve suplentes. Dos vereadores agudenses os Vereadores Arlindo Cassel e Vilson Dias são os que participaram de mais legislaturas: entre mandatos como titular e suplente, estiveram presentes em cinco períodos. Em mandatos consecutivos nenhum cidadão vereou por tanto tempo quanto Vilson Dias, que está na Câmara desde a décima legislatura. No final deste ano somará 16 anos consecutivos de representação outorgada pelo povo. Segue-lhe o Ex-Vereador Hasso Harras Bräunig, com 14 anos de Câmara, em três mandatos emendados.
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Dos cento e quatro vereadores, vinte e nove já faleceram. Os nomes mais encontrados são Aldo (três) e Arlindo (também três). Foram eleitos dois Pedros, dois Joãos e só um Paulo.
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Mulher não vota em mulher. Esta assertiva tem-se mostrado verdadeira. Do universo parlamentar, só seis Vereadoras foram empossadas em Agudo – cinco como titulares e uma como suplente. E o eleitorado sempre foi perto de metade/metade.
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Sobre a legislatura que vai ser eleita em outubro pode-se afirmar: pelo menos dois vereadores (ou serão três) não se reelegerão, pois provavelmente não concorram. Também se pode dizer que inaugurarão ao menos parte do edifício-sede da Câmara, lá terminando o mandato, com as sessões funcionando no plenarinho que existirá no novo prédio, enquanto o novo Plenário Vox Populi não ficar pronto.
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Aos partidos cabe a tarefa de selecionar os candidatos que levarão a bandeira da democracia e da expectativa de representação, oferecendo aos 13 mil eleitores opções que enobreçam a vida pública.
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Li, ouvi ou vi...
Ouvi de boas fontes que as muitas reuniões partidárias já fizeram ventos soprar daqui prá lá; de lá prá cá; de enviesado por cima dos morros; correntes de ar indo e voltando (segundo definições do meteorologista de campanha Beto Jordani). Até redemoinhos já teriam sido sentidos. Tamanha é a dinâmica (e o desespero) na composição do quadro majoritário. Só falta ventar de baixo prá cima, levantando o tapete e fazendo aparecer ... opa (!) nada!
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Aguardando, como Título de Eleitor na mão, lhes desejo Paz e Bem!

Coluna 123 - publicada no jornal Correio Agudense - edição de 20JUN2012

Por que Agudo viveu seus primeiros cinquenta anos confiando sua condução administrativa a tão poucas pessoas?

AGUDO+54 – Copio a fórmula de denominação dada à Conferência da ONU que se realiza nesta semana no Rio de Janeiro (Rio+20) para remeter a 2013, quando Agudo terá 54 anos de existência. Em 1º de janeiro será empossado o 14º Prefeito e instalada a 14ª Legislatura da Câmara Municipal.
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Agudo elegeu poucos Prefeitos. Somente sete pessoas cumpriram os quatorze mandatos. Aldo Berger, Hildor Max Losekann, Pedro Osório de Oliveira Schorn e Ari Carlinhos Jaeger, cada um com um mandato; Pedro Álvaro Müller e Lauro Reinoldo Reetz, com dois mandatos e Ari Alves da Anunciação com cinco mandatos. Nesta contagem deve-se considerar o fato de Ari Alves da Anunciação e Ari Carlinhos Jaeger terem repartido um mandato, com 15 meses para AAA e 33 para ACJ (quando AAA renunciou para a primeira candidatura à Deputado Estadual, em 1994).
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Existe grande probabilidade de que uma oitava pessoa venha a ser empossada no comando do Executivo. Aldo Berger e Pedro Schorn são falecidos; Ari Jaeger, Hildor Losekann e Pedro Müller fora da política  local (ainda que Pedro Müller, hoje filiado ao PSB agudense, milite e articule ativamente nos bastidores); Ari Anunciação já reeleito, entrega o cargo. Sobra a possibilidade de Lauro Reetz que, se candidato, se eleito e se empossado manteria a Galeria de Prefeitos, no gabinete, com ainda as mesmas sete feições.
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Por que Agudo viveu seus primeiros cinquenta anos confiando sua condução administrativa a tão poucas pessoas? Será pelo perfil conservador do povo, que prefere confiar em propostas conhecidas a arriscar o novo? Será pela pouca vocação dos partidos em apostar e projetar novos líderes? Será pelo fato de os políticos legitimados pelo povo concentrarem a política, submetendo partidos e eleitores? A antropologia política um dia dirá.
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Na conta do folclore da política se conta que botânicos teriam identificado uma possível causa: a causa desta concentração seria atribuída ao fato de na flora agudense proliferar o Ingazeiro. Como debaixo do Ingazeiro dificilmente uma planta vinga, por falta de lugar ao sol, acontece de ela ficar solita.
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Tenho ainda a coluna da semana que vem para palpitar sobre eleição antes das convenções partidárias. Abordarei a eleição para a Câmara Municipal.
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LARGO ALDO BERGER – O pátio ajardinado em frente ao Centro Administrativo – denominado Largo Aldo Berger, vai, finalmente, receber a melhoria de há muito aguardada e prometida. O Projeto saiu da prancheta do Arquiteto Rodeber Augusto Neuhauss e foi enquadrado pelos engenheiros Gilberto Domingos Buriol e Aldo Ito Paul. Embora não tenha sido visto por ninguém que não aqueles que, no governo, devem manuseá-lo, sabe-se que se executado conforme projetado, alterará o leiaute do espaço, relocando passeios e canteiros.
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É uma obra necessária. O pavimento, instalado em 1991, está degradado, deixando à mostra malfeitos remendos. As árvores cresceram e já se constituem em um bosque que sombreia o espaço. O fluxo de pessoas aumenta e todos merecem respeito.
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Sabe-se que um governo deve olhar seu orçamento e eleger a prioridade das prioridades, pois dinheiro para tudo não há.  Tomada a decisão, deve-se cumprir o rito burocrático dos processos licitatórios. Chegou a vez do Largo Aldo Berger. Os pregões para a aquisição do material e para a contratação da empresa que executará a obra serão nesta semana. Se tudo correr bem, após a Volksfest-2012 Agudo conviverá por algum tempo com obras em frente ao Paço Municipal.
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Uma ideia ganha corpo quando se aborda o tema na comunidade (também dentro do Centro Administrativo Municipal existem adeptos): retirem-se os carros do Largo Aldo Berger, privilegiando o  paisagismo e o ser humano enquanto pedestre. Não mais seriam necessárias correntes a embretar os passantes e manietar as árvores, e se ganharia em qualidade de circulação e conservação.
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Li, ouvi ou vi...
Ouvi de dirigentes partidários nunca ter havido, em Agudo, período pré-eleitoral tão complexo e com tantos fatos de bastidores como o deste ano. Reuniões que se contam nos dedos das duas mãos estão sendo teste para os titubeantes. Quem sobreviver sai fortalecido para a campanha, dizem. É, não há o que não haja, parafraseando Túlio Milmann, da grande imprensa gaúcha.
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Aguardando, como Título de Eleitor na mão, lhes desejo Paz e Bem!

