segunda-feira, 25 de julho de 2011

Coluna 77 - Publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 20JUL2011

Centrando a atenção nos seis partidos existentes, deduzo que apenas cinco estarão nas urnas no próximo ano.


POLÍTICA – Está decidido, vou escrever mais de setecentas palavras sobre a política agudense. Far-lo-ei (mesóclise chique, mais parece vocabulário do ex-presidente Jânio Quadros) pois do mesmo o assunto gravitará na ExpoVolks, alimentado por quem quer ver armado o picadeiro do circo eleitoral.
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Agudo tem seis partidos com registro hábil no TRE. Pela ordem de número de filiados o maior é o PP, com 346 fichados, entre ativos, cancelados, inativos, etc. Segue o PMDB com 339, o PDT, com 205 almas, o DEM, que tem 153, o PSDB, cujo ninho abriga 100 tucanos e, na lanterna o PTB com 70 trabalhistas de Vargas (ou órfãos do Zambiazi). Ainda consta haver o PR com sete filiados, mas somente quatro ativos, o que torna o inconsistente; o PRP, o PRB e o PHS, que tem um filiado cada.
Chama a atenção não constar o registro do PT. Em cada eleição penso que o partido de Lula e Dilma inaugure sua bancada na câmara do Torrão Amigo. No entanto, a informação do TRE me leva a concluir que ainda não será em 2012.
Centrando a atenção nos seis partidos existentes, deduzo que apenas cinco – aqueles que hoje têm bancada na câmara – estarão nas urnas no próximo ano. E estes se mostrarão com os nomes que conseguirem incluir na listagem que estiver homologada até o dia 7 de outubro próximo – um ano antes do pleito.
Nos bastidores os dirigentes devem estar aproveitando as frias noites de inverno para as articulações e maquinações, longe de olhares curiosos e censuras. Estas negociações, que fazem parte do jogo, podem resultar em acordos e coligações; podem também não passar de blefe. O que vem a público é filtrado e meticulosamente estudado. Cada declaração é uma flecha com alvo certo.
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Quem deverá concorrer ao paço municipal? Correndo o risco de fazer um grande fiasco e ser completamente desmentido pelos fatos que sobrevirão, arrisco palpitar. As pessoas que vou mencionar não pediram e não proibiram a citação de seus nomes. Não foram sequer consultadas. Cito-as por observar que reagem com simpatia às insinuações que correm na opinião pública. Parece que seus egos cintilam com a ideia. Primeiro as damas, certo?! Naedy Wrasse, do PSDB, já lembrada em pleitos passados, ex-vice-Prefeita e ex-vereadora, admite ser candidata. Não esconde nem desconversa que sua foto poderá estar na urna eletrônica. Teria declarado a amigos que é chegada sua vez e que está motivada para o concurso. Ari Alves da Anunciação está fora do páreo, pois cumpre o segundo mandato consecutivo. Depois de cinco vezes eleger-se Prefeito de Agudo, seus quase conterrâneos de Paraíso do Sul (ele tem terras em Capão Grande, naquele município) manifestam, por importantes lideres paraisenses, que ele poderia transferir o domicílio eleitoral e disputar a próxima eleição pelo PMDB de lá. Muito improvável. Não passa de um devaneio sem consequência. Rui Milbradt, vereador do PP em primeiro mandato e candidato derrotado ao executivo em 2004, conta com o apoio do partido (será mesmo?) e de segmentos indecisos e/ou descontentes para chegar ao tabuão amarelo (cor do piso do gabinete). Ouviu-se dele que está reciclando alguns conceitos e projetos de vida. Pode-se deduzir que esteja priorizando o plano político. Mário Edgar Lüdtke, do PDT. Estando satisfeitas algumas condições que o impediam de pensar no assunto – formou seus três filhos em medicina e aposentou-se formalmente no início deste ano – há quem diga que finalmente os agudenses poderão confirmar o que vem sendo cogitado – o Doutor Mário será candidato. Paulo Unfer, também do PDT e também já candidato ao cargo, em 2004. Sequer admite falar do assunto. Mas como em política o primeiro indicativo de sim é um sonoro não, fica no ar. Na coligação que governa Agudo desde 2005 seria dele a vaga, se esta união perdurar. O PMDB pode apostar fichas no vereador Valério Trebien. Entendo que fazê-lo Secretário da Saúde foi uma manobra mais política do que técnica, para dar-lhe visibilidade. Se for estará preenchendo a vaga que estava reservada ao Vice-Prefeito Hilberto Boeck, que Agudo pranteou em janeiro de 2010, vitimado pela grande enchente.
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Terminou o espaço, mas não terminou o assunto. Mais nomes virão em próximas edições. Hoje, já tendo escrito mais de setecentos e trinta palavras, valho-me de mais algumas poucas para desejar a todos muita alegria nos dias da 18.ª edição de Ein Volksfest in Agudo!
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Paz e Bem.

