terça-feira, 1 de março de 2011

Coluna 56 - publicada no jornal Corrreio Agudense - edição de 23FEV2011

A escola antes mesmo de ensinar precisa formar, atentando para aspectos pessoais e comportamentais do aluno que, em gerações passadas, já vinham consolidados da família e da comunidade.

PROFESSORES E ALUNOS se reencontram – começam as aulas de 2011. A nervosa expectativa da comunidade escolar em cada início de ano é fator motivador. As escolas, compreendidas como estruturas físicas e administrativas de suporte do processo educacional, se atualizam buscando oferecer instrumentos e métodos que estimulem o crescimento. Fazem-no visualizando a realidade, reproduzindo o que pode ser positivo e ajustando ou refutando o que do mundo é nocivo.

**
Para alguns a escola pode já não mais ser uma referência de excelência e de novidade. A tecnologia ao alcance de um clique, aliada a melhoria das condições de vida propiciam à que de suas casas, alunos e professores possam acessar informações e dominar conhecimentos. Para estes a escola precisa, de fato, superar-se sempre.
**
Todavia, para muitos a escola é ainda a fonte primeira e principal do saber, da informação e da formação (quando não é, também, fonte de nutrição).
**
Os professores tem em cada ano letivo um degrau a ser pisado com firmeza e consciência. Vão encontrar, neste patamar, mentes abertas, sedentas e necessitadas de conhecimento.
**
O Ministério da Educação lançou campanha de valorização do professor. Sua função é considerada nobre. Que seja nobre e se faça digno desta distinção.
**
No entanto estamos em 2011 e não sejamos românticos, ao menos nesta questão. A educação precisa lidar com uma realidade cada vez mais diversa e, não raro, adversa. O aluno que chega à escola vem de um meio vulnerável; sua estrutura emocional e sensorial afetada pela instabilidade familiar e do meio social onde vive compromete a eficácia do processo de aprendizagem. A escola antes mesmo de ensinar precisa formar, atentando para aspectos pessoais e comportamentais do aluno que, em gerações passadas, já vinham consolidados da família e da comunidade. Há que ter preparo e sensibilidade para esta nova escola, para este novo mundo donde vem as crianças e os jovens que ocupam os bancos escolares.

*******

TRANSPORTE ESCOLAR – Esta estrutura está presente em todos os níveis de ensino, do infantil ao PHD. Pode mudar o meio utilizado, mas o deslocamento da casa para a escola é uma obviedade. Nos municípios a nucleação de escolas atropelou muitas crianças (permitam o pleonasmo) que não mais puderam ir à pé ou de bici para a escola da comunidade, que não mais existe. Para o ensino médio e superior, oferecido por menor número de escolas, a necessidade de deslocamento por meio coletivo já é antiga. Quem dele deve cuidar – governos e empresários – tem o compromisso de assegurar a integridade de quem transporta. Veículos em condições adequadas, profissionais qualificados e treinados e vias de trânsito bem conservadas são requisitos básicos. Os usuários – as crianças – devem ter, para com o veículo que lhes levam à escola, o carinho que têm para com seu mais apreciado bem pessoal. Respeitar as regras de convívio e comportamento, uso de acentos e do cinto de segurança, cuidado no embarque e no desembarque, são atitudes esperadas que contribuem para a segurança e a formação do caráter.
**
No tocante ao transporte escolar o bom senso deve prevalecer, sobretudo. Caminhar um ou dois quilômetros, quando isto não representar risco, não fará mal à ninguém. A prova disto são as muitas gerações que, não tendo o conforto do ônibus na porta de casa, nem por isso deixaram de letrar-se. Pode ser que até algum calo no pé aparecesse. Mas a tenacidade e a persistência foram amadurecidos com o compromisso de buscar, à pé, o crescimento e a formação escolar.

*********

Paz e Bem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

CARPE DIEM!!!