quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Coluna 149 - publicada no jornal Correio Agudense - edição de 26DEZ2012

PROCRASTINAR – Poderia simplificar escrevendo “deixar para a última hora”


PROCRASTINAR – Poderia simplificar escrevendo “deixar para a última hora”. Porém, se o propósito de uma coluna é partilhar informações, usar a expressão mais adequada ao que se quer dizer é uma forma de crescimento mútuo (quem escreve tem que pensar qual a melhor palavra e quem lê se não lembra do significado e tiver curiosidade poderá agregá-la a seu vocabulário). Dos pecados de organização que confesso um é o de, em muitas ocasiões, deixar a água bater no joelho para só então reagir. Tive toda a semana – em tempo pseudamente livre ainda alongado com a emenda do final de semana com o Natal – para escrever esta coluna. Mas às 11h30 desta quarta, 26, soube que teria até às 12h00 para entregar o texto. Negociei (já estou melhor nisso) e ganhei 90 minutos. Encurtando o almoço (ainda há reservas da comilança do natal) me atraquei.
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Como é a última coluna do ano, nela cabe o que escreveu Regina Brett, uma colunista americana. Para celebrar seu envelhecimento – seu hodômetro passou dos 90 anos – compilou lições que a vida lhe ensinou. O prisma com que uma pessoa acostumada à leitura da realidade social e do comportamento humano vê a vida merece ser conhecido. Brindo-me a mim e mais quem me honra com a leitura de algumas dessas lições; podem e certamente farão bem na inexorável avaliação do que fizemos e na assunção de propósitos para o ano ímpar que entra. 1. A vida não é justa, mas ainda é boa. 2. Quando estiver em dúvida, dê somente o próximo passo, pequeno. 3. A vida é muito curta para desperdiçá-la odiando alguém. 4. Seu trabalho não cuidará de você quando você ficar doente. Seus amigos e familiares cuidarão. Permaneça em contato. 5. Pague mensalmente seus cartões de crédito. 6. Você não tem que ganhar todas as vezes. Concorde em discordar. 7. Chore com alguém. Cura melhor do que chorar sozinho. 8. Economize para a aposentadoria começando com seu primeiro salário. 9. Quanto a chocolate, é inútil resistir. 10. Faça as pazes com seu passado, assim ele não atrapalha o presente. 11. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem ideia do que é a jornada deles. 12. Se um relacionamento tiver que ser um segredo, você não deveria entrar nele. 13. Tudo pode mudar num piscar de olhos Mas não se preocupe; Deus nunca pisca. 14. Respire fundo. Isso acalma a mente. 15. Qualquer coisa que não o matar o tornará realmente mais forte. 16. Nunca é muito tarde para ter uma infância feliz. Mas a segunda vez é por sua conta e ninguém mais. 17. Quando se trata do que você ama na vida, não aceite um não como resposta. 18. Acenda as velas, use os lençóis bonitos, use roupa fashion. Não guarde isto para uma ocasião especial. Hoje é especial. 19. Prepare-se mais do que o necessário, depois siga com o fluxo. 20. Seja excêntrico agora. Não espere pela velhice para vestir roxo. 21. Ninguém mais é responsável pela sua felicidade, somente você. 22. Enquadre todos os assim chamados "desastres" com estas palavras 'Em cinco anos, isto importará?' 23. Sempre escolha a vida. 24. O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo. 25. Não importa quão boa ou ruim é uma situação, ela mudará. 26. Não se leve muito a sério. Ninguém faz isso. 27. Acredite em milagres. 28. Deus ama você porque ele é Deus, não por causa de qualquer coisa que você fez ou não fez. 29. Não faça auditoria na vida. Destaque-se e aproveite-a ao máximo agora. 30. Envelhecer ganha da alternativa “morrer jovem”. 31. Suas crianças têm apenas uma infância. 32. Tudo que verdadeiramente importa no final é que você amou. 33. Saia de casa todos os dias. Os milagres estão esperando em todos os lugares. 34. Se todos nós colocássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos todos os outros como eles são, nós pegaríamos nossos mesmos problemas de volta. 35. A inveja é uma perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa. 36. O melhor ainda está por vir. 37. Não importa como você se sente, levante-se, vista-se bem e apareça. 38. Produza! 39. A vida não está amarrada com um laço, mas ainda é um presente.
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Ouvi, Li ou Vi –
Vi a homilia de Bento XVI na Missa do Galo. Farei uma síntese uma próxima coluna. Merece ser conhecida.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Coluna 148 - publicada no jornal Correio Agudense - edição de 19DEZ2012

Atitudes e comportamento que expressem fidelidade, confiança, amor, solidariedade, justiça e respeito (...) estão encravadas no coração e devem ser lidas no olhar.