Coluna 76 - Publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 13JUL2011

O Brasil, nosso torrão e nossa vida não tem mais lugar para com quem não tiver disposição de um mínimo de edificação intelectual, espiritual, comportamental e também técnica

CONHECER PARA AMAR – “Jamais nos cansaremos de repetir: é preciso elevar nosso nível intelectual e espiritual, aprofundar nossos conhecimentos, principalmente os que dizem respeito ao meio em que vivemos, ao torrão natal, à cidade que nos alberga. Conheçamos seus segredos, a tradição e as lendas que engalanaram suas ruas, as vidas e feitos dos que lhes emprestaram seus nomes, a história das casas onde moramos, muitas das quais foram berço de grandes homens ou cenário dos episódios imorredouros que são o orgulho de nossa região. Conheçamos isso tudo porque assim, mergulhando um pouco em nosso povo e em nossa cidade, amaremos ainda mais nossa Pátria e nossos compatriotas.” Este texto não é um arroubo de inspiração pessoal. Transcrevo-o da obra Pantaleón e as Visitadoras, do escritor peruano Mario Vargas Llosa, onde é o comentário de abertura do programa de rádio A voz do Sinchi, que conta as novidades de Iquitos para toda a Amazônia peruana. Chamou-me a atenção e conclui que deveria partilhá-lo. O argumento do personagem, o jornalista Germán Láudano Rosales, é consistente, convenhamos. É preciso elevar nosso nível intelectual e espiritual... mergulhando um pouco em nosso povo... amaremos ainda mais nossa Pátria. Este deveria ser nosso propósito. O Brasil, nosso torrão e nossa vida não tem mais lugar – e em pouco sequer terá tolerância – para com quem não tiver disposição de um mínimo de edificação intelectual, espiritual, comportamental e também técnica. Deus foi tão generoso, dotando a cada um com potencial e talento que, qual uma vela, não devem ser escondidos, deixados debaixo da mesa, onde não alumiam nada e ninguém. 
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CONQUISTAS para Agudo sempre são festejadas. Junto com o protocolo que faz nosso hospital ser referência regional em otorrino, mais outra conquista poderá ser anunciada. Dia 30 de junho o Prefeito Ari AA, o ex-prefeito Ari CJ e o Presidente da Acisa tiveram audiência na Junta Comercial do Rio Grande do Sul. O resultado do encontro deixou os agudenses entusiasmados com a perspectiva de poder anunciar, em pouco, a instalação, em Agudo, de um serviço público com jurisdição regional. Os argumentos são consistentes. Vamos esperar.
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Mais uma construção ganhará a paisagem do centro da cidade. É de tal perfil que o empreendedor terá que mudar de mala e cuia, pois nem a casa onde mora ficará de pé. Alegra muito ver o entusiasmo da família. A metade do andar térreo já tem locatário. Onde hoje estacionam carros deverá ser instalado um cofre. Chega... sem mais pistas. Esperemos, logo, logo, saberemos.
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Na coluna da semana passada, temendo pecar pelo exagero, quando aludi às baixas temperaturas que fazia, troquei, no último minuto, a expressão ‘glacial’ por ‘frio danado’. Qual minha surpresa, na quarta – mesmo dia em que circulou o CA – os jornais da capital empregaram justamente este adjetivo para referir a temperatura no sul do Brasil. Toma! Quando o zelo se associa a pudores exagerados e ao medo se perde oportunidades de ser original. Agora dizer que o frio era de tal adjetivo perdeu a graça.
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Certa vez, nesta mesma coluna lamentei, parecendo birra de criança mimada, não mais poder voar de Varig, um sonho de todo gaúcho. Pois na quarta-feira da semana passada finalmente fiz minha primeira viagem de avião. Sabem o que aconteceu?  Na sexta-feira a empresa foi vendida! Tenho sina com empresa aérea?
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O Deputado Federal gaúcho Alceu Moreira é conhecido pela capacidade verbal. Ele argumenta com muita facilidade. Em 2007, durante os festejos dos 150 anos da Colônia Santo Ângelo, fez dois discursos exuberantes sobre a germanidade e a imigração, mostrando ecletismo e domar o tema, ou tê-lo estudado. Agora, em Brasília, como presidente da Frente Parlamentar Pré-sal fez valer sua verve em defesa da partilha dos royalties para todos, acabando com a definição de estado produtor e não produtor de petróleo. Disse: “O petróleo é extraído e está no mar (sic). Por um acaso o Rio de Janeiro é produtor de peixe?” Boa síntese para compreender que o petróleo é de todos os brasileiros.
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Paz e Bem.

