quinta-feira, 26 de maio de 2011

Coluna 69 - publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 25MAI2011

Desfile de atitudes e ações que fazem bem para o crescimento coletivo e pessoal desta terra 'abençoada por Deus e bonita por natureza'

Nas duas colunas anteriores desfilei – no sentido literal do termo – argumentos sobre o desfile da Volksfest, na ExpoVolks. Hoje convido-lhes a acompanhar o raciocínio sobre ações e atitudes que fazem bem para o crescimento coletivo e pessoal desta terra 'abençoada por Deus e bonita por natureza', habitada por gente que muito faz e muito mais pode fazer.

BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS – A constituição da Associação Bombeiros Voluntários é de boa hora. Articulada dentro do Rotary Club por seu integrante e também vereador Dário Geis, as ações desta associação virão a complementar uma lacuna imensa nos serviços que devem ser colocados à disposição da população. Treinados para atuar no front de combate a incêndios, salvamentos, resgate e demais atividades correlatas, os mais de trinta agudenses voluntários foram exigidos à exaustão, de modo a poderem oferecer à sociedade um trabalho qualificado.
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JANTAR BENEFICENTE – O jantar promovido pela Associação de Famílias Rurais Bento Gonçalves, de Linha Teutônia, no sábado, dia 21, com renda revertida para a APAE, foi oportuno e aplaudido. Dinamizado por Beloni Puppe, um dos líderes da comunidade, o jantar podia ser apenas mais um encontro de confraternização para capitalizar a entidade, que cuida de bem estruturada sede e onde aplicaria eventual sobra da promoção. Mas não. Os dirigentes pensaram para além do Morro Pelado e conceberam destinar seu esforço e a alegria de estarem juntos em favor de uma outra associação – a APAE, de quem são dispensáveis apresentações e considerações do mérito de atuação. Arvoro admitir que não foi difícil tomar esta decisão, ainda mais quando se conhece, como Beloni Puppe, os bastidores de organismos que tratam de peculiaridades de saúde, na incansável e exitosa busca que el empreendeu para dar audição a seus filhos. Uma decisão que fez com que a ação dos voluntários da entidade fosse valorizada. Cada um dormiu mais feliz, embora cansado pudesse estar.
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FESTA DE SÃO BONIFÁCIO – No primeiro domingo de junho a Comunidade Matriz da Paróquia São Bonifácio realiza a Festa do Padroeiro. Neste ano cai justamente no dia dedicado ao santo – 5 de junho. Gerações de católicos se encontram neste dia para invocar o patrono da messe cristã no Torrão Amigo, e acolher os queridos membros das outras confissões cristãs que se entrelaçam em fraterna comunhão.
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Dois são os objetivos de uma Festa do Padroeiro. O primeiro é a devoção, a oração de ação de graças e, também de interseção ao santo – um eleito no colégio das criaturas que, na terra, espelharam Jesus com amor e convicção. São Bonifácio não é um santo de devoção popular, diz-se repetidamente. Não se o invoca para achar coisas perdidas, para resolver situações financeiras difíceis ou para encontrar casamento. Ele foi um homem de missão, a quem foi incumbido levar a mensagem do amor e do perdão aos povos revoltos do centro da Europa. Por isso é devotado como Apóstolo da Alemanha. Sua mensagem é desafiadora, tirando qualquer cristão da zona de conforto do comodismo e da apatia. O segundo objetivo é reunir o povo para confraternizar a alegria de ter uma comunidade e, com este sentimento, cooperar para que sua Igreja tenha condições materiais de continuar sua missão evangelizadora. Tem, portanto, também, um fim financeiro. E a Paróquia São Bonifácio precisa de renda, não sendo exceção enquanto entidade que vive no cenário econômico.
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Nos encontraremos lá, com certeza.
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Paz e Bem.

domingo, 22 de maio de 2011

Coluna 68 - Publicada no jornal Correio Agudense - Edição de 18MAI2011


Se fosse de manhã, quem é que 'podia' participar, com tanta coisa pra fazer todos os dias. Ia ser um desfile pra nós sem que nos 'pudesse' participar. Bonito isto.


