quarta-feira, 23 de março de 2011

Coluna 60 - Publicada no jornal Correio Agudense - edição de 23MAR2011

O Memorial Pastor Brauer é um espaço do cenário urbano de Agudo que é de todos. (...) – tem visitação aberta e incentivada.

O MEMORIAL E AS BÊNÇÃOS! Concebido para ser uma homenagem ao estimado líder luterano agudense pela passagem do centenário de seu nascimento, o Memorial Pastor Brauer transcende esta dimensão e passa a ser uma homenagem ao bem, ao amor e à fidelidade à doutrina cristã. Visitar este espaço de concepção arquitetônica despojada e bela é uma experiência com muito de transcendência. A contemplação da harmonia das linhas dos componentes deste agora espaço de inspiração desaloja a paz interior que se aninha no íntimo da gente, fazendo-a sentimento aflorado. Deixar-se ficar por algum tempo, silente, é alimentar com energética poção o cordeiro que temos em nós, minguando o lobo – ameaça constante no mundo em que vivemos.


Mirar a estátua do Pastor Brauer é ver pedra irradiando ternura. Pela mão do escultor Deus quis que uma rocha exprimisse amor e paz. É um sentimento novo, para um novo tempo de nossa comunidade.

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Embora esteja retratado na capa e em ainda outras páginas desta edição do CA, reproduzo a estátua nesta coluna. Pretendia publicá-la desde janeiro, quando foram feitas as primeiras “visitas ao Pastor”, em São João dos Mellos – Júlio de Castilhos. Impedido de fazê-lo pelo pacto feito no ICBAA, agora que foi descortinada, também eu quero mostrar esta peça de arte tão perfeita e a qual Agudo se apegou à primeira vista.



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As “visitas ao Pastor” fizeram com que a diretoria do ICBAA traçasse 540 quilômetros, em seis viagens. Em todas as ocasiões a amável recepção do Rogério Bertoldo e da Giselda – estimado casal que administra o Jardim das Esculturas. Ele, o artífice da pedra, tem o dom natural, transformado em talento com seguidos experimentos; ela, a acolhedora cicerone e incentivadora do trabalho do marido. São especiais.

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Ao referir visitas à escultura, lembro ser o Memorial Pastor Brauer um espaço do cenário urbano de Agudo que é de todos. Instalado no jardim do ICBAA – por consenso o lugar ideal – é de visitação aberta e incentivada. Com liberdade, atenção, zelo e o devido respeito, pode ser palmilhado livremente; as placas devem ser lidas, a estátua contemplada e... tocada. Por prudência e segurança foi instalado sistema de monitoramento, que não deve, contudo, constranger ninguém, uma vez que é acionado apenas quando não há expediente no instituto.

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Passado este acontecimento, o Instituto Cultural Brasileiro Alemão de Agudo se volta para os demais eventos, todos comemorativos do Pfarrer Brauers hundertjahrfeier. Dia 7 de maio a entidade promove recital do Coral Municipal de Vera Cruz. Será num sábado, às 20h15min, no Clube Centenário. A meta do ICBAA é que pelo menos 300 convidados assistam esta expressão de arte de cultura.

Depois deste recital os eventos culturais, ancorados na mesma comemoração, ganham o nome de Kultur Treffen, e acontecem em junho, agosto, setembro, outubro e novembro. Na medida em que se aproximam, serão divulgados.

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O ICBAA também lançou uma rifa, com premiação em dinheiro. Objetiva-se com esta campanha arrecadar fundos para a manutenção da entidade. Necessidade de meios de custeio há sempre. Na dinâmica das entidades, ficar parado é retroceder. Avançar é preciso. No entanto, para quase tudo é necessário dispor de dinheiro. O Instituto conta com a adesão de seus amigos e de quem por ele torce. O sorteio será em 7 de junho.

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A proposito, os associados são convidados a quitar sua anuidade de 2011. Basta contato com a Secretaria para satisfazer este preceito estatutário. E quem não é, ainda, associado, pode motivar-se a sê-lo.

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Paz e Bem.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Coluna 59 - Publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 16MAR2011

 
A sociedade de Agudo pratica, hoje, um magnânimo gesto: atribuir ao Pastor Brauer,(...) o reconhecimento de que é digno pelos méritos que são sobrados.