Coluna 75 - Publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 6JUL2011



TRÂNSITO É PROBLEMA NOSSO e (con)viver nele é questão de sobrevivência e exige civilidade. O trânsito abrevia cada vez mais vidas. A estupidez da morte e a conseqüência das sequelas de quem é atingido, seja sobrevivente ao fato ou familiar de quem falece, marcam pessoas, famílias e a sociedade. A realidade que se escancara, mudando radicalmente o curso das coisas, abortando sonhos e projetos é causa de muitas derrotas no jogo da vida. A repercussão nos planos psicológico, emocional, econômico e jurídico é forte.
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Esta realidade não é somente brasileira. A evolução econômica dos povos, aliada ao forte apelo pelo automóvel – meio de deslocamento necessário e vital, admitamos – faz com que as vias de tráfego estejam cada vez mais cheias, expondo os usuários a mais acidentes. Portanto, com exceções, dividimos esta estatística com mais países.
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A Organização Mundial da Saúde – OMS, um dos órgãos da Organização das Nações Unidas, concluindo que a situação ameaça a integridade do ser humano e afeta a economia, lançou a Década de Segurança no Trânsito. A fundamentação da campanha consta nos portais dos organismos envolvidos. Também o Detran gaúcho faz destaque. Por ser recorrente minha preocupação com o trânsito, apresento a síntese de como o governo gaúcho, via Detran argumenta a adesão ao propósito da OMS. ‘O trânsito transformou-se em uma questão de saúde pública. O número de vítimas de ocorrências em avenidas e estradas já supera o de diversas doenças famosas em grandes áreas do planeta, caracterizando uma verdadeira epidemia em que o inimigo não é nenhum vírus exótico, nenhuma superbactéria, mas algo muito mais difícil de atingir: comportamentos agressivos, de risco ou simplesmente inadequados, solidamente enraizados na mente dos condutores. A Organização Mundial da Saúde, braço da ONU, entende que o problema é grande demais para ser solucionado isoladamente por qualquer entidade, órgão ou autoridade. Por essa razão, esta conclamando todos a participar de um esforço conjunto para a redução dos índices. Naturalmente, não é possível alcançar resultados palpáveis em curto prazo. Por isso, a OMS lançou um plano de ação que abrange toda a nova década que está se iniciando. De 2011 a 2020, a proposta é reduzir as mortes no trânsito, o número de feridos e de sequelados em 50%, em todo o mundo. ’
Segue o órgão de trânsito gaúcho: ‘O Detran/RS recebeu de braços abertos essa proposta, em tudo coerente com o trabalho já desenvolvido pela Autarquia no Rio Grande do Sul. Ainda em novembro de 2010, uniu forças com o Ministério Público do Estado para evoluir uma agenda de ações, conclamando toda a sociedade a participar. O trabalho está sendo desenvolvido por uma ampla gama de entidades. O grupo formado, sob a coordenação do Detran/RS, está gerando e analisando uma série de propostas vindas de todo o Estado. As sugestões estão sendo organizadas segundo os cinco pilares básicos propostos pela ONU: 1. Fortalecimento da gestão da segurança no trânsito; 2. Infraestrutura viária adequada; 3. Segurança veicular; 4. Comportamento e segurança dos usuários; 5. Atendimento ao trauma, assistência pré-hospitalar, hospitalar e reabilitação.’
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Como bem sabemos os governos atuam inserindo todas as instâncias – compreendido, sobretudo, o Município – e a sociedade toda, aguardemos. Medidas virão que colocarão a todos no desfile da segurança no ir e vir. Repito o que escrevi na abertura: Trânsito é problema nosso e (con)viver nele é questão de sobrevivência e exige civilidade!
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Deve ficar consignado para relembrar mais tarde. Esta semana está fazendo um frio danado. Ainda bem que fomos todos avisados. Dói saber que muitos corpos sentem este friozão como navalha, pela falta do mínimo em abrigo, roupa e nutrição.
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Paz e Bem.


O número de vítimas de ocorrências em avenidas e estradas já supera o de diversas doenças famosas em grandes áreas do planeta, caracterizando uma verdadeira epidemia (...)