O DESFILE DA VOLKSFEST NA EXPOVOLKS – PELOTÃO 2

CENA 1
É cedo, manhã de feriado. Cerração fechada, bem molhada, mas um dia de tempo bom. Promete sol, promete alegria! Hoje é o nosso dia! Já ouviram nas rádios? Já leram nos jornais? O supermercado, a loja de roupas, a do gás, a padaria, todos mandaram publicar lindas mensagens pra gente! Oh, toma a cuia. Até o Prefeito e, inclusive, nosso vereador encomendaram elogios para nós colonos e, também, para os motoristas. Você lembra de uma vez em que o Prefeito falou em alemão e o vice em italiano? Isto também já aconteceu... é verdade. A olaria, a construtora, o que vende o adubo, a cooperativa – que mensagem bonita a da cooperativa. Nestes dias sempre lembro do Pastor Brauer, com sua voz tão especial e as palavras, as lindas palavras em alemão e, depois em português. Vale a pena ter um feriado para nós, os colonos, não?! Filha, levanta, vem que é teu o mate. Já vou, responde, lá de dentro, ainda debaixo das cobertas, como convêm e gosta o jovem em dia de feriado. Vamos tratar o bicharedo, tirar leite, ver o terneirinho novo, observar se a raposa caiu no alçapão, pegar o bicho e largar pra que se crie no lá no mato, bem longe do galinheiro. Ainda bem que, embora feriado, temos tempo para fazer tudo, almoçar tranquilo e, depois ainda ajudar a comunidade e a escola a enfeitar os carros e participar do lindo desfile de hoje à tarde. Que bom! É tão lindo desfilar, com o sol bem quentinho, os amigos, os vizinhos se encontram e, em casa tudo feito, tudo arrumado. Ainda bem que o desfile é de tarde. Se fosse de manhã, quem é que podia ver, com tanta coisa pra fazer todos os dias. Ia ser um desfile pra nós sem que nos pudesse participar. Bonito isto. É, mas muitos anos já foi assim. Esta ilação, quase narração de situação doméstica de uma manhã de 25 de julho, em qualquer dos muitos lares dos alegres colonos de Agudo, é de todo descabida?
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CENA 2
No palanque as autoridades empertigadas. Os personagens da vida pública do Município, aquele deputado, mais outro, mais outro. Um visitante ilustre. Todos admirados com a criatividade das alegorias e da cadência e da profusão de grupos de trabalhadoras rurais. Quem são? pergunta um desavisado ao secretário que está a seu lado. São grupos organizados, reunidos em na Atra – Associação das Trabalhadoras Rurais de Agudo, soube em resposta. E estas, tão graciosas, orgulhosas, com uniforme colorido, quem são? Socorreu a secretária da outra pasta – são nossas vovós. Elas pertencem a um grupo da III Idade, e todas à Associação da III Idade, que as incentiva ao convívio e à práticas de bem estar e bem viver. Elas dançam, passeiam, vivem na vida de hoje o que não puderam fazer antes. Vão se apresentar no lonão de shows, daqui a pouco, às quatro da tarde. Olha como estão emocionadas. Muitas nunca tiveram oportunidade de desfilar na vida. Quando eram de colégio, isto não existia. Depois, só trabalho. É muito lindo e dignificante ver esta gente que tanto suor derramou para fazer o município se desenvolver, hoje desfilar como inspiração para as novas gerações, emendou o observador admirado. A mesma secretária, olhando ao longe, mostra: olhe lá vem um pelotão de vovôs que também pertencem à mesma associação. Tem gente de 60 até 95 anos. Um deles tem um programa de rádio que é um espetáculo. Chama-se Alegria na III Idade, com sotaque e tudo. É uma conquista para esta parcela da população, que cresce e quer lugar no cenário social, enfatizou.
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Pergunto: estas dignas vovós e retos e alegres vovôs se arriscam a desfilar numa manhã de cerração, ou de geada? Lembro da emoção que minha mãe sentiu (está em fotos que com carinho guardo) quando seu Grupo passeou na Avenida, lindamente iluminada pelo quente sol da tarde. A vida tem destas coisas. A que se ter sensibilidade e atentar para a realidade de uma festa que é, também do povo que fez e faz esta terra.
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A descrição de apenas duas das muitas situações que em hipótese, se pode observar, já são, em minha ótica, cabais para fundamentar ainda melhor do sentimento que tem o povo de Agudo pelo desfile do Colono e do Motorista.
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Esta gente, pelo que sentem, pelo que foram e pelo que são, eles merecem dignidade e respeito. E que o desfile de que tanto gostam, lhes seja favorável.
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Paz e Bem.
 