GANHAR – No dicionário temos muitas acepções do que seja ganhar. Pode ser resultado de sair-se vitorioso em uma disputa; às vezes se ganha a aposta de galinhada na mesa de canastra. É também o ato de auferir, lucrar. Um bom negócio, onde houve lucro, representou ganho. Uma safra bem sucedida da semente ao faturamento, resulta em ganho. O trabalho é recompensado com o ganho do assalariado – muito ou pouco, mas ganho. O gesto do filantropo traz como ganho a alegria de servir, de ver a felicidade no outro. Pode representar ganho, também, o apoderamento, bem que este despótico, mas... ganho. Ganha-se no embate afetivo, consagrando a conquista da outra metade, por sedução, paixão e amor. Ao deboche ou ofensa pode-se também ganhar um tapa na cara. Na magnitude do ser mulher, ela ganha o filho, na perpetuação da espécie.

Também aparece a definição de que ganhar é o ato de receber algo por merecimento. Este ganhar prescinde de atuação de duas partes: a que dá – por que dá, quando dá, o que dá – e a que recebe: o que fez para merecer ganhar.

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MERECER – O glossário é claro ao descrever que merecer é ser digno de algo; é estar, por qualidades ou conduta, no direito de obter algo. Merecer é ter direito, por relevantes serviços prestados, à gratidão, ao reconhecimento.

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Na vida é assim? Quem ganha merece ou quem merece ganha? No jogo da economia, na cotação das deliberações pessoais ou da sociedade o ganho tem a exata medida do merecimento? Nesta avaliação cada um identificará situações que confirmam e situações que desmentem a sentença do merecer e ganhar e do ganhar e merecer.

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Por que faço esta dissertação sobre ganhar e merecer neste 16 de março? Desejo chamar a atenção para o fato que Agudo vive hoje e que tem um ato concreto de parte da comunidade. O Centenário de nascimento do Pastor Richard Rudolf Brauer. Hoje, à 100 anos passados nascia, na Alemanha, este digno senhor, que jovem pôs-se a serviço do reino de Deus, fazendo sua seara a terra agudense.

Ele hoje ganha um Memorial em sua honra. A partir de hoje ele está no panteão dos grandes personagens da história da humanidade (sim, Agudo é uma fração da humanidade) que tem sua imagem eternizada em uma estátua.

Por que a ele hoje se rendem tais homenagens? Por que ele hoje é alvo de tamanha atenção? Por que ele merece.

A sociedade de Agudo pratica, hoje, um magnânimo gesto: atribuir ao Pastor Brauer, em atitude póstera, o direito de receber, em demonstração de gratidão, o reconhecimento de que é digno pelos méritos que são sobrados.

Devo simplificar? O Pastor Brauer ganha, hoje, preces, placas e reconhecimento, por que merece. Simplesmente.

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Gravado em aço ler-se-á: “Sua vida foi um hino de louvor ao Criador. Pregou o amor e a paz; rezou Pai Nosso, pediu Pão Nosso. O homem – criatura divinal, a família – inspiração do amor a comunidade – mãos e mentes unidas para frazer e crer: pilares, fortalezas e razão de sua missão.” “Sein leben war ein Loblied für den Schöpfer. Er predigte über die Liebe und den Frieden der Menschen. Er betete das Vaterunser zum Dank Gottes für unser Täglich Brot. Der Mensch – eine göttliche Kreatur, die Familie – das geschenk von der Liebe Gottes, die Gemeinde – Hände und Verständniss vereinigt für tun und glauben: Säule, Kraft und Sinn Pfarrer Brauers Mission.”

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Nada mais precisa ser dito.

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Paz e Bem.

Coluna 58 - Publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 10MAR2011

A Criação geme em dores de parto. (Rm 8, 22) Lema da Campanha da Fraternidade 2011 - CNBB)

QUARESMA é tempo de oração, de jejum e de caridade como práticas de conversão pessoal. Da quarta-feira de cinzas até o domingo de ramos são quarenta dias em que a pedagogia da igreja ajuda os cristãos a se re/encontrarem consigo mesmos e com os irmãos.