CONFIAR AINDA É POSSÍVEL? A condenação solicitada pelo Ministério Público Federal para o Vice-Prefeito de Santa Maria, José Haidar Farret, tem um pano de fundo que está passando despercebido, por não compor a peça processual e não lhe alterar o veredito – a atitude de confiar. O santamariense ex-Prefeito, ex-Deputado Estadual e agora vice-Prefeito de Cézar Schirmer, é médico e médico antigo. Sabemos como são os médicos antigos. Eles aliam conhecimento da medicina com psicologia calejada na relação médico-paciente, que facilmente extrapolada para o núcleo familiar. O Dr. Landri, por exemplo, tratou de minhas frieiras de adolescente, receitou os anticoncepcionais para a Rosa, fez o teste positivo para gravidez, acompanhou a gestação e fez o parto da filhota Iolanda, acompanhou o tempo  derradeiro de minha mãe e hoje também assiste a meu pai. Assim é com muitas famílias. Os pacientes confiam no médico e ele confia na família. Pois o Dr. Farret também confiava. Afinal ele cuidava da saúde de uma senhora desde antes de formado, em 1969 e a relação eivada de confidências e cumplicidades tinha tudo para ser inscrita na biografia do renomado seguidor de Hipócrates como mais uma de muitas relações médico-família. Mas qual não foi sua surpresa? Sua boa fé e seu espírito de sempre ajudar o fizeram vítima de uma armação e ele foi induzido a cometer um grave erro, com séria repercussão jurídica e com indelével mácula para sua vida profissional, pessoal e de homem público.
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Uma integrante dessa família – o nome não foi revelado – valendo-se da confiança irrestrita aplicou ao Dr. Farret a lábia de estar conhecida senhora acamada, impossibilitada de deslocar-se. Como necessitava de atestado para acostar ao processo de renovação do benefício previdenciário, solicitou esta prescrição ao seu médico de sempre, que a conhecia muito bem, inclusive a havia consultado ainda há pouco. Era o ano de 2006 e o Dr. Farret, mesmo sabendo que burlava um estatuto médico e agia contra a legalidade e a ética da profissão, confiou e forneceu o documento. Fê-lo sempre que necessário também nos anos de 2007, 2008 e 2009. Portanto, durante quatro anos.
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Esta correto quem pensa que ele não podia ter expedido tais atestados sem jamais ver e examinar a paciente. Se tivesse adotado o protocolo médico, teria percebido já em 2006 que sua paciente havia falecido. Sim, é isto mesmo. O Dr. Farret afirmou, durante quatro anos, que uma mulher já sepultada estava viva. Deve ser condenado? Sim. Afinal, ele cometeu ilícito ao fornecer documento falso, concorrendo para que se perpetrasse logro perante o INSS. Mas e a mulher que durante quatro anos se valeu da confiança do antigo médico da família e dele obteve Atestado de Vida para alguém que sabia morto, com o único propósito de continuar recebendo o benefício previdenciário? Esta mulher não traiu o sagrado sentimento de confiança de um homem que tinha todas as razões para confiar e que confiou sem questionar?!
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As leis que regem a conduta das pessoas na sociedade são claras. Está escrito o que se pode fazer e o que não, e também o preço em pecúnia ou liberdade pela transgressão. Não estão escritas, no entanto, as leis que regram as relações interpessoais. Atitudes e comportamento que expressem fidelidade, confiança, amor, solidariedade, justiça e respeito não estão impressas em papel ou pergaminho, nem entalhadas em tábua ou pedra. Estão encravadas no coração e devem ser lidas no olhar.
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Ouvi, Li ou Vi –
Vi a decoração natalina de Agudo. O encantamento que sentimos ao contemplar a inspiradora obra da equipe da Primeira Dama no coração da cidade, remete a um mundo que ainda guarda lugar para o Cristo Jesus. Que todos nós encontremos, nos momentos natalinos, motivos para dizer da felicidade que sentimos. Desejar Feliz Natal faz bem, mas sentir felicidade pelo Natal é ainda melhor, faz mais gente, mais sinceros ao dizer Feliz Natal! Procuremos o Cristo Jesus dentro de nós e nos alimentemos da fé em sua redenção participando de uma celebração religiosa.
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Paz e Bem.

