quinta-feira, 27 de maio de 2010

COLUNA PUBLICADA NO JORNAL CORRREIO AGUDENSE - EDIÇÃO DE 12MAI2010

NAS NUVENS COMO ÍCARO – Viajar... e viajar de avião; esta meta consta na lista das realizações desejadas por nove entre dez pessoas, antes da... digamos, viagem definitiva. A Rosa e eu não somos exceção, absolutamente. Como minha irmã mora na Alemanha já fazem 30 anos, temos até uma razão muito plausível. Aliás, cobrança não falta. O placar está 10 x 0 para ela – ela veio dez vezes e nós nunca fomos. Quando der vamos. No entanto um dos desejos de voar penso que eu não mais realizarei – voar Varig! Eu queria voar com a Varig, ora, a nossa companhia aérea. Eu queria descer em um aeroporto do mundo de um avião Varig, o mesmo que em 70 trouxe a seleção Canarinho tri, hepta e penta; que em 80 trouxe o Papa ao Brasil e a Porto Alegre; que em 94 nos devolveu o corpo do Airton Senna. Queria me sentir todo cheio de razão por ser brasileiro e, como gaúcho, um pouco dono da Varig. O que aconteceu? Ao quebrar com a companhia feriram a economia do Rio Grande, a auto-estima dos gaúchos e frustraram o sonho de tantos. Agora viajar continuará sendo bom, como sempre foi. Mas para quem viajar de avião, haverá um sentimento de orfandade, pois a Varig quase não voa mais. Um dia desejava escrever isto. Fazem cinco anos que queria me queixar de não mais poder atravessar o Atlântico nas asas da Varig e lendo sua revista de bordo, a Ícaro. Quem sabe um dia a Rosa e eu cheguemos a Frankfurt, mas não será a mesma coisa...
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Desde 2006 a Varig perde espaço no ranking das companhias aéreas brasileiras. A publicação Marcas de Quem Decide, editada pelo Jornal do Comércio e QualiData, mede, já há doze anos, com critério apurado e científico, o desempenho de marcas e empresas. E o faz auferindo o nível de lembrança e o de preferência em 102 setores. Dentre os itens avaliados esta o da empresa aérea. Até 2006 a Varig ponteava com folga nos dois quesitos: era a empresa aérea mais lembrada por cerca de 60% dos entrevistados e a preferida por quase 50%. Já em 2010, 17% dos entrevistados lembram Varig como a primeira empresa aérea que lhes vem à mente e apenas 5,1% a tem como empresa preferida. Queda livre e sem paraquedas. Quem decolou ocupando este vazio foi a TAM, lembrada por 48,1% e a preferida de 47,1% dos ouvidos. Segue-lhe a Gol.
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Os saudosistas da Grapette foram atendidos: a bebida voltou ao mercado. Será que os atávicos apaixonados pela Varig terão, um dia, igual sorte?
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RESGATE CULINÁRIO – Consolidou-se nos serviços de bufê em Agudo: tem que servir cuca junto com a refeição. Diminuíram os amidos, entraram mais carboidratos e mais sabor. Êta coisa gostosa – até nossos queridos ítalo-descendentes aceitam e gostam! Já se pode degustar, ainda que raro, Khol mit Speck (couve com toucinho), também muito gostoso. E o genuíno Milchreis, com generosa cobertura de açúcar e canela, tão remitente às Mutters e às Grossmutters? De fácil preparo, baixo custo, acentuado sabor e ótimo acompanhamento para compotas em geral, o arroz de leite, ou arroz-doce, deveria merecer o mesmo tratamento dispensado às cucas – ser presença em todos os serviços de almoço/jantar de festas. A tradição e a cultura germânica agradeceriam.
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É simples, amigos: se almejamos associação cultural com nossa ascendência germânica, ela deve ser percebida em todos os aspectos. A culinária é componente de identidade sem igual. Pergunto: quando se vai à Bahia, o que se come? Quando se vai à fronteira, o que se come? E nas festas da Quarta Colônia, o que vem à mesa?
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ICBAA – Dia 26 de maio será instalada a primeira Assembleia Geral Ordinária do Instituto Cultural Brasileiro-Alemão de Agudo – ICBAA, sob a vigência de seu novo estatuto, em vigor desde setembro do ano passado. A Presidenta Naedy Wrasse declarou ter outros propósitos para o futuro e não deseja continuar no cargo. Nesta AGO será eleita uma nova Diretoria para mandato no biênio 2010-2012. O ICBAA merece o maior respeito. Quem for ocupar a presidência deverá ter consciência de que o Instituto tem forte lastro no passado, é importante no presente e deve atualizar-se para o hoje e para o futuro. Também o estreito vínculo com o Poder Público deve ser levado em conta. Enfim, uma tarefa que exigirá desprendimento e magnanimidade. A história da entidade e a cultura de Agudo merecem.
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Muito pesar pelas duas mortes estúpidas na Curva do Cotovelo. Dois jovens, traídos por aquele equívoco de engenharia de trânsito, na noite de sábado, dia 8. Teremos uma lombada eletrônica, como chega a ser ventilado? Faça-se algo, e urgente!!
A PONTE – Estamos, hoje, 127 dias ou 3048 horas, sem a ponte na RSC-287.
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Paz e Bem.

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