A prática da oração é a linguagem compreendida pelo espírito. Como ser transcendente dotado de espírito animador e santo, o homem pode valer-se desta interface com o Criador para dar significado à sua existência. Cada um sabe do que precisa para ter paz interior, condição primeira para emanar vida e poder amar. Sendo sincera e se nela houver propósito de conversão, a oração de suplica desperta na criatura a semente da ação e da realização plantada pelo Criador; se for de agradecimento, a oração desencadeará um processo de bênçãos dobradas – o orante receberá ainda mais e será pleno de bem e de paz.

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O jejum é a conscientização do limite do dispêndio, da gastança, do consumo. Viver com menos, percebendo que não precisa de tanto e de tudo. Muito apropriadamente simbolizado no comer menos e no não comer carne em determinados dias, o jejum do corpo deve ser, igualmente, jejum da mente e do bolso. Pode ser também jejum da sociedade com refreamento da ganância e da pseudo necessidade de parecer mais, de ter mais.

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A caridade é olhar para o outro e interessar-se de fato e com profundidade por sua vida.

Nesta quaresma a Campanha da Fraternidade da Igreja Católica – cujo conteúdo perpassa, todavia, o sínodo desta confissão de fé – clama que a sociedade tenha caridade para com a vida no planeta.

A Criação geme em dores de parto. São Paulo assim escreveu aos Romanos (8, 22). A Igreja de Roma, pela CNBB, faz desta apostólica afirmação o lema, dando voz ao clamor das irmãs criaturas todas que sofrem as consequências da degradação das condições de vida no planeta.

O cartaz que divulga a CF deste ano mescla a denúncia – a fumaça das chaminés das fábricas e o rio lodacento – com a esperança – a planta de hera e um broto de cipreste que, não obstante o caos ambiental, verdejam no cimento e a borboleta que lhe toca. Esta metodologia de despertar carrega consigo o objetivo geral da CNBB para este período rico da liturgia, de “contribuir para a conscientização das comunidades cristãs e pessoas de boa vontade sobre a gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas, e motivá-las a participar dos debates e ações que visam enfrentar o problema e preservar as condições de vida no planeta.”




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HUNDERTJAHRFEIER – O Centenário do nascimento do Pastor Richard Rudolf Brauer será comemorado no dia 16, quarta-feira da próxima semana, com a inauguração do Memorial em sua homenagem, no jardim do Instituto Cultural Brasileiro Alemão de Agudo, às 17h30min. Foi emocionante para o ICBAA conceber esta homenagem e encontrar, nas entidades as quais o Pfarrer Brauer se dedicou com especial carinho, a expressão de alegria pela demonstração de gratidão pública que será rendida.

Em 19 de janeiro nesta coluna fiz referência à um monólito, lembram? Não podendo ainda revelar o que estava por vir escrevi – quando Deus, pelas mãos do escultor, te desbasta, de ti sai o que escondias. Dás vida, para que a vida não seja esquecida. Era uma pista para interpretação de que daquela pedra mãos divinamente guiadas estavam a desbastar a figura da centenária persona grata de todos os agudenses. A partir do dia 16, no Memorial erguido em sua honra, estará a estátua do Pastor Brauer em tamanho natural, uma referência de bem para as gerações do hoje e do amanhã. Todos são convidados a acompanhar este ato.

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Paz e Bem.

terça-feira, 1 de março de 2011

Coluna 57 - publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 2MAR2011

Sabedoria não é só pensar bem, não é só ter conhecimento e entender as coisas. Sabedoria é agir bem, resolvendo os problemas de forma eficaz, mas de forma ética, decente. (Moacyr Scliar)

MOACYR SCLIAR morreu domingo, dia 27 de fevereiro. Esta sentença dita que doravante não mais teremos sua verve literária ativa, eu diria. Mas ele viverá na obra que fica e que é tão extraordinária ao ponto de ser um dos imortais da Academia Brasileira de Letras – panteão de Machado de Assis, Olavo Bilac e tantos (está bem, o Sarney de Marimbondos de Fogo também tem uma cadeira lá, mas isto é outra história). Fará falta para a cultura. Farão falta seus artigos de leitura leve e inspiradora, sua forma de escrever às vezes tão lugar comum que parecia dois vizinhos conversando recostados ao muro, de cuia na mão.