Coluna 147 - publicada no jornal Correio Agudense - edição de 12DEZ2012

Em algum momento alguém lhe disse que viu ou que conhece alguém que lhe contou ter visto uma luz branca, muito forte

UMA LUZ BRANCA, MUITO FORTE – Você já ouviu esta frase, não?! Pessoalmente ou em programa de TV, em algum momento alguém lhe disse que viu ou que conhece alguém que lhe contou ter visto uma luz branca, muito forte. Na semana passada foi a vez de eu me deparar com tal narrativa. Um amigo em quem acredito me contou que uma mulher que reúne as faculdades para discernir com precisão manifestações sensoriais de ilações da mente lhe relatou a experiência de viver na fronteira entre a vida e a morte. Embora severamente ferida, estava consciente quando seu estado clínico declinou para um irreversível quadro que sugeria morte iminente. Percebendo o limiar da existência, já se encontrava em um lugar muito brando, imanado de luz branca, muito forte. Sua sensação era de que não mais voltaria à dimensão corporal.
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Sua reação ante esta percepção foi negociar. Com a voz da mente reagiu dizendo: eu não quero ir. Eu tenho ainda muito para fazer aqui. Permita que eu ajude ainda muita gente; que eu cumpra com meu projeto.
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Passadas 48 horas o quadro clínico se reverteu e a convalescênça evoluiu para a quase cura (ainda restam sequelas que precisam ser corrigidas). Em dois dias esta mulher saiu do coma e passou a conectar os amigos nas redes sociais.
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Desde o túnel com a forte luz branca para a racional atividade motora e mental. Um testemunho de que o transcende está dentro de cada um de nós.
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Embora contrário ao anonimato, por razões plausíveis e em respeito a individualidade, deixo de mencionar quem são as pessoas envolvidas. Quem sabe um dia – que esperamos seja em breve – esta senhora delibere contar ela mesma a experiência de ter ido até o além (ou perto) e voltado. Eu gostaria muito mesmo de ouvir.
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AGUDO PARA O MUNDO – Nos bastidores da Paleontologia são fortes os rumores, quase confirmações até, de que em março ou abril de 2013 o National Geografhic Chanell produza um documentário internacional sobre os sítios paleontológicos de Agudo e região. O pesquisador Sérgio Cabreira e sua equipe já estariam acertados. Tomara que isto se confirme. A região toda ganha projeção e os fósseis aqui encontrados terão visibilidade e definitivo reconhecimento do meio científico universal.
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OPERAÇÃO “TEIA” – Convidado pelo Delegado Eduardo Flores Machado e pelo investigador Edinardo Cardoso Rodrigues a cooperar na logística da Operação Teia, desencadeada na madrugada de quarta-feira, para desbaratar uma quadrilha que agenciava e vendia CNHs falsas na região, acompanhei a organização das equipes. Nossos polícias são muito preparados para lidar com situações não convencionais. Em menos de dois minutos foram de zero a cem. Do nada saber até os detalhamentos e à pronta ação, pouco tempo, poucas perguntas e nenhuma firula. Pegaram o envelope com os dados e foram à campo. A eficiência da ação foi provada com o ressoar das sirenes das viaturas que traziam os falsários, equipamentos e as Carteiras de Motorista “compradas”. Se isto alegrou? Sim e não. Alegrou que a investigação ocorreu e que foi exitosa a empresa de prender os suspeitos. Lamento, contudo, que esta negociata tenha existido, e que “espertos” agudenses estivessem enredados na teia, levados pela ânsia de ganhar fácil sem trabalhar. Novamente Agudo virou manchete – e não do bem!
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Ouvi, Li ou Vi
Ouvi e Li, a repercussão internacional da morte de Oscar Niemayer, a quem se pode atribuir o epíteto “O arquiteto”. Ele o foi como poucos ou como quase ninguém na era contemporânea. Com o desaparecimento natural do longevo Niemayer, com 104 anos, assevera-se a certeza de que, de fato, apenas Abraão viveu mais. Nossotros (esta palavra é tão pertinente que devia constar no português) vivemos menos.
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Paz e Bem.

