quarta-feira, 29 de junho de 2011

Coluna 74 - publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 29JUN2011

O convívio simultâneo de pedestres, ciclistas, motoqueiros, motoristas de automóveis, ônibus e caminhões em um mesmo espaço de trânsito trás risco iminente a todos.

RISCO – Estamos dispostos a tal? Eu estou. Corro o risco de não ser lido até o final da coluna. O que fazer. Não posso me elidir. Não posso parar no meio do caminho. Todos corremos riscos, estejamos conscientes disto ou não. Sejam eles medidos, evitáveis, previsíveis ou não, ao longo das horas, dos dias, dos anos, da vida, não escapamos.
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No dicionário risco é a possibilidade de perigo capaz de ameaçar alguém ou alguma coisa. Trata-se de uma definição pura, quase matemática e previsível.
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O risco e suas implicações. Esta abordagem consta no livro ‘Correndo o risco: uma introdução aos riscos em saúde’ (Editora Fiocruz, 2010) escrito por Luis D. Castiel, Maria C. R, Guilam e Marcos S. Ferreira. Preconizam os autores que quando se trata de saúde vale dizer que se está tratando de vida humana e esta não tem a segurança da probabilidade e da estatística. Em saúde o risco difere de um indivíduo para outro, segundo a suscetibilidade e a capacidade de resposta ao fator de risco à que se expõe.
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Para exemplificar trago uma situação recorrente: já há mais de uma década o trecho Cerro Chato-Agudo da Rodovia do Imigrante é meu itinerário diário para o trabalho e para as demais demandas na cidade. Faço-o de carro, normalmente à luz do dia, mas, também, à noite. Tenho, assim, com esta via de trânsito ligação mui próxima e constante. Percebo-lhe a dinâmica. O convívio simultâneo de pedestres, ciclistas, motoqueiros, motoristas de automóveis, ônibus e caminhões em um mesmo espaço de trânsito trás risco iminente a todos. Ser atropelado – este é o maior, atropelar alguém, capotar por trafegar em velocidade incompatível com a pista, tudo isto pode acontecer. Em outra situação, que não tem relação tão direta com a convivência na rodovia, mas sim com seu uso, está a possibilidade de ser multado ou ter o veículo retido se a autoridade policial flagrar incompletude na documentação do motorista ou do veículo ou se um componente essencial não existir ou estiver avariado.
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Todas as situações antes descritas se amoldam à definição de risco. Podemos diminuir ou até anular a probabilidade de que venhamos a ser atingidos ou vitimados por um dos fatores de ameaça. No entanto a possibilidade estará sempre presente. É só pensar um pouco. CNH vigente, IPVA pago. Em tese tudo estará correto, desde que não sejam esquecidos em casa. Não portá-los é o risco de multa que corremos.
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Pensado sob o prisma da saúde a RS-348 mostra situações de risco que entendo serem evitáveis. Trafegar em velocidade não compatível expõe o motorista a risco calculado e previsível e aos demais co-usuários a risco não previsível nem calculado de serem atingidos pela tresloucada e deliberada ação . Com sorte passará incólume, mas a possibilidade de não fazer a curva é real. Outro fator evitável é trafegar de bicicleta na chuva. Por si só, dada a diminuição da visibilidade já é um risco, que se agrava se o ciclista não se proteger. Pode ficar doente e não poder trabalhar; sem trabalho ficar sem renda, expondo a si e a quem dele depender ao risco de desabastecimento e a faltar o essencial. Como sobrecarga desta exposição assumida ao risco aparece o sistema público de saúde que provavelmente suportará o tratamento, e o organismo, debilitado, estará suscetível a outras agravantes.
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O tema não se esgota. A vinculação do risco com a adrenalina, com o prazer. O risco como fator de estímulo de mercado. São todas nuances que são consideradas.
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Para arremate um grande risco que correm todos os viventes – de serem felizes! Arrisquemo-nos nesta onda!  
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Paz e Bem.

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