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Quero que o Correio Agudense tenha um legado de Moacyr Scliar nesta edição (se acaso houver mais citações na edição, escusem-me a soberba). Entendo que a produção literária e intelectual de tão sábio homem deve ser referida, quando, muito contra a sua vontade, este desaparece. Com este propósito, reproduzo parte do artigo "Quando se trata de salvar a pele, o melhor mesmo é a astúcia", publicado em Zero Hora, em agosto do ano passado. É genialidade explícita, que merecemos ler e sobre a qual podemos refletir. (…)
Ao longo do tempo, as pessoas sempre recorreram aos livros e aos autores famosos com o objetivo de se tornarem mais sábias. Leitura, esse era o raciocínio, pode ser uma coisa difícil, mas o esforço valeria a pena se, como resultado, a pessoa se tornasse mais sábia. Cabe, contudo, a pergunta: será que este é um sonho comum à humanidade? Será que todos nós queremos a sabedoria? Será que no Brasil, em particular, é este um ideal?
Tenho minhas dúvidas. Sabedoria é uma condição que resulta de uma profunda compreensão do mundo e da condição humana. Nós não nascemos sábios, não nascemos com esta compreensão; temos de adquiri-la através da vida, e isso se faz mediante conhecimento (daí a necessidade da leitura) mas também graças ao "insight", o "conhece-te a ti mesmo", de Sócrates, mediante o qual aprendemos a não nos deixarmos iludir por nossa arrogância, a reconhecer nossas limitações e defeitos, a pensar e a agir de forma serena e desapaixonada. Agir, sim; sabedoria não é só pensar bem, não é só ter conhecimento e entender as coisas. Sabedoria é agir bem, resolvendo os problemas de forma eficaz, mas de forma ética, decente.

Um componente importante da sabedoria é a inteligência, a palavra que vem do latim e quer dizer entendimento. A pessoa inteligente entende, mediante o raciocínio e a experiência, as coisas, mesmo complexas. É uma habilidade que, diferente da sabedoria, pode ser avaliada, e até quantificada; daí os testes de inteligência, incluindo o famoso QI, quociente de inteligência, aliás objeto de controvérsia nos últimos anos.

Ser inteligente não é ser sábio: na sabedoria o furo está mais acima. A pessoa inteligente nem sempre age bem; a história da humanidade está cheia de vigaristas que aplicavam e aplicam golpes inteligentíssimos (os hackers, por exemplo). No fim essas pessoas se dão mal, exatamente porque lhes falta esse conhecimento maior que é a sabedoria.

Isso é ainda mais verdadeiro no caso da astúcia, que não é sabedoria nem inteligência. É uma coisa menos sofisticada, mais primitiva, daí porque, nas fábulas, é simbolizada por um animal, a raposa. A raposa não é sábia nem inteligente; a raposa é astuta. Astúcia é a habilidade de enganar; astúcia é manha, esperteza. (...) Astucioso é o cara que procura no outro bolso; é o cara que sabe como roubar. Isso explica por que a astúcia é ainda tão valorizada no Brasil: porque representa uma maneira fácil de conquistar as coisas, de subir na vida. Se vocês perguntarem a alguém como se ganha eleições, se com sabedoria, com inteligência ou com astúcia, a pessoa certamente optará por esta última alternativa, atrás da qual estão séculos de safadeza e de corrupção. Mas é que as duras condições da vida em nosso país, a pobreza, a desigualdade, deixaram esta lição: para sobreviver é preciso ser astuto, esperto. É muito glamouroso ser inteligente, é digna de admiração a pessoa sábia; mas, quando se trata de salvar a pele, o melhor mesmo é a astúcia.

Compreensível. Mas não satisfatório. Nós só chegamos à verdadeira maturidade quando a astúcia reconhece a importância da inteligência e quando esta é um recurso para atingir a sabedoria. Um Brasil sábio deveria ser o nosso objetivo maior.”