Coluna 146 - publicada no jornal Correio Agudense - edição de 5DEZ2012

Dona Jessy, em plena colheita da abundante safra que a vida lhe permitiu plantar, continua semeando.


DONA JESSY AGE, PENSA E DIZ – Existem pessoas dotadas de magnetismo pessoal impressionante. Quando falam são ouvidas. Se suas palavras expressam coerência, sensibilidade e coragem, e se forem lastreadas em realizações, derrubam quartéis. Jessy Berger é uma pessoa assim. Genial, sensível, cordial, amável, reta, sincera e corajosa, Dona Jessy – assim a conhecemos – em plena colheita da abundante safra que a vida lhe permitiu plantar, continua semeando. Colhe em vida o reconhecimento por sua dedicação em fazer melhor a vida de tanta gente. E o faz com humildade, elegância (na ampla concepção do termo) e grandeza, sabendo exatamente o papel que desempenha: é a continuidade de sua entrega como a primeira Primeira Dama de Agudo – a terra que adotou para amar e viver. Suas ações e exemplos iluminam o caminho de pessoas e entidades, às quais se dedica com profundo amor, tendo consciência de que, como formadora de opinião e inspiradora, o que faz e diz é amplificado.
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Na semana passada mais uma vez surpreendeu. Convidada a contar a sua história, no Acontecências especial das quintas – genial produção do comunicador Sérgio Téssele, Dona Jessy desfilou fatos que nos fizeram ainda mais convictos de algo que já suspeitávamos: seu marido, Aldo Berger – o primeiro Prefeito e líder da emancipação – foi um grande líder porque Deus lhe deu como conselheira e esposa amada esta destemida jovem santacruzense que topou a parada, resignando-se ao papel coadjuvante, quando era, tanta vezes, a protagonista, fosse no campo das ideias ou até na articulação das ações. Não há nisso nenhuma surpresa. Que é muito benquista, que é generosa, que é ativa nos grupos de que participa – e que por isso é benemerente, não traduz novidade. O que então? Sua opinião e seus anseios sobre nós todos e sobre nossa comunidade.
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Perguntada sobre Agudo do futuro, era de se esperar que dissesse que esta terra tem tudo, que aqui dos cerros brotam leite e mel. Afinal, quem tanto fez, podia achar que sua obra estava acabada e perfeita. Mas que nada! Disse um sonoro: ainda falta muito para Agudo! Uma resposta que não deixa dúvidas. Uma maratonista está a nos dizer: peguem o bastão e façam algo! Eu corro junto, mas vocês se mexam, seus molóides! Escore – 1 x 0 (e alguns adversários já mostrando fadiga)
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Em Agudo algo existe que não lhe agrada? Dona Jessy poderia, em sua já provecta idade, contemporizar e dizer que tudo está bem, que o povo é ordeiro, religioso e tal e tal. Mas de novo mostrou coerência com o que é ou está bom e o que podia ser melhor e foi contundente: Eu acho que Agudo merece uma nova Estação Rodoviária. Eu me envergonho de nossa Estação Rodoviária. Toma! Todos percebem, reclamam pelos cantos, imprecam mil “elogios” para aquela estrutura concedida pelo governo, mas na hora H desaparecem os políticos, os tribunos (até os escribas), escondidos por detrás do cômodo escudo da omissão. É preciso que uma senhora que dificilmente se utiliza desse edifício, sensível e afável, assuma a voz da coletividade. Escore – 2 x 0 (já começam a aparecer câimbras nos atletas do outro lado)
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Mencione um desejo seu que gostaria que se realizasse, perguntou-lhe Sérgio Téssele. Quero muito estar viva para participar da inauguração do novo prédio da Câmara Municipal. Pasmei. Jessy Berger, uma mulher que conhece o couro e o correame, que sabe o que é relevante e o que é relativo, que sabe medir com as medidas da justiça e do coração, reconhece que o novo prédio da Câmara Municipal é, para Agudo, uma conquista a ser festejada. Sem mais palavras. Escore – 3 x 0 (e a metade do time adversário no chão, pedindo água)
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Ouvi, Li ou Vi
Vi, as manchetes da região e do Estado destacarem a crônica policial de Agudo onde mais um crime se perpetrou, chamuscando a imagem de Agudo e produzindo estatísticas que afetam o índice da qualidade de vida do Torrão Amigo.
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Paz e Bem.