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Coluna 67 - publicada no jornal Correio Agudense - edição de 11MAI2011

O Desfile da Volksfest deve ser à tarde, muito se ouve nos bastidores das entidades que dele ainda participam.


O DESFILE DA VOLKSFEST NA EXPOVOLKS
Agudo tem uma magnífica festa popular, em julho. Agudo hat ein besonders Volksfest, in Juli. É Ein Volksfest in Agudo, que terá, neste 2011, a 18ª edição. Em uma coluna no ano passado abordei o nome da festa. Um ano passou e nada fiz, admito. Mas, como já é de domínio denominá-la simplesmente como Volksfest, minha implicância com a existência do artigo “Ein” na denominação formal, que não combina na citação da festa por escrito ou verbalmente em Português, é vã.
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Desta feita aprofundo-me em um dos itens de sua generosa e bem elaborada programação – o desfile temático em homenagem aos colonos e motoristas. E o faço com legitimidade por ser agudense e poder opinar sobre as coisas do Torrão Amigo e, mais ainda, por já ter tido a experiência e a responsabilidade de elaborar alegorias e desfilá-las para homenagear a data e suas circunstâncias.
** O desfile vem sendo mal programado, sendo inserido nas manhãs de um dos dias da ExpoVolks, ou do sábado, ou do dia 25, conforme o calendário.
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O Desfile da Volksfest deve ser à tarde, muito se ouve nos bastidores das entidades que dele ainda participam. Sim, ainda, pois alguns segmentos deixaram de fazê-lo por ser pela manhã.
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A Volksfest evoluiu da comemoração do 25 de julho, no Monumento ao Imigrante, protagonizado, lá na origem, pelo Pastor Brauer. Quando a Rádio Agudo surgiu seu Diretor, Léo Pachaly e o casal Enar/Helena Ernst deram ar festivo, com encontro de bandinhas e músicos. Em datas singulares havia desfile. Nos anos 80, o desfile de 25 de julho era o ponto marcante da festa. Lembro que em 86 o Prefeito Ari Anunciação reuniu quatro Secretários de Estado no Palanque, um odisseia para a época.
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Entre 89 e 92 a festa teve a primeira alavancagem, nascendo a Semifest – mostra de artesanato, comercial e gastronômica, embrião da atual ExpoVolks. Na programação o desfile era, sempre, no início da tarde, do dia central da festa. E a festa era para o povo, que encontrava diversão, entretenimento, atrativos artísticos e culturais, gastronomia, boa bebida para alegrar e opções de comércio – como hoje, na ExpoVokls.
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Em 1994 veio a segunda evolução, com a adoção do nome Ein Volksfest in Agudo e a bem sacada parceria com a Associação Comercial, Industrial e de Serviços – Acisa. A festa cresceu, e muito. Ancorada no Centro Desportivo Municipal passou a tomar o centro da cidade.
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No entanto, logo logo as entidades e o povo passaram a ser vistos como consumidor, agentes passivos, que deviam deglutir o que viesse a ser proposto. O protagonismo das ações foi concentrado em poucas mentes, que muito bem pensaram a festa como evento de massa, de comércio e de consumo. Sobrou a Volksfest com o Encontro de Corais – belo, magnífico e louvável, mais um ou outro evento artístico e cultural isolado e a carga total na ExpoVolks. Nenhum demérito.
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No entanto, a supervalorização do potencial de consumo mudou a festa. O povo deve passar em frente aos estantes! passou a ser o mantra. O 25 de julho está para comércio. O desfile, outrora o acontecimento central, aguardado e pensado muito antes por tantos, não pôde evoluir, pois foi reprogramado de modo a que os corajosos que a ele assistem e dele participem também venham a engrossar os corredores do comércio.
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Muita pena – uma expressão do povo, no qual a emoção e a espontaneidade brota em simbologias e alegorias se resume a um atrativo de gente para outro fim.
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O Desfile temático da Volksfest deve ser às 14h00 de um dos dias da ExpoVolks! Nesta exclamação somam-se vozes e propósitos de muitos.
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Paz e Bem.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Coluna 66 - publicada no jornal Correio Agudense - edição de 4MAI2011

Sábado, dia 7, Recital de aniversário do ICBAA. Às 20h15 sobre ao palco do Clube Centenário o Coral Municipal de Vera Cruz.