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Ao final desta coluna faço uma confissão pública: sinto inveja do povo de Paraíso do Sul que teve o prazer de conviver com Moacyr Scliar quando o pessoal da cultura de lá teve respeito pela literatura e convidou-o para ser patrono de uma de suas Feiras do Livro. Parabéns! Vocês, paraisenses, poderão dizer: Scliar esteve aqui! Já aqui no Torrão...

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Paz e Bem.

Coluna 56 - publicada no jornal Corrreio Agudense - edição de 23FEV2011

A escola antes mesmo de ensinar precisa formar, atentando para aspectos pessoais e comportamentais do aluno que, em gerações passadas, já vinham consolidados da família e da comunidade.

PROFESSORES E ALUNOS se reencontram – começam as aulas de 2011. A nervosa expectativa da comunidade escolar em cada início de ano é fator motivador. As escolas, compreendidas como estruturas físicas e administrativas de suporte do processo educacional, se atualizam buscando oferecer instrumentos e métodos que estimulem o crescimento. Fazem-no visualizando a realidade, reproduzindo o que pode ser positivo e ajustando ou refutando o que do mundo é nocivo.

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Para alguns a escola pode já não mais ser uma referência de excelência e de novidade. A tecnologia ao alcance de um clique, aliada a melhoria das condições de vida propiciam à que de suas casas, alunos e professores possam acessar informações e dominar conhecimentos. Para estes a escola precisa, de fato, superar-se sempre.
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Todavia, para muitos a escola é ainda a fonte primeira e principal do saber, da informação e da formação (quando não é, também, fonte de nutrição).
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Os professores tem em cada ano letivo um degrau a ser pisado com firmeza e consciência. Vão encontrar, neste patamar, mentes abertas, sedentas e necessitadas de conhecimento.
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O Ministério da Educação lançou campanha de valorização do professor. Sua função é considerada nobre. Que seja nobre e se faça digno desta distinção.
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No entanto estamos em 2011 e não sejamos românticos, ao menos nesta questão. A educação precisa lidar com uma realidade cada vez mais diversa e, não raro, adversa. O aluno que chega à escola vem de um meio vulnerável; sua estrutura emocional e sensorial afetada pela instabilidade familiar e do meio social onde vive compromete a eficácia do processo de aprendizagem. A escola antes mesmo de ensinar precisa formar, atentando para aspectos pessoais e comportamentais do aluno que, em gerações passadas, já vinham consolidados da família e da comunidade. Há que ter preparo e sensibilidade para esta nova escola, para este novo mundo donde vem as crianças e os jovens que ocupam os bancos escolares.

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TRANSPORTE ESCOLAR – Esta estrutura está presente em todos os níveis de ensino, do infantil ao PHD. Pode mudar o meio utilizado, mas o deslocamento da casa para a escola é uma obviedade. Nos municípios a nucleação de escolas atropelou muitas crianças (permitam o pleonasmo) que não mais puderam ir à pé ou de bici para a escola da comunidade, que não mais existe. Para o ensino médio e superior, oferecido por menor número de escolas, a necessidade de deslocamento por meio coletivo já é antiga. Quem dele deve cuidar – governos e empresários – tem o compromisso de assegurar a integridade de quem transporta. Veículos em condições adequadas, profissionais qualificados e treinados e vias de trânsito bem conservadas são requisitos básicos. Os usuários – as crianças – devem ter, para com o veículo que lhes levam à escola, o carinho que têm para com seu mais apreciado bem pessoal. Respeitar as regras de convívio e comportamento, uso de acentos e do cinto de segurança, cuidado no embarque e no desembarque, são atitudes esperadas que contribuem para a segurança e a formação do caráter.
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No tocante ao transporte escolar o bom senso deve prevalecer, sobretudo. Caminhar um ou dois quilômetros, quando isto não representar risco, não fará mal à ninguém. A prova disto são as muitas gerações que, não tendo o conforto do ônibus na porta de casa, nem por isso deixaram de letrar-se. Pode ser que até algum calo no pé aparecesse. Mas a tenacidade e a persistência foram amadurecidos com o compromisso de buscar, à pé, o crescimento e a formação escolar.

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Paz e Bem.