Coluna 122 - publicada no jornal Correio Agudense - Edição de

Conjugar desenvolvimento com preservação do meio ambiente é a lição de casa que governos e povos terão que estudar.


RIO+20 – Começa hoje, 13 de junho, a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável. Denominada de Rio+20, por acontecer vinte anos após a Eco-92, também no Rio, quando o Brasil vivia a era Collor, a conferência terá como trunfo maior a discussão sobre a sustentabilidade. Conjugar desenvolvimento com preservação do meio ambiente – designado como crescimento verde –, é a lição de casa que governos e povos terão que estudar.
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Dentre as pautas, haverá ênfase para as experiências e descobertas de fontes renováveis de energia, que deverão complementar e um dia substituir a atual matriz energética do mundo, baseada nas fontes fósseis – petróleo e carvão – ambas finitas e muito poluentes.
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A novidade do evento será a presença da China, que estreia em debates e negociações deste padrão. O país do mandarim comparece à Rio+20 como sendo a segunda economia do mundo e com um capital ativo e passivo (tomando a linguagem contábil, designando como ativo o que tem de bom e passivo o que é de menos bom) exponencial. Como tudo na China tem medidas superlativas, dada à dimensão do país e à sua grande população, seus dados são relevantes no contexto mundial. A principal fonte de energia daquele país, sendo responsável por 72,4% do total produzido, é o carvão – minério que polui e degrada o ar e demanda enorme quantidade de água em seu processo de conversão energética. Outro efeito da queima do carvão é a emissão de – 80% de todo o CO2 emanado vem daí. Todavia, se este é um passivo que conscientemente o governo chinês admite, o país mostra, do outro lado do pano, a diversificação de fontes de energia. Plantas eólicas e solares e pequenas hidroelétricas já são responsáveis por 133,5 GW, valor que supera toda a capacidade energética instalada no Brasil, que gira em torno de 114,14 GW.
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Por que é importante fazer referência à Rio+20, se existem outros tantos temas elegíveis – as eleições, por exemplo? Vamos às razões: para marcar no currículo desta coluna o acontecimento que se haverá de ser inscrito na história; também por ser um evento nascido no Brasil e que ao país retorna com enorme expectativa de sucesso (mais de 170 nações e 108 chefes de estado são aguardados) enquanto a Rio+10, realizada em Johannesburgo (África do Sul), em 2002, foi retundo fracasso; também pelas credenciais do organismo que a chancela, a ONU; também por debater um tema que nos interessa a todos – o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Por que mencionar a China? Por ser a China a segunda economia do mundo, com crescimento de 10% ao ano nas últimas três décadas, e (felizmente) ter se decidido em debater com as demais nações as questões lhe causam embaraços e acusações. Para o Brasil a China é importante, pois aquele país é o maior comprador de nossa soja – alavancando nossa balança comercial. Sim, em troca, temos que engolir muitos produtos Made in China, que aqui chegam com preços vis, afetando severamente muitos segmentos de nossa indústria. Mas isto é outra questão.
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Estejamos atentos à Rio+20. Afinal, junto com a novela das 18h00, das 19h00, das 21h00 e daqui a alguns dias também das 23h00, este acontecimento, de interesse mundial terá ampla cobertura da imprensa. Dizer que não importa será imitar o avestruz, que enfia a cabeça na areia para nada ver e ouvir. Pode-se até não atentar, mas um dia as gerações de amanhã poderão cobrar – o que você fez?
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Será que Barak Obama virá? Apostas??
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Li, ouvi ou vi...
Ouvi que pelo menos três dos atuais vereadores não concorrerão à reeleição. Dário Geis por estar saindo do cenário parlamentar, Rui Milbradt e Paulo Unfer por disputarem o pleito majoritário. Sim, a política é dinâmica: quem em um dia diz que não é candidato, no outro sorri para a foto da campanha.
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Paz e Bem!