INSTITUTO CULTURAL BRASILEIRO ALEMÃO
Amanhã, dia 5, junto com o Prefeito Ari Alves, tem aniversário o Instituto Cultural Brasileiro Alemão de Agudo – ICBAA. Completa 29 anos. Este aniversário será comemorado no sábado, dia 7, no Clube Centenário, com evento artístico-cultural de muito bom gosto – o recital do Coral Municipal de Vera Cruz. O repertório foi pensado para Agudo. Serão cantos coral e solos em arranjos do competente maestro Carmo José Gregory, que tem sua obra concreta em Agudo no arranjo à vozes, do Hino do Município, como o canta o Coral Agudo EnCanto.
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Ainda que não fosse dirigente do ICBAA, diria que este recital deve ser prestigiado. O ICBAA merece que seu esforço em proporcionar este acontecimento cultural seja compensado; Agudo merece que seu calendário cultural seja enriquecido com apresentações de qualidade e bom gosto e as pessoas todas merecem viver estes minutos de refinada arte e saber. Todos ganham.
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A presença de cada pessoa será festejada como o convidado importante para uma muito aguardada festa. Melhor ainda se comparecer à tempo de ser cumprimentado, ou seja, antes do horário de início, às 20h15min. Um programa ideal para a noite de sábado. Dá para jantar antes, dá para ir ao culto ou à missa antes. Será possível, também, para ir à festa e para a balada depois. Pode ser mais adequado?
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Dentre as finalidade do ICBAA uma é ser mantenedor do Museu Histórico Pastor Rudolf Brauer. Esta disposição vincula o Museu ao ICBAA pela razão única de ter sido idealizado e criado pelo Pastor Brauer. Não está escrito, mas é dado da tradição verbal, ter o Museu nascido na mente do Pastor Brauer, que constatava ser necessário catalogar e expor, peças e documentos da imigração Alemã na Colônia Santo Ângelo, mais especificamente de Agudo. Esta memória e história não devia perder-se, devia ficar à salvo da mercancia predatória e devia ser vista e partilhada como marco, testemunho e prova do alicerce cultural e de trabalho produzido ao longo dos antão pouco mais de 125 anos de imigração.
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A materialização do propósito do reverendo Brauer fez surgir o ICBAA e, uma vez criado formalmente, ter um prédio para abrigar este museu. Como isto aconteceu e quanto isto foi importante conhecemos e percebemos todos.
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Entre 1990 e 1995 a obra ganhou o terreno cedido e, ao mesmo tempo, as articulações para a viabilização do Museu aconteciam. Em abril de 1995 o Prefeito Ari Carlinhos Jaeger remeteu à Câmara Municipal Projeto de Lei criando o Museu Histórico Municipal. Na mensagem fez constar: “... nos espelhamos no exemplo de outros municípios para chegar ao momento de colocar ao povo agudense o apoio do executivo municipal na empreitada que o historiador William Werlang está trabalhando. Temos o aval do ICBAA para (…) implantação e manutenção do Museu Histórico.” Aprovado, originou a Lei Municipal 975/95, promulgada em 10 de maio daquele ano, o mesmo da inauguração do Museu, em 25 de julho.
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Já na mensagem o Município, efetivo administrador do Museu, por meio do Conselho Municipal de Cultura (Art. 2.º da Lei 975/95), expressou que a criação do museu se daria em cima da empreitada do historiador William Werlang e com o apoio e estrutura do ICBAA. Sabe-se, também por tradição oral, que o Professor Werlang foi conduzido à esta missão pelo próprio Pastor Brauer. Este, consciente de não ser eterno, fez Werlang seu sucessor na missão.
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Em 2005, pela Lei Municipal 1603, foi gravada a denominação patronímica Museu Histórico Pastor Rudolf Brauer, em homenagem a seu criador.
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O Museu é público pois foi criado em Lei Municipal; é privado, pois é receptado no estatuto do ICBAA, uma associação civil, de direito privado. Melhor assim que duas vertentes de atenção e manutenção lhe protejam. Aliás, admita-se que o Museu Histórico Pastor Rudolf Brauer necessita do suporte público e do ICBAA. A Prefeitura designa o Historiador William, com custo financeiro para o erário municipal. O ICBAA dá teto, estrutura e equipamento. Ambos se preocupam com o acervo. A municipalidade e a entidade querem que a cultura e a história deste povo sejam conhecidos de todos e inspirem as gerações. Dividem responsabilidades para multiplicar resultados. Somam ações para diminuir a ignorância do não saber e não conhecer.
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Paz e Bem.